Ácido fólico pode reduzir risco de derrame cerebral

Ácido Fólico

Resumo da matéria -

  • As pessoas com pressão alta que tomaram suplemento de ácido fólico tiveram risco de derrame cerebral 21% menor do que as que só tomaram remédios
  • O ácido fólico é um tipo sintético da vitamina B usado em suplementos e alimentos reforçados, enquanto o ácido fólico natural é a forma encontrada em alimentos
  • O ácido fólico é capaz de reduzir o risco de derrame cerebral mantendo os níveis de homocisteína sob controle

Por Dr. Mercola

Os suplementos de ácido fólico são amplamente conhecidos por seu benefício às mulheres grávidas; sabe-se que o ácido fólico reduz o risco de determinados defeitos de nascença, inclusive defeitos do tubo neural.

Um novo estudo sugere que o ácido fólico tem um benefício adicional, especificamente para o coração.

Embora a pesquisa recente indique que a suplementação com ácido fólico seja especialmente benéfica para o coração, recomendo que os adultos aumentem seus níveis de ácido fólico através da alimentação para ajudar na saúde no coração e do cérebro.

Em termos gerais, o modo ideal de aumentar os níveis de ácido fólico é comer muitas verduras orgânicas frescas e cruas, com folhas.

Ácido fólico reduz risco de derrame cerebral

O derrame, semelhante a um ataque cardíaco no cérebro, é uma das causas mais comuns de morte em vários países. O fluxo sanguíneo obstruído até o cérebro é conhecido como AVC isquêmico e representa cerca de 75% de todos os derrames cerebrais.

Quando uma artéria que envia sangue para o cérebro se rompe, isso é chamado de AVC hemorrágico e é uma situação muito mais letal.

A pressão alta é um fator de risco importante no derrame cerebral, por isso os pesquisadores acompanharam o risco de derrame em mais de 20.000 adultos com pressão alta.

Todos os participantes receberam um remédio para pressão alta (enalapril ou Vasotec). Metade deles também tomou um suplemento diário de ácido fólico. Depois de 4 anos e meio, os que tomaram o suplemento tiveram risco de derrame cerebral 21% menor do que os que tomaram remédios apenas.1

Segundo os pesquisadores, o benefício provavelmente seria detectado entre as pessoas sem hipertensão também. Além disso, as descobertas estão alinhadas a estudos anteriores que mostraram benefícios do consumo de ácido fólico entre adultos com pressão alta e baixos níveis de ácido fólico.

A pesquisa publicada em 2007 também descobriu que o suplemento de ácido fólico reduziu significativamente o risco de derrame cerebral em 18%.2 A Dra. Suzanne Steinbaum, cardiologista preventiva no Hospital Lenox Hill da cidade de Nova York, falou para a Medicine Net:3

"Se tudo o que for necessário para evitar a maior ameaça mundial à saúde for uma vitamina, então temos que pensar em examinar os níveis de ácido fólico no sangue dos pacientes e indicar suplementos se necessário".

Como aumentar os níveis de ácido fólico naturalmente

No entanto, talvez uma estratégia ainda melhor seja aumentar os níveis de ácido fólico através da sua alimentação. Existem bons motivos para pensar em obter ácido fólico naturalmente a partir de alimentos.

Além disso, para que o ácido fólico possa ser útil ao seu corpo, ele deve primeiramente ser ativado em sua forma biologicamente ativa – L-5-MTHF. Essa é a forma capaz de atravessar a barreira hematoencefálica e de oferecer a você os benefícios cerebrais mencionados.

Entretanto, quase metade dos adultos tem dificuldade em transformar o ácido fólico em sua forma bioativa devido à redução genética na atividade enzimática. Por esse motivo, se você toma um suplemento de vitamina B, certifique-se de que ele contenha ácido fólico natural em vez de ácido fólico sintético. As crianças parecem transformar o ácido fólico mais facilmente.

O consumo alimentar de hortaliças, sem dúvida alguma, é a melhor forma de obter ácido fólico. Meu plano de nutrição descreve uma dieta repleta de hortaliças e rica em ácido fólico. Aspargos, espinafre, nabo e brócolis são ótimas fontes, assim como favas, como lentilha e grão-de-bico.

Além de reduzir o risco de derrame, o ácido fólico pode ajudar a manter os níveis de homocisteína sob controle. Níveis altos de homocisteína podem levar a coágulos sanguíneos nas artérias, aumentando o risco de ataque cardíaco e derrame cerebral.

Ácido fólico é benéfico ao cérebro também

Os níveis elevados de homocisteína também estão ligados ao encolhimento cerebral e a um risco maior do mal de Alzheimer, o que pode explicar por que as vitaminas B, inclusive o ácido fólico, mostraram melhorar a saúde do cérebro. Em um estudo de 2010, os participantes receberam doses relativamente altas de vitaminas B, inclusive:5

  • 800 microgramas (mcg) de ácido fólico – a dose diária recomendada nos EUA é 400 mcg/dia
  • 500 mcg de B12 (cianocobalamina) – a dose diária recomendada nos EUA é apenas 2,4 mcg/dia
  • 20 mg de B6 (hidrocloreto de piridoxina) – a dose diária recomendada nos EUA é 1,3-1,5 mg/dia

O estudo foi baseado na suposição de que controlando os níveis de homocisteína, talvez seja possível reduzir o nível de encolhimento cerebral, que tende a provocar o mal de Alzheimer.

De fato, dois anos depois, aqueles que tinham recebido a dieta de vitamina B sofreram bem menos encolhimento cerebral do que aqueles que tinham recebido placebo. Nos que tinham os níveis mais altos de homocisteína no início do teste, os cérebros encolheram metade da taxa daqueles que tomaram placebo.

Outro estudo avançou um pouco mais esta pesquisa, mostrando não só que as vitaminas do grupo B podem desacelerar o encolhimento cerebral, mas que também podem desacelerar em até sete vezes em regiões do cérebro conhecidas especificamente como as mais impactadas pelo mal de Alzheimer.6

Entre os participantes que receberam altas doses de ácido fólico e vitaminas B6 e B12, os níveis sanguíneos de homocisteína caíram juntamente com o encolhimento cerebral associado – em até 90%. Novamente, esses estudos usaram suplementos de ácido fólico sintético. No entanto, o ácido fólico de hortaliças frescas é provavelmente uma fonte melhor.

Outras considerações alimentares para a prevenção do derrame cerebral

Até 80% de todos os derrames cerebrais podem ser prevenidos com fatores de estilo de vida, tais como dieta, exercício físico, manutenção de um peso saudável, normalização dos níveis de açúcar no sangue e da pressão arterial, e parar de fumar.7

Por exemplo, uma pesquisa publicada em 2013 mostrou que se você não faz nenhuma atividade física, tem risco 20% maior de ter um derrame ou miniderrame cerebral (ataque isquêmico transitório) do que as pessoas que se exercitam o suficiente para suar pelo menos quatro vezes por semana.8

Estudos recentes destacam a importância de obter quantidades suficientes de vitamina C e ferro, além de potássio, na sua alimentação. As fibras também são importantes. Os pesquisadores descobriram que para cada sete gramas a mais de fibra que você ingere diariamente, o risco de derrame cerebral é 7% menor.9

As fibras são a parte não comestível das plantas, que podem ser solúveis ou não solúveis. Descobriu-se que as fibras solúveis em água reduzem ao máximo o risco de derrame cerebral, no entanto, o ideal é que sua dieta tenha alimentos ricos em fibra solúvel e insolúvel, tais como:

  • Cascas de semente de Psílio, linhaça e sementes de chia
  • Vagem
  • Couve-flor
  • Verduras como brócolis e couve de Bruxelas
  • Amêndoas e frutas vermelhas

Maioria dos derrames pode ser prevenida com um estilo de vida saudável

Resumindo, seu estilo de vida tem impacto direto no risco de derrame cerebral, e até mesmo pequenas mudanças podem fazer a diferença. Para reduzir ainda mais o risco, eis o que você deve saber:

  • Fazer exercício ajuda muito a melhorar a sinalização do receptor de insulina e leptina, normalizando, assim, sua pressão arterial e reduzindo o risco de derrame cerebral. Recomendo um programa abrangente que inclua exercícios intervalados de alta intensidade como o Peak Fitness juntamente com treinos de força ultralentos, alongamento ativo isolado e treinos de core. Se você teve um derrame cerebral, o exercício também é muito importante; pesquisas mostram que ele pode melhorar muito tanto a recuperação física quanto mental.
  • Carnes processadas. Determinados conservantes, como nitrato de sódio e nitrito, encontrados em carnes processadas e defumadas, mostraram danificar os vasos sanguíneos, aumentando o risco de derrame cerebral. Recomendo evitar todas as formas de carnes processadas, optando por carnes de animais alimentados com pasto e alimentos orgânicos.
  • Refrigerante diet. Pesquisa apresentada na Conferência Internacional de Derrame Cerebral da Associação Americana de Derrame Cerebral em 2011 mostrou que beber apenas um refrigerante diet por dia pode aumentar o risco de derrame cerebral em 48%. O ideal é lutar para eliminar todos os refrigerantes da sua alimentação, uma vez que uma lata de refrigerante normal contém quase duas vezes a quantidade diária permitida de frutose, necessária para manter uma boa saúde e evitar doenças.
  • Estresse. Quanto mais estressado você é, maior é o risco de ter um derrame cerebral. Pesquisas mostraram que para cada ponto a menos marcado por uma pessoa na escala de bem-estar, o risco de derrame cerebral aumentava 11%. Não é de se estranhar que a relação entre sofrimento psicológico e derrame cerebral foi mais pronunciada quando o derrame foi fatal. Minha ferramenta geral favorita para controlar o estresse é a Técnica de Liberação Emocional (EFT). Entre outras ferramentas comuns de controle do estresse com resultados de alto sucesso estão: oração, meditação, riso e yôga, por exemplo.
  • Vitamina D: Segundo pesquisa apresentada nos Encontros Científicos Anuais da Associação Americana do Coração (AHA) em 2010, os baixos níveis de vitamina D — nutriente essencial obtido com a exposição ao sol —duplicam o risco de derrame cerebral em caucasianos. Embora muitos optem por suplementos de vitamina D3 para elevar o nível de vitamina D, recomendo veementemente aumentar os níveis através da exposição solar apropriada ou usando uma cama de bronzeamento de alta qualidade (isto é, uma cama com lastros eletrônicos em vez de lastros magnéticos, para evitar a exposição desnecessária a campos eletromagnéticos). O ideal é manter o nível de vitamina D dentro da faixa de 50 a 70 ng/ml durante todo o ano.
  • Terapia de reposição hormonal (TRH) e pílulas anticoncepcionais. Se você está usando um dos métodos hormonais de controle de concepção (seja pílula, adesivo, anel vaginal ou implante), é importante saber que você está tomando progesterona sintética e estrogênio sintético – algo que claramente não é bom se você quer ter ótima saúde.

    Esses métodos contraceptivos contêm os mesmos hormônios sintéticos que os usados na terapia de reposição hormonal (HRT), que contém riscos bem documentados, inclusive o risco maior de coágulos sanguíneos, derrame cerebral, ataque cardíaco e câncer de mama.
  • Estatinas. As estatinas são remédios prescritos geralmente para reduzir o risco de doenças cardíacas e derrame cerebral. No entanto, a pesquisa mostra que esses remédios para baixar o colesterol na verdade aumentam o risco de um segundo derrame cerebral se você já teve um. Existem dois motivos por que isso pode acontecer: os remédios podem ou abaixar muito o colesterol, até o ponto em que aumente o risco de hemorragia cerebral, ou podem afetar fatores de coagulação do sangue, aumentando o risco de hemorragia.
  • Andar de pés descalços. Andar de pés descalços tem um efeito antioxidante potente que ajuda a reduzir a inflamação em todo o corpo. O corpo humano parece estar bem ajustado para "trabalhar" com a terra, no sentido de que há um fluxo constante de energia entre nossos corpos e a terra. Quando você põe os pés no chão, absorve grandes quantidades de elétrons negativos através da sola dos pés.

    Andar de pés descalços ajuda a afinar o sangue, melhorando o potencial zeta. Isso oferece mais carga negativa à cada célula sanguínea, ajudando a repelirem-se entre si para manter o sangue fino e com menor probabilidade de formar coágulos. Isso pode reduzir significativamente seu risco de derrame cerebral.