O que você precisa saber sobre a saúde da sua tireoide

mulher com inflamação na tireoide

Resumo da matéria -

  • A tireoide é uma glândula em forma de borboleta encontrada dentro do seu pescoço, logo abaixo de sua laringe
  • A tireoide é responsável por produzir os principais hormônios do metabolismo, que controlam todas as funções do corpo
  • O hipotireoidismo ocorre quando a tireoide produz pouco hormônio, uma condição que está frequentemente associada à deficiência de iodo

A tireoide, uma das maiores glândulas endócrinas, exerce uma grande influência sobre quase todas as células do corpo. Além de regular seu metabolismo e seu peso, controlando o processo de queima de gordura, os hormônios da tireoide também são necessários para o crescimento e desenvolvimento em crianças e em quase todos os processos fisiológicos do corpo.

Quando os hormônios da tireoide estão fora de equilíbrio, você também está. A secreção excessiva ou insuficiente de hormônios nesta glândula pode significar problemas para a sua saúde e seu bem-estar geral.

Uma pesquisa mostra que 10 a 40% das pessoas que vivem nos Estados Unidos têm função tireoidiana sub-ótima. O mal funcionamento da tireoide tem sido associado a condições graves de saúde, como fibromialgia, síndrome do intestino irritável, acne, eczema, doença de gengiva, infertilidade e doenças autoimunes. É por isso que é imperativo aprender como a sua tireoide funciona e o que pode fazer com que ela saia dos trilhos.

A glândula tireoide: entenda como funciona

A tireoide é uma glândula em forma de borboleta encontrada dentro do seu pescoço, logo abaixo de sua laringe. Constituída de uma glândula altamente vascularizada de cor vermelha acastanhada, medindo cinco centímetros de comprimento, possui dois lóbulos localizados em cada lado da traqueia, ambos conectados por um tecido chamado istmo. Uma glândula tireoide normal pesa entre 20 e 60 gramas.

A tireoide é responsável por produzir os principais hormônios do metabolismo, que controlam todas as funções do corpo. Ela produz três tipos de hormônio:

  • Triiodotironina (T3)
  • Tiroxina (T4)
  • Diiodotironina (T2)

Os hormônios secretados pela tireoide interagem com todos os outros hormônios, incluindo insulina, cortisol e hormônios sexuais como estrogênio, progesterona e testosterona. O fato de esses hormônios estarem todos interligados e em comunicação constante explica por que uma irregularidade na tireoide está associada a tantos sintomas e doenças comuns.

Quase 90% do hormônio produzido pela tireoide está na forma de T4, a forma inativa. O fígado então converte o T4 em T3, a forma ativa, com a ajuda de uma enzima. O T2, no entanto, atualmente é o componente menos compreendido da função tireoidiana e objeto de vários estudos em andamento.

Se tudo estiver funcionando corretamente, seu corpo fará o que precisa, e você terá as quantidades corretas de T3 e T4, que controlam o metabolismo de todas as células do seu corpo. Se seu T3 for insuficiente, seja por escassez de produção ou conversão inadequada do T4, todo o seu sistema sofre. O T3 é extremamente importante, pois diz ao núcleo as células para enviar mensagens ao DNA, pedindo para acelerar o metabolismo através da queima de gordura. É assim que o T3 diminui os níveis de colesterol, faz o cabelo crescer e ajuda a manter você magro.

Seus níveis de T3 podem ser perturbados por desequilíbrios nutricionais, toxinas, alérgenos, infecções e estresse, e isso leva a uma série de complicações, incluindo câncer de tireoide, hipotireoidismo e hipertireoidismo, que hoje são três das doenças mais prevalentes relacionadas à tireoide. Agora, vamos discutir e nos aprofundar nesses problemas da tireoide.

Hipotireoidismo: a síndrome da tiróide lenta

O hipotireoidismo ocorre quando a tireoide produz pouco hormônio tireoidiano, uma condição que está frequentemente associada à deficiência de iodo.

Dr. David Brownstein, um médico holístico certificado que tem trabalhado com iodo nas duas últimas décadas, afirma que mais de 95% dos pacientes em sua clínica têm deficiência de iodo.

Além disso, 10% da população geral nos Estados Unidos e 20% das mulheres com mais de 60 anos apresentam hipotireoidismo subclínico, uma condição na qual você não apresenta sintomas óbvios, apenas exames laboratoriais levemente alterados.

No entanto, apenas uma porcentagem dessas pessoas está sendo tratada. A razão por trás disso é a má interpretação e incompreensão dos exames laboratoriais, especialmente de TSH (hormônio estimulante da tireoide). A maioria dos médicos acredita que, se o seu valor de TSH estiver dentro da faixa "normal", sua tireoide está bem. Mas como eu sempre digo, o diabo se esconde nos pormenores. Cada vez mais médicos estão descobrindo que o valor do TSH não é confiável para o diagnóstico de hipotireoidismo.

Como saber se você tem hipotireoidismo

Identificar o hipotireoidismo e sua causa é complicado. Muitos dos sintomas do hipotiroidismo são vagos e se sobrepõem a outros distúrbios. Os médicos muitas vezes não identificam um problema de tireoide, pois se fiam apenas em alguns exames tradicionais, deixando de detectar outras pistas.

A maneira mais sensível de descobrir é ouvindo o seu corpo. Pessoas com uma tireoide lenta geralmente apresentam:

Letargia — Fadiga e falta de energia são sinais típicos de um distúrbio da tireoide. A depressão também tem sido associada à condição. Se você foi diagnosticado com depressão, exija que seu médico verifique os níveis da sua tireoide.

É essencial destacar que nem todo cansaço ou falta de energia pode ser atribuído ao distúrbio da glândula tireoide. A fadiga relacionada à tireoide começa a aparecer quando você não consegue manter a energia por tempo suficiente, especialmente quando comparado a um nível anterior de condicionamento ou habilidade. Se a sua tireoide estiver fraca, manter a produção de energia será um desafio. Você notará que não parece ter energia para fazer as coisas como costumava fazer.

Alguns dos sinais óbvios de fadiga da tireoide incluem:

  • Sentir que não tem energia para se exercitar e, normalmente, não se exercitar de forma consistente.
  • Cansaço ou peso na cabeça, especialmente à tarde. Sua cabeça é um indicador muito sensível do estado hormonal da sua tireoide.
  • Adormecer assim que você se senta quando não tem nada para fazer.

Ganho de peso — Facilidade em ganhar peso ou dificuldade em emagrecer, apesar de um programa intensivo de exercícios e alimentação controlada, é outro indicador.

Pele áspera e escamosa e/ou cabelos ressecados, ásperos e emaranhados — Se você tem uma pele constantemente seca que não responde bem a loções ou cremes hidratantes, considere o hipotireoidismo como um fator.

Perda de cabelo — As mulheres deveriam prestar atenção à tireoide quando ocorre uma perda de cabelo inexplicável. Felizmente, se a sua perda de cabelo estiver relacionada ao baixo funcionamento da tireoide, o seu cabelo voltará rapidamente ao normal ao tratar sua tireoide.

Sensibilidade ao frio — Sentir frio o tempo todo é também um sinal de baixa função da tireoide. Pessoas com hipotireoidismo demoram a se aquecer, mesmo em uma sauna, e não suam com exercícios leves.

Baixa temperatura basal — Outro sinal indicador de hipotireoidismo é uma baixa temperatura corporal basal (TBB), inferior a 36,5ºC em média num período mínimo de três dias. É melhor usar um termômetro de temperatura basal para avaliar isso.

Qualquer um desses sintomas pode indicar uma hipoatividade da tireoide. Quanto mais destes sintomas você tiver, maior a probabilidade de ter hipotireoidismo. Além disso, se existir alguém na sua família com qualquer uma dessas condições, seus riscos de problemas de tireoide aumentam:

Bócio

Diabetes

Esclerose múltipla (EM)

Cabelo prematuramente grisalho

Doenças autoimunes, (i.e. atrite reumatóide, lúpus, sarcoidose, Síndrome de Sjogren)

Níveis elevados de colesterol

Ser canhoto

Doença de Crohn ou colite ulcerativa

Alta ou baixa função da tireóide

Quanto mais atento você estiver a seus próprios sintomas e fatores de risco, e apresentando o quadro completo ao seu médico, mais fácil será para você obter o tratamento adequado.

E se a sua tireoide for hiperativa?

tireoide hiperativa

A tiroxina ou T4 é um hormônio produzido pela glândula tireoide, que é transportada por todo o corpo na corrente sanguínea. Muitas de suas células e tecidos dependem da tiroxina para funcionar adequadamente.

Uma tireóide hiperativa secreta muito T4, fazendo com que algumas das funções do seu corpo se acelerem. Os médicos podem usar o termo "tireotoxicose" em vez de "hipertireoidismo". Essa condição é mais comum em mulheres - cerca de oito em cada 100 mulheres e 1 em cada cem homens desenvolvem hipertireoidismo em algum momento de suas vidas. Pode ocorrer em qualquer idade.

O site patient.co.uk lista vários sintomas do hipertiroidismo:

Inquietude, nervosismo, emotividade, irritação, noite mal dormida, sentir-se como se você estivesse sempre em movimento.

Dificuldade de concentração

Evacuações frequentes

Períodos menstruais irregulares em mulheres

Perda de peso (ou ganho de peso, em casos raros)

Batimentos cardíacos rápidos, fortes ou irregulares

Falta de menstruação em mulheres

Olhos salientes ou exoftalmia

Alguns destes sintomas podem ser imperceptíveis a princípio e depois pioram à medida que os níveis de tiroxina começam a se elevar ainda mais.

O hipertireoidismo não tratado pode levar a problemas cardíacos, como fibrilação atrial, cardiomiopatia, angina e insuficiência cardíaca. As mulheres com hipertireoidismo podem ter dificuldade em dar à luz.

Diagnosticando um problema de tireoide

Existem algumas maneiras de diagnosticar uma hiperatividade ou hipoatividade da tireoide, mas eu prefiro usar os seguintes exames laboratoriais para saber o estado real de saúde da tireoide:

  • TSH — Quanto maior o nível de TSH, maior a probabilidade de você ter hipotireoidismo. O nível ideal para o TSH é entre 1 e 1,5 miliunidades internacionais por litro.
  • T4 e T3 livres — O nível normal de T4 livre é entre 0.9 e 1.8 nanogramas por decilitro. T3 deve estar entre 240 e 450 picogramas por decilitro.
  • Teste de anticorpos da tireoide — inclui anticorpos anti-peroxidase e anticorpos anti-tireoglobulina. Esse exame ajuda a determinar se o seu corpo está atacando a sua tireoide, reagindo exageradamente aos seus próprios tecidos (isto é, reações auto-imunes). Os médicos quase sempre deixam esse exame de fora.
  • Temperatura corporal basal — Embora existam alguns protocolos diferentes, o mais utilizado é o sistema Broda Barnes, que é uma medida da sua temperatura corporal basal em repouso.
  • Exame de estímulo de TRH — Para casos mais difíceis, o TRH pode ser medido usando o teste de estímulo do TRH. O TRH ajuda a identificar o hipotireoidismo causado pela inadequação da glândula pituitária.

Outros testes que podem ser indicados para casos mais complexos são um escaneamento da tireoide, aspiração por agulha fina e ultrassonografia da tireoide. Mas são exames especializados que seu médico usará apenas em pouquíssimos casos ou em situações especiais.

Mesmo que todos os seus exames laboratoriais fiquem normais, você ainda tem hipotireoidismo subclínico se tiver múltiplos sintomas.

Você corre risco de desenvolver câncer de tireoide?

câncer de tireoide checar

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos Institutos Nacionais de Saúde, estima-se que existam 60.220 novos casos e 1.850 mortes por câncer de tireoide apenas nos Estados Unidos. O câncer de tireoide é classificado em quatro tipos diferentes: câncer de tireoide papilar, câncer de tireoide folicular, câncer de tireoide medular e câncer de tireóide anaplásico.

Assim como com qualquer tipo de câncer, a intervenção precoce aumenta suas chances de remissão e recuperação. É por isso que você deve estar sempre à procura de possíveis pistas. Abaixo está uma lista de possíveis sinais de alerta de câncer de tireoide do Roswell Park Cancer Institute:

  • Nódulos incomuns, caroços ou inchaço no pescoço
  • Dor na frente do pescoço ou garganta
  • Rouquidão ou outras mudanças de voz que não desaparecem
  • Uma tosse constante que não é causada por um resfriado

Os Centros de Tratamento de Câncer da América explicam que existem certos componentes que podem aumentar o risco geral de um indivíduo para essa doença. Esses incluem:

  • GÊNERO — As mulheres são três vezes mais vulneráveis ao desenvolvimento de câncer de tireoide do que os homens. O câncer de tireoide papilar é tipicamente encontrado em mulheres em idade fértil.
  • IDADE — Dois terços dos casos de câncer de tireoide ocorrem entre as idades de 20 e 55 anos.
  • HISTÓRICO FAMILIA — O câncer de tireoide medular familiar, que é um tipo raro de câncer de tireoide, é causado por uma mutação hereditária no proto-oncogene RET. Se você herdou essa mutação genética de seus pais, sua probabilidade de contrair a doença é duas vezes maior do que outras pessoas. Ter casos de bócio, câncer de tireoide ou outras doenças relacionadas à tireoide na família.
  • DEFICIÊNCIA DE IODO — O iodo é um ingrediente essencial para a secreção dos hormônios da tireoide. Uma insuficiência desse nutriente pode prejudicar significativamente a tireoide.
  • AMBIENTE — Indivíduos que são expostos excessivamente ou repetidamente à radiação, incluindo radiografias diagnósticas de rotina (por exemplo, radiografia de tórax ou odontológica) e outros materiais radioativos, especialmente durante a infância, podem ter câncer de tireoide e/ou outras formas de câncer.

4 coisas que causam danos à sua tireoide

Estes são os principais fatores que podem arruinar a saúde da sua tireoide:

1. Glúten ⁠— O glúten, assim como outras sensibilidades alimentares, é um notório causador de problemas na tireoide devido às suas propriedades inflamatórias. O glúten causa reações auto-imunes em muitas pessoas e pode ser responsável pela tireoidite de Hashimoto, uma doença comum da tireoide. Cerca de 30% das pessoas que sofrem de tireoidite de Hashimoto têm uma reação auto-imune ao glúten não diagnosticada.

A sensibilidade ao glúten pode causar mau funcionamento do sistema gastrointestinal, impedindo que os alimentos ingeridos sejam completamente digeridos, uma causa comum da síndrome do intestino permeável. As partículas dos alimentos podem ser absorvidas e chegar à corrente sanguínea, onde seu corpo as identifica erroneamente como antígenos — substâncias que não deveriam estar lá — produzindo anticorpos contra elas.

Esses antígenos são similares às moléculas da glândula tireoide. Isso faz com que seu corpo ataque a própria tireoide acidentalmente. Isso é conhecido como reação autoimune, que leva o corpo a atacar a si mesmo. Um exame pode ser feito para detectar a sensibilidade ao glúten ou a outros alimentos, aferindo seus anticorpos IgG e IgA.

Chris Kresser, praticante de medicina integrativa, recomenda O Desafio Sem Glúten O desafio envolve remover qualquer fonte de glúten da sua dieta por 30 dias e adicioná-lo logo após esse período.

"Caso os sintomas sumam durante a fase de eliminação e voltem quando o glúten for reintroduzido à sua alimentação, um diagnóstico de sensibilidade ao glúten pode ser feito", explica Kresser.

2. Soja ⁠— Acredite ou não, a soja não é um alimento tão saudável quanto as indústrias de alimentos e agrícolas dizem.

Quando fermentados tradicionalmente ou de forma correta, produtos de soja orgânicos e não processados, como o natto, miso e tempeh são bons, mas é importante evitar produtos de soja não fermentados como carne de soja, leite de soja, queijo de soja, etc.

Para saber mais sobre os males da soja, leia A História da Soja: O Lado Negro do Alimento Saudável Preferido dos Americanos.

3. Bromo ⁠— O bromo é um desregulador conhecido do sistema endócrino. Já que o brometo também é um haleto, ele compete pelos mesmos receptores utilizados na glândula tireoide para captar iodo. Isso inibe a produção do hormônio tireoidiano, fazendo a tireoide funcionar em níveis abaixo do normal.

Quando uma pessoa ingere ou absorve bromo, ele desloca o iodo. A deficiência de iodo promove um aumento do risco de câncer de mama, glândula tireoide, ovário e próstata. Todos esses tipos de câncer ocorrem em taxas alarmantes hoje em dia. Este fenômeno é significativo o suficiente para ter seu próprio nome: a Teoria do Domínio do Brometo.

Além dos problemas de tireoide e psiquiátricos, o envenenamento por bromo pode se manifestar como erupções cutâneas e acne grave, perda de apetite e dor abdominal, fadiga, gosto metálico na boca e arritmias cardíacas. O bromo pode ser encontrado eu vários lugares, incluindo:

Pesticidas, especificamente o metilbrometo, usado em plantações de morango.

Plásticos, como os utilizados na produção de computadores.

Farinha e panificados frequentemente contêm um "condicionador de massa" chamado brometo de potássio.

Refrigerantes e bebidas adoçadas, incluindo Mountain Dew, Gatorade, Sun Drop, Squirt, Fresca e outras bebidas com sabor cítrico artificial — na forma de óleos vegetais bromados (OVBs)

Medicamentos como Atrovent para nebulização, Atrovent Spray Nasal, brometo de propantelina e agentes anestésicos.

Retardantes de chama como éteres difenílicos polibromados ou PBDEs, que são usados em tecidos, tapetes, estofados e colchões.

Quanto mais você conseguir remover os halogenetos tóxicos do seu corpo, mais iodo ele produzirá, o que melhora o funcionamento da sua tireoide. Laura Power, uma bioquímica nutricional, oferece as seguintes sugestões para aumentar a secreção de flúor e bromo:

  • Aumente sua ingestão de vitamina C
  • Opte por sal marinho não refinado
  • Tome banhos de banheira usando sais de Epson
  • Faça sessões de sauna com infravermelho

4. Estresse e Função Adrenal ⁠— O estresse é um dos principais desreguladores da tireoide. O funcionamento da tireoide está diretamente ligado à nossa função adrenal, que afeta a forma como lidamos com o estresse.

estresse

A maioria das pessoas está quase sempre sob o efeito do estresse crônico, o que aumenta os níveis de adrenalina e cortisol no corpo. Níveis muito altos de cortisol impactam o funcionamento da tireoide. Os níveis do hormônio da tireoide caem durante episódios de estresse, momentos nos quais você mais precisa deles.

Em casos de estresse crônico, o corpo é inundado por adrenalina e cortisol, produzidos pelas glândulas adrenais. Isso interfere nos hormônios da tireoide, causando uma variedade de problemas de saúde como obesidade, pressão alta, colesterol alto e/ou níveis instáveis de açúcar no sangue. Uma reação prolongada ao estresse pode gerar exaustão adrenal, também conhecida como fadiga adrenal, que geralmente ocorre junto com doenças da tireoide.

Mas isso não é tudo. Toxinas ambientais também podem causar estresse. Poluentes como petroquímicos, organoclorados, pesticidas e aditivos químicos para alimentos afetam negativamente o funcionamento da tireoide. Para aliviar o estresse tanto quanto possível em sua vida, eu recomendo meu artigo 8 Dicas de Especialistas Para Lidar com o Estresse.

Iodo: sua melhor arma contra problemas de tireoide

O iodo tem o papel mais importante quando o assunto são hormônios da tireoide. Trata-se de um nutriente importante que se encontra em todos os nossos órgãos e tecidos. Ele é essencial para a saúde da tireoide e para um metabolismo eficiente. Há evidência de que a deficiência de iodo pode causar várias doenças, incluindo câncer.

O iodo é um poderoso agente antibacteriano, antiparasitário, anti-viral e anti-cancerígeno. Ele tem funções importantes no corpo, como fazer a manutenção do peso e metabolismo, desenvolver o cérebro e a função cognitiva, otimizar a fertilidade e fortalecer o sistema imunológico.

Embora as pessoas pensem que o iodo está associado apenas à tireoide, outros tecidos também o absorvem em grande escala, incluindo os seios, pele, glândulas salivárias, pâncreas, cérebro, estômago, fluido cerebral/espinhal e timo.

A deficiência ou insuficiência de iodo em qualquer um desses tecidos pode causar seu mau funcionamento. Alguns sintomas podem sugerir que você não está consumindo iodo suficiente em sua alimentação. Por exemplo, a deficiência de iodo em:

  • Salivares ⁠— Compromete a produção de saliva, causando ressecamento na boca.
  • Pele — Resseca a pele e compromete a capacidade de suar normalmente.
  • Cérebro ⁠— Diminui a atenção e os níveis de QI.
  • Músculos ⁠— Produz nódulos, cicatrizes, dores, fibrose e fibromialgia.

O Total Diet Study, realizado pelo FDA, relatou uma ingestão de iodo de 621 microgramas em crianças de dois anos de idade entre 1974 e 1982, comparada a 373 microgramas entre 1982 e 1991. Durante o mesmo período, a indústria de panificação substituiu os antiaglomerantes à base de iodo por agentes à base de bromo.

Além do desaparecimento do iodo dos nossos alimentos, a exposição a halogênios tóxicos como bromo, flúor, cloro e perclorato aumentou drasticamente. Nós absorvemos esses halogênios através de alimentos, água, medicamentos e do ambiente. Eles ocupam seletivamente nossos receptores de iodo, agravando a deficiência desse nutriente. Aqui estão mais fatores que contribuem para a queda dos níveis de iodo:

Dietas pobres em peixes, mariscos e algas

Dietas veganas ou vegetarianas

Menos utilização do iodo nas indústrias de alimentos e agricultura.

Água tratada com flúor

Contaminação por perclorado nos alimentos

Diminuição do sal iodado

Menos utilização do iodo nas indústrias de alimentos e agricultura.

Uso do iodo radioativo em vários procedimentos médicos, que antagoniza o iodo natural.

Como aumentar naturalmente seus níveis de iodo

Infelizmente, mais de 40% da população mundial sofre com deficiência de iodo. Na verdade, essa deficiência está entre as três mais comuns, junto com a de magnésio e vitamina D.

Confira algumas estratégias para aumentar seus níveis de iodo naturalmente:

  1. Consuma alimentos orgânicos com frequência Lave verduras e legumes para minimizar sua exposição a pesticidas.
  2. Evite tomar bebidas ou armazenar alimentos em recipientes de plástico. Em vez disso, use garrafas de vidro ou cerâmica.
  3. Caso não consiga evitar os grãos, procure opções integrais e orgânicas. Se possível, moa seus próprios grãos. Procure panificados sem bromo. Sempre leia os rótulos e embalagens antes de comprar.
  4. Evite refrigerantes. Torne a água filtrada e natural sua bebida favorita.
  5. Caso tenha banheira em casa, instale um sistema de purificação de ozônio. Ele mantém a água limpa com o mínimo de exposição a produtos químicos.
  6. Use produtos de cuidado pessoal que não contenham substâncias tóxicas. Lembre-se: tudo que você coloca na pele pode chegar à corrente sanguínea.
  7. Em carros ou ambientes internos, mantenha as janelas abertas tanto quanto possível, preferencialmente em lados opostos do ambiente para que ar possa circular. Use circuladores de ar. Poluentes químicos estão presentes em maior concentração dentro de prédios e carros.

Caso você tenha deficiência de iodo, eu recomendo que você procure um profissional de saúde e faça um exame de urina.

Você também pode conseguir uma receita de iodo super saturado para aplicar na pele diariamente. Caso toque em algo com os dedos ligeiramente úmidos e note uma mancha amarela, isso quer dizer que o iodo está saindo por sua pele, o que significa que há iodo mais do que suficiente em seu corpo.

Estratégias simples para melhorar a saúde da sua tireoide

Confira algumas formas simples de melhorar o desempenho da sua tireoide:

Identifique e trate causas subjacentes — Descubra o que está desencadeando seus problemas de tireoide, seja deficiência de iodo, desequilíbrio hormonal, inflamação ou toxidade ambiental. Para melhores resultados, consulte um médico.

Consuma alimentos frescos e ricos em iodo — Além de iniciar uma suplementação com iodo, você pode consumir grandes quantidades de vegetais marinhos como spirulina, hijiki, wakame, arame, dulse, nori e kombu, todos ricos em nutrientes benéficos para a tireoide. Porém, é importante garantir que esses produtos não foram retirados de águas poluídas. A dose recomendada é de cinco gramas por dia. Leite fresco e ovos também contêm iodo.

Preste atenção em aspectos importantes da sua dieta — Consuma castanha do pará, que é rica em selênio. Consuma também alimentos ricos em vitamina A e ômega 3. Evite alimentos e bebidas que contenham soja ou glúten.

Diminua seus níveis de estresse — Medite, faça pausas no trabalho, tome banhos de banheira, saia de férias ou faça qualquer outra coisa que funcione para você. Pratique técnicas de libertação emocional, uma ferramenta psicológica perfeita para reduzir o estresse.

Limite sua exposição a toxinas — Filtre o ar e a água e evite contato com agentes contaminantes. Sessões de sauna com infravermelho podem ajudar seu corpo a combater infecções e toxinas de metais, petroquímicos, pesticidas e mercúrio. A ingestão de chlorella para desintoxicação também é recomendada.

Evite todas as fontes de bromo — O bromo prejudica seu sistema endócrino e está presente em muitas coisas ao seu redor. Apesar da proibição do uso de bromato de potássio na farinha pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o bromo ainda pode ser encontrado em alguns medicamentos, alimentos e produtos de higiene pessoal vendidos sem receita médica. Ler atentamente os rótulos dos produtos pode evitar que você tenha contato com muitas substâncias tóxicas.

Durma por tempo suficiente — Dormir pouco aumenta o estresse e impede que seu corpo se recupere completamente. Para mais dicas sobre como ter um sono de qualidade, confira meu artigo 33 Segredos para Dormir Bem à Noite.

Exercite-se — Exercícios regulares estimulam a tireoide a secretar mais hormônios e aumentam a sensibilidade de todos os tecidos a eles. Acredita-se, inclusive, que muitos dos benefícios dos exercícios se refletem em um melhor funcionamento da tireoide. Leve seu cachorro para passear no parque, corra pela manhã e incorpore musculação à sua rotina.