Por Dr. Mercola
A vitamina D atua na regulação da expressão de centenas de genes, sendo parte integrante de funções biológicas que atingem todos os sistemas do organismo. Como pode perceber neste breve vídeo, a insuficiência ou deficiência de vitamina D pode provocar diversos sintomas de caráter generalizado, os quais você pode ter relacionado a outras condições de saúde.
A vitamina D também é chamada de vitamina do sol, pois sua pele a produz durante a exposição à luz ultravioleta do sol. No organismo, a vitamina D exerce diversas funções, tais como manter os níveis adequados de cálcio e fosfato, que são essenciais para uma mineralização normal dos ossos.
Auxilia na diminuição da inflamação, algo fundamental para a modulação do crescimento celular e da função imunológica. A vitamina D também atua sobre os genes que regulam a diferenciação celular e a apoptose.
A 25-hidroxivitamina D (25OHD) é o principal indicador dos níveis de vitamina D.
Importante salientar que a definição de insuficiência ou deficiência de vitamina D depende das concentrações séricas usadas. Alguns pesquisadores utilizam 20 nanogramas por mililitro (ng/mL) ou 50 nanomols por litro (nmol/L). Nos Estados Unidos, ng/mL é usado com maior frequência, enquanto na Europa o padrão é nmol/L.
O GrassrootsHealth Nutrient Research Institute, por sua vez, indica uma concentração sérica de 40 ng/mL a 60 ng/mL ou 100 nmol/L a 150 nmol/L de vitamina D. De acordo com essa base, a quantidade de pessoas com uma provável deficiência de vitamina D seria muito maior.
14 sinais de que você pode ter uma deficiência de vitamina D
Para diminuir o risco de doenças virais e bacterianas, é fundamental manter sua vitamina D em níveis saudáveis, em especial na temporada de gripes e resfriados, e na atual pandemia de COVID-19. O melhor modo de encontrar seus níveis de vitamina D é através de um exame de sangue, mas veja alguns sintomas que podem apontar para baixos níveis da vitamina.
1. Dores musculares — Quase metade de todos os adultos sofrem de dores musculares. Os pesquisadores acreditam que a maioria deles apresenta uma deficiência de vitamina D. Alguns estudos apontam para a existência de receptores da vitamina D nos nervos que atuam na percepção da dor. Uma pesquisa em modelo animal comprovou que alimentação com deficiência de vitamina D pode levar a uma profunda hipersensibilidade muscular sem relação a níveis baixos de cálcio.
2. Dores ósseas — A vitamina D atua na regulação do cálcio no organismo, algo essencial para proteger a saúde dos ossos. A deficiência de vitamina D pode levar à osteomalácia, que é o amolecimento dos ossos. E a osteomalácia pode ser precursora da osteoporose.
3. Fadiga — Um sintoma comum em diversas condições de saúde, incluindo a privação do sono. De acordo com o que os pesquisadores descobriram, a suplementação pode melhorar os sintomas de fadiga de pacientes com câncer.
Pesquisadores de um estudo com 174 adultos que sofriam de fadiga, mas com condições médicas estáveis, encontraram deficiência de vitamina D em 77,2% dos participantes. Após a normalização da vitamina, os sintomas de fadiga apresentaram uma melhora considerável.
4. Diminuição do desempenho muscular — A deficiência de vitamina D é comum tanto em atletas como em outras pessoas. Ela é essencial para o desenvolvimento, a força e o desempenho dos músculos. Idosos que recorrem à suplementação de vitamina D apresentam menos risco de quedas e melhor desempenho muscular.
A correção pela suplementação oral ou exposição consciente ao sol pode baixar os sintomas de fraturas por estresse, dores musculoesqueléticas e enfermidade frequente. A vitamina D também apresenta uma ação direta para o desempenho muscular. O autor de um artigo do Journal of the American Academy of Orthopaedic Surgeons escreveu:
“Os níveis séricos mais elevados de vitamina D têm relação com a diminuição das taxas de lesões e melhor desempenho esportivo. A vitamina D parece atuar na força muscular, prevenção de lesões e desempenho esportivo em um subconjunto da população.”
5. Saúde cerebral — A vitamina D também é fundamental para a saúde cerebral. Sua deficiência pode incluir sintomas de demência pelo aumento da beta-amiloide solúvel e insolúvel, que é um fator na doença de Alzheimer. Pesquisas também descobriram uma relação com a depressão que pode estar vinculada à função da vitamina D de amortizar os níveis mais elevados de cálcio no cérebro.
Em gestantes, a deficiência de vitamina D pode elevar o risco de autismo e de distúrbios semelhantes à esquizofrenia no bebê. Um estudo conduzido com pessoas que sofriam de fibromialgia chegou à conclusão de que a deficiência de vitamina D era mais comum naqueles que apresentavam ansiedade e depressão. Outro estudo sobre a deficiência de vitamina D em obesos descobriu uma associação entre níveis baixos de vitamina D e depressão.
6. Noites mal dormidas — Ainda não foi identificado o mecanismo que relaciona a vitamina D e a qualidade do sono. Mas pesquisas descobriram que indivíduos com níveis baixos de vitamina D dormem mal e têm um risco maior de apresentar distúrbios do sono.
7. Sudorese na cabeça — O excesso de suor, em especial na cabeça, ou uma mudança no padrão da sudorese, podem apontar para uma deficiência de vitamina D.
8. Queda capilar — A vitamina D é fundamental para a proliferação dos queratinócitos e exerce um papel preponderante no ciclo capilar. Ao que parece, o receptor da vitamina D atua na fase anágena do crescimento capilar, levando os pesquisadores à conclusão de que os "tratamentos que suprarregulam o receptor da vitamina D podem ser bem-sucedidos no tratamento de distúrbios capilares, sendo uma possível área para maiores estudos".
9. Lentidão na cicatrização de feridas — As feridas crônicas representam um enorme desafio para a saúde pública. Nos Estados Unidos, as feridas crônicas afetam 2% da população e, segundo as estimativas, são responsáveis por 5,5% das despesas médicas Serviço Nacional de Saúde no Reino Unido. A vitamina D estimula a cicatrização de feridas e a formação de um peptídeo capaz de combater infecções em feridas, a catelicidina.
10. Tontura — Evidências em modelos animais indicam que a vitamina D é fundamental para o desenvolvimento do ouvido interno, interferindo no equilíbrio e na coordenação. Em uma análise com indivíduos que sofriam de neurite vestibular acompanhada de vertigem, os níveis séricos de vitamina D se mostraram mais baixos do que naqueles que não sofrem de neurite vestibular.
11. Problemas cardíacos — É fato comprovado por estudos clínicos que a vitamina D3 melhora a circulação e pode ajudar nos quadros de pressão alta. Pesquisadores de um estudo perceberam que a vitamina D3 também apresenta uma ação expressiva sobre as células endoteliais que revestem o sistema cardiovascular. Eles perceberam que a vitamina D ajudava a equilibrar as concentrações de óxido nítrico e de peroxinitrito, melhorando a função endotelial.
12. Excesso de peso — Ainda não se sabe como a vitamina D interfere na obesidade. Contudo, dados revelam a existência da probabilidade elevada de deficiência em pessoas que sofrem de obesidade.
13. Infecções recorrentes — Diversos estudos epidemiológicos comprovam que a deficiência de vitamina D pode elevar o risco de infecção, bem como sua gravidade, em especial infecções do trato respiratório. Diversos estudos comprovaram que a deficiência de vitamina D eleva o possível risco de enfermidades graves e mortalidade, em particular em indivíduos com doenças graves.
14. Diminuição da função cognitiva — Dados revelam que a deficiência de vitamina D duplica o risco de demência e eleva o risco de danos à função cognitiva.
80% das pessoas que pegaram COVID-19 têm deficiência de vitamina D
A vitamina D é de grande importância para o desenvolvimento e gravidade de diversas doenças. Por isso, suspeitei que, desde o início da pandemia de COVID-19, melhorar os níveis de vitamina D diminuiria de forma considerável a incidência de infecção e mortalidade da população como um todo.
Desde então, isso foi comprovado por evidências crescentes. Pesquisadores descobriram repetidas vezes que níveis mais altos de vitamina D diminuíam o número de testes positivos, hospitalizações e mortalidade associados à COVID-19.
Publicado no final de 2020, um estudo examinou os níveis séricos de 25OHD de pacientes hospitalizados por COVID-19 no intuito de estimar a influência que teria na gravidade da doença. Os pesquisadores descobriram que 82,2% dos indivíduos com COVID-19 apresentavam deficiência de vitamina D (níveis inferiores a 20 ng/mL).
O curioso é que eles também descobriram que os pacientes com deficiência de vitamina D apresentavam uma maior prevalência de doenças cardiovasculares, hipertensão, altos níveis de ferro e internação mais prolongada. Outro estudo chegou a resultados semelhantes apenas com pessoas cujos exames de COVID-19 deram positivo.
Colocando de outra forma, tais pacientes foram submetidos a exames de PCR, que é notório pelas chances altas de resultados falso-positivos, sem que tivessem necessariamente os sintomas da doença. Contudo, aqueles que eram "passíveis da deficiência" de vitamina D também apresentavam um aumento no risco de exames positivos.
Dados recentes revelaram que o número de admissões em UTI de indivíduos submetidos à suplementação de vitamina D3 durante a hospitalização por COVID-19 sofreu uma redução de 82%, com 64% de queda na taxa de mortalidade. Observação do editor: o rascunho desse estudo foi recolhido devido a “preocupações quanto à descrição da pesquisa”, mas uma versão arquivada ainda se encontra disponível.
Antes de o artigo ser recolhido, suas informações levaram o parlamentar britânico David Davis a solicitar uma reavaliação das recomendações oficiais acerca da vitamina D. Ele tuitou: “As descobertas desse grande e bem conduzido estudo devem resultar na administração dessa terapia a todos os pacientes com COVID em todos os hospitais nas zonas temperadas”.
Ele adicionou que a demonstração da "clara relação entre a vitamina D e a mortalidade por COVID é causal", e seu governo deve ampliar a disponibilidade gratuita de suplementos de vitamina D para as populações vulneráveis. Outros especialistas também solicitaram recomendações oficiais para a vitamina D.
Vale lembrar que, muito antes da pandemia de COVID-19, já haviam dados comprovando que indivíduos com deficiência de vitamina D apresentam maior risco de desenvolver doenças graves. Contudo, informações que sugerem o outro lado da mesma moeda, isto é, que a suplementação de vitamina D pode ser benéfica para a gravidade da doença, podem sofrer ataques.
Fica evidente entender que, se soluções simples e baratas como a vitamina D, a hidroxicloroquina e o zinco puderem diminuir o possível risco de doenças graves e de mortalidade, se perderiam os bilhões de dólares que as empresas farmacêuticas ganhariam com a vacinação do mundo inteiro.
Ao contrário dos penosos relatos de eventos adversos da vacina que são recebido pelo Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas (VAERS) nos EUA, a suplementação de vitamina D, magnésio e vitamina K2 é estudada há anos, sendo considerada "bem tolerada".
O magnésio e a vitamina K2 reforçam o suplemento de vitamina D3
Eu já escrevi sobre a importância de se tomar vitamina K2 MK-7 e magnésio em conjunto com o suplemento de vitamina D3. Ambos exercem um papel pertinente para a saúde geral, bem como para a biodisponibilidade e aplicação de vitamina D no organismo. Quando não toma magnésio e a vitamina K2, você pode precisar de quase 2,5 vezes mais vitamina D. Esse fato é uma descoberta da GrassrootsHealth em seu projeto chamado D*action.
Desde 2007, quando a GrassrootsHealth deu início a suas pesquisas acerca de nutrientes na população em grande escala, mais de 10.000 pessoas disponibilizaram informações sobre o uso que faziam de suplementos e seu estado geral de saúde.
Tais informações levaram à recomendação de que os níveis séricos de 40 ng/ml e 60 ng/ml (100 nmol/L a 150 nmol/L) de vitamina D são seguros, eficazes e incorrem em menor incidência geral de doenças e despesas médicas. Como a GrassrootsHealth relata a partir de seus dados:
"... Foram necessários 244% a mais de vitamina D na forma de suplemento para 50% da população atingir 40 ng/ml (100 nmol/L) entre aqueles que não tomavam suplementos de magnésio ou vitamina K2 em comparação com os que tinham hábito de tomar suplementos de magnésio e vitamina K2."
Em termos práticos, isso significa que, ao tomar vitamina K2 e magnésio em conjunto com a vitamina D, você precisa de uma quantidade muito menor de vitamina D para alcançar um nível saudável.