A vitamina D reduz mortes por câncer

Fatos verificados
Vitamina D para prevenir câncer

Resumo da matéria -

  • Diversos estudos recentes, mostraram que a vitamina D pode apresentar um impacto significativo contra o câncer
  • Uma análise secundária do estudo VITAL, descobriu que pacientes sem histórico anterior de câncer que consumiram cerca de 2.000 UI de vitamina D por dia reduziram o risco de câncer metastático e o risco de mortalidade em 17%
  • O risco de câncer metastático e da mortalidade também foi reduzido em até 38% nas pessoas que mantiveram um peso saudável
  • Outra meta-análise constatou que a suplementação feita com vitamina D resultou em uma redução de até 30% nos resultados adversos do câncer colorretal. A vitamina D também trouxe uma melhora nos resultados dos pacientes já diagnosticados com câncer colorretal
  • A pesquisa também descobriu que mulheres com um nível de vitamina D igual ou superior a 60 ng/mL (150 nmol/L) têm um risco de 82% menor de câncer de mama, quando comparadas com aquelas que possuem níveis abaixo de 20 ng/mL (50 nmol/L)

Por Dr. Mercola

Boas notícias para as pessoas que se certificaram de que seus níveis de vitamina D estão otimizados. Diversos estudos recentes, mostraram que a vitamina D pode apresentar um impacto significativo contra o câncer.

A vitamina D reduz a mortalidade por câncer

Em um dos primeiros estudos realizados sobre isso, que incluiu 25.871 pacientes, a suplementação de vitamina D reduziu o risco de câncer metastático e mortalidade em 17%. O risco foi reduzido em até 38% entre as pessoas que também mantiveram um peso saudável.

Esse foi um estudo mal feito, pois eles deram aos participantes 2.000 UI por dia e nunca mediram seus níveis sanguíneos. Se não houvesse melhora, eu não teria ficado surpreso, porém, o fato é que ainda reduziu o câncer metastático e a mortalidade em 17%, e eles encontraram benefícios significativos nas pessoas que não eram obesas.

Isso é um fato notável, porém não tão bom quanto os estudos epidemiológicos que mostram uma redução de 50% a 78% nas pessoas com vitamina D suficiente, como sugerido em um estudo mais à frente. Dito isso, a UPI relatou os resultados dizendo:

"Os benefícios da vitamina D3 em limitar as metástases, ou a propagação da doença para outros órgãos e a gravidade, foram observados em todos os tipos de câncer, e foi sobretudo proeminente entre os participantes do estudo que mantiveram um peso saudável...

'A principal mensagem [de nosso estudo] é de que a vitamina D pode provocar uma redução na chance de desenvolver câncer metastático ou fatal entre adultos sem diagnóstico da doença', disse a co-autora do estudo, Dra. Paulette Chandler, à UPI."

O estudo, publicado no JAMA Network Open, é uma análise secundária do Estudo VITAL que, em parte, buscou determinar se ingerir 2.000 UI de vitamina D por dia reduziria o risco de câncer, doença cardíaca ou derrame em pessoas que não tinham histórico dessas doenças.

O próprio estudo VITAL, que acompanhou pacientes cerca de 5,3 anos, não encontrou diferença estatística nas taxas gerais de câncer nas pessoas que consumiram vitamina D3, porém houve uma redução nas mortes relacionadas ao câncer, o que motivou essa análise secundária.

A obesidade é um fator que pode atrapalhar os benefícios da vitamina D

Os pacientes com um peso saudável obtiveram um benefício muito maior, com uma redução de 38% no risco de câncer metastático e na mortalidade, em comparação com 17% dos pacientes que não tinham um peso saudável. Isso sugere que seu peso corporal pode ter um papel significativo no fato da suplementação de vitamina D poder fornecer os benefícios contra o câncer que você busca.

Segundo a coautora do estudo, Dra. Paulette Chandler, professora assistente de medicina no Hospital Brigham and Women's em Boston, "Nosso estudo destaca que a obesidade pode conferir resistência aos efeitos da vitamina D."

Pode existir algo nisso. Uma pesquisa de 2010, descobriu que a frutose dietética atrapalha a absorção intestinal de cálcio, induzindo assim a insuficiência de vitamina D em pessoas que possuem doença renal crônica.

Sendo assim, a vitamina D tende a apresentar menores quantidades em pessoas obesas, pelo fato de ser um nutriente lipossolúvel e quando se é obeso, a vitamina D acaba sendo "de certa forma diluída". Conforme explicado no artigo "Vitamin D in Obesity", publicado em 2017:

"O nível sérico de vitamina D é mais baixo em pessoas obesas; é importante entender o mecanismo desse efeito e se isso indica uma deficiência significativa... A vitamina D é solúvel em gordura e distribuída na gordura, músculos, fígado e soro.

Todos esses compartimentos são aumentados em volume na obesidade, então um nível mais baixo de vitamina D reflete um efeito de diluição volumétrica e os estoques dessa vitamina no organismo podem ser adequados... Pessoas obesas precisam de doses mais altas de vitamina D para atingir a mesma 25-hidroxivitamina D (calcifediol) sérica com peso normal."

Embora esse artigo tenha o foco em que reduzir a vitamina D em indivíduos obesos pode não significar que eles são deficientes, outros podem discordar. Por exemplo, um estudo descobriu que para cada 10% de aumento no índice de massa corporal, existe uma redução de 4,2% nos níveis sanguíneos de vitamina D. Segundo os autores desse estudo em específico, a obesidade pode de fato ser um fator ligado ao desenvolvimento da deficiência de vitamina D.

A vitamina D também melhora a eficácia contra o câncer colorretal

Uma revisão científica publicada na edição de setembro de 2020 do British Journal of Cancer, observou que possuir um baixo teor de vitamina D pode ser prejudicial contra o câncer colorretal.

Para avaliar se a suplementação de vitamina D pode melhorar a sobrevida desses pacientes, eles revisaram os resultados de 7 ensaios, 3 dos quais incluíram pacientes com diagnóstico de câncer colorretal desde o início e quatro ensaios populacionais que relataram sobrevida em casos incidentes.

Outra meta-análise constatou que a suplementação realizada com vitamina D resultou em uma redução de até 30% nos resultados adversos do câncer colorretal. A vitamina D também trouxe uma melhora nos resultados dos pacientes já diagnosticados com câncer colorretal. Segundo os autores:

"A meta-análise demonstra um benefício clinicamente significativo da suplementação feito com vitamina D nos resultados de sobrevida do câncer colorretal. Mais RCTs bem desenhados e com potência adequada são necessários para... determinar a dosagem adequada."

Baixos níveis de vitamina D ligada a um aumento da incidência de câncer

Outra revisão e meta-análise publicada em novembro de 2019 na Bioscience Reports, analisou a suplementação de vitamina D na incidência de câncer e mortalidade em geral. Dez ensaios clínicos randomizados com cerca de 81.362 participantes foram incluídos na análise.

Enquanto a taxa de incidência de câncer foi semelhante entre o grupo de intervenção com vitamina D e o grupo de controle com placebo (9,16% X 9,29%), a redução do risco na mortalidade foi considerada "significativa". Conforme relatado pelos autores:

“A taxa de mortalidade por câncer foi entre 2,11% (821 casos) e 2,43% (942 casos) no grupo de intervenção com vitamina D e no grupo placebo, resultando em uma redução significativa do risco (RR = 0,87).

Não foi observada heterogeneidade ou segmento de publicação... Nossos resultados apoiam um efeito benéfico do suplemento de vitamina D na redução da mortalidade por câncer, sobretudo em subpopulações sem histórico de câncer, uso extra de vitamina D ou suplemento de cálcio."

A vitamina D protege contra o câncer de mama

Diversos estudos mostraram os benefícios da vitamina D para o câncer de mama. Uma análise da GrassrootsHealth publicada em junho de 2018 na PLOS ONE, mostrou que mulheres possuindo um nível de vitamina D igual ou superior a 60 ng/mL (150 nmol/L) tinham um risco 82% menor de desenvolver câncer de mama, quando comparadas com as com de níveis abaixo de 20 ng/mL (50 nmol/L).

Um estudo realizado antes, onde analisou mulheres no Reino Unido, descobriu que um nível de vitamina D acima de 60 ng/mL resultou em um risco de câncer de mama 83% menor, sendo quase idêntico à análise de 2018 da GrassrootsHealth.

Uma das meta-análises mais recentes a respeito do câncer de mama foi publicada em 28 de dezembro de 2019, no jornal Aging. Aqui teve uma revisão de 70 estudos observacionais, descobrindo que para cada aumento de 2 ng/mL (5 nmol/L) no nível de vitamina D, havia uma diminuição cerca de 6% na incidência de câncer de mama.

Isso se mostra em um risco reduzido de 71% quando você aumenta seu nível de vitamina D de 20 ng/mL para 60 ng/mL. O gráfico a seguir, criado pela GrassrootsHealth, mostra a resposta à dose entre os níveis de vitamina D e o risco de câncer de mama encontrado nesse estudo.

resposta à dose entre os níveis de vitamina D e o risco de câncer de mama

A análise de 2018 da GrassrootsHealth no PLOS ONE também analisou essa relação de dose. Para fazer isso, eles analisaram a porcentagem de participantes que não tinham câncer de mama em vários grupos de vitamina D, desde deficientes (abaixo de 20 ng/mL) a níveis elevados (de 60 ng/mL ou mais), com o passar do tempo (quatro anos).

Como pode observar, quanto mais elevado é o nível de vitamina D no sangue, menor será incidência de câncer de mama. O gráfico abaixo mostra essa eficácia relacionada à dose. Nesses quatro anos, a porcentagem das mulheres com diagnóstico de câncer de mama no grupo de 60 ng/mL foi 78% menor do que entre aquelas com níveis sanguíneos abaixo de 20 ng/mL.

porcentagem das mulheres com diagnóstico de câncer de mama

Como Melhorar Seus Níveis de Vitamina D

Se você vive no hemisfério norte, que hoje em dia está entrando na época de inverno, agora é a hora de verificar seu nível de vitamina D e começar a agir para elevá-lo caso o mesmo esteja abaixo de 40 ng/mL (100 nmol/L). Como você pode observar nos estudos acima, um nível de vitamina D de 60 ng/mL (150 nmol/L) ou superior é recomendado caso queira se proteger contra o câncer.

Uma maneira fácil e barata de fazê-lo é encomendando o kit para teste de vitamina D da GrassrootsHealth. Uma vez que você sabe seu nível atual de vitamina D, use o método para calcular a quantidade de vitamina D da GrassrootsHealth para determinar quanto de vitamina D é necessária para atingir o nível ideal. Para otimizar a absorção e utilização da vitamina D, consuma vitamina D com vitamina K2 e magnésio.

Por fim, se lembre de realizar outra vez o teste de 3 a 4 meses para ter certeza de que atingiu seu nível ideal. Caso você tenha atingido, saberá que está ingerindo a dosagem correta. Caso ainda esteja baixo (ou atingiu um nível acima de 80 ng/mL), você precisará ajustar sua dosagem de acordo e testar outra vez em mais 3 a 4 meses.