Tratamento da síndrome pós-COVID-19

Fatos verificados
Síndrome pós-COVID-19

Resumo da matéria -

  • A síndrome pós-COVID se refere a sintomas que persistem durante 4 ou mais semanas após uma infecção inicial pela mesma
  • O médico internista, cardiologista e editor de duas revistas médicas, Dr. Peter McCullough, fala sobre os tratamentos potenciais para a síndrome pós-COVID
  • McCullough utiliza aspirina em dose completa de 325 miligramas por dia, em quase todas as pessoas com síndrome de pós-COVID que não possuem um coágulo de sangue importante, além de outros medicamentos
  • Uma alternativa ainda melhor que a aspirina são as enzimas fibrinolíticas digestivas como a lumbroquinase e a serrapeptase; qualquer pessoa que teve COVID-19, sobretudo apresentando sintomas significativos, deve considerar a ingestão de enzimas fibrinolíticas digestivas para se certificar de que não há coagulação
  • Uma alternativa para determinar se a coagulação está ocorrendo é através de um teste chamado D-dímero, embora o mesmo possa ter um custo elevado
  • O protocolo I-RECOVER da FLCCC pode ser baixado na íntegra, fornecendo instruções detalhadas sobre como tratar a síndrome de pós-COVID e / ou reações de injeções de COVID-19

Por Dr. Mercola

A síndrome de COVID prolongada, conhecida como síndrome pós-COVID ou COVID crônico, se refere a sintomas que persistem durante 4 ou mais semanas após uma infecção inicial pela mesma. O médico internista e cardiologista certificado, Dr. Peter McCullough, fala a respeito dos possíveis tratamentos para essa síndrome no vídeo acima, incluindo quais testes podem ser necessários e quando procurar atendimento médico de emergência.

Muitos dos sintomas também podem ser semelhantes com os causados devido a injeções de COVID-19, e McCullough detalha às quatro categorias de síndromes do COVID-19 que já observou. Por mais que qualquer pessoa possa ter COVID por um maior período, aquelas que estão doentes o suficiente para serem hospitalizados na UTI se trata de situações emergenciais.

Segundo McCullough, 50% desse grupo terá manifestações da síndrome pós-COVID. “Portanto, quanto mais doente uma pessoa estiver e quanto maior for a duração do COVID, maior será a probabilidade de ter a síndrome pós-COVID. Essa é a razão de gostarmos do tratamento precoce. Ao encurtar a duração dos sintomas há menos chance de que a síndrome pós-COVID ocorra.”

Sintomas comuns da síndrome pós-COVID

Os sinais e sintomas dessa síndrome, que pode persistir durante 4 semanas ou mais, após ser diagnosticado com COVID-19, incluem:

Fadiga

Dificuldade para respirar, falta de ar

Tosse

Dores nas articulações

Dor no peito

Problemas de memória, falta de concentração ou de sono

Dores musculares e dor de cabeça

Batimento cardíaco rápido ou acelerado

Perda de paladar ou olfato

Ansiedade e depressão

Febre

Tontura quando fica de pé

Sintomas agravados após atividades físicas ou mentais

Esses sintomas são resultado de danos aos seguintes sistemas do corpo:

  • Pulmonar/pulmões
  • Imunológico/alergia
  • Mitocôndria/sistema de energia
  • Coração
  • Sistema nervoso periférico/central

Segundo McCullough, um artigo apresentado pelo Dr. Bruce Patterson na Cúpula Internacional COVID em Roma, de 12 a 14 de setembro de 2021, mostrou que em “indivíduos que já tiveram um COVID mais agravado, 15 meses após o segmento s1 da proteína spike é recuperável de monócitos humanos.” Ele ressaltou:

“Isso significa que o corpo foi coberto com o vírus e passa 15 meses, de certa forma, tentando limpar a proteína spike de nossos tecidos. Não é de se admirar que as pessoas tenham a síndrome pós-COVID.”

Fique atento a coágulos de sangue durante no mínimo 90 dias

Se você teve COVID-19, sobretudo se foi um caso grave, fique ciente de que coágulos sanguíneos e problemas cardíacos, incluindo ataque cardíaco, podem ocorrer por 90 dias ou mais. Acredita-se que os restos do vírus permaneçam no sistema nervoso, pulmões, coração e em outros órgãos.

Se os sintomas incluem falta de ar, tosse com sangue ou dores ao respirar fundo, isso pode ser devido a uma embolia pulmonar tardia ou a um coágulo de sangue indo para os pulmões. “Já observamos isso em mais de uma ocasião”, disse McCullough.

Nesse caso, McCullough recomenda uma tomografia computadorizada de tórax com contraste e, se for encontrado algum coágulo de sangue, anticoagulantes orais durante 3 a 6 meses. McCullough utiliza aspirina em dose completa de 325 miligramas por dia, em quase todas as pessoas com síndrome de pós-COVID que não possuem um coágulo de sangue importante, além de outros medicamentos.

No entanto, uma alternativa mais segura e de certo modo eficaz, podendo ser semelhante à aspirina, são as enzimas fibrinolíticas digestivas, como a lumbroquinase e a serrapeptase. Você pode alternar entre às duas enzimas, ingerindo um dia a lumbroquinase e no próximo aserrapeptase, pois precisará fazer o uso cerca de 3 meses, podendo desenvolver alguma sensibilidade a elas, a longo prazo.

Qualquer pessoa que já teve COVID-19, sobretudo com sintomas significativos, deve considerar a ingestão de enzimas fibrinolíticas digestivas para se certificar de que não tenha coagulação. Uma alternativa para determinar se a coagulação está ocorrendo é através de um teste chamado D-dímero, embora o mesmo possa ter um custo elevado. D-dímero é um fragmento de proteína produzida pelo organismo quando um coágulo de sangue se dissolve.

É de certo modo indetectável ou está presente apenas em níveis muito baixos, porém seu nível pode aumentar de modo significativo quando o corpo está se formando e quebrando coágulos sanguíneos. Se o seu teste de D-dímero estiver baixo, você não precisa ingerir as enzimas. Do mesmo modo, se você teve um caso de COVID-19 muito leve, como um resfriado, você talvez não necessitará deles.

Além de uma tomografia computadorizada para descartar embolia pulmonar caso estiver tendo sintomas e faça um teste de D-dímero, McCullough sugere um teste de proteína C reativa de alta sensibilidade (CRP), que fornece um índice geral de inflamação. Lembre-se, porém, como disse McCullough:

“Essa busca por um coágulo sanguíneo é muito importante. Já observei diversos casos onde os coágulos sanguíneos não foram identificados... isso agora é quase uma ocorrência diária, de certo modo nos primeiros 90 dias após COVID-19. Penso que após esse tempo, torna-se cada vez menos provável.”

Problemas cardíacos e neurológicos são comuns

A inflamação ao redor do revestimento do coração, chamada de pericardite e do revestimento dos pulmões, a pleurite, também pode ocorrer na síndrome pós-COVID. “O vírus pode provocar inflamação e o pico de proteína está no organismo, é a inflamação desencadeada e, mais importante, esse é de fato um diagnóstico clínico”, disse McCullough. Ele prescreve esteroides e colchicina, um anti-inflamatório muito utilizado no tratamento de gota para reduzir o ácido úrico alto, nesses casos.

Existe um risco real de ocorrência de ataque cardíaco ou derrame cerebral na síndrome de pós -COVID, então McCullough ressalta para as pessoas que estão se recuperando para "estarem sempre atentas", sobretudo se você tiver um stent coronário ou estenose carotídea.

Síndromes neurológicas na síndrome pós-COVID também ocorrem, embora não sejam bem descritas. Os sintomas incluem: dores nas articulações, músculos, dores de cabeça, névoa mental e zumbido (zumbido nos ouvidos). Em algumas pessoas podem ocorrer alterações no sistema nervoso autônomo, como aumento da frequência cardíaca e neuropatias sensoriais, incluindo dormência e fraqueza nas pernas.

O apresentador de McCullough no vídeo, Dr. Al Johnson, recomenda o uso de um rolo de espuma nas costas, de 3 a 5 vezes ao dia, para relaxar o sistema nervoso, bem como para aliviar dores nas costelas devido à tosse. McCullough obteve algum sucesso no tratamento de sintomas neurológicos com um SSRI mais antigo, chamado fluvoxamina.

Suplementos que desempenham um papel importante na síndrome pós-COVID

Dr. Johnson recomenda diversos suplementos para ajudar na cura da síndrome pós-COVID. Dentre eles:

  • Vitamina C, porque ajuda a tratar inflamação
  • Vitamina D, para prevenção e para tratamento
  • Glutationa, pois ajuda a acalmar processos inflamatórios
  • A N-acetilcisteína (NAC) desempenha um papel como precursor da glutationa

McCullough, um médico alopata esclarecido, reconhece o papel que as terapias dietéticas e integrativas desempenham em ajudar as pessoas a se recuperarem da síndrome pós-COVID:

“Como médico alopata, não tenho habilidade para entender como funciona o suo de vitaminas e suplementos como nossos colegas integrativos, holísticos e naturopatas, porém eles desempenharam um papel importante no COVID-19. Vou apenas fazer a observação de que COVID-19 é uma enorme cepa catabólica... a perda de peso é grande.

É uma grande pressão para o organismo... queremos evitar alimentos com muito açúcar. Quando alguém tem COVID-19 agudo e passa para a síndrome pós-COVID, deve evitar ao máximo alimentos com muito açúcar... pois o mesmo parece alimentar o vírus. Parece alimentar processos inflamatórios.”

McCullough também encaminhou alguns pacientes para quiropráticos em sua área, observando que “a síndrome de pós-COVID, de todas as doenças que enfrentamos, é para cuidado colaborativo e integrativo. Existem muitos elementos nisso.” Da mesma forma, Johnson sugere uma combinação de fisioterapia e exercícios, mas não exercícios excessivos, para auxiliar na recuperação do funcionamento normal do sistema músculo-esquelético.

Promova um microbioma saudável

A pesquisa da Dra. Sabine Hazan mostrou que seu microbioma desempenha um papel importante no COVID-19. Segundo McCullough, ela descobriu que uma das razões pela qual certas pessoas de uma mesma residência não desenvolvem COVID-19 enquanto outras desenvolvem de maneira severa. Um dos benefícios de um microbioma saudável é a proteção contra o desenvolvimento de COVID-19. Bifidobacterium, observa McCullough, está entre as principais bactérias que parecem lutar contra COVID-19.

“COVID-19 é de fato uma síndrome GI”, disse ele. O SARS-CoV-2 se acumula no nariz e na boca e, à medida que você engole, é introduzido no trato gastrointestinal. Segundo a Forbes, Li Tongzeng, vice-diretor do departamento de doenças respiratórias e infecciosas do Beijing You An Hospital, citou a pesquisa de que o SARS-CoV-2 sobrevive mais no ânus e nas fezes do que no trato respiratório.

Devido a isso, uma citologia anal pode detectar com mais precisão casos leves ou assintomáticos do que um teste de nariz ou garganta.

Ficar longe de alimentos que prejudicam o trato gastrointestinal é importante, e Johnson recomenda uma dieta limpa com alimentos orgânicos e água mineral engarrafada, se for possível. Consumir alimentos fermentados ou ingerir um probiótico de alta qualidade também é essencial para a saúde intestinal, assim como evitar o uso desnecessário de antibióticos e alimentos processados.

Fadiga crônica e distúrbios do sono

A fadiga crônica é um grande problema para muitas pessoas com síndrome pós-COVID e, para isso, Johnson recomenda a oxigenoterapia hiperbárica (OHB). A capacidade de melhorar a função mitocondrial é uma das razões pelas quais eu sou fascinado com oxigenoterapia hiperbárica. Como explicou Johnson, “as toxinas afetam as mitocôndrias... os pequenos motores em nosso corpo que criam ATP, o nosso sistema de energia.”

A HBOT protege contra a disfunção mitocondrial, acelerando a produção de mitocôndrias e ATP, ajudando a aumentar a energia enquanto reduz a névoa do cerebral e a fadiga. Além disso, acrescentou Johnson, ajuda a curar tecidos corporais como pulmões, coração e músculos, enquanto reduz inflamação e os sintomas.

Se os distúrbios do sono forem um problema, McCullough recomenda evitar o álcool por pelo menos 1 mês, pois “apenas uma bebida em 28 dias prejudicará o sono”. O Grupo de Trabalho em Cuidados Críticos do Front Line COVID-19 (FLCCC) possui um protocolo de gestão I-RECOVER para síndrome pós-COVID-19 que inclui a melatonina, que também pode auxiliar nos distúrbios do sono.

Miocardite induzida por injeção é pior que a de COVID

McCullough detalhou as síndromes não fatais que ocorrem após as injeções de COVID-19, que causam sintomas semelhantes aos da síndrome pós-COVID em muitos casos. As síndromes induzidas por injeção se enquadram em quatro áreas, sendo a primeira cardíaca.

A miocardite é um efeito reconhecido de ambos do COVID-19 e de injeções do COVID-19, porém são diferentes, disse McCullough. “É provável que uma criança seja hospitalizada com miocardite após uma injeção Pfizer ou Moderna do que ser hospitalizada com COVID-19”, disse ele.

Além da miocardite, fibrilação atrial em jovens, a pericardite também pode ocorrer após a injeção de COVID-19. A segunda categoria de síndromes induzidas por injeção é neurológica, que causa sintomas neurológicos semelhantes aos da síndrome pós-COVID-19, bem como efeitos adicionais mais sérios. Isso inclui a síndrome de Guillain-Barré, que pode ser fatal, paralisia de sino, convulsões, dores de cabeça persistentes e coágulos sanguíneos no cérebro.

A terceira categoria é imunológica, que inclui a supressão da contagem de linfócitos e reativação de outras síndromes virais, incluindo o vírus de Epstein-Barr e herpes zoster. A quarta categoria hematológica, ocorre cerca de duas semanas após a injeção e descreve a púrpura trombocitopênica induzida pela vacina.

Os sinais incluem: hematomas por todo o corpo, sangramento nas gengivas, no nariz e urina escura. Caso você observe esses sinais nas semanas após receber uma injeção de COVID-19, vá para o hospital imediatamente.

“O que acontece”, diz McCullough, “é que a injeção engana oorganismo e dá uma apresentação antigênica excessiva de plaquetas ao baço, o baço produz um anticorpo que fixa de fato as plaquetas contra as paredes dos vasos sanguíneos... e é isso que impulsiona a trombocitopenia induzida pela vacina púrpura."

Para as pessoas que sofrem dessas síndromes induzidas por injeção, o protocolo I-RECOVER da FLCCC para a síndrome pós-COVID tem sido utilizado no tratamento de sintomas induzidos por injeção, obtendo uma eficácia semelhante. O protocolo I-RECOVER da FLCCC pode ser baixado na íntegra, fornecendo instruções detalhadas sobre como tratar a síndrome de pós-COVID e / ou reações de injeções de COVID-19.