As Estatinas Fazem Mais Mal Do Que Bem

Fatos verificados
As estatinas causam mais mal do que bem

Resumo da matéria -

  • Dados de um estudo publicado em janeiro de 2021, foram convertidos em gráfico e publicados no Twitter em dezembro do mesmo ano, mostrando que em 28.025 participantes houve mais eventos cardíacos em pessoas que consumiram estatinas do que nas pessoas com os mesmos fatores de risco que não consumiram as mesmas
  • Os escritores acreditam que os efeitos negativos encontrados podem ser superados alterando o método de pontuação e investigando o papel protetor da placa calcificada, porém a pesquisa atual limitou a validação da mudança
  • Em vez de se concentrar nos números de colesterol, fique atento às suas taxas de colesterol, nível de ferritina e testes de gamaglutamiltranspeptidase (GGT) para uma melhor avaliação do seu risco cardíaco

Por Dr. Mercola

No ano de 2021, um estudo publicado na revista Atherosclerosis, revelou que as pessoas que recorriam a medicamentos contendo estatinas tinham uma taxa maior de eventos cardiovasculares do que as pessoas que não utilizavam estatinas.

No estudo, os pesquisadores separaram os participantes atribuindo-lhes uma pontuação de cálcio da artéria coronária (CAC). Essa é uma tomografia computadorizada não invasiva, desenvolvida para detectar o acúmulo de placas nas artérias coronárias. Também é chamado de escore de cálcio cardíaco, varredura de cálcio ou escore de Agatston.

Os médicos utilizam essa pontuação para calcular o risco de desenvolver doença arterial coronariana, pois mede a placa calcificada nas artérias. Dados mostraram que seu risco de doença cardíaca se correlaciona com esse escore. Quanto menor o escore, menor a probabilidade de você ter um evento cardíaco quando comparado a outras pessoas da sua idade. A pontuação varia de 0 a mais de 400.

  • 0 — Nenhuma placa com baixo risco de ataque cardíaco.
  • 1-10 — Pequena quantidade de placa e menos de 10% de chance de doença cardíaca.
  • 11-100 — Alguma placa com doença cardíaca leve e risco moderado de ataque cardíaco.
  • 101-400 — Quantidade moderada de placa que pode bloquear uma artéria coronária, com risco moderado a alto de ataque cardíaco.
  • 400+ — Excesso de placa calcificada é encontrada nas artérias coronárias com mais de 90% de chance de estar bloqueando uma artéria.

Os médicos consideram um teste CAC se você tiver entre 40 e 70 anos, com risco aumentado de doença cardíaca, mas não apresentar sintomas. Pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas, ex fumantes ou atuais, acima do peso, inativas ou com histórico de colesterol alto, diabetes ou pressão alta possuem fatores que aumentam o risco de doenças cardíacas.

No entanto, nem todos os médicos utilizam a pontuação do CAC como recomendado. Escrevendo para o Texas Heart Institute, a diretora médica assistente, Dra. Stephanie Coulter, diz: “Quando meus pacientes de alto risco não estão ingerindo suas estatinas para baixar o colesterol, o escore de cálcio pode ser um motivador potente para eles seguirem meu aconselhamento profissional e prescrição.”

No entanto, mais adiante em seu artigo, ela enfatiza que o teste é apropriado apenas para pacientes com risco moderado, e aqueles com baixo ou alto risco de doença cardíaca não se beneficiam do exame. O estudo publicado na Atherosclerosis indica que, mesmo com um escore CAC alto, consumir estatinas não reduz o risco de um evento cardiovascular e pode, de fato, aumentá-lo.

As estatinas do Data Show aumentam o risco de eventos cardíacos

Pesquisadores estavam trabalhando sob a premissa de que as estatinas não reduzem o escore CAC e podem aumentar a calcificação. Eles utilizaram o significado prognóstico do CAC quando comparados com pessoas que ingeriram estatinas em 28.025 pacientes com idades entre 40 e 75 anos. Pesquisadores ajustaram os dados para fatores de risco de doenças cardiovasculares tradicionais e examinaram o desempenho do volume, densidade e área do CAC.

Cerca de 11 meses após a publicação dos resultados, Tucker Goodrich extraiu os dados da Tabela 1 em uma representação gráfica, onde foi demonstrado apenas na faixa de pontuação CAC mais alta de 400 ou mais que os dados eram quase idênticos entre aqueles que faziam uso e os que não utilizavam estatinas. Caso contrário, aqueles que utilizaram estatinas sempre tiveram mais eventos cardíacos do que os que não utilizavam.

Os pesquisadores reconheceram que, conforme o uso recomendado do escore CAC, apenas um escore inicial era conhecido, portanto, eles não puderam avaliar se as estatinas influenciaram a progressão da calcificação. Havia raça limitada e diversidade étnica no grupo de estudo.

No entanto, apesar das limitações do ‘design’ e dos resultados, eles acreditam que a análise recorreu a dados de uma das maiores amostras disponíveis até o momento e fornece “suporte no mundo real e em investigação para o papel do CAC na estratificação de risco de pacientes que utilizam estatinas.”

Tucker Goodrich cita um artigo do American College of Cardiology publicado em janeiro de 2021, onde os escritores analisaram os dados. Eles escreveram:

"Os resultados confirmam que o CAC tem valor prognóstico entre os usuários de estatinas, embora a associação seja atenuada. A interpretação complicada é a inclusão de apenas eventos fatais e a taxa de mortalidade de certo modo elevada, porém ainda baixa, em pessoas que usam estatinas comparadas com as que não utilizam por ter a pontuação CAC zero.

Um mecanismo crucial subjacente a esse fenômeno, é que as estatinas aumentam a densidade da placa, aumentando paradoxalmente a pontuação de Agatston CAC à medida que a densidade é aumentada.”

Parece haver alguma discrepância. Primeiro, os dados que mostram pessoas com pontuação zero no CAC, sem placa e baixo risco, estavam ingerindo estatinas de modo inexplicável. Em segundo lugar, o estudo reconhece que houve uma pontuação CAC de ponto de partida, portanto, não foi possível determinar o quanto a densidade da placa aumentou ou não nessa população.

E por fim, os dados mostraram que as pessoas que utilizaram estatinas morreram com mais frequência, quando comparadas com as que não utilizavam o medicamento em quase todas as categorias de CAC. Porém, os autores postularam que o aumento da densidade da placa que aumenta a pontuação CAC pode ser superado pela expansão do método de pontuação e pela investigação do papel protetor que a placa densamente calcificada pode desempenhar na saúde cardiovascular.

Em outras palavras, a ampliação do escore CAC, que deve ser realizado antes da prescrição de estatinas e não é recomendado como acompanhamento, pois expõe os pacientes à mesma radiação de 10 raios-X, de certo modo pode mudar os resultados o suficiente para refletir maior benefício ao uso de estatinas.

As estatinas são um grande desperdício de dinheiro

Apesar de vários anos de uso de estatinas e difamação de gorduras saturadas e colesterol, as doenças cardíacas continuam sendo a causa principal de morte. Embora os pesquisadores do estudo em destaque não o mencionem, seus dados apoiam pesquisas anteriores, que mostram que as estatinas são um total desperdício de dinheiro.

Em 2014, Maryanne Demasi, Ph.D., produziu um documentário chamado “Heart of The Matter: Dietary Villains”. Nesse documentário foi exposto os mitos por trás das estatinas e os vínculos financeiros que impulsionaram a indústria. Foi tão completo, que interesses adquiridos convenceram a ABC-TV a rescindir a série de duas partes e eliminaram o documentário.

Desde o lançamento desse documentário, as evidências contra a teoria do colesterol e das estatinas só aumentaram. O Dr. Malcolm Kendrick, um clínico geral do Serviço Nacional de Saúde Britânico, expressou sua dúvida no modo amplo em que as estatinas são utilizadas, apesar das evidências de pesquisas mostrando que elas não são eficazes, podendo ser piores.

O que os dados demonstraram é que os medicamentos contendo estatina não são inertes e, de fato, podem ser prejudiciais para sua saúde, não trazendo proteção para seu coração. Um dos efeitos colaterais dos níveis mais baixos de colesterol é o desempenho cognitivo prejudicado.

Um estudo mostrou que pacientes com comprometimento cognitivo leve, tinham o dobro do risco de demência ao utilizar estatinas lipofílicas, como atorvastatina (Lipitor), sinvastatina (Zocor), fluvastatina (Lescol) e lovastatina (Altoprev), que se dissolvem de maneira mais fácil em gorduras.

Esse artigo de Harvard, afirma que os mesmos medicamentos que aumentam o risco de demência podem reduzir o risco de câncer de fígado, o que não é uma escolha que qualquer paciente deve fazer. Existem também evidências que sugerem que as pessoas que utilizam estatinas possuem o dobro do risco de serem diagnosticadas com diabetes, do que as que não fazem uso e consumir o medicamento por mais de dois anos pode triplicar o risco.

Nem todos os dados mostram que as pessoas que utilizam estatinas possuem mais eventos cardíacos do que as que não utilizam estatinas. Alguns, como esta revisão sistemática publicada em 2015, descobriram que, apesar dos riscos adicionais de demência e diabetes, as pessoas que utilizam estatinas podem viver em média apenas 3,2 a 4,1 dias a mais do que se não fizessem o uso do medicamento.

Seu organismo precisa de colesterol para viver

Os gatilhos para doenças cardiovasculares são mais complexos do que apenas diminuir os níveis de colesterol. Como os dados nos mostraram, reduzir o colesterol não é o suficiente para evitar doenças cardíacas e prolongar sua vida. Kendrick refuta a ideia de que a hipótese do colesterol LDL é precisa, dizendo:

“Para que a hipótese do LDL esteja correta, mesmo deve passar pelo revestimento da artéria, as células endoteliais, e entrar na parede da artéria atrás. Esse é considerado o ponto de partida para a formação de placas ateroscleróticas. O problema com essa hipótese é que o LDL não pode entrar em nenhuma célula, muito menos em uma célula endotelial, a menos que essa a mesma deixe.”

No entanto, danos nas paredes arteriais podem ser induzidos por diversos fatores, incluindo: pressão alta, inflamação, açúcar elevado no sangue e tabagismo. Uma vez danificada, a placa começa a se acumular como um mecanismo de proteção. O problema surge quando a taxa de dano e o resultado na formação de coágulos ultrapassam a capacidade do seu organismo de repará-lo.

Em vez disso, é fundamental que você entenda a importância do colesterol para o corpo humano. Na verdade, segundo Zoe Harcombe, Ph.D., pesquisadora nutricional, autora e palestrante, “Se você não tivesse colesterol em seu organismo, você estaria morto.”

Conforme observado por Harcombe, a ideia de que existe colesterol bom e ruim também não está correta. O LDL e a lipoproteína de alta densidade (HDL) nem sequer é colesterol e sim transportadores de colesterol, triglicerídeos (gordura), fosfolipídios e proteínas. "O LDL seria melhor referenciado como transportador de colesterol fresco e o HDL de transportador de colesterol reciclado", segundo ela.

Como identificar e reduzir o risco de doença cardíaca

Algumas estratégias simples e caseiras podem ajudar a normalizar seus níveis de colesterol e açúcar no sangue. Acredito que uma medição do colesterol total tenha poucos benefícios na avaliação do risco de doença cardíaca, a menos que o número total seja superior a 300.

Em alguns casos, o colesterol alto pode indicar um problema quando seu LDL ou triglicerídeos estão altos e o HDL está baixo. Você vai poder avaliar melhor seu risco, observando às duas proporções abaixo, em combinação com outros fatores de estilo de vida, como testes de ferritina e gamaglutamiltranspeptidase (GGT). Para calcular suas taxas de colesterol:

  • Relação HDL/colesterol — Divida seu nível de HDL pelo seu colesterol. A proporção deve ser inferior a 5 para 1; uma proporção abaixo de 3,5 para 1 é considerada ideal
  • Relação triglicerídeo/HDL — Divida seu nível de triglicérides pelo seu HDL. Essa proporção deve ficar abaixo de 2

Porém, em vez de se concentrar no colesterol, existem dois testes muito mais importantes para avaliar o risco de DCV. Esses são os testes de ferritina sérica e gamaglutamiltranspeptidase (GGT). O teste GGT pode ser utilizado como marcador de triagem para excesso de ferro livre, sendo um ótimo indicador do risco de morte súbita cardíaca.

Aqui estão diversas sugestões para se proteger contra doenças cardíacas que ajudam a diminuir sua resistência à insulina e restaurar a sensibilidade à mesma entre outros mecanismos de proteção do coração:

Evite poluentes ambientais e toxinas, incluindo fumar, vaporizador, metais pesados, herbicidas e pesticidas, sobretudo glifosato.

Reduza sua exposição a campos eletromagnéticos e radiação sem fio de telefones celulares, Wi-Fi, roteadores, medidores inteligentes e entre outros, pois esse tipo de radiação demonstrou provocar sérios danos aos radicais livres e disfunção mitocondrial.

Realize uma dieta baseada em alimentos integrais não processados, com poucos carboidratos líquidos e rica em gorduras saudáveis. Uma dieta cetogênica, muito baixa em carboidratos líquidos e rica em gorduras saudáveis é fundamental para aumentar a função mitocondrial.

Quando seu organismo é capaz de queimar gordura como combustível, seu fígado cria gorduras solúveis em água chamadas cetonas que queimam com muito mais eficiência do que carboidratos, criando assim menos espécies reativas de oxigênio e radicais livres secundários. As cetonas também reduzem a inflamação e melhoram o metabolismo da glicose.

Consuma alimentos ricos em nitrato para ajudar a normalizar sua pressão arterial. Boas fontes incluem: rúcula, coentro, ruibarbo, alface de folha de manteiga, mix de folhas verdes, folhas de beterraba, suco de beterraba fresca, kvass (suco de beterraba fermentado) e pó de beterraba fermentado.

Movimente-se bastante; caminhe mais e incorpore exercícios de maior intensidade conforme sua saúde permitir.

Jejum intermitente. Após se acostumar com o jejum intermitentemente durante 16 a 18 horas, você pode tentar algum mais estrito uma ou duas vezes por semana, quando você consome uma refeição de 300 a 800 calorias repleta de nutrientes desintoxicantes, seguida por um jejum de 24 horas. Em suma, você consome apenas uma refeição de 300 a 800 calorias num intervalo de 42 horas.

Se você possui doença cardíaca, considere a contrapulsação externa aprimorada (EECP). Para encontrar um provedor, consulte EECP.com.

Tenha uma exposição solar ideal para otimizar seu nível de vitamina D e/ou consuma algum suplemento oral de vitamina D3 com magnésio e vitamina K2.

Execute práticas de bem-estar baseadas no coração, como conectar-se com os entes queridos e seja grato.

+ Recursos e Referências