O Dr. Donald W. Miller, cirurgião cardíaco e Professor da Disciplina de Cirurgia na Universidade de Washington em Seattle, compartilha impressionantes conclusões acerca de pesquisas realizadas sobre as propriedades de combate ao câncer do selênio.
Como os cientistas já determinaram, células de todos os organismos, sejam elas bacterianas, animais ou não animais, precisam do selênio para funcionar adequadamente.
A deficiência de selênio foi associada a diversas disfunções e doenças, incluindo:
- Hipotireoidismo
- Declínio cognitivo
- Câncer (incluindo pulmão, próstata,colorretal, pele)
- Insuficiência cardíaca
- Doença arterial coronariana (aterosclerose)
A Dose Diária Recomendada (DDR), conforme estabelecido pelo Conselho Americano Alimentar e Nutricional, é de 55 mcg de selênio por dia, com base em dois estudos realizados que mostram que esta quantidade de selênio suporta a geração ótima de glutationa peroxidase. Acredita-se que esta quantidade esteja adequada para 98 por cento da população.
No entanto, esta recomendação do governo não levou em consideração um resultado anterior que mostrava uma dose quatro vezes maior (200 mcg) para obter-se o efeito anticancerígeno, sem ser tóxica.
Algumas das explicações científicas para o efeito anticancerígeno do selênio são:
- Aumento da proteção antioxidante e do sistema imunológico
- Regulagem da proliferação celular e da apoptose (morte celular programada)
- Supressão do crescimento de vasos sanguíneos que fornecem nutrientes ao câncer
- Inibição da invasão de células tumorais
As primeiras indicações da toxicidade do selênio são “hálito aliáceo” e pele seca. Conforme a toxicidade aumenta, as unhas das mãos desenvolvem manchas brancas, tornam-se quebradiças e caem. A perda de cabelo e unha ocorre uma vez que o consumo de selênio alcança 4.990 mcg por dia, de acordo com um estudo realizado.
Por Dr. Mercola
De fato, certificar-se de estar consumindo selênio suficiente parece ser uma boa ideia para várias pessoas. Especialmente se você viver em áreas de solo pobre em selênio, pois estas áreas tendem a mostrar taxas mais altas de incidência de câncer entre seus cidadãos do que naqueles que vivem em áreas de solo rico em selênio.
Recentemente encontrei-me com o Dr. William LaValley em Austin, Texas, e fiquei impressionado com sua visão tão abrangente com relação à nutrição terapêutica para o tratamento de estágios de doenças com terapias naturais. Ele dedicou vários anos à revisão cuidadosa da literatura e compreensão destas complexas vias biológicas moleculares para chegar a uma conclusão que faça sentido clinicamente.
Perguntei a ele sobre sua perspectiva e acredito que isto interessará a você:
Para prevenção do câncer e outras doenças associadas a causas oxidativas elevadas, até 200 mcg por dia são suficientes, especialmente na forma selenometionina. Doses mais altas provavelmente serão problemáticas.
No tratamento do câncer, no entanto, existe uma boa base de evidência que suporta o uso de doses significativamente mais altas na dosagem correta – especialmente o selenito de selênio em gotas – como parte do protocolo da medicina integrativa e complementar para o tratamento do câncer.
No entanto, esta informação pode ser errônea.
Doses mais baixas são recomendadas para prevenção da doença, enquanto doses mais altas são usadas para tratamento somente depois que o câncer é diagnosticado. As doses mais altas servem para regulagem da proliferação celular, via indução da apoptose (morte celular programada).
Alguns autores da saúde natural levam as pessoas a acreditar que 200 mcg de selênio teriam benefícios de combate ao câncer através deste mecanismo pró-apoptótico. Não vejo evidências que suportem esta teoria.
A dose mais baixa de selênio, 200 mcg, tem como meta o mecanismo antioxidante celular que reduz a sobrecarga ERO, portanto é mais provável ser anticancerígena e, uma vez que igualmente auxilia melhor função celular, é mais provável que auxilie o sistema imunológico. Existem benefícios imunológicos específicos em outras vias moleculares também.
Doses mais altas provocam produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e são citotóxicas em doses fortes. O aumento crônico e lento na dosagem de selênio provavelmente habilita as células a adaptar-se ao selênio sem toxicidade, exceto se as células forem, então, menos capazes de fornecer benefícios antioxidantes via GSSH.
Conclusões Sobre o Selênio
Um pouco de selênio de boa qualidade é necessário para uma boa saúde. Doses mais altas são criticamente citotóxicas e podem ser prejudiciais ou benéficas, dependendo da intenção do uso. A base de evidência suporta o uso de altas doses sob supervisão médica adequada para estímulo anticancerígeno, pró-apoptótico e ativação das vias metabólicas moleculares que inibem/bloqueiam a proliferação neoplástica.
Para manutenção da saúde, você pode usar o selênio em uma forma biodisponível, de baixa dosagem, como 200mcg. Isto provavelmente promove benefícios anticancerígenos devido ao aprimoramento do metabolismo GSSH-GSH das vias celulares. Você deve evitar doses mais altas, a menos que esteja sob supervisão de um médico que entenda a estimulação da via induzida e estas doses devem ser reservadas para tratar o câncer já diagnosticado.
Não use doses mais altas de selênio por muito tempo como anticancerígeno preventivo. Alta dosagem de selênio é indutora de ERO (ânion superóxido) e pode causar problemas.
A questão sobre o uso de antioxidante e prevenção do câncer é delicada. Se uma pessoa possui células em estágio pré-cancerígeno ou câncer emergente ainda não descoberto, então o uso do antioxidante pode conferir vantagem de sobrevivência às células cancerígenas e piorar a situação. Estas pessoas precisam de tratamento anticancerígeno, pró-apoptótico.
O problema é que muitas destas pessoas (ainda) não sabem disso. Estudos realizados sobre o câncer de pulmão que mostram que o uso de betacaroteno e vitamina A por fumantes é associado a maior incidência de casos de câncer se deve mais provavelmente a este efeito “não descrito”.
Eu acreditava, antes da liberação dos resultados destes estudos, que o uso de certos antioxidantes em fumantes, se o tamanho da amostragem do estudo fosse grande o suficiente, deveria mostrar que a incidência de câncer de pulmão tinha aumentado devido a isto (ainda não amplamente compreendido o efeito de conferência de sobrevivência dos antioxidantes para as células cancerígenas).
Quando os resultados vieram à tona, eu pensei “claro, era de se esperar”. A comunidade médica ficou surpresa e a comunidade da saúde natural ficou apoplética. Acredito que poucos entendam a biologia molecular e, portanto, a resposta aos dados é entendida de acordo com interesses pessoais. Prevejo o mesmo tipo de resultados para outros tipos de câncer se o tamanho da coorte for adequado".
Agradeço a predisposição do Dr. LaValley em compartilhar sua opinião sobre o selênio.