Tratamentos Alternativos Eficazes para Tratar a Depressão

Depressão

Resumo da matéria -

  • Existem muitas alternativas aos antidepressivos para o tratamento da depressão, incluindo intervenções nutricionais, terapia de luz, exercícios e mais
  • Entre os pacientes com depressão que resiste ao tratamento, todos apresentaram melhorias nos sintomas uma semana após terem recebido uma única dose de psilocibina, ou cogumelos alucinógenos, e metade deles não estavam mais deprimidos cinco semanas após o tratamento
  • Um estudo de 11 anos descobriu que as pessoas que fazem exercícios regularmente nas suas horas de lazer durante uma hora por semana eram menos propensas a ficar deprimidas

Por Dr. Mercola

Em todo o mundo, 350 milhões de pessoas sofrem de depressão, tornando-a uma das principais causas de incapacidade.

Apesar disso, apenas cerca de um terço das pessoas com depressão recebe tratamento, o que coloca os dois terços restantes sem tratamento em um risco aumentado de suicídio e com uma menor qualidade de vida.

As pessoas que sofrem com a depressão não tratada também têm duas vezes mais probabilidades de morrer do que as que não possuem depressão e têm efeitos piorados de outros problemas de saúde.

Mas, embora esteja claro que tratar a depressão seja algo importante, o primeiro tratamento recomendado é geralmente uma combinação de remédios antidepressivos e psicoterapia.

No entanto há boas razões para pensar bem antes de tomar antidepressivos, pois eles podem aumentar o risco de outros problemas de saúde e sua eficácia é questionável.

É aí que os tratamentos alternativos para a depressão podem ser verdadeiros salva-vidas, ajudando as pessoas com depressão a recuperar sua saúde física e mental usando abordagens seguras e sem medicamentos.

Os Antidepressivos Foram Ligados a Diabetes, Ataque Cardíaco e Demência

Se você está considerando tomar antidepressivos, é importante saber o que você está fazendo antes de decidir usá-los como tratamento, especialmente porque eles geralmente são receitados por longos períodos sem uma data final à vista.

Por exemplo, aqueles que usam antidepressivos têm um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2, mesmo depois de ajustar outros fatores de risco, como o índice de massa corporal (IMC).

O uso de antidepressivos também foi associado a artérias mais espessas, o que poderia contribuir para o risco de doença cardíaca e acidente vascular cerebral.

Os resultados de um estudo de 513 veteranos gêmeos, apresentados na convenção do American College of Cardiology em Nova Orleans em 2011, descobriu que o uso de antidepressivos resultou em uma maior espessura íntima-média carotídea (o revestimento das principais artérias do pescoço que fornecem sangue para seu cérebro).

Isso mostrou-se verdadeiro tanto para inibidores seletivos de recaptação de serotonina (Selective Serotonin Reuptake Inhibitors -SSRIs) quanto para antidepressivos que afetam outros elementos químicos cerebrais.

Além disso, o uso de antidepressivos também está associado a um risco aumentado de ataque cardíaco, especificamente para usuários de antidepressivos tricíclicos, que têm um risco aumentado de ataque cardíaco de 36%.

Enquanto isso, estes remédios também foram ligados à demência, com pesquisadores observando que “o tratamento com SSRIs, IMAOs, antidepressivos heterocíclicos e outros antidepressivos estava associado a um risco aumentado de demência”, e à medida que a dose aumentava, também aumentava o risco.

Estes remédios também são conhecidos por esgotar vários nutrientes do seu corpo, incluindo a coenzima Q10 e a vitamina B12 - no caso dos antidepressivos tricíclicos - que são necessários para se ter uma função mitocondrial adequada. Os ISRS podem esgotar iodo e folato.  

Talvez de forma mais importante, os estudos repetidamente demonstram que os antidepressivos não funcionam melhor do que o placebo para depressão leve a moderada, então você está correndo sérios riscos para colher uma pequena chance de benefícios. Mais importante que isso, existem outras opções disponíveis.

Os Cogumelos Alucinógenos Demonstraram Potencial para Tratar a Depressão “Intratável”

A droga psicodélica psilocibina, também conhecida como cogumelo alucinógeno, continua a demonstrar potencial para tratar a depressão. Em um pequeno estudo feito com 19 pacientes com depressão resistente ao tratamento, todos eles experimentaram melhora nos sintomas uma semana depois de receber uma dose única de psilocibina e metade deles não estavam mais deprimidos cinco semanas após o tratamento.

Os exames cerebrais mostraram alterações cerebrais reais ocorridas em áreas envolvidas na depressão, incluindo menos atividade na amígdala, que está envolvida no processamento de emoções e atividade mais estável na rede de modo padrão (foram encontradas ligações entre a atividade na rede e a depressão).

Os pesquisadores sugeriram que o cérebro dos participantes pode ter sido “reiniciado” de certa forma, ajudando-os a vencer a depressão.

Conforme observado pela Scientific Reports:

“A psilocicina tem uma história antiga e mais recente do seu uso medicinal. Administrada em um ambiente com apoio, com cuidados psicológicos preparatórios e integrativos, ela é usada para facilitar a superação emocional e renovar as perspectivas. Um acúmulo de evidências sugere que a psilocibina com um acompanhamento de suporte psicológico pode ser usada com segurança para tratar uma série de doenças psiquiátricas.”

Outra pesquisa demonstrou que uma única dose de psilocibina resultou em alívio de ansiedade e/ou depressão com seis meses de duração em 80 por cento dos pacientes com câncer, com alguns relatando alívio da ansiedade quatro anos depois.

Infelizmente, a psilocibina é um medicamento da Schedule 1 (lista de Substancias controladas dos EUA), como a maconha, então os testes custam cerca de 10 vezes mais do que outros medicamentos legais e, para levar a pesquisa a um nível no qual ela poderia ser transformada em tratamento psiquiátrico, é necessário fazer testes clínicos de fase 3 com milhares de participantes. Para que isso ocorra, a psilocibina precisaria ser adiada.

Um psiquiatra de Londres, James Rucker, escreveu um comentário no British Medical Journal (BMJ), defendendo a reclassificação do LSD e do cogumelo alucinógeno – que ele observa serem muito menos viciantes e prejudiciais do que a heroína e a cocaína - a fim de facilitar a realização de pesquisas médicas muito necessárias sobre eles.

O autotratamento não é aconselhável, no entanto, porque não só isso poderia criar problemas legais, mas também é possível ter uma experiência negativa, e é por isso que uma supervisão cuidadosa e a orientação dos profissionais é tão importante quando se usa a psilocibina.

Suplementos de Magnésio, Ômega-3 e Vitaminas B Diminuem a Depressão

Outra alternativa aos antidepressivos poderia vir na forma de suplementos de magnésio. Uma pesquisa publicada na PLOS One revelou que os suplementos de magnésio levaram a melhorias na depressão de leve a moderada em adultos, com efeitos benéficos ocorrendo dentro de duas semanas após o tratamento. “Ele funciona rapidamente e é bem tolerado sem a necessidade de um monitoramento rigoroso de toxicidade”, disseram os pesquisadores.

O magnésio atua como um catalisador para neurotransmissores de regulação do humor como a serotonina, e as pesquisas publicadas em 2015 também revelaram uma associação significativa entre um consumo muito baixo de magnésio e depressão, especialmente em adultos mais jovens. Além do magnésio, as gorduras ômega-3 de origem animal EPA (ácido eicosapentaenóico) e DHA (ácido docosahexaenóico) também são cruciais para a saúde cerebral.

O livro de 2001, “The Omega-3 Connection” (A Conexão Ômega-3), escrito pelo psiquiatra de Harvard Dr. Andrew Stoll, foi um dos primeiros trabalhos a chamar a atenção e apoiar o uso de gorduras ômega-3 para a depressão, e eles demonstraram ser capazes de levar a melhorias no transtorno depressivo grave.

Certifique-se de que você está recebendo ômega-3 suficiente na sua dieta, seja de salmão selvagem do Alasca, sardinha, arenque, cavala e anchovas, ou de um suplemento de alta qualidade de ômega-3 de origem animal, pois isso é crucial para se ter uma saúde mental otimizada.

As vitaminas B também são importantes, e baixos níveis de vitaminas B são comuns em pacientes com depressão, enquanto tomar suplementos de vitamina B demonstrou melhorar os sintomas.

Além disso, em um estudo feito com 9.700 vegetarianos (incluindo um pequeno número de veganos), os vegetarianos estavam quase duas vezes mais propensos a sofrer de depressão em comparação com pessoas que comiam carne, mesmo depois de ajustar variáveis como estado do trabalho, histórico familiar e número de filhos.

Os vegetarianos tendem a ter ingestões mais baixas de gorduras ômega-3, vitamina B12 e folato, o que pode afetar o risco de depressão. No caso do folato, ele ajuda seu corpo a produzir neurotransmissores reguladores do humor, incluindo a serotonina e a dopamina.

Um estudo feito em 2012 descobriu que as pessoas que consumiam mais folato apresentavam menor risco de depressão do que as que comiam menos. Tratar as deficiências de nutrientes, bem como otimizar sua dieta, são chaves para a saúde mental e devem ser suas estratégias principais para o tratamento da depressão.

O Que Você Come Pode Melhorar ou Piorar seu Humor

Não é um exagero dizer que “você é o que você come”, e as escolhas alimentares podem e têm um efeito significativo no seu humor. Os homens que consumiam mais de 67 gramas de açúcar por dia eram 23 por cento mais propensos a desenvolver ansiedade ou depressão ao longo de cinco anos do que aqueles cujo consumo de açúcar era inferior a 40 gramas por dia, por exemplo, por isso limitar o açúcar é uma estratégia para melhorar seu humor.

Isso irá ajudá-lo a apoiar sua saúde intestinal, outro fator importante para a saúde mental. Comer alimentos fermentados regularmente, ou tomar um suplemento probiótico, também pode ajudar nesse sentido.

Considere um pequeno estudo envolvendo adultos diagnosticados com SII (síndrome do intestino irritável) e depressão que descobriu que o probiótico Bifidobacterium longum forneceu alívio da depressão. Quanto o estudo completou seis semanas, 64 por cento do grupo de tratamento reduziu os níveis de depressão em comparação com 32 por cento do grupo controle que recebeu um placebo.

O livro “The Happiness Diet” (A Dieta da Felicidade) fala sobre alguns outros alimentos que podem afetar seu humor, como o refrigerante dietético.

O aspartame nos muitos refrigerantes dietéticos contém o aminoácido fenilalanina, que pode prejudicar a produção de serotonina. Por outro lado, um punhado de amêndoas fornece 80 miligramas de magnésio que, como mencionado, tem um efeito calmante no seu cérebro. Outros alimentos que são bons para o seu humor incluem chocolate escuro, bananas, açafrão e até mesmo café preto orgânico.

Terapia de Luz para a Depressão

Outra opção que demonstra potencial é a terapia de luz. A terapia de luz de amplo espectro é frequentemente recomendada ao invés dos antidepressivos para o tratamento de transtornos afetivos sazonais (Seasonal Affective Disorder -SAD), mas pode ser preferível usá-la para tratar até mesmo a depressão grave. A terapia de luz sozinha e o placebo foram mais eficazes do que o Prozac para tratar a depressão moderada a acentuada em um estudo com oito semanas de duração.

Além disso, em um estudo feito com pacientes com transtorno bipolar, que apresentaram depressão grave recorrente, a terapia de luz branca brilhante também foi eficaz para melhora do humor, com 68 por cento ficando com um humor normal após quatro a seis semanas de tratamento, em comparação com 22 por cento daqueles que receberam um tratamento com placebo.

Nessa mesma linha, a exposição à luz solar também é importante, não só porque ela ajudará a otimizar seus níveis de vitamina D (outro fator ligado à depressão), mas também por meio de outros mecanismos, como a regulação do ritmo circadiano e a produção de serotonina, que é liberada em resposta à exposição solar.

Exercitar-se - Mesmo que somente uma hora por semana - é Crucial

Mesmo uma quantidade mínima de exercício pode ser suficiente para combater a depressão em algumas pessoas – tão mínimo quanto uma hora por semana, de acordo com um estudo de 11 anos no qual pessoas que faziam exercícios regularmente nas suas horas de lazer durante uma hora por semana eram menos propensas a ficar deprimidas.

Do outro lado, aqueles que não se exercitavam eram 44 por cento mais propensos a ficar deprimidos em comparação com aqueles que se exercitavam durante pelo menos de uma a duas horas por semana.

“A maior parte deste efeito protetor ocorreu com baixos níveis de exercício e foi observada independentemente da intensidade”, disseram os pesquisadores, acrescentando que “supondo que essa relação seja causal, 12% dos casos futuros de depressão poderiam ter sido evitados se todos os participantes tivessem feito pelo menos uma hora de atividade física a cada semana.”

Em minha entrevista de 2008 com o Dr. James Gordon, um especialista de renome mundial em usar a medicina da mente e corpo para curar a depressão, ele afirmou que o exercício físico é pelo menos tão bom quanto os antidepressivos para ajudar as pessoas deprimidas, em parte porque se exercitar aumenta a serotonina no seu cérebro e em parte porque aumenta as células cerebrais no seu hipocampo, que às vezes são reduzidas em pessoas com depressão.

Além da atividade aeróbica, exercícios mentais como a ioga também demonstram potencial. Por exemplo, a modalidade Iyengar de ioga, que se concentra em detalhes e alinhamento preciso da postura combinada com respiração profunda, reduz os sintomas de depressão naqueles que não estão tomando medicamentos ou que estão tomando o mesmo medicamento há pelo menos três meses.

Mais uma pesquisa, desta vez envolvendo estudantes de enfermagem, uma população na qual a depressão é comum, revelou que o exercício físico e a meditação de consciência plena são eficazes no controle da depressão (com a meditação sendo ainda mais eficaz do que o exercício neste caso).

Lembre-se de que a atividade física deve incluir não apenas o “exercício”, mas também muitos movimentos não-exercício diários, de modo que você esteja mais em movimento do que parado (exceto quando estiver dormindo). O movimento não-exercício é uma peça fundamental para se ter uma saúde otimizada - mais até do que uma rotina de condicionamento físico regrada, mas idealmente você deve esforçar-se para fazer ambos.

Cuide da sua Saúde Emocional

A psicologia da energia usa uma forma de acupressão psicológica, baseada nos mesmos meridianos de energia usados ​​na acupuntura tradicional para tratar doenças físicas e emocionais por mais de 5.000 anos, mas sem a invasividade das agulhas. Uma dessas formas é as Técnicas de Libertação Emocional (Emotional Freedom Techniques -EFT), que demonstrou eficácia na melhoria da saúde mental, incluindo da depressão.

Em um estudo feito com 30 estudantes universitários com depressão de moderada a grave, os alunos deprimidos receberam quatro sessões EFT de 90 minutos. Os alunos que receberam EFT demonstraram significativamente menos depressão do que o grupo de controle quando avaliados três semanas depois.

Para problemas sérios ou complexos, procure por um profissional de saúde qualificado que seja treinado em EFT para guiá-lo através do processo. Dito isto, para muitas pessoas com sintomas de depressão, esta é uma técnica que você pode aprender e fazer efetivamente por conta própria.

Outra ferramenta que é uma das minhas novas favoritas é o livro “Letting Go: The Pathway of Surrender” (Desapego: O Caminho da Rendição) do Dr. David Hawkins. É um dos melhores livros que li neste ano e ajudou-me a aprender sobre a ferramenta útil de como se libertar de emoções dolorosas.

Vale a pena ler se você está lutando contra a depressão, e tenha em mente que a maioria das pessoas terá benefícios em tentar uma variedade de métodos de tratamento alternativos, bem como estratégias de estilo de vida, como prestar atenção à higiene saudável do sono, a melhorar sua saúde mental.

Lembre-se, também, de que você não precisa sofrer em silêncio. Procure ajuda de um conselheiro, um psiquiatra holístico ou outro profissional de saúde natural para começar a sua jornada rumo à cura.