As Impressionantes Lições dos 50 Anos da Pílula para Controle da Natalidade

riscos causados por pílulas para controle da natalidade

A pílula para controle da natalidade, aprovada pela FDA há mais de 50 anos, foi o primeiro medicamento desenvolvido para ser consumido por pessoas que não estavam doentes.

Em 1999, ela foi considerada o avanço científico mais importante do século XX pela revista The Economist.

Muitas mulheres ainda questionam se os riscos causados à saúde superam os benefícios.

No artigo listado abaixo, a Time Magazine explora a pílula profundamente, finalmente concluindo que:

“À medida que as discussões da última metade do século deixam claro, a ciência sozinha não resolverá questões que chegam a este nível profundo sobre nossos relacionamentos uns com os outros.”

Por Dr. Mercola

A pílula para controle da natalidade tem sido assunto de grande controvérsia desde sua aprovação pela FDA em 1950.

O acesso ao controle da natalidade provocaria uma revolução sexual?

Ela levaria, conforme a Time relatou, à promiscuidade, adultério e desmanche familiar?

Ou, ao contrário, daria às mulheres acesso ao controle da natalidade, assunto que foi considerado tão tabu a ponto de ser ilegal, deixaria mulheres livres para sair de casa e entrar no mercado de trabalho e, na verdade, “fortalecer o casamento evitando a pressão de filhos não desejados”?

A verdade é que formas de controle da natalidade existem desde os tempos remotos.

Muito antes da invenção da pílula, tanto homens quanto mulheres usaram várias ervas, barreiras e métodos de sincronização para alterar as chances de concepção.

Porém, nunca antes na história as mulheres puderam alcançar este feito simplesmente consumindo uma pílula pela manhã.

E foi isto que tornou a pílula tão revolucionária e, ao mesmo tempo, tão perigosa. Conforme a Time coloca:

“Foi o primeiro medicamento desenvolvido para ser consumido por pessoas que não estavam doentes.”

A Manipulação Artificial dos Hormônios é uma Proposta Arriscada

Por uma questão de argumentação, vamos deixar de lado o objetivo primário da pílula que é o de ser agente de controle de natalidade por um minuto e, em vez disso, vamos enxergá-la como método que altera os hormônios artificialmente.

A maioria das pílulas para controle da natalidade é uma combinação dos derivados dos hormônios estrógeno e progestina.  Eles funcionam imitando os hormônios do organismo, essencialmente enganando o sistema reprodutor hormonal complexo produzindo os seguintes efeitos:

  • Evitando que os ovários liberem óvulos
  • Espessando o muco cervical para ajudar a impedir que o espermatozoide fertilize um óvulo
  • Afinando o revestimento do útero, o que tornaria difícil a implantação de um óvulo, caso ele fosse fertilizado

No entanto, é ingênuo acreditar que estes sejam os únicos impactos que os hormônios sintéticos possam causar. O sistema reprodutor não se encontra em uma redoma; ele está conectado a todos os outros sistemas do organismo. A pílula, também, não influencia somente a situação reprodutora; ela é capaz de alterar muito mais.

Riscos Bem Documentados Causados pelo Estrógeno e Pela Progestina Sintéticos

Se você está consumindo pílulas para controle da natalidade, o que eu fortemente não recomendo, é importante entender que você está consumindo progesterona sintética e estrógeno sintético – algo claramente não vantajoso se você quer manter uma saúde ideal.

De volta a 2002, um dos maiores e mais bem organizados estudos federais realizados sobre a terapia de reposição hormonal foi interrompido porque mulheres que estavam consumindo estes hormônios sintéticos estavam em maior risco de desenvolvimento de câncer de mama, infarto, AVC e coagulação do sangue.

As notícias ganharam as manchetes, pois milhões de mulheres estavam consumindo estes hormônios sintéticos, porém felizmente isto fez com que muitas delas parassem o consumo imediatamente. E o que você acha que aconteceu um ano após milhões de mulheres pararem de realizar a terapia de reposição hormonal? Incidentes de câncer de mama caíram dramaticamente – em torno de sete por cento!

O que isto tem a ver com a pílula? Pílulas para controle da natalidade contêm o MESMO tipo de hormônios sintéticos – estrógeno e progestina – que foram usadas no malfadado estudo!

Não há dúvidas de que praticamente todo estrógeno medicinal seja insalubre e possa causar mais problemas do que prevenir. Estudos realizados concluíram que a TRH aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de mama em, pelo menos, um por cento ao ano, e a TRH com progestina aumenta o risco em oito por cento ao ano, potencialmente chegando a 30 por cento após apenas quatro anos de uso.

A Conveniência Vale Estes Graves Riscos?

Oitenta por cento das mulheres americanas usaram contraceptivos orais, comumente referidos como “a pílula” durante suas vidas, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Journal of the American College of Cardiology (Jornal da Faculdade Americana de Cardiologia).

Em minha opinião, isto é uma tragédia, pois o maior benefício da pílula – conveniência – é largamente superado por graves riscos causados à saúde.

Pílulas para controle da natalidade são raramente, se tanto, necessárias ou benéficas. Em troca da conveniência da prevenção da gravidez (que você pode fazer muito bem naturalmente, e eu vou explicar como logo abaixo), você está colocando a si mesma em risco de:

Desenvolvimento de câncer: Mulheres que consomem pílulas para controle da natalidade aumentam o risco de desenvolvimento de câncer cervical e de mama e, possivelmente, câncer de fígado.

Coagulação fatal do sangue: Todas as pílulas para controle da natalidade aumentam o risco de coagulação do sangue e subsequente AVC. E se sua receita contém o hormônio sintético desogestrel, o risco de coagulação fatal do sangue praticamente dobra!

Ossos mais finos: Mulheres que consomem pílulas para controle da natalidade possuem menor densidade mineral óssea (DMO) do que mulheres que nunca usaram contraceptivos orais.

Ganho de músculos prejudicado: Um estudo realizado recentemente concluiu que o uso de contraceptivos orais prejudica o ganho de músculos através de exercícios de treinamento de resistência em mulheres.

Disfunção sexual em longo prazo: A pílula pode interferir na proteína que mantém a testosterona indisponível, levando à disfunção sexual em longo prazo incluindo redução do desejo e excitação.

Doenças cardíacas: O uso de pílulas para controle da natalidade por longo período pode aumentar o acúmulo de placas arteriais no organismo podendo aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas.

Estes são os riscos mais graves e crônicos à saúde. Além destes, diversas mulheres também relataram terríveis efeitos colaterais mais imediatos, a saber:

  • Enxaquecas e náusea
  • Ganho de peso e alteração no humor
  • Sangramento irregular ou pontual
  • Sensibilidade nos seios
  • Crescimento excessivo de fungos e infecção

Por serem os riscos tão grandes e por existirem outras opções seguras, praticamente todas as pacientes que visitam meu Centro de Saúde Natural são aconselhadas a parar o consumo de contraceptivos hormonais, como pílulas para controle da natalidade, assim que possível.

Excelentes Métodos Naturais de Controle da Natalidade

Muitas mulheres tomam a pílula porque não conhecem outros métodos de controle de natalidade eficientes existentes. As seguintes opções, incluindo tanto o planejamento familiar natural quanto os métodos de barreira, são formas eficazes de evitar a gravidez sem danificar a saúde.

  • Preservativos masculinos: Os preservativos possuem uma taxa de eficácia de 98 por cento quando usados corretamente. Um lubrificante à base de água aumentará a eficácia; no entanto, não use lubrificante à base de óleo, pois ele romperá o látex.
  • Preservativos femininos: Estas bolsas finas, macias, feitas de poliuretano que se encaixam dentro da vagina antes da atividade sexual, têm uma eficácia de 95 por cento. Os preservativos femininos têm menor probabilidade de romper do que os preservativos masculinos.
  • Diafragma: Os diafragmas, que devem ser colocados por um médico, agem como barreira contra o esperma. Quando usados corretamente com geleias espermicidas, eles têm eficácia de 92 a 98 por cento.
  • Capuz cervical: Este capuz pesado feito de borracha se encaixa firmemente contra o colo do útero e pode permanecer no local por 48 horas. Como o diafragma, um médico deve colocar o capuz. O encaixe adequado aumenta a eficácia acima de 91 por cento.
  • Esponjas cervicais: A esponja, feita de espuma de poliuretano, é umedecida com água e inserida na vagina antes da atividade sexual. Ela funciona como barreira entre o esperma e o colo do útero, retendo e absorvendo os espermatozoides e liberando um espermicida para matá-los. Elas podem permanecer colocadas por até 24 horas. Quando usada corretamente, a esponja tem eficácia em torno de 89 a 91 por cento.

Muitas pessoas estão familiarizadas com estes métodos de barreira e menos familiarizadas com as ferramentas de planejamento familiar natural (PFN) usadas pela mulher para rastrear quando está ovulando e, assim, evitando atividade sexual naquele período (ou o faz usando um método de barreira junto). Muitas mulheres sentem-se poderosas ao realizar o PFN, pois ele permite a elas o contato com seu ciclo de fertilidade.

Alguns dos métodos mais populares são:

Método da tabelinha: Abstenção de atividade sexual durante a semana em que a mulher está ovulando. Esta técnica funciona melhor quando o ciclo menstrual da mulher é regular. O método tabelinha não funciona muito bem com casais que o usam sozinho (cerca de 75 por cento de taxa de sucesso), porém pode ser eficaz quando combinado com os métodos de temperatura e muco descritos abaixo.

Método da temperatura: Esta é uma forma de identificação do dia da ovulação evitando, assim, a atividade sexual por alguns dias antes e depois. Ele envolve medir a temperatura basal do corpo (temperatura logo ao acordar) toda manhã usando-se um termômetro “basal” preciso e anotando o aumento da temperatura que ocorre após a ovulação.

Doenças ou falta de sono podem alterar a temperatura do corpo e tornar este método não confiável por si próprio, porém quando combinado com o método do muco, ele pode ser uma forma precisa de avaliação da fertilidade. Os dois métodos combinados podem ter uma taxa de sucesso de até 98 por cento.

Método do muco: Este envolve o rastreamento das alterações na quantidade e textura da descarga vaginal, que reflete os níveis de estrógeno no organismo. Nos primeiros dias após a menstruação, geralmente não há descarga, porém haverá um muco turvo e pegajoso, pois o nível de estrógeno começou a aumentar.

Quando a descarga começa a aumentar em volume e começa a ficar clara e fibrosa, a ovulação está próxima. A volta do muco pegajoso e turvo, ou a falta de descarga, significam que a ovulação terminou.

Existem diversas alternativas à pílula e meu conselho às mulheres é que evitem todas as pílulas para controle da natalidade como se fossem pragas. Em vez delas, estimulo-as a tornar-se ativamente envolvidas com a conscientização da fertilidade e abraçar o planejamento familiar natural ou os métodos de barreira que não interferirão nos hormônios e na saúde.

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