Por Dr. Mercola
A vitamina D tem diversas funções extraordinárias, entre as quais a prevenção de doenças. A pele exposta à luz solar produz essa "vitamina do sol", que ajuda a prevenir a osteoporose e promove ossos e dentes fortes.
Pode ser vantajoso, e até mesmo crucial, tomar sol em várias áreas do seu corpo, pois a deficiência de vitamina D tem sido associada a problemas como degeneração macular, lúpus, doenças intestinais, esclerose múltipla e insuficiência cardíaca crônica.
E isso não é tudo. A vitamina D também é considerada um possível inibidor de infecções e complicações da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e enfisemas, e demonstrou melhorar a "dor musculoesquelética crônica generalizada inespecífica (CWP)", de acordo com o Health Day News.
Recentemente, com o surgimento de novas pesquisas, sabe-se que os benefícios da vitamina D vão ainda mais longe, revelando que ela é poderosa contra o câncer de mama e próstata e útil no tratamento de vírus respiratórios mortais, de acordo com pesquisa publicada no Journal of the American Geriatrics Society. Conforme relatado pelo Daily Mail:
"Pacientes idosos que receberam altas doses da 'vitamina do sol' tiveram 40% menos probabilidade de desenvolver infecções pulmonares. Sabe-se que a pneumonia, bronquite e gripe têm maiores taxas de mortalidade entre os idosos devido ao enfraquecimento do sistema imunológico.
Mas, por serem vírus, os antibióticos geralmente não são prescritos, por serem ineficazes. No entanto, especialistas acreditam que a vitamina D ajuda a reforçar a primeira linha de defesa à medida que as pessoas envelhecem, prevenindo infecções respiratórias agudas."
O problema do uso de antibióticos contra vírus
Cientistas dizem que tomar vitamina D pode ajudar a reduzir drasticamente a incidência de mortes por doenças pulmonares, especialmente as prevalentes em idosos em casas de repouso.
O professor Dr. Adit Ginde, principal autor do estudo na Universidade do Colorado, vê essa ligação como uma potencial descoberta que pode salvar vidas. Ele reconhece que os médicos possuem muito pouco poder para combater infecções respiratórias agudas (IRAs), principalmente porque a maioria é viral, tornando os antibióticos ineficazes.
Pior ainda, a alta taxa de médicos que prescrevem antibióticos para infecções virais pode estar contribuindo para a crescente crise de resistência a antibióticos. De fato, projeta-se que superbactérias resistentes a drogas causem 10 milhões de mortes até 2050, diz Quartz.
A vitamina D, no entanto, pode prevenir essas infecções, incluindo doenças como a gripe, pneumonia e bronquite crônica.
Vitamina D e certos cânceres: Ela vem para salvar o dia
Entre 107 residentes em casas de repouso com doenças respiratórias (com idade média de 84 anos), 55 receberam altas doses de vitamina D por um ano, enquanto o restante consumiu quantidades menores. Aqueles no primeiro grupo tiveram uma redução de 40% nas IRAs.
Segundo Ginde, "a vitamina D pode melhorar a capacidade do sistema imunológico de combater infecções porque reforça a primeira linha de defesa do sistema imunológico". Outro novo estudo descobriu que mulheres com altos níveis de vitamina D possuem mais chance de viver após serem diagnosticadas com câncer de mama.
Os cientistas relataram que, ao aumentarem a dosagem de vitamina D, as mulheres ficavam quase um terço mais propensas a sobreviver, especialmente aquelas na pré-menopausa. O mecanismo é a capacidade da vitamina D de interromper a reprodução de células cancerígenas.
Os pesquisadores examinaram 1.666 mulheres com câncer de mama e descobriram que, quanto mais 25-hidroxivitamina D (250HD, um biomarcador de vitamina D no sangue) elas possuíam, maiores eram as chances de sobrevivência. O Medical Daily acrescentou:
"Embora os resultados sejam empolgantes, os pesquisadores enfatizaram que o estudo não foi projetado para estabelecer causalidade, o que significa que as mulheres com câncer não devem ir à praia com base apenas nessa pesquisa. No entanto, a vitamina D extra não será prejudicial, pois ela já se provou essencial para a saúde óssea".
Testar níveis de vitamina D pode ajudar a prevenir câncer de próstata agressivo
Outra importante revisão surgiu recentemente associando baixos níveis de vitamina D ao câncer de próstata agressivo. Knowridge falou sobre pesquisa da Northwestern Medicine, afirmando que:
"Os níveis sanguíneos deficientes de vitamina D nos homens podem prever o câncer de próstata agressivo identificado no momento da cirurgia. A descoberta é importante porque pode oferecer orientação aos homens e seus médicos que possam estar considerando a vigilância ativa, na qual monitoram o câncer em vez de remover a próstata".
Isso é particularmente verdadeiro em homens com pele escura, como afro-americanos, com baixa exposição solar e/ou baixos níveis de vitamina D.
Uma dos fatores cruciais a serem observados é que baixos níveis de vitamina D foram encontrados por meio de exames de sangue antes que qualquer sinal de câncer de próstata aparecesse; portanto, verificar os níveis de vitamina D com antecedência pode salvar vidas, e é uma alternativa muito melhor do que começar a tomá-la após o problema ser descoberto.
De fato, "todos os homens devem procurar reabastecer sua vitamina D para que atinja níveis normais", disse o Dr. Adam Murphy, Ph.D., urologista e professor assistente de urologia da Northwestern University, cuja pesquisa mostrou que homens afro-americanos em regiões com baixa a luz do sol tem probabilidade 1.5 vezes mais alta de apresentar deficiência de vitamina D do que os caucasianos.
O estudo observou: "Patologia adversa foi definida como a presença de Gleason 4 primária ou qualquer doença de Gleason 5". Uma pontuação baixa de Gleason reflete o tecido canceroso como semelhante ao normal, enquanto números altos são "muito diferentes do normal", tendo probabilidade maior de se espalhar.
"É muito difícil ter níveis normais quando você trabalha em um escritório todos os dias, especialmente por causa do nosso longo inverno", disse Murphy, morador de Chicago.
O Institute of Medicine recomenda 600 unidades internacionais (UI) de vitamina D por dia, mas ele aconselha aos homens nas regiões norte ou mais frias do país a consumir de 1.000 a 2.000 UI de vitamina D por dia.
No entanto, mesmo essa quantidade pode ser muito menor do que o necessário. Como regra geral, as pesquisas da GrassrootsHealth sugerem que os adultos precisam de cerca de 8.000 UI por dia para atingir um nível sérico de 40 ng/ml.
Inflamação aliviada por vitamina D
Os pesquisadores investigaram eventos específicos de sinalização que a vitamina D suprime para inibir a inflamação. Uma pesquisa publicada no The Journal of Immunology chamou isso de "cascata inflamatória"; baixos níveis de D, encontrados em milhões de pessoas, falharam em inibir a cascata, enquanto níveis adequados foram capazes de fazê-lo.
Atualmente, as diretrizes dos EUA sugerem que indivíduos mantenham um nível sérico de vitamina D no sangue de pelo menos 20 nanogramas/mililitro, mas isso está em debate.
A autora-chefe Elena Goleva, Ph.D., professora assistente de pediatria da National Jewish Health, afirma que níveis mais altos seriam melhores (para se beneficiar ao máximo da vitamina D, você provavelmente precisaria de um nível de 40 a 60 ng/ml):
"Pacientes com doenças inflamatórias crônicas, como asma, artrite e câncer de próstata, que são deficientes em vitamina D, podem se beneficiar da suplementação de vitamina D para obter níveis séricos da vitamina acima de 30 nanogramas/mililitro.
Isso destaca uma clara cadeia de eventos celulares, desde a ligação do DNA, através de uma via de sinalização específica, até a redução de proteínas conhecidas por desencadear a inflamação.
Esse ponto de ligação do DNA para o receptor de vitamina D e as vias específicas inibidas por níveis mais altos de vitamina D fornecem um mecanismo plausível para muitos dos benefícios associados a ela."
Vitamina D pode melhorar a "dor crônica generalizada"
Quase simultaneamente a essa investigação, uma pesquisa recente na Turquia, publicada no International Journal of Rheumatic Diseases, vai ainda mais longe e relata de que a dor musculoesquelética crônica generalizada, ou CWP, pode ser melhorada com vitamina D.
Pacientes com fibromialgia e outros pacientes com CWP receberam 50.000 UI/semana de vitamina D3 por via oral durante três meses. Posteriormente, os cientistas notaram um aumento acentuado nos níveis de 25-hidroxivitamina D3 e diminuição da dor, fadiga ao acordar, falta de energia, pontos sensíveis e depressão.
Significativamente, havia 30 pacientes com fibromialgia no início do estudo e apenas 20 no final, e 85% dos pacientes relataram satisfação com o tratamento. Os pesquisadores concluíram:
"O tratamento de reposição de vitamina D em pacientes com CWP inespecífica proporcionou melhorias nos sintomas musculoesqueléticos, nível de depressão e qualidade de vida dos pacientes. Pacientes com CWP devem ser investigados quanto à deficiência de vitamina D."
Quanta suplementação de vitamina D é recomendada, e quais são as fontes alimentares
Você deve se esforçar para otimizar seus níveis de vitamina D através da exposição ao sol, suplementação e alimentação, para manter um nível sanguíneo saudável de 40 a 60 ng/ml durante todo o ano. A duração da exposição ao sol e/ou dose suplementar necessária para cada indivíduo para atingir esse nível otimizado varia. Para descobrir seus níveis de vitamina D, recomendo fazer o teste sanguíneo regularmente para garantir uma saúde geral ideal.
A exposição sensata ao sol (e não tomar banho imediatamente após deixar o sol, para maximizar a absorção) são a melhor maneira de acessar esse nutriente incrível. Embora seja difícil manter níveis ideais de vitamina D a partir de fontes alimentares, ela é encontrada em alguns alimentos, incluindo:
Sardinhas |
Salmão selvagem do Alasca |
Fígado bovino |
Gemas de ovos caipiras orgânicos |
Queijo |
Manteiga feita com leite de vacas terminadas a pasto |