Por Dr. Mercola
No livro “It's All in Your Mouth: Biological Dentistry and the Surprising Impact of Oral Health on Whole Body Wellness”, o biodentista Dr. Dominik Nischwitz apresenta um tratamento holístico para a saúde e bem-estar de todo corpo.
Nischwitz seguiu a carreira do pai como biodentista e preside a Sociedade Internacional de Implantologia Livre de Metal (ISMI) desde 2019.
Quando criança, Nischwitz “costumava se sentir mal o tempo todo” e costumava ser tratado com antibióticos para infecções recorrentes da garganta. Aos 14 anos, seus sisos foram extraídos. Os 15 anos, teve apendicite e acne severa, problemas que também foram respondidos por meses de antibióticos.
“Para mim, era normal alternar entre ficar doente e saudável... Quiseram tirar minhas amígdalas aos 16 anos. Minha mãe disse: "vamos procurar uma segunda opinião". Fomos a um médico neuropata... Ele me examinou com cinesiologia e... disse que eu era alérgico a leite.
Remover o leite da dieta ajudou. Minhas amígdalas ficaram onde estavam e eu ainda levei alguns anos para me interessar pela ortodontia. Eu atendia na cruz vermelha como paramédico. Para isso, é preciso fazer residência em uma clínica.
Talvez tenha sido coincidência. Eles me colocaram em uma clínica dental... Eu me candidatei à universidade, passei e comecei sem saber nada sobre o assunto. Por fim, me interessei pela área da saúde porque ela começou a fazer efeito para mim. Eu queria um desempenho melhor."
Seguindo o conselho de uma revista de musculação, Nischwitz começou a comer 3.000 calorias por dia para ganhar massa. Na época, ele não sabia que nem todas as calorias são iguais, e após comer macarrão e atum por um ano, ele ganhou 20 quilos, muitos dos quais não foram convertidos em musculatura.
"Eu não sabia que o que faltava era conhecimento sobre saúde. Estava focado em desempenho e massa muscular. Talvez tenha sido por motivação estética, mas aprendi tudo que podia sobre nutrição...
Tentei cada dieta possível. Usei todo tipo de suplemento. Eu era aquele cara da faculdade que sempre estava comendo, sem saber que talvez estivesse consumindo carboidrato demais... Mas aprendi muito com a experiência."
Nischwitz acabou descobrindo os efeitos do amálgama dental na saúde, o que "fez todo sentido com os estudos sobre nutrição". “Durante mina residência, quando não estava arrancando obturações, estava procurando na internet formas de remover, desintoxicar, de entender o funcionamento básico do fígado, tudo que era possível aprender sobre o assunto", disse ele. "Eu estava muito interessado em encontrar soluções reais".
O conceito da saúde interligada
Nitchwitz estuda o que chama de "conceito de saúde interligada", que começa na boca.
“Os dentes são órgãos que conectados a todo o seu sistema nervoso e fazem parte do cérebro, como se fossem seus olhos”, diz ele. "Existe um enorme nervo cerebral chamado nervo trigêmeo. Ele é muito importante, porque é um dos 12 nervos cranianos e ocupa 50% do espaço de todos os outros."
Para começar, os pacientes enviam ao doutor suas radiografias panorâmicas atuais, um questionário médico e seus exames de sangue de vitamina D3 e LDL, que oferecem uma noção básica de sua saúde atual.
Depois, o paciente deve ser preparado de forma adequada com mudanças na nutrição e estilo de vida. "É o quase mesmo que você faria por um paciente seguindo a medicina funcional. O importante é que as soluções sejam o mais naturais possível", diz Nischwitz.
Seu livro contém dois gráficos, um vermelho e outro verde. O vermelho descreve intolerâncias alimentares comuns, toxinas alimentares e suas alternativas. Todos os pacientes devem evitar cereais e laticínios. A verde traz carboidratos, gorduras e proteínas saudáveis que podem ser adicionadas à sua dieta.
Nischwitz também desenvolveu um Protocolo de Cura Óssea que engloba certos micronutrientes e foca em altas doses de vitamina D3. Os níveis de vitamina D devem ficar acima de 60 nanogramas por mililitro (ng/mL). Se o paciente estiver muito abaixo disso, pode ter que tomar suplementação por vários meses antes do tratamento começar. O protocolo também fala sobre o magnésio, a vitamina K2, a vitamina C e as vitaminas do complexo B.
“Depois disso, eles já chegam para a semana de otimização com a imunidade alta”, diz Nischwitz. "O sistema nervoso já é muito bom. O que estamos tentando fazer é tirar o paciente do modo de sistema nervoso simpático crônico e levar para o modo parassimpático...”
Removendo fatores orais que interferem na saúde
O plano de tratamento de Nischwitz inclui remover e lidar com interferências orais como:
• Obturações metálicas — As restaurações de mercúrio (amálgama) e todas as outras de metal são removidas com segurança usando barragens de borracha especializadas e sucção de limpeza, bem como outros parâmetros que garantem que os vapores de mercúrio não sejam recirculados no sistema, o que poderia causar uma sobrecarga tóxica aguda. Os pacientes também recebem uma sonda nasal e nutrientes intravenosos para auxiliar na desintoxicação e cura.
• Tratamento de canal (substituindo-os por implantes de cerâmica) — Dentes com canais são extraídos, e o alvéolo é limpo com ozônio. Usa-se também terapia neural, junto com um tratamento com fibrina rica em plaquetas (APRF).
“Tiramos sangue antes da cirurgia e passamos na centrífuga para formar o APRF”, explica ele. O APRF contém células-tronco e fatores de crescimento colocados no alvéolo vazio ou ao lado do implante de dióxido de zircônio, que não contém óxidos de metal e é biocompatível.
Por outro lado, embora poucos dentistas aprendam sobre isso, há formas de resgatar um dente infectado, evitando assim a necessidade de um tratamento de canal. Um método que parece ser muito eficiente é esterilizar a raiz infectada com um laser YAG de alta potência, que combina terapia de luz e terapia de som acústico com ozônio.
Em muitos casos, isso já é suficiente para evitar um tratamento de canal. O que Nizchwitz descreve é um esforço de resgate necessário após um tratamento de canal.
• Cavitações — Cavitação é o termo comum para Osteonecrose Degenerativa Gordurosa dos Maxilares (FDOJ) ou doença óssea isquêmica crônica (CIBD). A cavitação também é conhecida como osteonecrose cavitacional indutora de nevralgia (cavitações NICO).
Cavitações na parte posterior da mandíbula, que sobraram das extrações do dente do siso (ou de todos os outros locais de extração) podem fazer com que a dor irradie pelos outros dentes através do nervo trigêmeo. Em alguns casos, os pacientes acabam fazendo um tratamento de canal em um dente dolorido que não tinha nenhum problema, porque a era causada por uma cavitação.
Além das cavitações, Nischwitz aponta que a dor de dente também pode ser causada por níveis muito altos ou muito baixos de açúcar no sangue, uma mudança geral no nível de pH da boca ou deficiência de minerais.
Após a cirurgia, Nischwitz prepara um "projeto alimentar" ou "conceito de estilo de vida" para cada paciente, com base em sua composição corporal, metabolismo e assim por diante.
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Nischwitz acredita que as cáries e os problemas resultantes podem ser evitados por completo seguindo um programa de estilo de vida otimizado, no qual o paciente tem níveis ideais de exposição ao sol, nutrição, evita toxinas e certos vilões nutricionais como glúten e laticínios.
“É por isso que é tão importante que todas essas informações sejam divulgadas”, diz ele. “E é por isso que dediquei um capítulo inteiro à parte nutricional. A odontologia biológica, eu diria, é uma sobreposição entre a medicina funcional, biohacking e odontologia de alta tecnologia com o objetivo de otimizar a saúde. Sou um grande fã do básico, e meu maior objetivo é mudar estilos de vida...
Todo mundo fala sobre permeabilidade intestinal, mas não sobre infiltração gengival. O tecido gengival, a gengiva, é feita do mesmo tecido escamoso. No caso de gengivite crônica, por exemplo, por falta de nutrientes ou talvez por restaurações erradas, você pode ter uma falha em seu sistema por conta da gengiva.
Bactérias não são capazes de entrar nos dentes, mas se houver uma abertura na gengiva ou se você tiver um implante de titânio no qual o tecido não fica cima, sempre haverá uma lacuna enorme pela qual bactérias, que costumam ser anaeróbicas, podem entrar em seu sistema. Isso é o que se chama de infiltração de gengiva. Os problemas começam aí, já que o intestino começa na boca."
Nischwitz também destaca a importância do parto natural (sempre que possível) e da amamentação, pois isso é muito importante para a formação adequada da mandíbula. A amamentação requer muito mais força do que sugar uma mamadeira, portanto, mamar no peito desenvolve a mandíbula e os músculos, garantindo o desenvolvimento adequado do palato do bebê.
“Essa possibilidade de otimizar a saúde das pessoas é muito gratificante para mim. Sempre lanço aos meus pacientes o desafio de mudar seus estilos de vida. Do contrário, eu nem os aceito, pois sei que não conseguiria bons resultados".