Uma em Cada Cinco Mortes Agora Está Associada à Obesidade

Obesidade

Resumo da matéria -

  • Um novo estudo concluiu que quase uma em cada cinco mortes está associada à obesidade, o que significa um número quase três vezes maior do que estimativas realizadas anteriormente.  
  • O número de pessoas com sobrepeso ou obesas é provavelmente muito maior do que o sugerido pelos estudos porque a ferramenta geralmente usada para a realização dessa medição é o IMC, que é falho e não leva em consideração a distribuição de gordura corporal.  
  • Mortes relacionadas à obesidade incluem diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardíacas, doenças hepáticas, câncer, demência e depressão porque quase todas possuem disfunção metabólica como fator subjacente comum.
  • A única forma efetiva de reverter dessa tendência é a promoção de mudanças na dieta e no estilo de vida; remédios, definitivamente, não são a resposta.

Por Dr. Mercola

Um novo relatório revela estatísticas surpreendentes sobre o quanto a epidemia de obesidade está roubando a saúde e a longevidade dos americanos. A Columbia University e a Fundação Robert Wood Johnson examinaram o real impacto da obesidade sobre as taxas de mortalidade.

O estudo concluiu que quase uma em cada cinco mortes está associada à obesidade, o que significa um número mais de três vezes maior do que estimativas realizadas anteriormente.

De certa forma, o efeito varia de acordo com o sexo, etnia e idade. Quanto mais jovem a pessoa, maior a influência da obesidade sobre a mortalidade. E, ao contrário do que dizia um estudo realizado anteriormente, a obesidade não é protetora se você for idoso.

Um estudo realizado pela Columbia University encontrou as seguintes taxas (em %) de mortes associadas ao alto IMC (índice de massa corporal):

  • Mulheres negras: 26,8% das mortes estavam associadas a um IMC igual ou maior que 25 (sobrepeso ou obesidade)
  • Mulheres caucasianas: 21,7 %
  • Homens caucasianos: 15,6 %
  • Homens negros: 5 %

Porém, Isso Pode Ser Ainda Pior...

As taxas de obesidade podem ser ainda piores do que esses estudos sugerem por vários motivos. Primeiro, o número de americanos com sobrepeso ou obesos aumenta todo ano e já é consideravelmente maior hoje do que em 2006, último ano com dados registrados pelo estudo realizado pela Columbia University.

Segundo, e mais importante, o estudo usa o IMC para medir a obesidade, o qual é um índice significantemente falho, pois não leva em consideração a porcentagem de gordura corporal ou a distribuição daquela gordura.

Quando essas variáveis são levadas em consideração, o número de pessoas que se encaixa nos padrões da obesidade é MUITO maior – possivelmente duas vezes maior! Mesmo sem o ajuste para gordura corporal, se as tendências para obesidade forem precisas, os impactos sociais serão, de longe, piores em 2030.

Taxas de "obesidade extrema" (pessoas com IMC acima de 40) aumentaram 350 % nos últimos anos.

Conforme indicadores simples, a medida da cintura é um prognosticador melhor do risco de desenvolver doenças cardíacas do que o peso corporal ou o IMC. Determinar a medida de sua cintura é fácil. Com uma fita métrica, meça a distância em torno da menor área de seu abdômen abaixo da caixa torácica e acima do umbigo.

Se você não tem certeza se a medida da circunferência de sua cintura é uma medida saudável, use o seguinte guia:

  • Para homens, entre 94 e 101 centímetros é sobrepeso e acima de 101 centímetros é obesidade
  • Para mulheres, entre 80 e 87,8 centímetros é sobrepeso e acima de 87,8 centímetros é obesidade

Obesidade é Um Sinal da Morte

Oito doenças relacionadas à obesidade representam surpreendentes 75% dos custos de cuidados médicos nos EUA. Dentre essas doenças estão:

  • Diabetes tipo 2
  • Doenças hepáticas gordurosas não alcoólicas (DHGNA)
  • Hipertensão
  • Síndrome dos ovários policísticos
  • Distúrbios lipídicos
  • Câncer (particularmente de mama, endometrial, de cólon, da vesícula biliar, da próstata e dos rins)
  • Doenças cardíacas
  • Demência

Diabetes tipo 2, hipertensão, distúrbios lipídicos e doenças cardíacas estão associadas à síndrome metabólica, que é um fator comum na obesidade. No entanto, várias outras doenças estão igualmente incluídas nesta categoria que são as DHGNA, a síndrome dos ovários policísticos, o câncer e a demência. E várias outras poderiam ser incluídas nessa lista. De acordo com o Cirurgião Geral, além das doenças citadas acima, a obesidade aumenta o risco para asma, distúrbios do sono (incluindo apneia), depressão, complicações na gravidez e resultados cirúrgicos ruins.

Enquanto a obesidade está associada à síndrome metabólica e às doenças listadas acima, ela não é a causa delas; ela é simplesmente um indicador. A conexão comum entre elas é a disfunção metabólica e o consumo de açúcar/frutose em excesso é o condutor primário.

Por favor, note que você pode ter disfunção metabólica e ser propenso a ter “doenças relacionadas à obesidade”, mesmo que seu peso corporal esteja dentro do padrão normal — você não deve confiar apenas na medida de seu IMC, pois ela pode não lhe fornecer o quadro completo de sua saúde.

Forças Sociais Promovem Disfunções Metabólicas Desmedidas

Forças socioeconômicas e um sistema alimentar fomentado contra uma alimentação saudável dificultam, para muitas pessoas, a adoção de um estilo de vida saudável. Isso é agravado pela vasta gama de informações indevidas, algumas das quais vindo diretamente de reguladores governamentais e dos chamados especialistas em nutrição.  

Um dogma que tem contribuído bastante para a piora da saúde da sociedade Ocidental é o popular “uma caloria é uma caloria”. Essa é uma das primeiras coisas que os nutricionistas aprendem na faculdade, porém, infelizmente, isso é completamente FALSO!

Um segundo mito comum é que a obesidade é resultado do consumo exagerado de alimentos e falta de exercício – ou seja, consumo de calorias maior do que a perda. Isso tem levado à crença de que pessoas obesas são simplesmente “preguiçosas”.

Porém, existem forças sociais em ação que vão além dos hábitos pessoais. Há um número crescente de crianças ficando obesas e “preguiçosa” não é exatamente o adjetivo mais correto para se qualificar uma criança.

As mudanças sociais nos últimos 60 anos têm promovido uma situação perfeita para a deterioração da saúde humana – ambiente alimentar dramaticamente alterado combinado com atividades físicas reduzidas e o aumento da exposição a uma variedade enorme de produtos químicos industriais e agrícolas com efeitos biológicos nocivos.

A chave dessas mudanças no nosso ambiente alimentar é o uso excessivo de açúcar além de todos os alimentos processados primariamente na forma de xarope de milho com alto teor de frutose. E é aqui que entra a falsidade do dito “uma caloria é uma caloria”, porque uma caloria advinda de gordura não impacta seu organismo da mesma forma que uma caloria advinda do açúcar.

O maior fator que leva à obesidade é o excesso de açúcar na dieta ocidental, particularmente a frutose.

O problema fica ainda mais intensificado devido à recente proclamação feita pela Associação Médica Americana que diz que a "obesidade é uma doença," ignorando as causas primárias da obesidade e pedindo ajuda das grandes companhias farmacêuticas.

Convenientemente, dois novos remédios prescritos para perda de peso foram recentemente liberados e duas vacinas contra obesidade estão em desenvolvimento. Remédios não são a resposta, independente de suas campanhas publicitárias. A única forma de reverter essas tendências é a mudança na dieta e no estilo de vida.

De Forma Similar ao Consumo de Álcool, o Excesso de Açúcar Age Como Veneno

De acordo com o Dr. Robert Lustig, um dos maiores especialistas em obesidade infantil, quantidades excessivas de açúcar podem servir como toxina contribuindo de forma considerável com a obesidade e com diversas doenças crônicas e letais.

Uma pesquisa demonstra que a frutose pode ativar células gustativas encontradas no pâncreas que podem aumentar a secreção de insulina no organismo e aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

O açúcar dietético reage com aminoácidos para formar produtos finais da glicação avançada (AGEs) em seu organismo e esses produtos causam danos desencadeando doenças e envelhecimento precoce.

A ideia de perder peso através da contagem de calorias simplesmente não é uma abordagem válida porque seu organismo metaboliza glicose e frutose por dois caminhos totalmente diferentes. A frutose é quebrada de forma muito parecida com o álcool, danificando seu fígado e causando disfunções mitocondriais e metabólicas da mesma forma que o etanol e outras toxinas.

Seu fígado imediatamente converte a maior parte da frutose consumida em gordura, para armazenamento. Portanto, você engorda porque está consumindo os tipos errados de calorias, ao contrário de consumir muitas calorias e o problema se agrava pela falta de exercícios físicos.

Dicas Para Vencer a Obesidade de Uma Vez Por Todas

Ficar atento aos seguintes fatores dietéticos e de estilo de vida é a melhor forma de conquistar uma vida longa e saudável!

  • Escolha de Alimentos Adequados

    Para obter um guia nutricional completo, consulte meu plano nutricional ideal (Disponível apenas em Inglês). Em linhas gerais, foque no consumo de alimentos integrais, idealmente orgânicos e não processados que provenham de fontes saudáveis, sustentáveis e, preferencialmente, locais.

    Para um maior benefício nutricional, consuma grande parte de sua comida na forma crua.

    Embora existam diferenças claramente individuais, a maioria das pessoas empenhar-se-ia numa uma dieta rica em gorduras saudáveis (superior a 50/70 % das calorias consumidas), no consumo de quantidades moderadas de proteína de alta qualidade e no consumo de vegetais em abundância.

    Carboidratos não vegetais deveriam ser uma parte bem pequena de sua dieta geral. Como adoçante você poderia usar a erva Stevia, ou açúcar de cana natural e mel em quantidades pequenas.  
  • Ômega-3 Baseado em Gordura Animal de Alta Qualidade

    Aumente o consumo de ômega-3 e reduza o consumo de ômega-6 proveniente de gorduras processadas. O Ômega-3 baseado em gordura animal como o óleo de krill, por exemplo, é essencial para a saúde do coração e do cérebro
  • Programa Completo de Exercícios, Incluindo Exercícios de Alta Intensidade

    Mesmo que você esteja fazendo a melhor dieta do mundo, você ainda precisará de exercícios – e exercite-se de forma efetiva – se quiser aprimorar sua saúde. Você deve incorporar exercícios de fortalecimento do core, treinamento de força e alongamento correto, assim como atividades de resistência de alta intensidade.

    Considere a combinação destes com jejum intermitente para sobrecarregar seu metabolismo. Treinamentos extremos de resistência têm demonstrado causar mais danos do que benefícios, portanto devem ser evitados.
  • Aprimore seus Níveis de Vitamina D

    Um fator importante relacionado à vitamina D é seu nível sérico que deve estar idealmente entre 50-70 ng/ml ao ano e a única forma de determinar esse nível é através de exame de sangue.

    Exposição ao sol ou a uma cama de bronzeamento segura é o método preferido, porém suplementos de vitamina D3 podem ser usados se necessário. A maioria dos adultos precisa de cerca de 8.000 UI de vitamina D por dia para atingir níveis séricos de 40 ng/ml.
    Se você tomar suplementos de vitamina D, você também precisa certificar-se de estar consumindo quantidade suficiente de vitamina K2, pois esses dois nutrientes funcionam em conjunto para garantir que o cálcio seja distribuído de forma adequada pelo organismo.

    A deficiência de Vitamina K2 é o que, de fato, produz os sintomas da toxicidade da vitamina D, incluindo calcificação inadequada que pode levar ao enrijecimento das artérias.

    Vegetais fermentados podem ser uma ótima fonte de vitamina K2 se você mesmo fermentar seus vegetais usando cultura-mãe desenvolvida para gerar vitamina K2 como a que ofereceremos futuramente este ano. Queijos Gouda e Edam também são boas fontes.
  • Redução do Estresse e Organização Emocional

    Existem frequentes fatores emocionais subjacentes ao ganho de peso, portanto é importante fazer uma organização emocional regularmente.

    De fato, seu estado emocional desempenha função importante em quase todas as doenças físicas e, ainda assim, é o fator negligenciado com mais frequência. O estresse tem impacto direto em inflamações que desencadeiam a maioria das doenças crônicas que matam pessoas prematuramente todos os dias.

    Meditação, oração, ioga e ferramentas de psicologia energética como Técnicas de Libertação Emocional (EFT) são opções viáveis que podem ajudá-lo a aliviar o estresse e aflorar bloqueios emocionais mascarados.
  • Evite Tanto Quanto Possível Produtos Químicos, Toxinas e Poluentes

    Isso inclui jogar fora seus limpadores domésticos tóxicos, sabonetes, produtos de higiene pessoal, cosméticos, purificadores de ar, inseticidas, apenas para citar alguns, e substitua-os por alternativas não tóxicas.
  • Conexão á Terra, ou Conectar-se à Terra

    Ao andar descalço pela terra, elétrons livres são transferidos do solo ao seu corpo através da sola de seus pés. Esses elétrons livres são alguns dos mais potentes antioxidantes conhecidos pelo homem.

    Estudos têm demonstrado que esses elétrons reduzem dores e inflamações, melhoram a frequência cardíaca, promovem um sono tranquilo e tornam seu sangue menos viscoso promovendo impacto benéfico ao seu coração.

    A falta de contato com a terra devido ao uso de calçados com sola de borracha ou plástico tem contribuído com o aumento de doenças modernas por permitir que inflamações crônicas proliferem de forma descontrolada.

    Portanto, quanto mais puder caminhar descalço, melhor. Locais ideais para isso são praia, perto da água ou na água, e em grama natural.
  • Tome Muita Água Fresca e Pura Todos os Dias.
  • Garanta Sempre um Sono Bom e Restaurador.