Consuma Alimentos Orgânicos – Com Certificado AGA

vacas pastando em um campo

Resumo da matéria -

  • A carne e os laticínios de bovinos criados no pasto são melhores para a saúde por serem mais ricos em determinadas vitaminas, antioxidantes e ácidos graxos do que aqueles provenientes de operações de engorda de animais por confinamento (CAFO)
  • Embora as CAFOs sejam as principais fontes de poluição do ar e da água, a agricultura de animais criados no pasto regenera o solo e mantém o equilíbrio ecológico sem depender de fertilizantes químicos e pesticidas
  • Esses elementos básicos do bem-estar animal estão em falta nas CAFOs, enquanto os animais criados no pasto têm a liberdade de expressar seus comportamentos naturais. Alimentos provenientes de animais criados no pasto também possuem menos probabilidade de estar contaminados com bactérias resistentes a medicamentos

Por Dr. Mercola

Optar por alimentos orgânicos é uma maneira simples de diminuir sua exposição a pesticidas e OGM (Organismos Geneticamente Modificados), mas uma opção ainda melhor é procurar por alimentos, especialmente carne bovina e laticínios, que sejam orgânicos e criados no pasto.

As vacas alimentam-se originalmente de pasto, mas a maioria das carnes bovinas e laticínios vêm de vacas que consomem milho e grãos, perpetuando as antiéticas e ambientalmente devastadoras operações de engorda de animais por confinamento (CAFO), que dominam a agricultura industrial.

Em troca de carne bovina e laticínios mais baratos, estamos pagando um preço alto, que pode ser incontável em termos de danos à saúde humana causados pela poluição.

Por outro lado, as fazendas produtoras de carne e laticínios de bovinos criados no pasto são capazes de regenerar naturalmente o solo e manter o equilíbrio ecológico sem depender de fertilizantes químicos e pesticidas.

Enquanto isso, produtos feitos a partir de animais criados no pasto, como leite e queijo, são valorizados por suas variações sazonais no sabor, juntamente com seu perfil nutricional superior.

Os Alimentos Provenientes de Bovinos Criados no Pasto são Melhores Para a Saúde

Do ponto de vista da saúde, há boas razões para optar o máximo possível por alimentos orgânicos e de bovinos criados no pasto. O leite de vacas alimentadas principalmente por pasto demonstrou ser mais rico em muitos nutrientes, incluindo vitamina E, betacaroteno e ácidos graxos ômega-3 e ácido linoleico conjugado (CLA).

A carne de bovinos terminados a pasto também é melhor para a sua saúde, uma vez que os níveis de CLA duplicam ou triplicam quando o gado é terminado por pasto e não por grãos.

Esse é um benefício considerável, pois o CLA está associado a um menor risco de desenvolvimento de câncer e doenças cardíacas e níveis otimizados de colesterol. A proporção de gorduras na alimentação também é mais saudável na carne de bovinos terminados a pasto.

Esta também é mais rica em antioxidantes como vitaminas E e A, como apontou o relatório, junto com as enzimas superóxido dismutase e catalase, que eliminam os radicais livres que poderiam acelerar a oxidação e a deterioração.

As vacas alimentadas com grãos também encorajam o crescimento de E. coli no intestino dos animais, já que isso provoca um ambiente mais ácido. Elas vivem em um estado de inflamação crônica, o que aumenta o risco de infecção e doença, e requerem baixas doses de antibióticos em alimentos para fins de prevenção de doenças.

Esse não é o caso do gado terminado a pasto, que se mantém naturalmente saudável, pois lhe é permitido o acesso a pastagens, sol e ar livre.

Em um estudo realizado pela Consumer Reports com 300 amostras de carne moída crua, a carne de bovinos terminados a pasto e sem antibióticos, tinha uma probabilidade três vezes menor de estar contaminada com bactérias multirresistentes do que as amostras convencionais (CAFO).

A carne de bovinos terminados a pasto também tinha menos probabilidade de estar contaminada com E. coli e Staphylococcus aureus do que a carne proveniente de CAFO. Então, ao mesmo tempo em que ela dá a você mais nutrição, você também terá menos probabilidade de ser exposto a patógenos resistentes a medicamentos quando consumir alimentos de bovinos terminados a pasto.

A Carne e Laticínios de Bovinos Criados no Pasto são Melhores Para o Meio Ambiente

As CAFOs que produzem carne e laticínios estão entre os maiores poluidores do planeta, por inúmeras razões.

Para começar, há a quantidade massiva de estrume que se acumula nas “lagoas” das CAFOs, levando à poluição tóxica do ar e da água, juntamente com o uso excessivo de fertilizantes e pesticidas (para não mencionar a água) usados para cultivar os grãos que o gado consome.

Em contraste, criar animais em pastagens utilizando métodos de pastoreio rotativo ou regenerativo pode aumentar a matéria orgânica do solo, sua fertilidade e capacidade de retenção de água, enquanto naturalmente reduz a erosão e estimula a diversidade de cultivos.

Infelizmente, como os agricultores plantam cada vez mais trigo, arroz, soja e milho (inclusive para alimentação animal), mais de 75% da diversidade genética das colheitas desapareceu desde 1900, deixando os campos cada vez mais vulneráveis a pragas, doenças e secas.

O Método de Bovinos Criados no Pasto é Mais Humano e a Carne tem Sabor Melhor

Para ser considerado humano, os animais devem ser criados sem dor, lesão ou doença, bem como medo ou angústia. Eles devem receber alimento e água adequadamente, bem como poder expressar seu comportamento natural.

Esses elementos básicos do bem-estar animal faltam nas CAFOs, que mantêm os animais confinados por longos períodos de tempo, sem espaço adequado ou acesso ao ambiente externo. Conforme observado pelo relatório “Back to Grass” (De Volta ao Pasto):

“Ficar em pé em chão de terra (ou às vezes de concreto), muitas vezes cobertos com camadas espessas de lama e esterco, pode produzir problemas de saúde como podridão nas patas (causando inchaço e claudicação) e dermatite digital, uma infecção bacteriana que também pode causar claudicação e desconforto intenso.

Em currais de confinamento, os antibióticos são usados para prevenir surtos de doenças, que se espalham facilmente de animal para animal, quando estes ficam confinados na mesma área por um longo período.

Os antibióticos também são usados em currais de confinamentos para prevenir a acidose (uma variedade de doenças que surgem quando os micróbios no rúmen fermentam os amidos na ração de grãos), o que pode provocar efeitos prejudiciais que vão desde o inchaço do estômago até a morte súbita.”

Animais criados em pastagens são mais saudáveis, o que significa que não são rotineiramente alimentados com antibióticos, e lhes é permitido viver como deveriam, isto é, pastando e sentindo o sol em suas costas.

É importante entender, no entanto, que optar por alimentos orgânicos não significa necessariamente que os animais foram criados com mais humanidade. As vacas produzem mais leite e mais rapidamente quando são alimentadas com grãos no celeiro, ao invés de pastar na grama ou pasto.

A norma permite uma maior transparência e conformidade e é destinada a garantir um tratamento humano aos animais, além de atender às expectativas dos consumidores em relação a laticínios de animais terminados a pasto, sendo viável para os pequenos agricultores.

Alimentos de bovinos criados no pasto são mais saudáveis ​​para você e para o planeta, como também melhores para o meio ambiente, mas ainda há outro motivo para optar por eles: seu sabor. “Há um consenso crescente entre os chefs e especialistas gastronômicos de que a carne de alta qualidade, de bovinos terminados a pasto não só compete, mas é de fato mais saborosa do que a daqueles terminados em grãos. Ela possui um sabor mais genuíno e mais complexo”, apontou Back to Grass.

Voltar às Pastagens é a Chave

Outro motivo para optar pelos alimentos de animais criados no pasto é que a agricultura regenerativa, incluindo a conversão de campos de milho de volta para de pastos e a preservação das pastagens naturais existentes, é a chave para corrigir muitos problemas ambientais.

Esse tipo de sistema de manejo da terra promove a redução do dióxido de carbono atmosférico (CO2), trazendo-o de volta ao solo, onde ele pode gerar muitos benefícios. Uma vez na terra, o CO2 pode ser armazenado com segurança por centenas de anos e, na realidade, contribui para a fertilidade do solo.

Como aponta o relatório “Back to Grass”, uma identificação precisa é fundamental para “garantir que os consumidores recebam o que pensam que estão comprando”. Você pode não apenas estar comprando carne bovina importada sem saber, mas também a carne de bovinos criados no pasto que você está comprando pode não ser tão saudável quanto espera que seja, graças a normas fracas.

Essa é outra razão pela qual é importante procurar o logotipo da AGA em sua carne e lacticínios, pois isso garante que os animais nasceram e foram criados em fazendas familiares americanas, alimentados apenas com grama e forragem, desde o desmame até à colheita e criados a pasto, sem terem vividos em currais de confinamentos.

Talvez você não possa fazer nada a respeito da forma com que as fazendas industriais de grande escala cultivam campos valiosos, mas pode fazer a diferença para si mesmo, sua família e sua comunidade, o que pode ter efeitos residuais.

A compra de alimentos de animais criados no pasto, incluindo a carne bovina, de bisão, de frango, leite e ovos, é um excelente começo para passar a dar suporte tanto à sua saúde, quanto aos métodos regenerativos de agricultura que protegem em vez de poluir o planeta.