Alta dosagem de vitamina C intravenosa salva paciente com COVID-19 em estado grave

Fatos verificados
Vitamina C

Resumo da matéria -

  • A vitamina C é um componente essencial da função das células imunológicas, tem poderosos efeitos anti-inflamatórios e, em altas dosagens, até funciona como um antiviral
  • A vitamina C é um componente fundamental de dois protocolos de tratamento distintos e altamente eficazes desenvolvidos pelo Dr. Paul Marik: um para septicemia e outro, chamado MATH+, especificamente para COVID-19
  • De acordo com um histórico de caso recente, altas dosagens de vitamina C intravenosa foram usadas com sucesso para salvar a vida de uma paciente idosa com COVID-19 em estado grave, septicemia e síndrome do desconforto respiratório agudo
  • Segundo os médicos que relataram o caso, ela foi a primeira paciente a ter o uso da ventilação mecânica descontinuado precocemente com sucesso naquele hospital. A duração média da ventilação mecânica para pacientes com COVID-19 é de 10 dias, mas essa paciente foi capaz de sair em cinco

Por Dr. Mercola

Enquanto a mídia norte-americana e os auto-intitulados “verificadores de fatos” afirmam que o uso de vitamina C contra a COVID-19 nada mais é do que fake news e um perigoso absurdo, os chineses têm trabalhado arduamente para examinar a vitamina C contra essa doença pandêmica.

Uma fonte na qual você pode encontrar um material de pesquisa pertinente é o site do Orthomolecular Medicine News Service, que publicou dezenas de relatórios sobre o assunto.

No início deste ano, eu entrevistei o Dr. Andrew Saul, editor-chefe do Orthomolecular Medicine News Service, sobre a vitamina C contra doenças virais como a COVID-19, quando ele revisou alguns dos benefícios comprovados. É importante observar que a vitamina C é um componente essencial da função das células imunológicas, tem poderosos efeitos anti-inflamatórios e, em altas dosagens, até funciona como um antiviral.

A vitamina C é um componente fundamental de dois protocolos de tratamento distintos e altamente eficazes desenvolvidos pelo Dr. Paul Marik: um para septicemia e outro, chamado MATH+, especificamente para COVID-19. Eu revisei os dois protocolos em artigos anteriores.

Paciente com COVID-19 é salva da beira da morte pela vitamina C

Um artigo do MedPage Today de 10 de agosto de 2020 destaca um histórico de caso recente em que altas dosagens de vitamina C intravenosa foram usadas com sucesso para salvar a vida de uma paciente idosa.

Uma mulher de 74 anos foi internada num hospital de Flint, Michigan, após sofrer de febre baixa, tosse seca e falta de ar por dois dias. Ela havia passado recentemente por um procedimento de substituição do joelho, que agora estava vermelho, inchado e dolorido, sugerindo que uma infecção havia se instalado.

Nas 24 horas seguintes, sua condição continuou a piorar, apesar do tratamento com oxigênio, antibióticos e outros medicamentos. Seu exame de RT-PCR também deu positivo para infecção por SARS-CoV-2. Conforme relatado pelo MedPage Today:

“Os médicos começam o tratamento com uma dose única de 400 mg de hidroxicloroquina oral e depois 200 mg duas vezes ao dia, junto com 500 mg de azitromicina intravenosa uma vez ao dia, 200 mg de sulfato de zinco três vezes ao dia e 1 g de vitamina C oral duas vezes ao dia.

Quando as culturas de sangue e escarro dão negativas para qualquer organismo, os antibióticos de amplo espectro são descontinuados. A dispneia da paciente piora rapidamente e a necessidade de oxigênio aumenta para 15 litros. Ela está sonolenta, em sofrimento moderado e suas vias aéreas permanecem desprotegidas...

No 6º dia... Infiltrados alveolares bilaterais são evidentes na radiografia de tórax, devido à pneumonia e ao edema intersticial, consistente com a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Dada sua rápida deterioração, a paciente sofre entubação de emergência e tem iniciada a ventilação mecânica controlada por volume e regulada por pressão."

No 7º dia, a família solicitou que ela recebesse altas dosagens de vitamina C intravenosa e, nas 24 horas seguintes, ela recebeu 11 gramas no total.

Dois dias depois, sua condição começou a melhorar gradualmente e, no 10º dia, uma segunda radiografia de tórax revelou uma melhora considerável tanto da pneumonia quanto do edema intersticial, momento em que ela foi extubada. A respiração da paciente continuou melhorando nos cinco dias seguintes.

“No 16º dia, ela mostra recuperação significativa, com saturação de oxigênio de 92% enquanto respira ar ambiente, e a radiografia de tórax revela resolução quase completa dos infiltrados”, relata o MedPage Today.

“Durante sua internação, a paciente recebeu um total de 5 dias de tratamento com hidroxicloroquina e azitromicina e 4 dias de colchicina. O tratamento com alta dosagem de vitamina C intravenosa e sulfato de zinco oral foi continuado por um total de 10 dias."

Lição aprendida: Lute pelo tratamento que você deseja

Surpreendentemente, embora tenha sofrido uma infecção grave por COVID-19, septicemia e SDRA — sendo submetida à ventilação mecânica — essa senhora idosa teve uma recuperação completa.

Segundo os médicos que relataram o caso, ela foi a primeira paciente a ter o uso da ventilação mecânica descontinuado precocemente com sucesso naquele hospital. A duração média da ventilação mecânica para pacientes com COVID-19 é de 10 dias, mas essa paciente foi capaz de sair em cinco.

A vitamina C foi reconhecida como um componente essencial da função das células imunológicas, desempenhando um papel crítico em vários mecanismos do sistema imunológico. A deficiência grave de vitamina C também é conhecida por aumentar o risco de... pneumonia e outras infecções.

Uma lição importante para levar dessa história é que o tratamento com vitamina C intravenosa foi feito por insistência de sua família. Esse é um excelente exemplo que demonstra que quando as coisas estão saindo do rumo, você precisa intervir e exigir o tratamento que você deseja. Você tem esse direito.

É também um exemplo de por que é tão importante ter um defensor para falar por você quando é admitido em um hospital. Essa mulher foi colocada em ventilação mecânica, o que significa que estava sedada e não estava em posição de tomar suas próprias decisões. Felizmente, sua família sabia dos possíveis benefícios da vitamina C e insistiu que fosse testada. Ao fazer isso, eles salvaram a vida dela. Conforme observado pelo MedPage Today:

“A vitamina C intravenosa não foi aprovada como tratamento padrão para SARS-CoV-2 e, portanto, não fazia parte do regime de tratamento do hospital contra a COVID-19.

No entanto, os autores do caso apontam que, por décadas, a vitamina C foi reconhecida como um componente essencial da função das células imunológicas, desempenhando um papel crítico em vários mecanismos do sistema imunológico. A deficiência grave de vitamina C também é conhecida por aumentar o risco de... pneumonia e outras infecções.

A vitamina C aumenta a motilidade dos neutrófilos, a fagocitose, a morte microbiana ao ativar as espécies reativas de oxigênio e a apoptose, e evita o dano oxidativo por suas propriedades antioxidantes.

Também promove a proliferação de linfócitos B e T e a produção de anticorpos. Pesquisas mais recentes sugerem que a vitamina C também previne a produção de citocinas pró-inflamatórias, incluindo a interleucina-6, um componente da síndrome de liberação de citocinas associada à COVID-19 grave, que resulta em lesão pulmonar e leva à SDRA."

Sim, os médicos estão usando vitamina C contra a COVID-19

Enquanto a mídia dos EUA continua a censurar as alegações de que a vitamina C pode ser útil contra a COVID-19, muitos médicos e pesquisadores estão levando isso a sério, principalmente com base em estudos anteriores que mostram seus benefícios contra septicemia, doenças virais e SDRA.

Por exemplo, em um ensaio clínico de 2019 envolvendo 167 pacientes de UTI com septicemia e SDRA, a vitamina C intravenosa na dosagem de 50 mg por quilo a cada seis horas por 96 horas reduziu significativamente a mortalidade e encurtou as permanências na UTI.

No 28º dia, a mortalidade era de 46,3% no grupo placebo em comparação com 29,8% no grupo da vitamina C, e o número de dias sem UTI foi de 7,7 no grupo placebo em comparação com 10,7 no grupo da vitamina C. A diferença média de permanência na UTI foi de 3,2 dias.

Em março de 2020, a Northwell Health, o maior sistema hospitalar de Nova York, também relatou que a vitamina C estava sendo "amplamente usada" contra a COVID-19 em seus 23 hospitais, em conjunto com a hidroxicloroquina e azitromicina (um antibiótico). Como relatado pelo New York Post em 24 de março de 2020:

"Pacientes em estado grave diagnosticados com coronavírus no maior sistema hospitalar do estado de Nova York estão recebendo enormes dosagens de vitamina C... O Dr. Andrew G. Weber, pneumologista especialista em casos graves afiliado a duas instalações da Northwell Health em Long Island, disse que seus pacientes com coronavírus sob tratamentos intensivos recebem 1.500 miligramas de vitamina C intravenosa.

Quantidades idênticas do poderoso antioxidante são então re-administradas de três a quatro vezes ao dia, disse ele... O regime é baseado em tratamentos experimentais administrados a pessoas com coronavírus em Xangai, na China...

"Os pacientes que receberam vitamina C apresentaram melhoras consideravelmente maiores do que aqueles que não receberam a vitamina", disse ele. "Ela é de uma ajuda tremenda, mas não recebe destaque por não ser um medicamento atrativo..."

Andrew... disse que os níveis de vitamina C dos pacientes com coronavírus caem de drasticamente quando sofrem septicemia, uma reação inflamatória que ocorre quando o corpo reage à infecção de forma exagerada. "Faz todo o sentido tentar manter o nível de vitamina C", disse ele."

Estudos em andamento sobre a COVID-19

Na China, melhoras entre os pacientes com COVID-19 que receberam vitamina C foram observadas de forma tão consistente que eles a estão examinando como um tratamento independente. É esperado que o ensaio clínico, que teve início em fevereiro de 2020, mostre resultados até o final de setembro de 2020. Conforme detalhado na descrição do ensaio:

“A vitamina C… tem propriedades antioxidantes. Quando ocorre septicemia, esta desencadeia o aumento de citocinas, e os neutrófilos se acumulam nos pulmões, destruindo os capilares alveolares. Os primeiros estudos clínicos mostraram que a vitamina C pode impedir esse processo com eficácia.

Além disso, a vitamina C pode ajudar a eliminar o fluido alveolar, impedindo a ativação e o acúmulo de neutrófilos e reduzindo os danos ao canal epitelial alveolar. Ao mesmo tempo, a vitamina C pode impedir a formação de armadilhas extracelulares de neutrófilos, que é um evento biológico de lesão vascular causada pela ativação dos neutrófilos."

Uma pesquisa também está em andamento na Cleveland Clinic, Flórida. Aqui, eles vão investigar se os pacientes recém-diagnosticados com COVID-19 têm menos probabilidade de necessitar de hospitalização quando recebem vitamina C e zinco. Eles também avaliarão se a combinação pode reduzir a gravidade e a duração da doença. O objetivo é inscrever 520 pacientes e iniciar a suplementação em até dois dias após o diagnóstico.

Recomendações e orientações sobre a vitamina C

Para o tratamento da septicemia e/ou COVID-19, as dosagens necessárias geralmente requerem administração intravenosa. Dito isto, o Dr. Robert Rowen, o qual entrevistei recentemente a respeito do uso da vitamina C e da ozonioterapia para a COVID-19, sugere o consumo de 6 gramas (6.000 mg) por hora em caso de doença aguda, a fim de reproduzir os níveis de administração intravenosa.

Embora dosagens superiores a 20 gramas por dia de vitamina C não lipossomal por via oral normalmente resultem em amolecimento das fezes, você pode tomar até 100 gramas (100.000 mg) de vitamina C lipossomal ou intravenosa sem ter esse tipo de problema.

Profilaticamente, não é recomendado tomar dosagens tão altas. Não recomendo que as pessoas tomem mega dosagens de vitamina C regularmente se não estiverem realmente doentes, porque é essencialmente um medicamento, ou pelo menos atua como tal, e poderia resultar em desequilíbrios nutricionais.

Por exemplo, tomar grandes dosagens de vitamina C regularmente reduz o nível de cobre. Portanto, se você já tem deficiência de cobre, tomar altas dosagens de vitamina C pode comprometer seu sistema imunológico. Portanto, em vez de tomar o tempo todo, simplesmente comece a mega dosagem ao primeiro sinal de sintomas da doença e continue até que os sintomas desapareçam.

Outra alternativa que estou começando a achar que pode ser ainda melhor do que a vitamina C é a nebulização de peróxido de hidrogênio na diluição de 0,1%. Você pode encontrar mais informações sobre o assunto em "O peróxido de hidrogênio pode tratar o coronavírus?" Recentemente, encontrei exemplos de pessoas com casos de COVID-19 de moderados a graves que se recuperaram rapidamente após esse tratamento simples. Discutirei isso em um artigo futuro.

Contraindicações

A única contraindicação ao tratamento com altas dosagens de vitamina C é quando o paciente tem deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), que é um distúrbio genético. O G6PD é necessário para que o corpo produza NADPH, que é necessário para transferir o potencial redutor para manter seus antioxidantes, como a vitamina C, funcionais.

Como os glóbulos vermelhos não contêm mitocôndrias, a única maneira de reduzir a glutationa é através do NADPH, e como o G6PD o elimina, causa a ruptura dos glóbulos vermelhos devido à incapacidade de compensar o estresse oxidativo.

Felizmente, a deficiência de G6PD é relativamente incomum e pode ser identificada em exames. Os descendentes do Mediterrâneo e da África correm maior risco de deficiência de G6PD. Em todo o mundo, acredita-se que a deficiência de G6PD afete 400 milhões de indivíduos e, nos EUA, estima-se que 1 em cada 10 homens afro-americanos a tenha.