Por Dr. Mercola
É provável que a taxa de mortalidade seja superestimada
O COVID-19 provocou uma histeria em massa, pelo menos nos Estados Unidos. Países ao redor do mundo, incluindo os EUA, também estão em quarentena, fechando fronteiras, implementando toque de recolher e geralmente recomendando ou reforçando o isolamento da população.
Mas isso é, na maioria das vezes, uma estratégia preventiva. As pessoas estão infectadas? Sim. As pessoas estão morrendo? Sim. Mas estamos falando de mortes aos milhares, não centenas de milhares ou milhões, como nas pandemias do passado (pense na pandemia de gripe de 1918, por exemplo, que matou dezenas de milhões em todo o mundo).
Nas últimas semanas, passei horas todos os dias lendo artigos e ouvindo podcasts sobre a pandemia, e o que quase nunca é mencionado — além de uma breve menção — é que uma parte importante da equação é a necessidade de testes. O teste é a chave central de uma estratégia que visa achatar a curva, ou seja, impedir ou diminuir a propagação do vírus.
Por quê? Porque o teste forneceria uma contagem mais precisa de quantas pessoas estão realmente infectadas. Atualmente, as taxas de mortalidade simplesmente não são precisas e podem parecer muito mais graves do que são. Estão nos dizendo a taxa de mortalidade com base apenas em casos confirmados ou suspeitos.
Quando entrevistei Francis Boyle, graduado pela Universidade de Chicago, doutor em Direito (Harvard) e Ph.D. em ciência política, ele disse que a taxa de mortalidade poderia chegar a 17%, enquanto as estimativas convencionais agora dizem que está entre 2% e 3%.
Acredito que esteja tudo errado, e provavelmente por duas ou três ordens de magnitude. A razão pela qual digo isso é porque há um número limitado de testes e poucas pessoas os realizaram.
Centenas de milhões de testes são necessários para se ter uma ideia real de quantas pessoas estão infectadas, o que nos daria uma melhor compreensão da taxa de mortalidade, isto é, quantos daqueles que são infectados realmente morrem. No momento, só estão administrando os testes naqueles que apresentam sintomas, o que distorce automaticamente as estatísticas de mortalidade, dando-nos uma taxa de mortalidade falsamente elevada.
Não há a menor dúvida em minha mente de que, quando tudo isso passar, mais pessoas terão morrido de acidentes de carro do que por COVID-19 nos EUA este ano.
A imunidade natural é vitalícia, mas a imunidade artificial não
Na minha opinião, a mídia apresentou uma visão chocantemente distorcida dessa pandemia, criando medo desnecessário. O mundo inteiro está agora caminhando rapidamente para um colapso econômico, e a pergunta é "por quê?", vendo como o número de mortes não parece justificar.
Muito provavelmente, acabaremos com uma vacina para o COVID-19 que será adicionado à lista de inoculações anuais obrigatórias. O problema é que, mesmo que a vacina funcione bem, ela vai conferir uma imunidade limitada a um vírus que sofrerá mutação de qualquer maneira. O ideal é desenvolver uma imunidade natural.
A razão pela qual a recuperação de uma infecção confere imunidade vitalícia, mas a vacinação não, tem a ver com o fato de o seu sistema imunológico ter dois ramos — o celular (células T) e o humoral (células B) — e ambos precisam ser ativados para garantir imunidade a longo prazo.
Quando é vacinado, você apenas estimula sua imunidade humoral, as células B. As células T não são estimuladas. Portanto, por mais assustador que pareça, a melhor coisa é pegar a infecção e ter um sistema imunológico forte o bastante para se defender, para que você não apresente nenhum sintoma.
Embora o COVID-19 seja um vírus muito desagradável que pode causar grandes danos, a maioria das pessoas, e acho que provavelmente mais de 98% das pessoas infectadas, não morrerá nem sofrerá danos a longo prazo.
A vitamina C aumenta a imunidade e reverte a pneumonia viral
Por enquanto, a única defesa verdadeira contra o COVID-19 é o seu próprio sistema imunológico. Não existe vacina e, mesmo que se apressasse a produção de uma, seria preciso cautela, pois não teríamos provas de sua eficácia ou segurança.
Sobre a dosagem de vitamina C
Recentemente, o Dr. Paul Marik mostrou que um protocolo de vitamina C intravenosa (IV) com hidrocortisona e tiamina (vitamina B1) melhorou drasticamente as taxas de sobrevivência em pacientes com septicemia. Como a septicemia é uma das principais causas de morte devido à infecção por COVID-19, o protocolo de vitamina C de Marik pode ajudar a salvar a vida das pessoas nessa pandemia.
Esse protocolo faz uso de 1.500 mg de ácido ascórbico a cada seis horas e parece radicalmente eficaz. No entanto, eu recomendaria tomar doses ainda mais altas usando a vitamina C lipossômica em caso de administração oral. A vitamina C lipossômica permite que você tome doses muito mais altas sem sofrer diarreia.
Você pode consumir até 100 gramas de vitamina C lipossômica sem problemas e alcançar níveis realmente altos da vitamina no sangue, equivalentes ou superiores ao protocolo intravenoso. Porém, eu vejo isso como um tratamento agudo.
Não recomendo que as pessoas tomem mega dosagens de vitamina C regularmente se não estiverem realmente doentes, porque é essencialmente um medicamente — ou pelo menos atua como um.
Aumentar o NADPH também é importante
Pessoalmente, também não acho tudo se resuma à vitamina C, já que ela é relativamente fraca como doadora de elétrons. Em breve, farei uma entrevista com Levy sobre o assunto. Mas, na minha opinião, o principal doador de elétrons do corpo é o NADPH.
Portanto, aumentar seus níveis de NAD+ e NADPH é realmente importante para a saúde, assim como a inibição da NADH oxidase (conhecida como NOX). Você pode aprender mais sobre o assunto no artigo "A glicina reprime o dano oxidativo ao inibir a produção de superóxido NOX e aumentando o NADPH".
NOX é o que a enzima dos seus lisossomos dentro dos glóbulos brancos usa para gerar substâncias que realmente matam vírus e bactérias. No processo, o NADPH é usado. Portanto, embora a inibição do NOX seja útil, aumentar o NADPH é essencial.
Se você tem um distúrbio genético conhecido como deficiência de G6PD, isso significa que a via utilizada pelo corpo para produzir NADPH está comprometida e, nesse caso, é preciso ter cuidado ao tomar altas dosagens de vitamina C.
A importância da vitamina D
Outro nutriente crucial, que pode ser ainda mais importante do que a vitamina C, é a vitamina D. A dosagem necessária também varia de pessoa para pessoa e tem a ver com a quantidade da sua exposição regular ao sol.
Eu não tomo vitamina D oral há mais de uma década, mas meu nível está em torno de 70 nanogramas por mililitro, graças às minhas caminhadas diárias ao sol usando apenas boné e shorts. Portanto, a melhor maneira de determinar sua dosagem pessoal é fazer o exame de sangue e tomando a dosagem necessária para manter seu nível de vitamina D entre 60 ng/mL e 80 ng/mL durante o ano todo.
No vídeo acima, o pneumologista Dr. Roger Seheult discute a importância da vitamina D para a prevenção do COVID-19. Embora não haja estudos clínicos investigando a vitamina D especificamente para o coronavírus, há muitos dados demonstrando que ela é um componente importante na prevenção e tratamento da gripe e infecções do trato respiratório superior.
Como observado por Seheult, embora a vitamina D não pareça ter um efeito direto sobre o próprio vírus, ela fortalece a função imunológica, permitindo assim que o corpo do hospedeiro combata o vírus de forma mais eficiente. Ela também suprime processos inflamatórios. Tudo isso pode tornar a vitamina D bastante útil contra o COVID-19.
Conforme explicado por Seheult, é necessária uma função imunológica robusta para o seu corpo combater o vírus, mas a superativação do sistema imunológico também é responsável pela enxurrada de citocinas que vemos na infecção por COVID-19, o que pode levar à morte.
O magnésio acalma os nervos e aumenta a função imunológica
O magnésio é outro importante reforço imunológico. Além de tomar magnésio por via oral ou consumir muitos vegetais ricos no mineral, outra maneira de aumentar seu nível de magnésio é a imersão em água com sais de Epsom (sulfato de magnésio).
Outra maneira pouco conhecida de obter magnésio é através dos comprimidos efervescentes de hidrogênio molecular. Esses comprimidos contêm magnésio metálico que, quando são colocados na água, se dissociam no elemento magnésio iônico e formam gás hidrogênio molecular (que você então bebe).
Você pode obter cerca de 80 mg de magnésio iônico com cada comprimido, o que é uma quantidade considerável. Para fins de comparação, a ingestão de 400 mg de um suplemento oral de magnésio pode fornecer apenas 40 mg devido à sua baixa absorção. O óxido de magnésio tem a menor taxa de absorção, em cerca de apenas 5%, razão pela qual Saul recomenda evitar essa forma de magnésio.
Pastilhas de zinco para tratar dores de garganta e constipações
Você provavelmente já sabe que pastilhas de zinco são recomendadas para dor de garganta e resfriados.
Curiosamente, médicos de destaque apareceram na mídia dizendo que é impossível fortalecer seu sistema imunológico para combater os vírus. É difícil compreender como esse tipo de ignorância ainda permeia nosso sistema médico — e como eles podem se safar criticando pessoas que oferecem provas do contrário.