Esta cenoura mortal tem um grande potencial no tratamento antiviral

Fatos verificados
Tapsigargina

Resumo da matéria -

  • Um medicamento experimental contra o câncer, a tapsigargina, derivada de uma vilosa cenoura mortal, também é um antiviral promissor que demonstrou potencial de prevenção e tratamento em laboratório
  • A tapisgarina parece ser uma valiosa aliada contra cepas mutantes dos vírus testados, incluindo influenza e SARS-CoV-2, pois aciona o sistema imunológico do hospedeiro para lutar contra os vírus em vez de ter um impacto direto sobre o vírus
  • Em testes de laboratório, a tapsigargina se manteve estável no ácido do estômago, de modo que é possível administrá-la por via oral, o que a torna mais eficaz do que opções farmacêuticas antivirais

Por Dr. Mercola

Um medicamento experimental contra o câncer apresentou resultados promissores em testes de laboratório contra infecções virais e, de modo específico, contra a COVID-19, de acordo com pesquisadores da Universidade de Nottingham.

Em detrimento de outras questões de saúde pública, as notícias sobre como controlar ou combater o vírus SARS-CoV-2 dominaram a mídia e o debate público. Por exemplo, as taxas de suicídios, em especial entre os jovens, e as overdoses por drogas aumentaram de forma drástica no ano de 2020.

Na atualidade, um dos focos é incentivar as pessoas a ficarem de olho aberto quanto à vacina para COVID-19 e desmascarar possíveis tratamentos que não são desenvolvidos ou fabricados pela indústria farmacêutica. Existem inúmeras notícias sobre onde obter a vacina, quando e para onde está sendo enviada e as garantias de que os efeitos colaterais são mínimos.

No entanto, pesquisas recentes publicadas no periódico Viruses revelaram que a droga tapsigargina pode ter atividade antiviral de amplo espectro, incluindo ação contra coronavírus como o SARS-CoV-2.

Este medicamento experimental contra o câncer apresenta atividade antiviral

Os pesquisadores enfatizaram, em um comunicado à imprensa, a importância de melhorar o manejo clínico de uma variedade de vírus, uma vez que a apresentação clínica costuma ser indistinguível.

A tapsigargina teve alta eficácia contra o SARS-CoV-2, assim como contra o vírus sincicial respiratório (RSV), influenza A e o coronavírus do resfriado comum OC43. Durante o estudo, os pesquisadores descobriram que o "desempenho da tapsigargina foi muito melhor do que do remdesivir e da ribavirina em suas respectivas inibições de OC43 e RSV", de acordo com os resultados de laboratório.

Os pesquisadores testaram a tapsigargina em ratos contra uma cepa letal da gripe na mesma pesquisa. Eles concluíram que a tapsigargina ou seus derivados são um inibidor promissor dos vírus testados. Durante o desafio, ela pareceu proteger os animais e poder inibir "diferentes vírus antes ou durante a infecção ativa".

A tapsigargina é derivada da tapsia, também conhecida como uma vilosa cenoura mortal. A substância já havia sido testada contra o câncer de próstata, e os cientistas descobriram que ela possui propriedades antivirais em pequenas dosagens.

O pesquisador, durante o comunicado à imprensa, listou algumas das principais características de outros estudos com células e animai que, conforme se acredita, tornam a tapsigargina uma opção antiviral promissora. Isso incluiu eficácia quando usada de forma preventiva ou durante uma infecção ativa, maior eficácia do que as opções farmacêuticas antivirais vigentes e estabilidade em um pH ácido para que pudesse ser administrada por via oral.

Os vírus testados não parecem desenvolver uma resistência às ações dessa substância, e esse é outro dos benefícios que os pesquisadores acreditam que a tapsigargina tenha em comparação com outros medicamentos antivirais.

Em oposição ao combate direto ao vírus, a tapsigargina parece desencadear uma resposta imunológica eficaz no corpo. Como sua eficácia não depende da interação direta com o vírus, essas respostas ajudam a interromper a replicação viral e significam que o remédio tem potencial valia contra cepas mutantes. Kin-Chow Chang, Ph.D., cientista da equipe de pesquisa, é citado no Daily Mail, afirmando:

“Uma nova geração de antivirais como a tapsigargina pode ter um papel fundamental no controle e tratamento de importantes infecções virais em humanos e animais, uma vez que as futuras pandemias são passíveis de ter origem animal, em que ocorre a propagação de um animal para o ser humano (zoonótica) e zoonótica reversa (do ser humano para o animal).”

O Daily Mail relata que a tapsigargina pode ser cara ao considerar o lado financeiro, ela custa US$ 104 por dose de 1 miligrama (mg) quando usada em pesquisas experimentais. Estima-se que as doses podem variar de 200 mg a 800 mg como antiviral, no entanto, o custo pode ser reduzido se for colocada em plena produção, o que seria necessário para que o medicamento tivesse ampla aplicação.

A administração precoce de zinco reduz a replicação viral

Seu sistema imunológico é a primeira linha de defesa contra todas as doenças, em especial as doenças infecciosas. O zinco é um nutriente que desempenha um papel importante, ele demonstrou reduzir a gravidade e a duração das infecções causadas por vírus, como aqueles que causam o resfriado comum. As pessoas com níveis baixos de zinco têm maior probabilidade de morrer de COVID-19 do que aquelas com níveis mais elevados do mineral, de acordo com os dados.

Os protocolos de tratamento que utilizam hidroxicloroquina (HCQ), um conhecido ionóforo de zinco, parece ter o zinco como ingrediente chave. Isso significa que a HCQ ajuda as células a absorver mais zinco e, uma vez no interior das células, o zinco impede a replicação viral.

É por isso que, quando tomado no início da doença ou como medida profilática, o tratamento com zinco e ionóforos de zinco funciona melhor. A quercetina e a epigalocatequina-galato (EGCG), que é encontrada em chás, são outros ionóforos de zinco.

O Projeto Green Stars também relatou apoio ao uso de quercetina contra a COVID-19. Com um supercomputador, os pesquisadores procuraram por moléculas capazes de inibir a interação da proteína spike do vírus causador da Covid-19 com células humanas. A quercetina está em quinto lugar nessa lista.

Médicos como o premiado microbiologista francês e especialista em doenças infecciosas Didier Raoult, relataram o uso de hidroxicloroquina para tratar a COVID-19. Raoult relata que, em 10 dias, uma combinação de HCQ e azitromicina nos primeiros meses da pandemia levou à recuperação e a não detecção do SARS-CoV-2 em 91,7% de 1.061 pacientes.

Um estudo agora infame publicado no Lancet em maio de 2020, que desde então foi retratado, tentou manchar o uso da HCQ, um medicamente que tem boa relação custo-benefício e comprovação pelo tempo. A HCQ usada sozinha ou com um antibiótico macrolídio como a azitromicina estava associado a uma redução na sobrevida e um aumento nas arritmias ventriculares, de acordo com suas declarações.

Os cientistas descobriram que a integridade da coleta de dados era suspeita, quando examinaram mais de perto os resultados. Por exemplo, o estudo incluiu a administração de doses do medicamento 100 vezes maiores do que as recomendações do FDA.

Incentivos financeiros impulsionam protocolos de tratamento

Os conselhos estaduais de licenciamento médico e representantes do congresso passam a fazer ameaças quando os médicos começaram a falar sobre o uso da hidroxicloroquina em combinação com zinco e azitromicina em sua prática. Um médico de Nova York, Dr. Vladimir Zelenko, que tratou com sucesso seus pacientes com o trio da hidroxicloroquina, caracterizou o fiasco em uma entrevista com Del Bigtree do Highwire, dizendo:

“Qualquer um que tenha atrapalhado o acesso aos cuidados, ou aos medicamentos, cometeu crimes contra a humanidade e é culpado de assassinato em massa, na minha opinião pessoal”.

O fato de que ela pode eliminar a necessidade de uma vacina ou o desenvolvimento de um medicamento antiviral é uma das razões mais óbvias pelas quais certos indivíduos e empresas podem querer evitar o uso de um medicamento genérico barato como a HCQ. Centenas de milhões de dólares foram investidos, e as empresas farmacêuticas contavam, e ainda contam, com um retorno gigantesco.

A base fisiopatológica e a justificativa para o uso de HCQ e zinco são ilustrados por artigo publicado há pouco no American Journal of Medicine e escrito por uma equipe de cientistas. É importante lembrar que o medicamento está em uso desde meados da década de 1940 e tem um histórico de efeitos colaterais conhecidos, incluindo náuseas, vômitos, cólicas ou diarreia, que podem acontecer nos primeiros dias e desaparecer, embora a HCQ possa ter sofrido difamação pública.

Entre os efeitos menos comuns, as pessoas podem ficar cansadas, sentir fraqueza ou ter dores de cabeça, o que pode desaparecer com o uso. Dor local, inchaço e vermelhidão, além de sintomas de gripe, como calafrios, cansaço e dores de cabeça, estão entre os efeitos colaterais em uma lista publicada pelo CDC sobre a vacina da COVID-19.

Dos 112.807 que receberam a primeira dose, 3.150 sofreram um ou mais "eventos de impacto à saúde", até 18 de dezembro de 2020, definidos como "incapacidade de realizar atividades diárias normais, incapacidade de trabalhar, necessidade de cuidados médicos ou de um profissional de saúde". Essa definição provavelmente não inclui dores e inchaço locais, ou calafrios e dor de cabeça como informa o CDC.

Estas estratégias caseiras podem diminuir o risco de infecções virais

Existem várias opções para se proteger contra vírus e tratá-los caso seja infectado, embora novos antivirais como a tapsigargina continuem a ser estudados. Considere as seguintes estratégias que você pode implementar em casa.

Suplementação de vitamina D — Aqueles com níveis baixos de vitamina D têm um risco maior de se infectar e ter uma doença grave, de acordo com dados de pacientes com infecções confirmadas por COVID-19.

Pacientes com COVID-19 confirmado e em estado crítico, quando recebiam altas dosagens de vitamina D, apresentaram uma redução na necessidade do número de dias na unidade de tratamento intensivo e de ventilação, segundo um estudo duplo-cego aleatorizado conduzido em dezembro de 2020.

Há um "papel importante desempenhado pela vitamina D na redução da admissão na UTI de pacientes hospitalizados com COVID-19", de acordo com uma reanálise matemática de dados brutos de um estudo anterior realizado por uma equipe de pesquisadores.

“A suplementação de vitamina D pode proteger contra infecções respiratórias agudas”, segundo pesquisas anteriores. Embora todos os participantes se beneficiassem da suplementação, aqueles com uma deficiência significativa foram os mais beneficiados, de acordo com o que foi descoberto pelos pesquisadores.

Apoio à função imunológica geral — A vitamina D também desempenha um papel significativo no apoio ao sistema imunológico geral. Outras estratégias que você pode usar incluem: ter uma boa quantidade de sono, permanecer hidratado, reduzir os níveis de estresse, comer alimentos in natura e otimizar seu microbioma intestinal.

Ingestão de uma quantidade adequada de vitamina C — “Os efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e imunomoduladores da vitamina C fazem dela um potencial candidato terapêutico, tanto para a prevenção e melhora da infecção por COVID-19 quanto como uma terapia adjuvante nos cuidados intensivos da COVID-19", de acordo com uma importante revisão publicada no periódico Nutrients.

No entanto, a importância do uso de vitamina C para o tratamento de doenças, incluindo a COVID-19, está sendo silenciada por meio da censura organizada, como o Dr. Andrew Saul, editor-chefe do serviço de notícias de Medicina Ortomolecular, afirmou na Sociedade Japonesa de Medicina Ortomolecular.

Uma revisão publicada no periódico Nutrients apoia o uso da vitamina C, mesmo que muitas autoridades de saúde e a grande mídia tenham ignorado, quando não rechaçado por completo, o uso de vitamina C e outros suplementos no tratamento da COVID-19. A vitamina C tem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antivirais e antitrombóticas, de acordo com os cientistas.

A Alliance for Natural Health lançou uma campanha internacional para vitamina C em resposta a essa revisão. Há várias razões para tomar suplementos de vitamina C, de acordo com Rob Verkerk, Ph.D., fundador e diretor científico:

Seu corpo não pode criá-la.

A maioria das pessoas não ingere o suficiente através da alimentação.

Durante uma infecção, doença ou trauma físico, a necessidade de vitamina C do seu corpo pode aumentar 10 vezes.

Se seu médico prescrever, tome a hidroxicloroquina e o zinco — Esse é outro tratamento de baixo custo que foi difamado pela mídia, mas se mostrou eficaz em estudos e práticas médicas. A hidroxicloroquina atua como um ionóforo de zinco, ajudando o zinco a se mover para as células, onde pode interromper a replicação viral.

É por isso que tem resultados tão bons em reduzir o resfriado comum. Os dados de Raoult mostraram que a combinação com azitromicina levou à recuperação de 91,7% de seus pacientes em 10 dias, conforme mencionado acima.

Nebulização com água oxigenada — Essa é minha escolha pessoal para o tratamento de doenças respiratórias do trato superior, incluindo a COVID-19. É um tratamento caseiro que, em muitos casos, pode melhorar os sintomas em poucas horas. Por isso, recomendo que todos se familiarizem com ele.

Se você souber que foi exposto a alguém que está doente, também pode usá-lo como estratégia preventiva. Os eventos recentes do ano passado demonstraram o quão crucial é assumir o controle da sua saúde com muita propriedade.