Apenas uma gota - A ciência da homeopatia

homeopatia

Resumo da matéria -

  • A homeopatia é uma das áreas mais incompreendidas da medicina
  • A homeopatia era muito respeitada no final do século XVIII, mas desde então, vem sendo desprestigiada, principalmente nos Estados Unidos
  • Ao contrário da medicina tradicional (alopatia) que combate as doenças com tratamentos que provocam efeitos contrários aos da doença, a homeopatia parte do princípio que “o semelhante cura o semelhante”
  • A homeopatia é usada em larga escala em países europeus e asiáticos, e é usada até mesmo pela família real britânica
  • Apesar das afirmações de que não existem evidências científicas da eficiência da homeopatia, existem 300 ensaios duplo-cego controlados por placebo publicados em revistas médicas e revisados por pares que mostram seus benefícios
  • Segundo um documentário recente, o artigo informativo de 2015 amplamente citado do Conselho Nacional de Saúde e Pesquisas Médicas da Austrália que não encontrou evidências sobre a eficiência da homeopatia não é confiável devido a conflitos de interesse e metodologias questionáveis

Por Dr. Mercola

Por anos, a Associação Médica Americana (AMA), a FDA e a medicina convencional vêm difamando injustamente a homeopatia como um placebo sem qualquer evidência científica sobre sua eficiência.

Se você der atenção às críticas convencionais, você nunca saberia que, originalmente, a homeopatia era uma prática médica bem aceita e ensinada nas escolas de medicina, que conferiam títulos de especialidade na área. Existiam até hospitais homeopáticos e a prática era apoiada pelos governos e líderes influentes.

A homeopatia foi desenvolvida pelo Dr. Samuel Hahnemann (1755 - 1843), um médico alemão da família real, que estava horrorizado pelas práticas da medicina tradicionais da época, como sangramentos e a administração de mercúrio e arsênico, que faziam mais mal do que bem.

O que deu início às investigações de Hahnemann foi descobrir que a quinina, presente na casca da árvore cinchona, trata os efeitos da malária por produzir uma condição similar à doença, um princípio conhecido como lei dos semelhantes, ou “o semelhante cura o semelhante”.

O documentário “Just One Drop” revela a história médica da homeopatia, seu uso generalizado no mundo todo, os benefícios que proporciona para os pacientes e sua constante difamação pela medicina convencional.

O nascer de uma nova ideia

De acordo com o documentário, Hahnemann começou como um médico tradicional, mas abandonou esse tipo de prática em busca de novos métodos, devido às atrocidades que observava. Após descobrir os efeitos da quinina sobre a malária, Hahnemann começou a fazer experimentos com outras substâncias e várias diluições para reduzir suas toxicidades em remédios.

Não demorou para descobrir a “sucussão”, uma forma de agitar as soluções que até hoje é um dos pilares da homeopatia, por mais que hoje em dia a sucussão seja feita por máquinas, na maioria das vezes. Os efeitos da sucussão explicam por que as nanopartículas dos remédios homeopáticos ainda têm efeito, explicam os usuários da prática.

Ao explorar todos os efeitos da quinina sobre a malária, não demorou para Hahnemann descobrir outros remédios que a medicina não utilizava ou nem conhecia. A ipecacuanha, uma planta da família Rubiaceae, pode ser usada para tratar tosses, e a beladona, uma planta perene da família dos tomates e das batatas, pode tratar escarlatina.

É irônico que em 1790, assim como hoje em dia, as descobertas de Hahnemann foram inicialmente ridicularizadas e desprezadas pelos seus colegas, que depois adotaram a prática da homeopatia. Na época, o mercúrio, o arsênico e os sangramentos eram considerados mais seguros, ou mais eficientes que os remédios homeopáticos. Hoje em dia, antibióticos, outras drogas e até mesmo cirurgias ainda são considerados melhores que a homeopatia. Parece que a medicina não avançou muito.

A história de Lucas

O documentário “Just One Drop” conta a história comovente de Lucas, filho da família Korn, que reagiu de forma surpreendente à homeopatia. A história começa com uma filmagem da mãe do Lucas, Nancy Korn, muito feliz durante sua gravidez, e continua até a sala de parto.

A princípio, seu filho recém-nascido, Lucas, parecia ser uma criança normal, mas gradualmente começou a perder contato visual com seus pais e parou de responder ao seu nome. “Eu sabia que ele tinha autismo”, disse Nancy. Logo após, o menino foi diagnosticado com a doença.

Aos 5 anos de idade, Lucas ainda não falava, e a família Korn havia aprendido que se uma criança não fala com 5 anos de idade, provavelmente nunca irá falar. O vídeo mostrado no documentário mostra Lucas fazendo movimentos repetitivos, sacudindo os braços freneticamente e olhando “pro nada”, sem dar atenção para seus pais, comportamentos frequentemente associados ao autismo. 

A família Korn estava muito triste. Então, o pai de Lucas, Evan Korn, perguntou aos médicos que tratavam do menino: “O melhor que vocês podem nos oferecer é um fonoaudiólogo?”

A resposta para o problema foi o que parecia ser a última solução possível

Após tentar a medicina convencional sem receber qualquer resultado, Nancy encontrou o Dr. Luc De Schepper, um médico homeopata que disse que é muito comum as pessoas tentarem a homeopatia “em último caso”. Após o primeiro tratamento com um remédio homeopático prescrito por De Schepper, Lucas fez contato visual.

As reações foram tão dramáticas, que Nancy começou a duvidar e a se perguntar se remédios podem mesmo funcionar tão rapidamente. Mas Lucas continuou a melhorar. E um dia, ele começou a falar, e então, a ler. “Ele era mudo e começou a cantar o alfabeto!”, exclamou Nancy, ao que o vídeo mostra mãe e filho interagindo como nunca haviam feito antes.

O documentário também mostra outras melhoras similares. Um diretor cinematográfico disse que contraiu a temida infecção por MRSA, que resistiu aos tratamentos médicos tradicionais e piorou, ficando muito grave. Ela foi tratada pela homeopatia.

Um clarinetista profissional disse que sua carreira foi ameaçada pela rinite alérgica e nenhum tratamento tradicional ajudou. Depois de tratar com remédios homeopáticos, ele nunca teve rinite alérgica de novo, disse o clarinetista, tocando sua clarineta alegremente.

A homeopatia no pós-operatório

O homeopata Dr. Franklin McCoy, que faleceu em 2015, contou em um artigo de 2014 ao jornal Epoch Times como conseguiu uma reação rápida de um paciente após uma cirurgia utilizando a homeopatia:

"Nux vomica, um remédio homeopático feito da planta noz-vômica, tem sido usado por mais de 200 anos. Ele era usado pelo fundador da escola de medicina homeopática, Dr. Samuel Hahnemann, que descreveu o remédio em seu trabalho ‘Materia Medica Pura’ em 1811.

Um paciente meu estava no seu quarto no hospital após uma cirurgia. Ele me perguntou por que ele estava no hospital, e disse que não queria estar lá, e tentou se levantar e ir embora. Mas ao sentir dores na perna que tinha acabado de operar, ele estremeceu e se deitou novamente.

"Abra a boca", eu pedi. Ele abriu, e eu coloquei uma dose de Nux na sua língua. Em 30 segundos, o paciente estava dormindo profundamente. O que aconteceu ali? Ele tinha recebido anestesia geral para a cirurgia. A anestesia geral, uma das maiores contribuições da medicina moderna, tem um efeito colateral: a hepatotoxicidade.

Nesse caso, o paciente estava demonstrando a hepatotoxicidade por meio de um humor irritável, que era pouco característico. O Nux eliminou a toxicidade, e o paciente adormeceu. Quando acordou, seu comportamento calmo havia retornado.”

A descoberta da homeopatia por uma jogadora profissional de golfe

A jogadora Deborah Vidal, aos 23 anos de idade, se classificou para o campeonato de golfe da LPGA, Ladies Professional Golf Association, e após dois anos, estava na 43ª posição no ranking mundial. Deborah participou dos campeonatos da LPGA por 11 anos. 

Mas apesar do seu sucesso profissional, sua saúde estava deteriorando rapidamente devido à grande quantidade de herbicidas utilizados nos campos de golfe, incluindo o herbicida Roundup e vários outros.

"Eu tinha infecções respiratórias constantes que quase sempre progrediam para a pneumonia”, disse Deborah. “Mesmo depois de um cirurgião reconstruir meus seios paranasais, eu ainda ficava doente toda hora e precisei abandonar os campeonatos. O cirurgião disse que removeu um pólipo dos meus seios paranasais, que provavelmente foi causado pelos produtos químicos utilizados nos campos de golfe.”

Finalmente, Deborah tentou a homeopatia e obteve resultados positivos. Após um ano, ela não tinha mais infecções respiratórias e, após a recuperação dos seus pulmões, continuou se empenhando para desintoxicar seu corpo.

Deborah ficou tão impressionada com o poder da homeopatia que aprendeu tudo que pôde sobre a prática para poder “ajudar as pessoas a desintoxicar seus corpos até os níveis celulares”. Ela estudou com dois mestres na Índia e criou seu próprio consultório de homeopatia, onde trabalhou por 22 anos. Hoje, Deborah faz podcasts para difundir ao público o conhecimento sobre os benefícios da homeopatia.

A homeopatia é atacada pela medicina convencional

Por décadas, a homeopatia vem sendo usada pelos médicos alopatas como um tipo de “bicho-papão” para assustar os pacientes. Dizem que a homeopatia nada mais é do que placebos vendidos por mercenários.

O movimento anti-homeopático alcançou seu ápice e 2015 quando o Conselho Nacional de Saúde e Pesquisas Médicas da Austrália publicou um “artigo informativo” sobre a homeopatia afirmando ter avaliado as pesquisas publicadas sobre a eficiência da prática e a desconsiderou categoricamente. “Não existem evidências confiáveis que sustentam que a homeopatia é eficiente no tratamento de doenças”, concluiu o artigo.

De acordo com o documentário “Just One Drop”, apesar do artigo ter causado uma grande reação contra a homeopatia, Gerry Dendrinos, que trabalhou no setor de saúde do governo australiano por anos, suspeitou que o artigo pode não ter sido imparcial.

E ele estava correto. Gerry descobriu conflitos de interesses financeiros associados a um dos pesquisadores australianos responsáveis pelo artigo, e descobriu também que outro pesquisador que havia confirmado a eficiência da homeopatia foi excluído do projeto.

A omissão dos estudos que confirmam a eficiência da homeopatia

Gerry e outros céticos também descobriram que os pesquisadores do artigo australiano estabeleceram um limite mínimo de 150 pacientes ao avaliar os estudos sobre a homeopatia, e esse limite excluía muitos dos estudos, incluindo um dos mais convincentes, que contou com 144 pacientes. Foi uma coincidência? Gerry achou que não. O estudo omitido, publicado na revista Lancet, diz:

"A hipótese de que os tratamentos homeopáticos são placebos foi testada em um ensaio duplo-cego randomizado, controlado por placebo. O modelo de estudo escolhido comparou os efeitos de uma preparação homeopática de pólens de gramíneas com um placebo em 144 pacientes com rinite alérgica. Os pacientes que foram tratados homeopaticamente demonstraram uma redução considerável nos sintomas da doença quando avaliados pelos médicos e pelos próprios pacientes.

A importância dessas reações aumentou quando os resultados foram corrigidos para a contagem de pólens e as reações foram associadas à uma redução da necessidade de uso de anti-histamínicos em 50%. Inicialmente, houve um agravamento dos sintomas, principalmente nos pacientes que receberam o tratamento homeopático, que foi seguido por melhoras em todo o grupo. Não há evidências que sustentam a ideia de que a ação do placebo explique completamente as respostas clínicas aos medicamentos homeopáticos.”

A homeopatia não funciona por causa de um efeito placebo

Não há dúvidas de que a homeopatia funciona, e ela não pode ser descartada ou explicada pelo efeito placebo. Por exemplo, “como os efeitos placebo podem explicar os resultados da administração de remédios homeopáticos a animais?”, questiona Deborah Vidal, que trata dos seus animais domésticos e dos de outras pessoas com remédios homeopáticos.

"Eu me lembro de uma vez que meu gato estava gemendo de dor e parecia estar morrendo. Duas horas depois de dar a ele um remédio homeopático, ele estava correndo pela casa. O efeito placebo também não pode explicar os resultados vistos em crianças de 3 a 6 meses de idade”, disse um médico homeopata no documentário “Just One Drop”.

Já sabemos que a homeopatia funciona, mas como?

Já que, após a diluição e a sucussão, não sobra nem uma molécula da substância original no remédio, o que pode explicar seu funcionamento? De acordo com o documentário, muitos admitem que o funcionamento dos remédios homeopáticos pode ser misterioso.

No entanto, acredita-se que há uma explicação baseada na “estrutura quântica” da física, na qual as informações presentes na água são transferidas para a pílula, disseram os homeopatas no documentário.

Deborah Vidal concorda: “O pensamento alopático mede as substâncias, mas na homeopatia, nós não medimos as substâncias, e sim a energia”, diz Deborah, “o funcionamento vem do fato que as moléculas da água assumem uma imagem fotográfica da energia e vibração da substância”.

Qualquer que seja a forma de funcionamento, a eficiência da homeopatia é confirmada diariamente pelos trabalhos dos médicos homeopatas e pelos resultados que seus pacientes observam, baseados na filosofia homeopática de que “o semelhante cura o semelhante”.