Por Dr. Mercola
É muito provável que, se você visitar o seu médico para tratar dores nas costas, ansiedade ou uma unha encravada, você irá receber uma receita médica de algum tipo. Os sintomas do resfriado e da gripe estão entre os motivos mais comuns pelos quais as pessoas visitam seus médicos e, com frequência, os antibióticos são os remédios receitados.
No entanto tomar antibióticos repetidamente causa grandes problemas, uma vez que o uso excessivo deste tipo de medicação, tanto no que concerne aos cuidados com a saúde quanto à agricultura industrial, resultou em aumento da resistência.
Na verdade, toda vez que você toma antibióticos, seu corpo desenvolve resistência e eles tornam-se cada vez menos eficazes e, pior, qualquer bactéria que sobrevive à medicação também desenvolve resistência. Um dos piores aspectos das bactérias resistentes aos medicamentos, ou superbactérias, é que um número alarmante é encontrado no biofilme — uma substância superficial fina e viscosa — que se forma em dispositivos médicos, incluindo implantes.
É por isso que mais médicos estão voltando-se para agentes naturais com propriedades antibacterianas, como o óleo melaleuca, uma vez que estudos demonstraram que ele pode ajudar a evitar milhões de infecções todos os anos. O óleo de melaleuca (Melaleuca alternifolia) é um óleo essencial que cria um revestimento bioativo para impedir que as bactérias prejudiciais unam-se aos dispositivos médicos.
Como uma Superfície Bioativa é Formada a Partir de um Óleo Essencial
Em relação à busca dos cientistas por uma maneira de transformar compostos de plantas em revestimentos bioativos para dispositivos médicos, para evitar a dependência de antibióticos, eles têm usado metabólitos secundários de plantas, também conhecidos como MSPs, do óleo de melaleuca e seu componente mais importante, o terpeno-4-ol.
Derivados de óleos essenciais e extratos de ervas, com atividades antibacterianas de amplo espectro relativamente poderosas, são denominados “secundários”, já que não são vitais para a sobrevivência ou função da planta.
Jacob os descreveu como um “recurso renovável de baixo custo disponível em quantidades comerciais, com toxicidade limitada e, potencialmente, mecanismos diferentes dos antibióticos sintéticos para combater bactérias”. Mas o maior desafio que Jacob e sua equipe enfrentaram no desenvolvimento de revestimentos antibacterianos de MSPs foi converter o estado líquido dos compostos em um sólido sem perder sua natureza antibacteriana.
Óleos Essenciais para Polímeros de Dispositivos Médicos e Além
A polimerização por plasma deste tipo tem sido usada para criar atividade biológica em superfícies há cerca de 20 anos. Na versão de 2010 do “Handbook of Deposition Technologies for Films and Coatings” (Manual de Tecnologias de Deposição de Filmes e Revestimentos), um cientista explicou que o plasma é o “quarto estado da matéria, consistindo em grande parte de gás ionizado que mantém a neutralidade elétrica geral”.
Uma razão pela qual a técnica de plasma é tão eficaz para esse tipo de conversão de plantas é que ele não prejudica o meio ambiente; não são utilizados produtos químicos ou solventes potencialmente prejudiciais no processo que possam permanecer no revestimento ou danificar as superfícies em que o revestimento é aplicado.
O resultado é que, se o óleo de melaleuca puder ser convertido para proteger as superfícies dos dispositivos médicos, milhões de infecções poderão ser evitadas todos os anos.
Segundo Jacob, depois de publicar mais de 70 artigos de pesquisa e seis teses de doutorado sobre o tema, os cientistas envolvidos no projeto são verdadeiros pioneiros no desenvolvimento mundial de polímeros bioativos a partir de compostos de plantas.
Mas o conceito tem sido estendido. Como os finos revestimentos de polímero são visualmente transparentes, eles estão sendo usados para revestir lentes de contato, bem como em janelas ópticas em sensores aquáticos.
Especificamente, Jacob e sua equipe estão concentrando-se no crescimento de biofilme em sensores aquáticos que estão falhando por conta de organismos marinhos, trabalhando com Peter Mulvey e o professor associado Jeff Warner do Instituto Australiano de Saúde e Medicina Tropical, situado na JCU.
Óleos Essenciais: Os Novos Antibióticos
Levy acredita que o lobby para o uso continuado de antibióticos é tão forte que é difícil para vozes mais informadas fazer com que a legislação mude. Os agricultores ainda insistem que os medicamentos são sua única opção para combater a infecção em suas fazendas, então o problema ainda continua a desenvolver-se. O The Atlantic pergunta:
“O que está sendo feito para confrontar esse importante contribuinte para essa óbvia e crescente ameaça à saúde mundial? A FDA pediu que aqueles da indústria agrícola reduzissem voluntariamente seu uso de antibióticos, mas ninguém está mantendo o controle sobre o uso deles (nem houve um registro do uso de antibióticos durante todas essas décadas).”
A chave é fazer os agricultores verem as alternativas viáveis. Estudos demonstraram que os óleos essenciais podem exercer um poder maior contra a infecção do que muitos imaginam. Aqui estão vários exemplos de como os óleos essenciais foram identificados como sendo extremamente poderosos para lidar com infecções bacterianas:
- Um estudo descobriu que galinhas que comem rações com óleo de orégano tiveram uma taxa de mortalidade 59% menor devido à ascite, uma infecção comum em frangos, em comparação com frangos não tratados.
- Óleos de alecrim e orégano provocaram a mesma taxa de crescimento em frangos que o antibiótico avilamicina.
- Outros óleos essenciais mataram as bactérias e ajudaram a reduzir a salmonela em galinhas.
- Uma mistura de óleos pode ajudar a evitar que a salmonela espalhe-se entre os animais.
- Extratos de orégano, canela e pimenta ajudaram as galinhas em relação a seu ganho de peso e proteção contra infecção intestinal inoculada.
Portanto, o óleo de melaleuca não é o único tipo de óleo essencial estudado por seu potencial antibacteriano. As bactérias resistentes a medicamentos fizeram com que agricultores e cientistas analisassem mais de perto os extratos de plantas para pessoas e animais.
Geralmente associado ao cheiro de velas ou loções para o corpo, eles também são usados em produtos para controle de pragas e medicamentos de venda livre. A The Atlantic observa:
“Eles são usados na indústria de alimentos por causa de sua potência conservadora contra patógenos transmitidos por alimentos — graças às suas propriedades antimicrobianas, antibacterianas e antifúngicas.
Vários óleos também demonstraram ser capazes de tratar eficazmente uma ampla variedade de problemas de saúde comuns, como náuseas e enxaquecas, e um corpo crescente de pesquisa está descobrindo que eles são poderosos o suficiente para matar células cancerosas humanas da mama, cólon, boca, pele e mais.”
Por que Tomar Antibióticos Causa Estragos no seu Organismo
As bactérias resistentes que sobrevivem podem até mesmo passar essa capacidade de resistir a antibióticos para outras bactérias. Um grande problema de se confiar nos antibióticos (tanto médicos quanto pacientes) é que eles afetam radicalmente a taxa em que ocorre, assim como o grau no qual a resistência ocorre.
Uma coisa que você pode não perceber é que, enquanto os antibióticos estão ocupados matando as bactérias ruins que causam e prolongam certas infecções, eles também matam bactérias boas.
Se você já ouviu falar de “boas bactérias”, elas são o que seu corpo precisa para manter a saúde e combater as toxinas naturalmente. Quando são mortas, seu organismo fica vulnerável a todos os tipos de outros problemas físicos. Os antibióticos na carne que você come são prejudiciais?
Resposta: sim. Como observado anteriormente, a indústria agrícola é responsável por 70% de todos os antibióticos usados nos EUA, o que significa que os outros 30% são usados por seres humanos. De acordo com o Daily Health Post:
“À medida que as bactérias fortalecem-se e deixam de ser resistentes aos antibióticos; esses remédios, que antes salvavam vidas, deixaram de ajudar. Infecções menores irão correr desenfreadas, sem maneira de detê-las. Será como viver na Idade Média, quando até mesmo um pequeno corte podia acabar matando você.”
Os médicos às vezes aconselham seus pacientes a, se decidirem tomar um antibiótico, devem tomar depois um bom probiótico para compensar o dano.
Este é um bom conselho (recomendo tomar um probiótico de alta qualidade durante e após um tratamento com antibióticos); no entanto, é melhor evitar antibióticos, a menos que sejam absolutamente necessários. Mesmo que você não tenha o hábito de tomar antibióticos, existem outras maneiras deles acabarem no seu organismo. Então o que você pode fazer? Aqui está uma lista de algumas alternativas saudáveis:
- Consumir apenas carne orgânica e produtos lácteos de animais alimentados com grama, sempre que possível.
- Tomar antibióticos somente quando for absolutamente necessário. Encontre um médico que esteja ciente deste problema e só prescreva antibióticos quando necessário.
- Melhore e fortaleça seu sistema imunológico e bactérias intestinais naturalmente.
- Considere conhecer as propriedades dos óleos essenciais, como o óleo de melaleuca e outros.
- Consuma alimentos fermentados regularmente.
Pense de Forma Alternativa para Tratar da sua Saúde
Aqui está uma pequena lista de alguns dos óleos essenciais mais populares e seus usos (mas há muitos mais além destes):
O óleo de eucalipto ajuda na cicatrização mais rápida de feridas, protege da exposição ao ar e oferece atividade antimicrobiana |
O óleo de orégano é um protetor conhecido contra várias cepas bacterianas, como a E. coli, staphylococcus (Staph) e salmonela |
O óleo de hortelã-pimenta é útil nos cuidados dentários devido à sua atividade antibacteriana e propriedades antivirais |
As propriedades antibacterianas do óleo de bergamota podem matar parasitas, ajudar a acelerar a cura de úlceras na boca, aftas e herpes e a combater a herpes-zóster e a catapora |
Sabe-se que o óleo de tomilho é eficaz contra uma miríade de bactérias, incluindo infecções por SARM e infecção estafilocócica |
O óleo de cidreira possui propriedades antimicrobianas que inibem o crescimento bacteriano tanto internamente quanto externamente, ou seja, infecções do trato urinário, malária, febre tifoide, intoxicação alimentar e odor corporal |
O óleo de lavanda possui propriedades antibacterianas e antissépticas, tornando-o bom para tratar doenças inflamatórias da pele, como acne e psoríase, ajuda a acelerar a cicatrização de cortes, queimaduras e queimaduras solares e ajuda a prevenir a formação de cicatrizes |
O óleo de eucalipto é um potente germicida e antisséptico, sendo bom para tratar feridas, queimaduras, cortes, úlceras, feridas e escoriações |
O óleo de canela pode ser um dos mais fortes óleos antibacterianos, atuando contra cepas como E. coli, Pseudomonas aeruginosa, Bacillus subtilis e Staphylococcus aureus. |
Ao usar os óleos essenciais, um óleo base de jojoba ou óleo de coco é frequentemente recomendado porque eles são muito potentes. Em muitos casos, uma aplicação tópica de óleos essenciais é muito mais segura do que tomar antibióticos por via oral. Em caso de dúvida, consulte um aromaterapeuta que possa fornecer mais informações e os óleos exatos para usar para tratar a sua doença específica. A Healthy Focus aconselha:
“Combine algumas gotas do seu óleo ou óleos escolhidos com um óleo base, como o de coco ou de jojoba, e aplique o óleo na área afetada do seu corpo. Massagear o óleo no abdômen também é uma ótima maneira de ajudar a combater infecções internas. Você também pode aplicar alguns óleos essenciais diluídos para ajudar a tratar infecções comuns de pele, como acne ou mesmo verrugas.”
Sempre que possível, busque por alternativas naturais em vez de usar antibióticos. Dependendo dos seus sintomas, há muitos artigos neste site que podem expandir o seu conhecimento e aumentar a sua consciência sobre a saúde natural, em vez da saúde convencional.
O nosso site https://portuguese.mercola.com/ foca em uma abordagem que trata da pessoa como um todo, em vez de apenas seus sintomas. Nos cuidados preventivos de saúde, os médicos ajudam os pacientes a desenvolver atitudes e estilos de vida que não apenas combatem doenças, mas também ajudam a evitá-los.