Por Dr. Mercola
Um dos fatores-chave para sua saúde e bem-estar é a nutrição. Que lê minhas newsletters provavelmente bebem bastante água pura todos os dias e evitam refrigerantes. Fora a água, as bebidas mais comumente ingeridas são o café e o chá.
Ao contrário dos refrigerantes, o café e o chá orgânicos são excelentes fontes de polifenóis antioxidantes benéficos. De acordo com a Tea Association dos EUA, o chá pode ser encontrado em quase 80% dos lares americanos e, todos os dias, mais de 159 milhões de pessoas nos EUA o bebem.
Em 2019, 15% das 84 bilhões de doses da bebida eram chá verde, e 84% chá preto. Os EUA são o terceiro maior importador de chá do mundo, e o único país ocidental onde a quantidade de chá importado e consumido tem aumentado. No entanto, enquanto os orientais normalmente tomam o chá quente, aproximadamente 75% dos americanos preferem bebê-lo gelado.
A organização prevê um crescimento da indústria de até 3%, que pode ser impulsionado pelo crescente conhecimento de seus benefícios para a saúde, conveniência e o mercado de chás especiais de alta qualidade. Quando preparado em casa, o chá custa cerca de três centavos de dólar por porção, e mesmo as variedades mais caras podem sair por menos de 10 centavos por porção.
Embora mais de 7.000 estudos tenham sido registrados no PubMed sob "chá e saúde", apenas recentemente os cientistas começaram a investigar o potencial de usá-lo como antimicrobiano. Seus benefícios para a saúde vêm das folhas da planta Camellia sinensis, da qual o chá é derivado.
Existem quatro polifenóis encontrados no chá verde, dos quais epicatequina-3-galato (ECG), epigalocatequina (EGC) e epigalocatequina-3-galato (EGCG) têm os maiores efeitos antimicrobianos.
O EGCG melhora a capacidade do corpo de utilizar o zinco
Com a chegada da temporada de resfriados e gripes, e o potencial para uma nova onda de COVID-19, muitas pessoas estão falando sobre a importância da suplementação de zinco para impedir uma infecção. O zinco é um mineral essencial encontrado em todo o corpo, e é um cofator para cerca de 3.000 proteínas.
Um dos tratamentos eficazes para os primeiros sintomas de COVID-19 tem sido a combinação de hidroxicloroquina com zinco. Inicialmente, uma equipe de médicos da Universidade de Nova York usou hidroxicloroquina e azitromicina.
Posteriormente, o sulfato de zinco foi adicionado ao protocolo. Para comparar os resultados entre os dois grupos, eles completaram um estudo observacional retrospectivo e descobriram que aqueles que receberam o sulfato de zinco foram para casa com mais frequência, e eram menos propensos a precisar de respiradores.
Como a pesquisa foi publicada apressadamente durante a pandemia, muitos perceberam que os resultados publicados nem sempre são suportados com precisão pelos dados disponíveis. Por exemplo, os autores de um estudo publicado no Lancet em 22 de maio de 2020, alegaram uma redução na sobrevida e um aumento nas arritmias ventriculares com pacientes recebendo hidroxicloroquina sozinha ou com um antibiótico macrolídeo, como a azitromicina.
Os resultados foram posteriormente retratados, mas só depois que a Organização Mundial da Saúde parou de usar a droga em seus protocolos e os líderes de outros testes anunciaram que as investigações foram encerradas. A hidroxicloroquina atua como um ionóforo de zinco, ajudando o zinco a se mover para as células, onde pode interromper a progressão da replicação viral.
As catequinas podem ser uma chave estratégica para uma boa saúde
As catequinas encontradas no chá verde influenciam sua saúde de diversas maneiras. Em um estudo com mais de 50.000 participantes, os cientistas descobriram que as doenças isquêmicas do coração e os derrames foram as principais causas de morte, representando quase 50% de todas as mortes prematuras. O simples hábito de beber chá verde ou preto pode ajudar a reduzir sua pressão arterial; a pressão alta é um fator que contribui para doenças cardíacas e derrame.
Em uma revisão da literatura de 25 estudos, outro grupo de pesquisadores descobriu que aqueles que beberam chá verde ou preto por 12 semanas tiveram uma redução média de 2,6 mm Hg da pressão arterial sistólica e 2,2 mm Hg da pressão arterial diastólica em comparação com aqueles que não bebiam chá. Embora o chá verde seja menos popular quando comparado às vendas de chá preto, ele apresentou os melhores resultados.
De acordo com os autores, pode-se esperar que essa redução diminua o risco em 8% para acidente vascular cerebral, 5% para mortalidade por doença arterial coronariana e 4% para mortalidade por todas as causas. Os dados corroboram outras pesquisas que mostram que beber três a quatro xícaras de chá por dia pode reduzir o risco de doenças cardíacas.
Os pesquisadores descobriram que essa quantidade de chá diariamente promove a saúde cardíaca e cardiovascular e reduz o risco de ataque cardíaco e derrame por meio de um efeito benéfico na função endotelial.
Beber chá verde também pode inibir a formação da placa beta-amiloide no cérebro, associada ao desenvolvimento da doença de Alzheimer. Alterar a estrutura das fibrilas amiloides pode torná-las menos tóxicas. Infelizmente, as concentrações usadas no estudo foram tão altas que seria impossível consumir essa quantidade. Beber chá verde também está associado a:
Risco reduzido de câncer |
Perda de peso |
Risco reduzido de diabetes tipo 2 |
Função cerebral melhorada |
Proteção dos olhos |
Melhora no desempenho atlético |
Redução da dor e inflamação causadas pela artrite reumatoide |
Risco reduzido de doenças autoimunes |
Lutando com gengivite? Considere utilizar o chá verde
A prevalência de doenças periodontais varia entre os países, mas alguns especialistas estimam que isso afete quase 50% da população global. Os fatores de risco incluem medicamentos, higiene oral deficiente, diabetes e estresse. Acredita-se que elas podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares em 19%, e o tratamento pode ajudar a melhorar o controle glicêmico em pessoas com diabetes tipo 2.
De acordo com a American Dental Association, escovar os dentes duas vezes ao dia com pasta de dente por 2 minutos ajuda a remover alimentos e placa bacteriana e reduz o risco de cáries. Infelizmente, técnicas adequadas de escovação podem não ser seguidas com frequência.
Em um estudo com 13.070 participantes, os pesquisadores descobriram uma associação entre o desenvolvimento de diabetes e o número de vezes que os participantes escovaram os dentes. Aqueles que escovavam com mais frequência tinham risco reduzido de doenças.
Em outro estudo de 2015, descobriu-se que o chá verde foi encontrado pode ajudar com problemas dentários. O grupo de estudo começou com um índice de placa de pelo menos 1.5, e os participantes foram separados em dois grupos randomizados. Os do primeiro grupo enxaguaram duas vezes por dia com um enxaguante bucal contendo chá verde a uma concentração de 2%, enquanto o outro usou um enxaguante com placebo. Após 28 dias, as diferenças foram analisadas e os dados revelaram que o chá verde foi "eficaz na redução dos escores de placa e gengivite".
Além disso, beber chá verde pode aumentar a capacidade antibacteriana da saliva. Em um estudo com atletas de Taekwondo, os pesquisadores avaliaram a ingestão de chá verde após uma sessão de treinamento de duas horas.
Amostras de saliva foram coletadas antes e imediatamente após o treinamento, e 30 minutos após a ingestão do chá. Uma análise dos dados mostrou que a ação antibacteriana da saliva não foi afetada pelo treinamento, mas o chá verde aumentou sua capacidade.
Infecções tópicas respondem ao tratamento com chá verde
O chá verde demonstrou eficácia quando consumido, mas também pode ser eficaz se aplicado topicamente. Os responsáveis por um estudo de laboratório investigaram a atividade antifúngica do EGCG e o compararam aos medicamentos fluconazol e flucitosina.
A ação do EGCG foi quatro vezes maior do que a do fluconazol e até 16 vezes maior do que a da flucitosina, indicando uma capacidade de inibir dermatófitos patogênicos. Os pesquisadores sugeriram que o EGCG poderia ser usado sozinho como um agente antifúngico na dermatofitose.
Seguindo este estudo, outro grupo de cientistas avaliou 94 pacientes que tinham tinea pedis interdigital, conhecido como "pé de atleta". Eles receberam um tratamento com placebo ou um banho de pés infundido com polifenóis do chá verde (GTP).
Os pesquisadores avaliaram os resultados após 12 semanas de tratamento e descobriram que as pessoas no grupo de intervenção tiveram uma diminuição significativa na área afetada. Os pesquisadores concluíram que os polifenóis do chá verde foram eficazes, sugerindo que "o GTP pode ter atividade antifúngica".
Em uma revisão da literatura reunindo dados de 145.028 crianças, os pesquisadores descobriram que a prevalência mediana de impetigo foi de 12,3%, com uma variação de 4,2% a 19,4%, dependendo da região do mundo onde o estudo foi realizado. A condição é geralmente tratada com uma pomada antibiótica ou um creme tópico.
No entanto, os dados mostraram que a aplicação tópica de pomada de chá verde tem uma taxa de cura efetiva de 81,3% para pessoas com impetigo. Isso é apresentado em comparação com a taxa de cura de 72,2% com antibióticos tópicos e 78,6% com antibióticos orais.
Uma loção de chá verde a 2% aplicada na acne de leve a moderada também demonstrou eficácia ao reduzir as lesões e a gravidade da condição em 20 participantes. A loção de chá verde foi aplicada duas vezes ao dia durante seis semanas, e os participantes foram avaliados a cada duas semanas.
A ação antimicrobiana do chá verde não prejudica o microbioma intestinal
Os efeitos antivirais e antifúngicos do chá verde foram demonstrados contra uma série de vírus e condições de saúde. No entanto, seus polifenóis não parecem exercer o mesmo efeito antibacteriano no trato intestinal. No entanto, há evidências de que ele module a composição da microbiota.
Em um estudo, os pesquisadores investigaram essas alterações em 12 voluntários saudáveis usando saliva e amostras fecais coletadas antes da intervenção, duas semanas após os participantes terem bebido 400 mililitros por dia e novamente uma semana depois de um período de wash-out.
Os objetivos eram explorar o efeito do chá verde sobre o microbioma, e testar a teoria de que as alterações eram consistentes com a atividade anticâncer. Os pesquisadores descobriram dados que sugeriam que as mudanças no microbioma intestinal poderiam persistir além do tempo em que os indivíduos estavam bebendo o chá verde.
Os resultados deste estudo corroboram dados anteriores que demonstram uma tendência para um número crescente de Bifidobacterium. Após a análise dos dados, os pesquisadores descobriram que "a mudança na proporção foi induzida, não por uma transição interespécie, mas por um aumento e/ou diminuição intraespécies. Em conclusão, o consumo de chá verde pode atuar como um prebiótico e melhorar o ambiente do cólon, aumentando a proporção de espécies de Bifidobacterium".
Obtenha o máximo do seu chá
Existem três variedades principais de chá: verde, preto e oolong. As diferenças se dão devido à forma como as folhas são processadas. Curiosamente, o EGCG é sensível à temperatura da água, portanto, a fermentação em 80 graus Celsius ou 176 graus Fahrenheit libera apenas 60% do EGCG da folha de chá. Ao medir as folhas soltas para o preparo do chá, use uma proporção de 1 colher de sopa para cada 230ml de água.
Procure beber ainda quente, logo após ser preparado, para obter o máximo de benefícios para a saúde, em vez de chás que já foram preparados a algumas horas. Em vez de adicionar leite, que pode reduzir a potência de alguns dos antioxidantes, experimente adicionar algumas gotas de limão para aumentar os benefícios e aumentar a absorção de catequina.