Deficiência de zinco aumenta o risco de morte por COVID

Fatos verificados
Deficiência de zinco

Resumo da matéria -

  • Níveis de zinco abaixo de 50 mcg/dl aumentam o risco de morte em 2,3 vezes em pessoas hospitalizadas com COVID-19; para cada aumento de uma unidade no zinco, o risco de morte cai 7%
  • O zinco atua dentro da célula para interromper a replicação dos vírus, interrompendo assim uma infecção. No entanto, por ser um íon, o zinco precisa de um transportador para movê-lo através da membrana celular
  • Esses transportadores são chamados de ionóforos de zinco e incluem cloroquina, hidroxicloroquina, quercetina e galato de epigalocatequina (EGCG), encontrado no chá verde

Por Dr. Mercola

Embora a medicina convencional sugira que não há cura conhecida para infecções virais, existem etapas que você pode seguir para auxiliar seu sistema imunológico enquanto ele luta contra um vírus. Antibióticos não são eficazes, pois atuam apenas contra bactérias. Como um vírus não pode se replicar independentemente, ele se insere nas células normais, onde usa a função celular para se multiplicar.

O processo que o corpo utiliza para encontrar, combater e destruir os vírus é complexo, pois envolve diferentes tipos de células. Uma forma de fazer isso é o usar zinco dentro das células para impedir a replicação do vírus. O Zinco pode efetivamente reduzir a duração do resfriado médio em 33%, e pesquisas emergentes sugerem que ele desempenha um papel no combate ao COVID-19.

O zinco é normalmente encontrado em suas células. Ele também é usado para fabricar proteínas e DNA, bem como necessário para quase 100 enzimas, atuando na cicatrização de feridas e na divisão celular. Curiosamente, uma quantidade adequada de zinco é necessária para manter o paladar e o olfato. Um dos primeiros sinais de que seu corpo está lutando contra o SARS-CoV-2, o vírus que causa o COVID-19, é a perda desses sentidos.

Embora você possa absorver o zinco de uma variedade de alimentos diferentes, a carne vermelha e as aves são as principais fontes em uma dieta ocidental padrão. Outros alimentos ricos em zinco incluem nozes, laticínios e cereais matinais fortificados. Certos grupos de indivíduos podem ter mais dificuldade em absorver o zinco de sua dieta. Eles incluem pessoas que têm:

  • Uma histórico de cirurgia gastrointestinal
  • Problemas digestivos como a doença de Crohn
  • Um estilo de vida vegetariano, já que a carne é uma boa fonte de zinco e o feijão que geralmente substitui a proteína atrapalha a absorção do zinco no organismo
  • Transtornos com o uso de álcool, pois o ele reduz a quantidade de zinco que o corpo absorve
  • Anemia falciforme

Dados associam a deficiência de zinco com o risco de morte por COVID

Os dados apresentados pela Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas em 2020 sugerem que as pessoas com níveis mais baixos de zinco também têm taxas mais baixas de sobrevida quando hospitalizadas com COVID-19.

O estudo analisou os resultados de dados coletados de pacientes em um hospital universitário terciário de 15 de março de 2020 a 30 de abril de 2020. Durante esse período, os pacientes tinham seus níveis de zinco em jejum avaliados quando admitidos na unidade de tratamento do COVID-19. Os pesquisadores analisaram dados de 249 pacientes e descobriram que a linha de base média era de 61 microgramas por decilitro (mcg/dl).

Houve 21 pacientes (8%) que morreram cujos níveis basais eram 43 mcg/dl. A linha de base dos sobreviventes foi de 63,1 mcg/dl. Usando modelos de computador e análises estatísticas, os pesquisadores descobriram que os baixos níveis de zinco (abaixo de 50 mcg/dl) estão associados a um risco 2,3 vezes maior de morte durante a hospitalização.

Após o ajuste para variáveis, descobriu-se que para cada unidade adicional de zinco o risco de morte cai 7%. O estudo foi liderado pelo Dr. Roberto Güerri-Fernández de Barcelona, que comentou os resultados:

“Apresentamos um artigo com este trabalho e alguns estudos in vitro que demonstram que o zinco tem algumas implicações clínicas no controle de vírus. Acredito que se esses resultados forem confirmados, novos estudos com suplementação de zinco poderiam ser feitos.

Além disso, alguns estudos já foram feitos com zinco e infecções respiratórias. Provavelmente, os pacientes com níveis mais baixos são os que mais se beneficiariam."

Os resultados desta análise retrospectiva apoiam outras revisões que demonstram a ação do zinco na prevenção e tratamento de vírus e COVID-19. Ao descrever a necessidade de opções de tratamento, um documento pede "opções econômicas, disponíveis globalmente e seguras com efeitos colaterais mínimos e aplicação simples".

Os autores continuam dizendo que “o zinco atende a todos os critérios descritos acima. Finalmente, devido às suas propriedades antivirais diretas, pode-se presumir que a administração de zinco é benéfica para a maioria da população, especialmente aqueles com zinco abaixo do ideal.” Outro artigo revisou a literatura e concluiu que o zinco pode ter um benefício no tratamento e prevenção do COVID-19.

Zinco interrompe a replicação viral no interior da célula

O motivo pelo qual o zinco é uma estratégia tão poderosa contra a replicação viral é que ele atua dentro da célula na interrupção da replicação do vírus. Conforme descrito no vídeo abaixo, o DNA de fita dupla dentro do núcleo de suas células é transcrito em uma única fita de RNA. Esse RNA se move para fora do núcleo para o citoplasma da célula.

Lá, ele passa por outra mudança, que permite aos ribossomos ler o código e criar proteínas. Essas proteínas conduzem as ações de suas células no sentido de promover uma saúde ideal. Por exemplo, as proteínas podem combinar oxigênio com hemoglobina ou modular o metabolismo celular.

Quando o coronavírus entra no citosol da célula, ele tem a mesma cabeça e cauda que o RNA do seu corpo. Quando os ribossomos leem esse RNA, não produzem uma proteína, mas sim RNA polimerase dependente de RNA Essa enzima lê o RNA do vírus e o replica.

Uma vez que produz mais vírus, o RNA polimerase dependente de RNA também é conhecida como "replicase". No citosol, o zinco desliga a replicase para que o vírus não possa se duplicar.

No entanto, como o zinco é um íon e não pode passar pela membrana celular sem ajuda. Em um estudo, os pesquisadores testaram a eficiência do zinco dentro da célula usando um ionóforo de zinco. Um ionóforo funciona como um transportador, movendo o zinco através da membrana celular. Os pesquisadores descobriram que o zinco efetivamente parou a atividade da RNA polimerase dependente de RNA na célula.

Vídeo disponível apenas em português

O tratamento com ionóforo de zinco melhora as perspectivas do paciente

Não basta apenas tomar um suplemento de zinco, pois o íon requer um transportador. Em 2014, uma equipe de pesquisadores investigou a cloroquina por sua atividade anticâncer e descobriu que ela aumentava a captação de zinco, resultando em uma maior concentração de zinco nos lisossomas das células.

Em um segundo artigo publicado na Medical Hypothesis, os pesquisadores descrevem o efeito antiviral direto da cloroquina e da hidroxicloroquina, que aumentam o pH nas vesículas intracelulares, o que por sua vez inibe a replicação do vírus. Eles acreditam que a combinação de zinco com hidroxicloroquina melhoraria a eficiência do medicamento.

Eles também escreveram que a deficiência de zinco ocorre com mais frequência em adultos mais velhos e em pessoas com diabetes e doenças cardiovasculares, que são grupos de indivíduos que o CDC identificou como tendo um risco maior de doença grave e resultados ruins com o COVID-19. Em um clamor por mais ensaios clínicos que avaliem a combinação de cloroquina e zinco, os pesquisadores escrevem:

“A cloroquina pode induzir a captação de zinco no citosol da célula, que é capaz de inibir a RNA polimerase dependente de RNA e, em última análise, interromper a replicação do coronavírus na célula hospedeira.

Atualmente, existem vários ensaios clínicos em andamento em vários países do mundo para avaliar a eficácia da cloroquina como agente anticoronavírus. Visto que a cloroquina foi amplamente prescrita para uso como um antimalárico, sua segurança não está em dúvida.”

Dois dos medicamentos mais antigos que estão sendo utilizados contra o COVID-19 são os remédios para a malária cloroquina e hidroxicloroquina. Eles têm efeitos colaterais conhecidos e geralmente são bem tolerados.

É importante saber que, embora o zinco seja importante na luta contra as infecções virais, como Chris Masterjohn, Ph.D, destaca, é ter excesso zinco no corpo, o que pode deprimir o sistema imunológico e afetar negativamente a saúde.

Quercetina e EGCG são ionóforos naturais de zinco

A boa notícia é que, embora esses dois medicamentos sejam geralmente bem tolerados, existem outras opções de ionóforo de zinco que você pode tomar em casa e que não exigem receita médica. Em 2014, um estudo comparativo foi publicado sobre a consideração da quercetina e do galato de epigalocatequina (EGCG) como ionóforos de zinco. O EGCG é um polifenol encontrado no chá verde.

Os pesquisadores levantaram a hipótese de que os polifenóis atuariam como um ionóforo de zinco e demonstraram isso em laboratório usando células Hepa 1-6 de carcinoma hepático em camundongos. A quercetina e o EGCG também pode inibir uma enzima usada pelo coronavírus para infectar células saudáveis. De acordo com um estudo de 2020, a quercetina, EGCG e outros flavonoides também podem inibir o coronavírus da SARS.

Existem várias razões para suspeitar que a quercetina pode oferecer esperança de tratamento contra COVID-19, que discuto em “Outro motivo para adicionar quercetina a seus suplementos diários". Além de atuar como um ionóforo de zinco, a quercetina também aumenta a resposta do interferon aos vírus e modula a resposta envolvida em uma tempestade de citocinas. Junto com a vitamina C, há evidências de que:

“… A coadministração exerce uma ação antiviral sinérgica devido às propriedades antivirais e imunomoduladoras sobrepostas e a capacidade do ascorbato de reciclar a quercetina, aumentando sua eficácia.”

Água oxigenada nebulizada é altamente eficiente

Acredito que uma das opções de tratamento mais eficazes que você pode usar em casa é a água oxigenada nebulizada.

Embora a quercetina e o zinco sejam altamente eficazes nos estágios iniciais, a água oxigenada nebulizada é particularmente eficiente quando um indivíduo está com falta de ar.

Ela é extremamente segura e pode ser administrada em casa sem receita médica. Em minha opinião, é uma das melhores terapias para infecções virais respiratórias como o COVID-19. O Dr. David Brownstein publicou um estudo de caso sobre este tratamento, que ele usou para tratar com sucesso mais de 100 pacientes com COVID-19.

No entanto, não é necessário ou recomendado o uso preventivo desse tratamento. Em vez disso, use-o apenas se estiver doente ou tiver sido exposto a alguém que está doente com uma infecção do trato respiratório superior. Embora eu recomende uma diluição de 0,1% de água oxigenada de qualidade em uma solução salina normal, Brownstein usa uma concentração ainda mais baixa de 0,04%.

Nem Brownstein nem eu recomendamos que você use água oxigenada 3% de grau comercial, uma vez que ela contém estabilizadores químicos tóxicos para estender a vida útil do produto. Para obter os melhores benefícios, use água oxigenada de qualidade alimentar e leve à geladeira para estender a vida útil, pois não tem estabilizadores.

Como discutido no vídeo, use o tratamento a cada hora durante as primeiras horas se tiver falta de ar, febre e tosse. Normalmente, nos primeiros tratamentos você começará a se sentir melhor. Você pode fazer o tratamento a cada quatro a seis horas até que esteja completamente bem.