Pipoca: Faz bem ou não?

Pipoca

Resumo da matéria -

  • A pipoca fazia parte da alimentação indígena no México e no Peru há cerca de 5.000 anos e no sudoeste há cerca de 2.500 anos, de acordo com descobertas realizadas por antropólogos
  • As vitaminas e minerais presentes na pipoca, como, manganês, magnésio, fósforo, zinco, cobre, vitaminas B3 e B6 e potássio, ajudam a reduzir o risco de ataque cardíaco, derrame e aterosclerose
  • Dois ingredientes da pipoca que ajudam a torná-la saudável, pois auxiliam no combate ao câncer, diabetes tipo 2 e muitas outras doenças, são as fibras e os polifenóis
  • Nos EUA, o milho de pipoca ainda não é geneticamente modificado, ainda que 90% milho cultivado no país o seja. Pipoca estourada no ar apenas com óleo de coco e um pouco de sal é um lanche nutritivo. São os aditivos que tornam a pipoca passível de ser tóxica

Por Dr. Mercola

Muitas pessoas adoram comer uma tigela de pipoca crocante. É um dos lanches favoritos da América há séculos. Foram encontrados vestígios de pipoca no sudoeste dos Estados Unidos datando de cerca de 2.500 anos atrás e no Peru e no México com até 5.000 anos, de acordo com antropólogos.

O "estouro" da popularidade da pipoca aconteceu de forma rápida durante a Grande Depressão porque era muito barata, vendida como "Milheto" ou milho "Nonpareil" no início de 1800. E se consolidou, porque os americanos agora comem mais de 500 mil toneladas por ano!

A pipoca pode ser um tanto nutritiva e serve como uma fonte valiosa de fibras se você escolher a variedade certa e prepará-la da forma correta. Os ingredientes desse lanche saudável podem até resultar em benefícios que combatem doenças.

A pipoca e a saúde

A pipoca é rica em carboidratos líquidos e, se você está procurando otimizar sua saúde mitocondrial, algo mais do que umas 50 gramas de pipoca não é uma escolha sábia, mesmo que este artigo analise alguns dos aspectos benéficos da pipoca.

Ensinar seu corpo a queimar gordura como combustível é a maneira de prevenir a maioria das doenças crônico-degenerativas. Ingerir carboidratos, comer vegetais ricos em fibras é MUITO melhor do que comer grãos.

Os aspectos nutricionais da pipoca

Cerca de 100g de pipoca oferece diversos nutrientes importantes e altas porcentagens para aqueles que as consomem, em termos de Ingestão Diária Recomendada.

Representa 56% da Ingestão Diária Recomendada de manganês, enquanto 36% do magnésio e fósforo.

As quantidades de zinco também são significativas, por volta de 21%, e o cobre, vitamina B3 (niacina), vitamina B6 (piridoxina) e potássio com pouco menos de 10% cada. A pipoca contém nutrientes e substâncias que estão associados a:

  • Regulação da glicemia
  • Melhora na digestão
  • Perda de peso
  • Redução nos níveis de colesterol
  • Prevenção ao câncer

Embora uma porção de 1 xícara contenha 6,2 gramas de carboidratos, que se transformam em glicose no corpo após a digestão, o amido é diferente, o que é outra coisa interessante sobre a pipoca.

A pipoca ajuda a otimizar os níveis de colesterol, porque retém o endosperma, o germe e o farelo de fibras que eliminam o excesso de colesterol dos vasos sanguíneos e das paredes das artérias. Os riscos de ataque cardíaco, derrame e aterosclerose - também conhecido como enrijecimento das artérias - são reduzidos ao mesmo tempo.

Com isso, seus vasos sanguíneos e artérias permitem que o sangue flua na taxa ideal, em vez de desacelerar, engrossar e causar problemas como os mencionados acima. Por isso, seu coração não precisa trabalhar tanto.

A pipoca contém fibras importantes

Essa mesma porção de 100 gramas de pipoca contém 15 gramas de fibra e 389 calorias. E, além disso, 78 gramas de carboidratos, 13 gramas de proteínas e 5 gramas de gordura. A pipoca é um alimento muito substancial, com benefícios físicos para cada uma dessas vitaminas e minerais no geral.

A fibra é tão importante que é provável que doenças como diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardíacas seriam muito menos prevalentes se as pessoas comessem a quantidade que deveriam - eu recomendo consumir cerca de 25 a 50 gramas de fibra por 1.000 calorias consumidas por dia.

No entanto, a maioria das pessoas come muito menos que isso. De acordo com a Authority Nutrition:

"O corpo regula melhor a liberação e o controle dos níveis de açúcar no sangue e de insulina em pessoas com níveis mais altos de fibras do que em pessoas com níveis baixos."

A pipoca também evita características indesejáveis ​​do envelhecimento precoce, como fraqueza muscular, osteoporose, degeneração macular, declínio cognitivo, demência e doença de Alzheimer, por ser uma fonte de antioxidantes. E coisas como rugas e manchas senis também podem ser reduzidas por essa substância presente na pipoca.

As fibras são importantes porque incentivam a regularidade ao estimular os músculos intestinais e os sucos digestivos, o que mantém tudo em movimento de forma regular, o que também é muito importante.

Quanto menos tempo a comida permanecer no cólon, melhor. Outros problemas como constipação podem ocorrer quando permanece no seu trato digestivo por muito tempo.

A pipoca e o emagrecimento

A pipoca pode ajudar na perda de peso devido a suas quantidades de fibra, teor baixo de calorias e outros fatores já discutidos.

Na verdade, um estudo comparando como as pessoas se sentiam satisfeitas após comer pipoca ou batata frita, descobriu que a pipoca satisfazia melhor os consumidores, o que poderia levar a consumir menos calorias. No entanto, a ingestão calórica da pipoca de cinema pode ser muito grande:

"Um pacote pequeno de pipoca da Harkins Theatres contém 250 calorias, 16 gramas de gordura e 27 gramas de carboidratos. Eleve isso para um pacote grande de pipoca e você comerá 780 calorias, 50 gramas de gordura e 83 gramas de carboidratos.

Deite os cabelos com o extra-grande e terá uma ingestão de mais de um terço do número de carboidratos que você deveria ingerir durante todo o dia: 1.120 calorias, 72 gramas de gordura e 120 gramas de carboidratos."

Os polifenóis na pipoca: Uma explosão antioxidante

Você com certeza já ouviu falar dos radicais livres, produzidos pelo seu corpo para ajudar seus processos metabólicos a funcionarem melhor, mas quando a produção é grande demais, eles podem se voltar contra você. Eles podem se multiplicar, matar enzimas e causar estragos suficientes em suas células para provocar doenças e até mesmo alterar seu DNA.

É aí que os antioxidantes entram em ação, travando uma guerra contra os radicais livres fornecidos pelos antioxidantes nos nutrientes que você ingere. Os polifenóis presentes na pipoca podem ser chamados de super antioxidantes.

Eles podem reduzir o risco de câncer, em especial de mama e de próstata, porque melhoram a digestão e a circulação.

A pipoca contém mais polifenóis do que frutas e vegetais, de acordo com uma pesquisa realizada por Joe Vinson, Ph.D., da Universidade de Scranton, na Pensilvânia. A concentração de polifenóis é maior na pipoca do que nos seus rivais, nozes e chocolate.

As concentrações de polifenóis são muito mais altas na pipoca do que se pensava antes, com mais de 15 vezes o que é encontrado em tortilha de grãos integrais, na verdade.

"Enquanto os polifenóis se diluam em 90% da água que compõe muitas frutas e vegetais, os polifenóis são mais concentrados na pipoca, que contém em média apenas 4% de água."

Comer pipoca pode ajudar a regular o açúcar no sangue, reduzir o colesterol, melhorar a digestão, prevenir a osteoporose e proteger contra o câncer, de acordo com outras pesquisas relacionadas.

Boas notícias sobre a pipoca: Especialistas afirmam que ela é livre de OGM … por enquanto

Você pode estar se questionando se a pipoca é geneticamente modificada (GM). A resposta pode surpreender você, porque, até agora, é não (o que não quer dizer que não passará a ser em algum momento).

Existe muito debate na internet sobre a segurança e atoxicidade da pipoca orgânica rotulada como "não-OGM" (organismo geneticamente modificado). Se for tudo não-OGM - e vários cultivadores preocupados com a saúde dizem que sim - então a propaganda pode parecer um pouco falsa, especialmente porque 90% do milho cultivado nos EUA é geneticamente modificado.

Muitos consumidores precavidos mantêm seus olhos abertos para rótulos "não-OGM" como precaução, visto que a rotulagem de OGM não é exigida para todos os fabricantes de alimentos. Mesmo se a pipoca de todas as empresas não fossem transgênica, o rótulo ainda deve dizer isso, e isso é lamentável. De acordo com Elizabeth Yarnell, autora e naturopata:

"Jeffrey Smith, diretor executivo do Institute for Responsible Technology e especialista em OGM, na conferência Seeds of Doubt, garantiu que a pipoca vem de uma semente diferente, que não foi geneticamente modificada, embora quase 90% do milho cultivado e consumido nos EUA seja OGM."

No entanto, como observou a blogueira de estilo de vida do "Growing Up Herbal", é preciso ter cuidado:

"Não significa que você deva apenas sair e comprar qualquer marca barata no supermercado só porque a pipoca não é OGM. Não, não e não. A melhor pipoca é orgânica, porque é uma cultura muito coberta por pesticidas, inseticidas, herbicidas, fungicidas e fertilizantes."

O preparo da pipoca, no entanto, pode fazer toda a diferença

A pipoca estourada contém muito menos calorias do que a maioria dos alimentos. No entanto, ela pode ser um lanche prejudicial para a saúde em vez de nutritiva, mesmo na preparação da pipoca orgânica da mais alta qualidade. No caso: a pipoca de micro-ondas.

Para algumas pessoas, a maneira mais fácil de preparar a pipoca é num saco para micro-ondas, que apresenta inúmeros perigos, mesmo existindo diversas maneiras de se fazer isso. A versão de micro-ondas costuma conter milho de pipoca e também o ácido perfluorooctanóico (PFOA), ligado ao TDAH e hiperatividade em crianças, baixo peso ao nascer e doenças da tireoide.

Outro produto químico perigoso que várias pesquisas com animais vêm mostrando ser capaz de danificar as vias aéreas e até precipitar doenças pulmonares, e está presente na pseudo-manteiga da pipoca, é o diacetil.

O público está se tornando mais ciente da gordura hidrogenada ou parcialmente hidrogenada, também conhecida como óleo interesterificado, gorduras trans ou outros nomes, a qual representa outro perigo comum na pipoca (e diversos outros alimentos). Mesmo que uma infinidade de pesquisas revele uma ligação clara com doenças cardíacas e outros problemas, basta você ler os rótulos e o encontrará em muitos alimentos nas prateleiras dos supermercados.

Receita de pipoca saudável

É preciso dizer que outro fator de risco no preparo da pipoca é representado pelas coberturas de pipoca. A pipoca caramelizada tem 65 gramas de açúcar em uma porção de 100 gramas, e ainda assim é uma das mais vendidas. Essa é uma receita para você, caso simples e nutritivo lhe sejam características tão importantes quanto "delicioso".

Ingredientes

  • 3 colheres de sopa óleo de coco
  • 1/2 xícara de milho de pipoca
  • 1/2 de colher de chá de sal

Modo de preparo

  1. Coloque o óleo e o milho em uma panela grande e tampe. Leve ao fogo de médio a alto por cerca de três minutos ou até que a velocidade dos estouros diminua e você possa contar até 10 antes de outro grão estourar.
  2. Retire do fogo e despeje em uma tigela. Tempere com sal e sirva.

Adicione pimenta-do-reino para dar mais picância ou um pouco de páprica para dar mais sabor. Manteigas de nozes naturais e canela são opções deliciosas. Levedura nutricional é uma boa opção para um leve sabor de noz e textura agradável, adicionando mais proteína, vitamina B, minerais e fibras.

Quando está querendo um lanche, decidir comer algo delicioso não significa que não possa ser saudável também, e isso é o mais importante. A pipoca feita da maneira certa se encaixa de várias maneiras em uma alimentação equilibrada. Basta escolher um milho de pipoca que seja orgânico, estourá-lo e evitar comer um balde de pipoca.