O óleo de espinheiro-marítimo há muitos séculos é usado na Ásia e Europa, mas vem se tornando cada vez mais popular graças a seus diversos benefícios, em especial sua ação contra o envelhecimento. Saiba mais sobre esse óleo vegetal.
O que é esse óleo de espinheiro-marítimo?
Apesar do nome sugestivo, o espinheiro-marítimo não tem origem marinha. Trata-se de um arbusto da família Elaeagnaceae, que cresce em regiões montanhosas da Ásia e da Europa. Hippophae rhamnoides é seu nome botânico, originário das palavras gregas “hippos”, que significa “cavalo”, e “phos”, que significa “brilho”, devido à capacidade de melhorar a saúde dos cavalos e deixar seus pelos mais lisos e brilhantes. Era também usado no tratamento da cegueira em cavalos.
Segundo se acredita, o espinheiro-marítimo se originou do Himalaia, embora fosse usado pelos gregos antigos e outras culturas da Europa. Ele consta em textos tibetanos antigos, sendo citado também no Indian Materia Medica e nas primeiras prescrições chinesas. Também consta na mitologia grega. É dito que Genghis Khan chegou a usar o óleo de espinheiro-marítimo, o que prova que seus usos e benefícios há muito são conhecidos.
Você encontra o óleo de espinheiro-marítimo extraída das sementes da planta ou da polpa rica em nutrientes de seus pequenos frutos de cor vermelha ou amarela-alaranjada. Embora ambos dividam características semelhantes quanto ao perfil nutricional, há também acentuadas diferenças. O óleo do fruto, por exemplo, é de um vermelho-escuro ou laranja-avermelhado, já o óleo da semente tem uma cor amarela.
Os usos do óleo de espinheiro-marítimo
O espinheiro-marítimo tem um extenso histórico de uso na medicina popular, remontando há milhares de anos. Médicos tibetanos e chineses costumavam usá-lo no tratamento de diversos problemas de saúde.
Na medicina ayurvédica, essa planta é renomada; os gregos antigos faziam uso dela para reforçar seu bem-estar. O espinheiro-marítimo é mais conhecido no Tibete, Rússia, Mongólia e China por aliviar a tosse, estimular a circulação sanguínea e a digestão, e aliviar a dor.
O óleo de espinheiro-marítimo é famoso por sua ação curativa e de rejuvenescimento para a pele. É um excelente produto para limpar e esfoliar a pele de forma natural com o uso tópico. Promove a cicatrização de queimaduras de fogo ou sol, cortes, feridas, erupções cutâneas e outros danos à pele, além de retardar os sinais do envelhecimento por nutrir os tecidos cutâneos.
A composição do óleo de espinheiro-marítimo
O óleo de espinheiro-marítimo tem se tornado cada vez mais popular devido ao seu perfil nutricional. Entre seus variados nutrientes e fitonutrientes, destacam-se:
Aminoácidos |
Fitosteróis |
Tocoferóis |
Carotenoides como betacaroteno |
Fenóis, terpenos e glicosídeos |
Vitaminas (A, E, K e B) |
Minerais (cobre, ferro, selênio e manganês) |
Flavonoides como isoramnetina, quercetina e miricetina |
Os frutos do espinheiro-marítimo têm tanta vitamina E quanto o gérmen de trigo, mais vitamina A que as cenouras, mais vitamina C que as laranjas, os tomates e os kiwis, e quatro vezes mais superóxido dismutase (SOD) que o ginseng, sendo a SOD uma importante enzima capaz de reduzir os danos causados pelos radicais livres. É também a única fonte vegetal de ácidos graxos ômega-3, 6, 7 e 9.
Embora os ácidos graxos poli-insaturados estejam presentes tanto no óleo dos frutos de espinheiro-marítimo como das sementes, existem diferenças perceptíveis na composição. Cerca de 70% do óleo da semente contém ácido linoleico e ácido alfa-linoleico, algumas quantidades de ácidos graxos insaturados, tocoferóis, tocotrienóis, fitosteróis e carotenoides.
Enquanto o óleo dos frutos contém elevado teor de ácido palmítico (ômega-7) e palmitoleico, além de outras substâncias como dodecenoato de etila, octanoato de etila, decabol, decanoato de etila e dodecanoato de etila.
6 benefícios do óleo de espinheiro-marítimo para a saúde
O elevado teor de ácidos graxos e abundância de nutrientes tornam o óleo de espinheiro-marítimo um dos óleos vegetais que mais promovem a saúde nos dias atuais. Suas elevadas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antivirais são atribuídas à capacidade de melhorar o bem-estar geral. Conheça alguns benefícios possíveis ao óleo de espinheiro-marítimo:
Promover a saúde da pele — O uso tópico do óleo de espinheiro-marítimo auxilia nos problemas cutâneos, elevando a hidratação, elasticidade e regeneração, além de tratar a acne. Segundo pesquisas iniciais, o óleo de espinheiro-marítimo pode aliviar a rosácea, uma doença inflamatória crônica que se apresenta por pequenos caroços vermelhos no rosto. |
Controlar o peso — Devido ao seu teor de ácidos graxos, o óleo de espinheiro-marítimo pode inibir o armazenamento de gordura pelo corpo, promovendo o controle do peso a longo prazo. |
Reduzir o risco de demência e Alzheimer — A vitamina B12 presente no óleo de espinheiro-marítimo diminui o risco de declínio cognitivo e Alzheimer. Os ácidos graxos presentes nele, incluindo o ômega-3, podem contribuir para a mesma finalidade. |
Tratar úlceras e a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) — O óleo de espinheiro-marítimo pode trazer alívio para os tecidos da mucosa do trato digestivo, vindo a ter utilidade no tratamento de úlceras gástricas e outros problemas do trato gastrointestinal, como é o caso de dores de estômago, dispepsia e constipação. |
Aliviar o ressecamento ocular — O óleo de espinheiro-marítimo pode aliviar o ressecamento dos olhos que é tão comum em idosos e na menopausa, algo que costuma ser causado por alterações hormonais. A suplementação oral com óleo de espinheiro-marítimo, durante três meses, para indivíduos que sofriam de ressecamento ocular, se mostrou positivo quanto à osmolaridade e sintomas da condição, tais como queimação e vermelhidão, segundo revela um estudo. |
Reduzir danos ao fígado — O óleo de espinheiro-marítimo demonstrou uma potente atividade protetora do fígado em um estudo com animais, vindo a diminuir as concentrações de aflatoxinas hepáticas e seus efeitos adversos. Outro estudo clínico revela que o óleo de espinheiro-marítimo pode normalizar os níveis de enzimas hepáticas e ácidos biliares séricos. |
Como extrair o óleo de espinheiro-marítimo
Formas comuns incluem a extração por solvente, prensagem a frio, prensagem a quente e maceração. Dentre esses, a extração supercrítica por CO2 consegue extrair o óleo com eficácia, ajudando a reter seus ativos nutritivos. Nesse método, os fabricantes usam dióxido de carbono liquefeito para extrair o óleo dos frutos.
O óleo de espinheiro-marítimo obtido pela extração com CO2 tem potencial de ser usado com finalidade nutracêutica, cosmecêutica e farmacêutica, segundo um estudo de 2012.
Como o óleo de espinheiro-marítimo atua?
O óleo de espinheiro-marítimo pode ser usado por via oral ou tópica. Mas antes de ingerir o óleo, procure um médico para determinar a dosagem ideal e confirmar se você pode tomá-lo com segurança. Para uso tópico, dilua-o em um óleo carreador que seja seguro, tais como óleo de coco, amêndoas ou jojoba, e faça a prova do toque para ver como sua pele vai reagir.
O óleo de espinheiro-marítimo é seguro?
Como todo óleo essencial, é aconselhável tomar cuidado com o uso do óleo de espinheiro-marítimo, em especial se você apresentar determinados problemas de saúde. Para a maioria dos adultos saudáveis, o óleo de espinheiro-marítimo é de uso seguro, embora não deva ser usado ou tomado por crianças, pessoas diagnosticadas com câncer e pessoas que apresentem alergias ou hipersensibilidade à planta.
Por não haver comprovação científica de sua segurança de uso por grávidas ou lactantes, recomendo evitar o óleo caso esteja grávida, amamentando ou planejando engravidar no futuro próximo.
Os efeitos colaterais do óleo de espinheiro-marítimo
Entre os efeitos colaterais que o óleo de espinheiro-marítimo pode causar, em geral, podemos citar aumento da pressão, dores de cabeça, inchaço, tonturas e palpitações. O óleo essencial pode levar à desidratação e perda de eletrólitos importantes.
Contra-indicações incluem a ingestão do óleo de espinheiro-marítimo com antibióticos, medicamentos para pressão, tais como inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), ervas e suplementos. Fique atento a estes efeitos colaterais:
- Glicemia baixa — Tenha cuidado caso tome insulina ou medicamentos para diabetes, visto que há relatos de que o espinheiro-marítimo tem propriedades que reduzem a glicemia.
- Aumento do risco de sangramento — Segundo pesquisas inciais, o espinheiro-marítimo pode elevar o risco de sangramento quando tomado com aspirina, anticoagulantes, medicamentos antiplaquetários ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), além de suplementos de ervas como ginkgo biloba, alho e saw palmetto.
- Diminuição da agregação de plaquetas — Quando ingerido com anticoagulantes, o espinheiro-marítimo pode reduzir ainda mais a agregação plaquetária.
- Efeitos aditivos — Estes foram relatados devido a interações entre o espinheiro-marítimo e medicamentos antineoplásicos (agentes anticâncer), para o colesterol, antioxidantes, antiulcerativos e imunossupressores.
- Diminuição da eficácia de medicamentos — O espinheiro-marítimo pode diminuir a ação da ciclofosfamida ou epirrubicina (Farmorrubicina), ou outros imunossupressores e quimioterápicos.