Por Dr. Mercola
Enquanto várias empresas fabricam e comercializam produtos de consumo “novos e melhorados” FMCGs - fast-moving consumer goods (rápidos produtos de consumo) - que usamos todos os dias, como sabonete, pasta de dente, desodorante e loção para o corpo, um dos melhores e mais naturais produtos tem estado debaixo dos nossos narizes, por assim dizer.
O óleo de coco tem um aroma agradável e, além de ser muito econômico, é uma substância incrivelmente versátil e terapêutica. Desde meados da década de 90, aproximadamente, a utilização do óleo de coco vem crescendo com a população e está sendo aplicado de várias formas, como para limpeza de pele, desodorização e cicatrização.
Perguntas como “de onde vem o óleo de coco?” e “como cheira?” são recorrentes. O óleo de coco, assim como a manteiga, é uma substância sólida, derretendo para uma forma líquida quando atinge cerca de 24 graus.
Insolúvel na temperatura ambiente, adquire uma consistência cremosa quando misturado com água usando um batedor. Se não for tratado em processos químicos como branqueamento, refinação o desodorização, o óleo de coco exala a fragrância suave que se espera – de coco.
2 Tipos de Óleo de Coco - Comercial e Virgem
O interesse relativamente recente nas formas de utilização do óleo de coco também implicam em questões acerca da sua produção. Existem dois tipos básicos: o óleo de coco comercial e o virgem.
Óleo de Coco na Categoria Comercial — este produto é feito de copra, que é a polpa seca do coco. É geralmente exposto a estufa, sol, ou fumaça, ou uma combinação dos três. Mas quando a copra padrão é usada para fazer o óleo de coco, ela não é estéril e, portanto, inadequada para o consumo humano.
É “purificada” ou refinada através de um processo conhecido como RBD - refinado, branqueado e desodorizado. De acordo com a Coconutdiet.com:
“O calor é usado para desodorizar o óleo, e o óleo é normalmente filtrado através de argilas (branqueadores) para remover as impurezas. O hidróxido de sódio é geralmente usado para remover ácidos graxos livres e prolongar a vida na prateleira.
Esta é a maneira mais comum de produzir em massa óleo de coco. O modo mais antigo de produzir óleo de coco refinado era através do refino físico ou mecânico. Métodos mais modernos também usam solventes químicos para extrair todo óleo da copra para maiores rendimentos.
Óleo de Coco Virgem — em comparação, assim como o azeite, o óleo de coco é melhor quando “pressionado primeiro” e “virgem”. Como, por exemplo, ao pressionar por alguns minutos um saquinho de chá que está sendo mergulhado em água fervida, a primeira água liberada conterá os melhores extratos.
Na segunda vez que é pressionado, como na analogia do saquinho de chá, o resultado não é tão concentrado. Coconutdiet.com prossegue:
“O óleo de coco virgem só pode ser obtido usando a polpa de coco fresca ou não-copra. Produtos químicos e altas temperaturas não são usados em outras refinarias, já que o olho de coco puro e natural é muito instável, com validade de vários anos.
Atualmente existem dois processos principais na fabricação de óleo de coco virgem:
• A secagem rápida da polpa fresca de coco, é usada para extrair o óleo. Usando este método, o calor mínimo é usado para secar rapidamente a carne do coco, e o óleo então é pressionado por meios mecânicos.
• Moagem a úmido. Com este método, o óleo é extraído da polpa fresca de coco sem secar primeiro. ‘Leite de coco’ é primeiro pressionado.
O óleo então separado da água. Os métodos que podem ser usados para separar o óleo da água incluem a fervura, fermentação, refrigeração, enzimas e centrifuga mecânica.”
Por que Manter o Óleo de Coco no Banheiro?
Óleo de coco cru e orgânico, além de ser bom o suficiente pra comer (o que discutiremos daqui a pouco) tem uma infinidade de benefícios além do consumo. Aqui está uma lista de 15 benefícios do óleo de coco, sem uma ordem particular:
1. Barbear suave — se você sofre de vermelhidão, irritação e queimaduras na pele após o barbear, o óleo de coco e funciona como calmante e antibacteriana.
2. Recuperação de erupção cutânea — outros problemas que vão de assaduras a reações alérgicas ao leite podem se remediadas usando óleo de coco. O Propilenoglicol é uma substância química encontrada em hidratantes comerciais que podem causar irritação na pele e dermatite.
3. Protetor labial — use óleo de coco para limpar, nutrir e hidratar os lábios rachados sem inadvertidamente alimentar os disruptores endócrinos.
Um estudo sobre o teor de metais nos protetores labiais revelou chumbo, alumínio, cádmio, cromo e manganês em altas concentrações, alguns destes, associados a efeitos adversos à saúde reprodutiva, de desenvolvimento ou outros fatores adversos para saúde.
4. Limpador Facial — eficaz para a lavagem do rosto, é só misturar partes iguais do óleo de coco e óleo de rícino, um outro conhecido óleo de limpeza. Massageie na sua pele e remova suavemente com pano húmido quente.
90% dos sabonetes líquidos e sabonetes faciais que você compra contém substâncias químicas nocivas, como o sulfato de sódio lauril ou o sulfato de sódio lauriléter, que combinados com outros produtos químicos podem formar nitrosaminas, o que são causadores de câncer. O óleo de coco pode até melhorar acne.
5. Removedor de maquiagem — você pode não apenas limpar seu rosto com ele, como você pode usá-lo como um removedor de maquiagem natural. Óleo de coco remove rímel e até delineadores mais teimosos.
6. Creme noturno — você pode não querer usar óleo de coco antes da maquiagem, mas se aplicar levemente antes dormir ele hidrata a pele. Se eu ácidos graxos formam um emoliente natural. Se a pele ao redor das unhas estiver dura e ressecada, trate as cutículas esfregando óleo de coco para mantê-las macias.
7. Desodorante — um pouquinho de óleo de coco, e se você desejar misture com algum óleo essencial como o de lavanda, é muito eficaz. Muito melhor do que usar antiperspirantes contendo alumínio, o que está diretamente ligado à doença de Alzheimer.
Outra receita para fazer desodorante é combinar três colheres de sopa de cada: óleo de coco, pó de araruta (ou amido de milho) e bicarbonato de sódio.
8. Combater o fungo dos pés — por ser antimicrobiano e antibacteriano, o coco é muito eficaz no combate ao pé de atleta. Esfregue em baixo dos pés após de cada banho.
Compostos antivirais, antibacterianos e antifúngicos do óleo de coco têm demonstrado neutralizar microrganismos como bactérias, leveduras e fungos.
9. Banho relaxante — como alternativa aos banhos de espuma que podem induzir infecções do trato urinário, especialmente em crianças, coloque um pouco de óleo de coco na sua banheira com algumas gotas de um óleo essencial de sua preferência. É um hidratante e ajuda a matar as bactérias.
10. Exfoliação corporal — combine partes iguais de óleo de coco, sal marinho, açúcar ou bicarbonato de sódio para fazer umas esfoliação caseira, o que suaviza, hidrata e amacia a pele.
11. Loção corporal — os hidratantes que você compra nas lojas, normalmente contém substâncias químicas nocivas como alumínio, ftalatos, parabenos, formaldeídos e propilenoglicol. O coco é uma alternativa perfumada e hidratante que não contém nenhum desses.
12. Pasta de dente — para combater a cárie e até mesmo clarear os dentes, faça você mesmo um creme dental de óleo de coco misturando uma colher de chá, com ½ colher de chá de bicarbonato de sódio e duas gotas de óleo essencial de hortelã. Apenas escove os dentes como de costume.
13. Bochechos — um enxague bucal funciona como um bochecho, só que você não deve gargarejar com ele. Você deve permanecer bochechando vigorosamente de 5 a 15 minutos, assim penetrará no tecido mole, entrando nas gengivas e puxando para fora as bactérias que causam cáries, placas e mau hálito.
14. Quando aplicado em cortes e em feridas infectadas o óleo de coco desenvolve uma camada natural protetora de substâncias químicas, o que também ajuda a evitar poeira, fungos, bactérias e vírus. Aplicado em contusões acelera o processo de cicatrização nos tecidos danificados.
15. Combate o Frizz — pessoas com cabelos que tem tendência ao frizz, muitas vezes usam géis e mousses a base de silicone ou álcool, o que cobre o cabelo evitando que ele absorva umidade e fique mais ressecado nas pontas. Algumas gotas de óleo de coco é tudo que você precisa para um condicionador de cabelo natural, o que deixará brilhante e sedoso.
Propriedades Curativas do Óleo de Coco
O óleo de coco virgem tem sido descrito como tendo um “sabor de baunilha com nozes impressionante (e) ainda mais suave e mais rico do que a manteiga“. Um artigo do New York Times observou que o óleo de coco, uma vez demonizado pelo campo de medicina “todas as gorduras saturadas são ruins para você”, agora se tornou aceito:
“A principal gordura saturada no óleo de coco é o ácido láurico, um ácido graxo de cadeia média. O ácido láurico aumenta os níveis de HDL bom ou lipoproteínas de alta densidade e LDL ruim, ou lipoproteínas de baixa densidade, no sangue, mas não é pensado que isso possa afetar negativamente a relação global dos dois.
… Diversas alegações de saúde foram feitas para o ácido láurico. De acordo com os defensores, é uma substância maravilhosa com propriedades antibacterianas, antimicrobianas e antivirais que também poderiam, em teoria, combater o HIV, limpar a acne e acelerar o seu metabolismo.”
Mesmo aplicado topicamente, o óleo de coco tem propriedades curativas. Um fator interessante é que, embora antiperspirantes contendo alumínio estejam associados a doença de Alzheimer, o óleo de coco na verdade impede isso por causa dos ácidos graxos de cadeia média (MCFA) que são facilmente absorvidos e metabolizados pelo fígado e pode converter isso em cetonas. Um estudo observou:
“Corpos cetônicos são uma importante fonte de energia alternativa no cérebro, e podem ser benéficos para pessoas em desenvolvimento ou já com problema de memória, como na doença de Alzheimer (AD)… (Pode também) ser benéfico no tratamento da obesidade, dislipidemia, LDL elevado, resistência à insulina hipertensão-estes são os fatores de risco para (doença cardíaca) e diabetes tipo 2, e também para o DA.
Prevê-se que a doença de Alzheimer afetará 1 a cada 4 Americanos na próxima geração, rivalizando com obesidade e diabetes, mas evidências sugerem que corpos cetônicos presentes no óleo de coco, podem ajudar a restaurar e renovar os neurônios e as funções nervosas em seu cérebro mesmo após o dano ter ocorrido.
Alternativas Insalubres ao Óleo de Coco
Em relação ao óleo de coco na cozinha ou mesmo como limpador doméstico, há alguns pontos a serem considerados:
- O óleo de coco virgem tem um ponto de fusão de 350 graus, por isso, para cozinhar, é melhor se usado em temperaturas mais baixas. O Azeite de oliva queima mesmo em baixas temperaturas de 250 graus, o que pode causar oxidação, fazendo mais mal do que bem ao seu corpo.
- Você pode substituir o óleo de coco por manteiga ou azeite de oliva e, definitivamente, ao invés de usar os chamados óleos vegetais. Aqui está o motivo:
Vários estudos revelam que o óleo de coco pode oferecer benefícios surpreendentes quando usado em aplicações nutricionais. Uma das mudanças mais dramáticas que você pode fazer pela sua saúde será substituir os chamados óleos vegetais “saudáveis”, de soja, milho ou de sementes de algodão, como o canola, ao refogar alimentos ou assar bolos e biscoitos.
É interessante notar que a população da Polinésia, que tem usado o óleo de coco gordo como alimento básico por gerações, não têm um histórico de doenças cardíacas. Por que? É uma direta contradição com o que é medicina convencional defende há algumas décadas. Que as gorduras saturadas são ruins e levam a obesidade, altos níveis de colesterol, doenças cardíacas e a doença de Alzheimer.
A verdade é que a gordura saturada como a do óleo de coco e do azeite de oliva é natural, não há substâncias criadas em laboratórios usando métodos como hidrogenação ou hidrogenação parcial que convertem ácidos graxos em poli insaturados ou gorduras trans. Os óleos vegetais e de sementes sofrem o duplo golpe de átomos de hidrogênio e alto calor, criando um óleo mais barato com uma vida longa útil, mas que é muito ruim para saúde.
Além disso, quando os óleos vegetais são aquecidos a uma temperatura alta, os compostos químicos se quebram, ficam “presos” em suas células, oxidam e criam radicais livres perigosos que levam a doenças, incluindo doenças cardíacas e câncer. Aqui está um artigo atemporal sobre o tipo de óleo que você deve cozinhar.