Por Dr. Mercola
Bob Dennis, Ph.D, biomédico por profissão, também é autor do livro "Stroke of Luck: Master Neuroplasticity for Recovery and Growth After Stroke" e de sua versão resumida, "Stroke of Luck: NOW! Fast and Free Exercises to Immediately Begin Mastering Neuroplasticity Following a Stroke (em tradução livre: Acidente de Sorte: AGORA! - Exercícios rápidos e livres para começar a dominar a neuroplasticidade imediatamente após um derrame), uma excelente referência para qualquer pessoa ter em seu acervo clínico.
Por que eu recomendo que você adquira o livro de Bob hoje mesmo? Porque é altamente provável que algum dos seus entes queridos tenha um derrame, e você simplesmente não gostaria de ter que esperar o envio do livro. Em vez disso, seria muito melhor iniciar um tratamento imediato para minimizar os danos causados por um derrame.
O derrame é um problema macivamente invasivo. É a quinta principal causa de morte, matando cerca de 142.000 por ano. Ele também é a principal causa de deficiências de longo prazo. Derrames têm se tornado mais prevalentes em jovens. Estima-se que 10% de todos os derrames ocorram em pessoas abaixo de 50 anos.
O ímpeto por trás desse livro foi a experiência pessoal de Dennis. Ele já teve dois derrames até o momento, o último em julho de 2018, aos 54 anos, e teve uma recuperação magnífica graças às técnicas que ele descreve em seu livro.
A morte súbita do ator Luke Perry, que teve um derrame aos 52 anos, renovou o interesse na prevenção desse problema. Infelizmente, quando um derrame não mata, ele deixa o paciente com deficiências graves pelo resto da vida, motivo pelo qual o livro de Dennis é tão importante.
Trata-se de um recurso para ajudar vítimas de um derrame a aumentar suas chances de se recuperar de forma tão completa quanto possível, sendo sua própria vida uma evidência da veracidade de suas técnicas. Ele reconta sua experiência:
"Eu acordei em uma manhã de julho de 2018 e percebi que havia tido um derrame na cama. Eu mal podia falar, mas consegui chamar um médico. Fui colocado imediatamente em uma ambulância e levado para um hospital. Eu estava muito ciente do que acontecia comigo e à minha volta. Prestei muita atenção naquilo que estavam me dizendo ou me pedindo para fazer.
O procedimento padrão hoje... é que, quando se tem um derrame, você pode receber trombolíticos dentro de três horas para dissolver trombos ou coágulos... Isso salva e preserva o tecido cerebral, impedindo a morte permanente de neurônios. Eu já estava fora dessa janela de três horas, portanto, esse medicamento não era uma opção".
A medicina convencional deixa muito a desejar na recuperação de um derrame
Esclarecendo, dentro dessa janela de três horas, é preciso determinar qual tipo de acidente vascular cerebral você teve, pois dar trombolíticos para alguém que sofreu um derrame hemorrágico seria letal (uma vez que uma veia se rompeu e já está sangrando no interior do cérebro).
Uma das primeiras coisas a serem feitas é a ressonância magnética, que determina se o seu derrame ocorreu por conta de um coágulo (derrame isquêmico) ou uma ruptura (derrame hemorrágico). De acordo com a American Stroke Association, 87% dos derrames são isquêmicos, enquanto o restante são hemorrágicos.
"Para a minha sorte, a maioria dos meus colegas são neurofisiologistas. No primeiro dia, minha esposa perguntou a eles o que eu deveria fazer para me recuperar da melhor forma possível. Meus colegas ofereceram várias opiniões profissionais... E eu continuava perguntando o que poderia fazer para melhorar minha recuperação.
A resposta era sempre a mesma: continue tomando seus remédios, que são estatinas... e aspirina infantil. Alguns disseram para adotar uma dieta mediterrânea e procurar um fisioterapeuta. Nesse momento, eu já tinha falado com todos no hospital (um centro de neurotrauma de primeiro nível), e essa foi a soma de todos os conselhos que obtive.
A principal orientação de todos é "fique aí esperando". Na minha opinião, essa é a pior coisa que se pode fazer. Uma vez descoberto que não se trata de um derrame hemorrágico, a melhor coisa a se fazer são atividades que promovam a neuropasticidade. E foi o que eu fiz. Eu comecei a fazer coisas que eu sabia que funcionavam...
Eu não sou nenhum gênio. Só um cara normal, beneficiado pelos efeitos da neuroplasticidade. Você também pode se recuperar da melhor forma possível... Logo após uma lesão cerebral, há uma janela de imensa neuroplasticidade que pode ser aproveitada. Essa coisa toda me deixou incomodado.
Eu pensei: "Quer saber? Alguém tem que dizer às pessoas que elas precisam voltar a fazer coisas logo após o derrame, especialmente as coisas que pedem para você fazer enquanto está sendo avaliado. Pois essas coisas são seguras. São eficientes. São coisas que você pode fazer sem problemas e sem nenhum equipamento especial".
A preparação para um derrame
Dennis queria que essas informações estivessem disponíveis para todos que precisassem, então seu livro foi criado para ser um e-book e está disponível gratuitamente pelo Kindle Unlimited na Amazon. "Como e-book, você pode ter o livro na hora que precisar, no mesmo dia de um derrame", ele disse. "Você não precisa esperar pela entrega".
Na verdade, você sequer precisa comprar o livro para receber suas importantes recomendações. Basta clicar na pré-visualização e ler o resumo, colocado antes do índice. Eu recomendo que você consiga sua cópia e leia hoje mesmo, antes que você ou algum ente querido passe por essa situação. É muito melhor ter conhecimento prévio de uma questão desse tipo.
A experiência de Dennis é uma poderosa demonstração do quão rápido pode-se recuperar as funções aproveitando a capacidade do cérebro de se reprogramar, um processo chamado neuroplasticidade. Basicamente, o treinamento cerebral descrito por Dennis permite que o cérebro desenvolva rotas alternativas para contornar os neurônios danificados. Quanto mais cedo você começar, mais eficientes serão os resultados.
Intervenções úteis no estilo de vida para tratar um derrame
Além dos exercícios de treinamento cerebral, Dennis também implementou várias poderosas alterações no estilo de vida que auxiliaram no processo de cura. Dentre elas, está o jejum intermitente, que ele afirma ter mudado sua vida radicalmente e auxiliado muito em sua recuperação. Desde que começou a fazer o jejum intermitente após o derrame do ano passado, ele perdeu 23 quilos.
Stroke of Luck (Acidente de Sorte)
O título do seu livro, "Stroke of luck", se refere ao conceito de ser uma paranoia inversa, ou pronoia, no qual você presume que quando coisas ruins acontecem, algo bom pode sair disso. No caso de Dennis, foi exatamente o que aconteceu. Ao tirar vantagem da neuroplasticidade e do treinamento cerebral após seu derrame, ele não só retornou ao seu estado anterior, mas atingiu uma condição de saúde muito superior.
Seu senso de equilíbrio melhorou e ele se tornou ambidestro. Ele eliminou sua dor crônica nas costas. Como engenheiro biomédico, Dennis inventou um dos melhores dispositivos de pulso de campo eletromagnético do mercado (que eu uso todos os dias) chamado ICES modelo M1.
Um dos motivos por trás do desenvolvimento do produto foi criar algo que ajudasse pessoas a tratar suas dores nas costas. Incrivelmente, seu derrame acabou se tornando parte da resposta a esse problema. Ele conta:
"Eles me deram opioides, então eu desenvolvi o aparelho de pulso eletromagnético. Ele funcionou muito bem para minha dor nas costas, dores no corpo em geral e coisas do tipo. Cerca de cinco anos atrás, eu desenvolvi uma síndrome de dor local complexa (CRPS) na minhas pernas e pélvis, que me fazia sentir dor o tempo todo.
A síndrome provavelmente tinha algum tipo de mediação central, o que significa que envolvia algo no meu cérebro, motivo pelo qual o aparelho não funcionava. CRPS é um problema terrível. Em média, essa síndrome causa dores mais intensas do que qualquer outra. Além disso, praticamente, não há tratamento disponível...
Eu investi todo o conhecimento que tinha em uma solução, mas nada funcionava. Foi aí que eu tive um derrame e, na manhã seguinte, a dor tinha ido embora... Alguns tipos de dor ocorrem por conta de um funcionamento errado do cérebro...
Se uma região do cérebro está danificada, uma parte diferente dele pode assumir as funções daquela região. Várias pessoas não sabem disso, e há muito sobre o cérebro que nós ainda não compreendemos. Mas o que nós sabemos é que, sob condições certas, o cérebro pode se reprogramar...
Caso você exercite o suficiente o seu cérebro, ele reage totalmente à neuroplasticidade. Sabe-se, por exemplo, que uma área lesionada em um derrame provoca a neuroplasticidade em todo o cérebro.
Se você reforçar ativamente a neuroplasticidade em diferentes áreas do cérebro, todas elas podem sofrer melhorias no seu funcionamento. Muitas coisas podem melhorar a partir disso. Você pode se reprogramar totalmente...
A dor que eu sentia simplesmente desapareceu depois do derrame. Eu acordei e ela tinha ido embora totalmente... eu queria recuperar totalmente meu cérebro, mas não queria que a dor voltasse. Ou seja, eu não queria que todas as áreas do cérebro funcionassem como antes do derrame. Só as áreas que me trouxessem resultados positivos.
Acredito que tive 90% de sucesso nisso, pois um pouquinho da dor retornou. Porém, hoje eu consigo tratá-la com exercícios... No livro, eu tentei explicar o que o cérebro faz. O que nós realmente sabemos a respeito? Se você quiser exercitar esse tipo de absorção sensorial... atividade motora ou mental, você pode fazer esses tipos de exercícios".
O tempo é um dos fatores mais importantes
Já é amplamente reconhecido que, ao lidar com um derrame, a primeira coisa a ser feita é um tratamento rápido. Você só tem uma janela de três horas para receber a medicação adequada e prevenir o máximo possível de danos. Mas você também precisa iniciar o programa de recuperação o quanto antes, no mesmo dia ou logo que esteja bem o suficiente. O mesmo se aplica à fisioterapia.
Recomendaram que Dennis esperasse três semanas para procurar um fisioterapeuta, o que ele achou tempo demais. Isso o fez desenvolver seu próprio programa fisioterápico. "Se eu tivesse feito apenas o que fui aconselhado a fazer, não acho que teria me recuperado tão bem. Com certeza, eu não estaria dando essa entrevista", ele disse.
Assim, quando ele finalmente se consultou com um fisioterapeuta, já era capaz de fazer 80 ou 90% dos exercícios prescritos. Dennis também enfatiza a necessidade de extrair o máximo das sessões de fisioterapia. Muitos abandonam as sessões no início, pensando que podem fazer tudo em casa após decorar os exercícios.