Por Dr. Mercola
O Splenda (um adoçante artificial à base de sucralose) foi aprovado sem quase nenhuma evidência de segurança
A absorção da sucralose pelo corpo humano foi testada em apenas seis homens.
Alguns estudos em animais também geram dúvidas sobre a segurança desse tipo de produto, pois demostram:
- Uma redução no número de glóbulos vermelhos (um sinal de anemia), quando consumidos em mais de 1.500 mg/kg/dia;
- Um aumento da infertilidade masculina, pois interfere na produção e na vitalidade dos espermatozoides, além de causar lesões cerebrais quando consumidos em doses maiores.
Os adoçantes de sucralose “deviam sempre vir com um grande selo vermelho de advertência”, pois eles matam as suas bactérias intestinais boas e se acumulam no seu tecido adiposo
Foi descoberto que a sucralose é muito prejudicial para o intestino. Uma pesquisa publicada em 2008 descobriu que essa substância reduz a microbiota intestinal em 50%, afetando principalmente as bactérias conhecidas por ser importantes para a saúde humana.
Todos os adoçantes artificiais são tóxicos para a sua microbiota intestinal
Uma pesquisa mais recente confirmou essas descobertas e as estendeu para todos os adoçantes artificiais. O estudo em animais, publicado na revista Molecules em outubro de 2018, descobriu que o aspartame, sucralose, sacarina, neotame, advantame e acesulfame K causam danos ao DNA das bactérias intestinais e interferem em suas atividades.
A sucralose não é um composto inerte
De acordo com uma pesquisa, o nível aceitável de consumo diário definido para a sucralose pode ser centenas de vezes mais alto do que deveria ser para garantir segurança em seu consumo. Outra informação importante descoberta pelo estudo é que “cozinhar com sucralose em altas temperaturas... gera cloropropanóis, uma classe de compostos potencialmente tóxica”.
Ainda assim, os adoçantes com sucralose são frequentemente indicados para preparos culinários e são muito utilizados na produção de alimentos processados que envolvem muito calor.
Pesquisadores pedem uma reavaliação da segurança da sucralose, após evidências de que a substância é metabolizada e armazenada no tecido adiposo
Outra afirmativa das indústrias que foi derrubada pela ciência é que a sucralose passa pelo seu corpo sem ser metabolizada, de forma que não causa efeitos biológicos. Uma pesquisa publicada na versão online do Diário de Toxicologia e Saúde Ambiental em 21 de agosto de 2018, mostra que a sucralose é de fato metabolizada pelo nosso corpo, e se acumula nas células adiposas.
A sucralose aumenta os riscos de diabetes tipo 2
Assim como todos os adoçantes artificiais, a sucralose é muito utilizada por pessoas diabéticas que precisam limitar seus consumos de açúcar. Porém, as pesquisas mostram que não é possível simplesmente tapear o seu corpo consumindo coisas doces livres de calorias.
Uma pesquisa publicada em 2013 revelou que a sucralose altera os níveis e as respostas da glicose, insulina e peptídeos semelhantes a glucagon 1, aumentando os riscos de diabetes tipo 2.
Vários estudos levantam dúvidas sobre a segurança da sucralose
Existem 11.200 referências à sucralose no mecanismo de busca científica Google Acadêmico, de forma que não há falta de estudos sobre a substância, caso você esteja curioso. Abaixo estão algumas amostras sobre os efeitos danosos que a sucralose pode causar à sua saúde:
Possíveis Efeitos Metabólicos da Sucralose após o Consumo Oral de Glicose em Pacientes com Obesidade e com Peso Normal, 2018 — Esta tese de mestrado de ciência gastronômica e nutrição afirma que a sucralose “pode causar efeitos colaterais sobre o metabolismo da glicose em pessoas com obesidade, que é o grupo que mais consome adoçantes não nutritivos para ajudar no controle de peso”. |
O Adoçante Artificial Splenda Causa o Crescimento de Proteobactérias no Intestino, a Disbiose, e a Reatividade da Mieloperoxidase em Ileítes Como a Doença de Crohn, 2018 — Este estudo descobriu que o consumo de adoçantes com sucralose pode agravar a inflamação intestinal e intensificar os sintomas de pessoas com a doença de Crohn, pois estimula o crescimento de bactérias intestinais nocivas. |
A Farmacocinética da Sucralose e da Acesulfame K no Leite Materno após a Ingestão de Refrigerantes “Diet”, 2018 — Esse estudo descobriu que a sucralose alcança o leite materno após ser consumida. |
Adoçantes Artificiais Como a Sucralose Podem Estimular a Inflamação das Células Mesenquimais Estromais Derivadas do Tecido Adiposo, 2017 — Essa pesquisa, apresentada nos Dias de Pesquisa Anuais da Universidade George Washington, em 2017, mostra que o consumo de sucralose causou um aumento no acúmulo de superóxido e na inflamação celular. |
Os Efeitas da Sucralose sobre o Gosto Adocicado dos Cigarros Eletrônicos Varia Dependendo do Sistema, 2017 — A sucralose é encontrada em uma grande variedade de produtos além de alimentos. Ela é normalmente adicionada a medicamentos, muitas vezes sem ser rotulada, e até mesmo a cartuchos de cigarros eletrônicos. |
A Ingestão Crônica da Sucralose ou L-Glicose Não Suprime o Consumo de Alimentos, 2017 — Esse estudo demostrou que quando a sucralose é consumida juntamente com uma dieta pobre em carboidratos, ela “causa um aumento nítido no consumo de calorias”. Em outras palavras, ela aumenta a fome e faz com que as pessoas comam demais. |
A Reação da Microbiota Intestinal à Sucralose e seu Possível Papel na Indução da Inflamação Hepática em Camundongos, 2017 — Assim como a pesquisa mencionada anteriormente neste artigo, esse estudo também descobriu que a sucralose altera “a dinâmica do desenvolvimento da microbiota intestinal”, e que o adoçante pode influenciar a inflamação crônica. |
Os Adoçantes Não Calóricos Aspartame, Sucralose e Estévia Induzem Reações Específicas, mas Diferenciais, no Acumulo Compartimentalizado no Tecido Adiposo, 2017 — Nesse estudo, o consumo de sucralose resultou no ganho de peso, aumento dos níveis de glicose no sangue e no acúmulo de gordura no corpo. |
A Sucralose Ativa um Eixo de Sinalização ERK1/2 da Proteína Ribossomal S6, 2016 — Foi descoberto que a sucralose estimula a secreção de insulina, assim como a glicose, mas por vias completamente diferentes e incompreensíveis. De acordo com os autores, essas descobertas “são importantes para a diabetes”. |
A Sucralose Estimula o Consumo de Alimentos Através do Neuropeptídeo Y e da Resposta ao Jejum Neuronal, 2016 — Neste artigo, o consumo de sucralose foi novamente associado ao aumento da fome e do consumo de alimentos. De acordo com os autores, “a presença da sucralose na dieta cria um desequilíbrio entre o doce e a energia”, o que, por sua vez, “ativa uma resposta de fome neuronal conservada”. |
Mudanças na Expressão dos Marcadores de Superfície Celular dos Leucócitos do Baço em um Modelo Murino de Consumo de Sucralose Frequente, 2016 — Esse estudo descobriu que o consumo frequente de sucralose pode afetar o funcionamento do seu sistema imunológico. |
A Sucralose Administrada Através da Ração, Começando no Período Pré-Natal e Durante a Decorrer da Vida, Induz a Formação de Neoplasias Hematopoéticas em Camundongos, 2016 — Esse estudo é importante, pois ele contradiz as afirmações da indústria de que a sucralose não é carcinogênica. |
Os Efeitos do Adoçante Splenda sobre Experimentos com a Doença de Crohn, 2014 — Assim como estudos posteriores, este descobriu que os adoçantes com sucralose podem agravar os sintomas da doença de Crohn, aumentando “a atividade inflamatória a nível bioquímico” e alterando as interações microrganismo-hospedeiro dentro da mucosa intestinal. |
A Sucralose Afeta as Respostas Glicêmicas e Hormonais ao Consumo Oral de Glicose, 2013 — Neste artigo, foi descoberto que a sucralose afeta as respostas à glicemia e à insulina em indivíduos obesos que normalmente não consomem adoçantes não nutritivos. |
Sucralose, um Adoçante Organoclorado Sintético: Uma Visão dos Problemas Biológicos, 2013 — Essa revisão destaca vários efeitos prejudiciais à saúde associados à sucralose, como: alterações nos níveis de glicoproteína-P, que pode fazer com que medicamentos usados durante a quimioterapia, tratamento de AIDS e tratamentos de doenças cardíacas sejam devolvidos aos intestinos, ao invés de serem absorvidos pelo corpo; Alterações na composição microbiana do seu trato gastrointestinal; Efeitos mutagênicos, dentre outros. |
O Adoçante Popular Sucralose Pode Causar Enxaqueca, 2006 — Como dito pelos autores, “esse estudo sobre uma possível relação entre a sucralose e as enxaquecas pode ser importante para os médicos se lembrarem de que a sucralose pode ser uma possível causa durante a avaliação do histórico alimentar do paciente”. |
Os estudos que corroboram com a segurança da sucralose são quase sempre financiados pela própria indústria
Como você vai ver, vários desses estudos têm conflitos de interesse que prejudicam a credibilidade das suas descobertas, pois um ou mais dos autores têm fortes relações com a indústria.
Toxicologia e Farmacologia Regulatórias, 2017 — Esse estudo conclui que “o conjunto de evidências mostra que a sucralose não afeta o teste de A1C, ou controle glicêmico”.
Conflito de Interesse — A autora principal, V. Lee Grotz, é diretora de segurança e medicina global da empresa Heartland Products Group, que produz o adoçante Splenda. Ela também já trabalhou como diretora de segurança de produtos na empresa McNeil Nutritionals (atualmente chamada de Johnson & Johnson), que comercializa e vende o Splenda. |
Toxicologia de Alimentos e Produtos Químicos, 2017 — Essa revisão, baseada em uma “pesquisa extensa de base de dados”, concluiu que “a sucralose é segura para ser usada como uma alternativa não calórica ao açúcar”.
Conflito de Interesse — Como foi relatado por Marion Nestle, esse “estudo de segurança” foi “comissionado pelo Conselho de Controle de Calorias, uma associação de comércio que representa ‘fabricantes e fornecedores de alimentos e bebidas com baixo nível de calorias, incluindo os fabricantes e fornecedores de mais de uma dúzia de adoçantes, fibras e outros ingredientes de baixa-caloria’”. |
Nutrição e Câncer, 2016 — Essa revisão científica concluiu que a “sucralose não demostra atividades carcinogênicas, até mesmo quando o nível de exposição é muito maior que os níveis esperados de consumo diário”.
Conflito de Interesse — Esta é outra revisão tendenciosa feita por Grotz, diretora de segurança e medicina global da empresa Heartland Products Group, que produz o adoçante Splenda, e ex-diretora de segurança de produtos na empresa McNeil Nutritionals (atualmente chamada de Johnson & Johnson), que comercializa e vende o Splenda. |
Revista Internacional de Pesquisas Científicas, 2018 —
Este é um estudo confuso que mostra o ganho de peso em ratos alimentados com sucralose, mesmo que eles não tenham consumido quantidades maiores que o grupo de controle.
Algo muito confuso sobre esse estudo é que o autor concluiu que a sucralose é “segura pelo menos por um período de um mês em doses subletais”, sendo que eles acreditam que “o ganho de peso após o consumo de sucralose precisa ser reavaliado e analisado mais profundamente”. |
Revista Americana de Fisiologia, 2009 — Esse estudo australiano concluiu que a sucralose “não estimula a liberação de insulina, GLP-1 ou peptídeo insulinotrópico dependente de glicose, ou o retardo do esvaziamento gástrico em pessoas saudáveis”. |
Os adoçantes artificiais enganam seu corpo para armazenar gordura
Revista da Sociedade Geriátrica Americana, 2015 — Durante um acompanhamento de idosos com 65 anos ou mais por cerca de 9 anos, foi identificada uma relação assustadora entre o consumo de refrigerantes diet e a circunferência abdominal. Essa relação se manteve verdadeira mesmo após levar em conta outros fatores como a prática de exercícios, diabetes e o hábito de fumar. |
Nature 2014 — Um estudo importante foi capaz de demostrar claramente que existe uma relação direta entre o consumo de adoçantes artificiais e o desenvolvimento de hiperglicemia. |
O Diário da Fisiologia, 2013 — Esse estudo demostrou que seu corpo não é enganado pelo gosto doce sem a presença de calorias, o que é mais uma razão pela qual os adoçantes artificiais estimulam a obesidade. |
Tendências da Endocrinologia & Metabolismo, 2013 — Esse relatório destaca o fato de que os consumidores de refrigerantes diet sofrem os mesmos problemas de saúde que as pessoas que consomem refrigerantes normais, como o ganho de peso em excesso, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e derrame. Os pesquisadores especulam que o consumo frequente de adoçantes artificiais pode induzir desarranjos metabólicos. |
Revista Appetite, 2012 — Nesse estudo, os pesquisadores mostram que a sacarina e o aspartame causam um ganho de peso maior que o açúcar, mesmo quando o consumo total de calorias é semelhante. |
Efeitos colaterais do Splenda comumente relatados
Muitas pessoas relatam que sofreram efeitos colaterais após usar esses produtos, podendo variar de efeitos leves até graves. A lista abaixo mostra sintomas comuns, normalmente percebidos dentro de 24 horas após o consumo dos adoçantes com sucralose:
Pele — Vermelhidão, coceira, inchaço, empolamento, umidade, formação de crostas, assaduras, erupções cutâneas ou urticárias (inchaços ou vergões acompanhados de coceira); |
Pulmões — Chiados, apertos, tosses ou falta de ar; |
Cabeça — Inchaço do rosto, pálpebras, lábios, língua ou garganta; Dores de cabeça ou enxaquecas; |
Nariz — Nariz entupido, nariz escorrendo (coriza clara e fina), espirros; |
Olhos — Olhos vermelhos, coceira nos olhos, olhos inchados ou lacrimejantes; |
Estômago — Inchaço, gases, dores, náuseas, vômitos, diarreia ou diarreia com sangue |
Coração — Palpitatações ou tremedeira; |
Juntas — Dores nas juntas |
Neurológico — Ansiedade, tontura, sensação de distração, depressão |
Substitutos mais saudáveis para o açúcar
Dois dos melhores substitutos ao açúcar vêm do reino das plantas: E Stevia e a Lo Han Kuo (também chamada de Luo Han Guo). Stevia, um adoçante de origem vegetal altamente doce, obtido a partir das folhas da stevia, uma planta sul-americana, é vendido como um suplemento. A planta é completamente segura em sua forma natural e pode ser usada para adoçar a maioria dos pratos e bebidas.
Uma terceira alternativa é usar glicose pura, também conhecida como dextrose. A dextrose é apenas 70 por cento tão doce quanto o açúcar, então você vai acabar usando um pouco mais que o normal para obter a mesma doçura, tornando essa opção mais cara que o açúcar normal.
E como a dextrose não possui nenhuma quantidade de frutose, ela vale muito à pena por ser mais saudável. Ao contrário da frutose, a glicose pode ser usada de forma direta por todas as células do seu corpo, e por isso é uma alternativa muito segura ao açúcar.