O Magnésio Protege Contra Derrame, Doenças Cardíacas e Diabetes

benefícios do magnésio

Resumo da matéria -

  • Segundo revelações de um novo estudo, pessoas que consomem altos níveis de magnésio apresentam menores incidências de doença arterial coronariana, derrame e diabetes tipo 2
  • Uma pesquisa de várias décadas aponta o baixo nível de magnésio como o culpado pela aterogênese e outros problemas relacionados ao coração, mas esse fato foi ignorado enquanto os cientistas concentravam suas atenções no colesterol e nas dietas ricas em gorduras saturadas
  • Estudos mostram que o risco de doenças cardíacas aumenta caso o consumo de cálcio e magnésio não esteja em equilíbrio
  • Embora os médicos acreditem que o problema é o colesterol e prescrevam estatinas por mais de 20 anos, isso não muda o fato de que as doenças cardíacas continuam sendo as maiores causas de morte nos EUA

Por Dr. Mercola

Se você está procurando por uma forma de reduzir seus riscos de desenvolver doença arterial coronariana, derrame e diabetes tipo 2, saiba que uma nova pesquisa revelou que uma medida muito simples é capaz de trazer grandes resultados: consumir uma quantidade extra de 100 miligramas (mg) de magnésio diariamente, através da alimentação.

Pesquisadores da Universidade de Zhejiang e da Universidade de Zhengzhou, na China, descobriram que mais de 1 milhão de pessoas, em nove países, que consumiram uma quantidade maior de magnésio, apresentaram riscos 10% menores de desenvolver doença arterial coronariana, 12% menores de sofrer derrame, e 26% menores de desenvolver diabetes tipo 2.

A respeito dessa nova pesquisa, publicada pela empresa Biomed Central, o autor principal do estudo, Fudi Wang, PhD, explicou:

“O baixo nível de magnésio no corpo já foi associado à uma variedade de doenças, mas a falta de evidências conclusivas nos impedia de estabelecer a relação entre o consumo do magnésio através da alimentação com os riscos de doenças.

Nossa metanálise atual fornece as mais novas evidências sustentando a relação entre o magnésio presente nos alimentos e a redução dos riscos de doenças... Nossas descobertas são importantes para a população e para a formulação de novas orientações alimentares a fim de reduzir os riscos de doenças relacionados à deficiência de magnésio.”

Fudi disse em um comunicado de imprensa da Medical Xpress que, apesar das orientações atuais recomendarem que os homens consumam cerca de 300 mg de magnésio por dia e que as mulheres consumam 270 mg por dia, as deficiências do mineral ainda são comuns e afetam de 1,5% a 15% da população.

Os pesquisadores esperam que essa nova informação sirva não só para encorajar as pessoas a consumirem uma quantidade adequada de magnésio, mas também para alterar as orientações alimentares, o que pode reduzir o número de casos de doenças relacionadas à deficiência de magnésio.

Problemas Cardíacos já Haviam Sido Associados à Deficiência de Magnésio, mas a Ciência Tomou "Medidas Erradas"

Em 2013, uma revisão “inovadora” sobre todos os fatos conhecidos sobre as doenças cardiovasculares desde 1937 revelou que o maior motivo por trás de muitos aspectos das doenças cardíacas são os baixos níveis de magnésio, e não o alto nível de colesterol ou alto consumo de gorduras saturadas.

A revisão, que durou 10 anos e foi conduzida pela cientista, pesquisadora e autora Andrea Rosanoff, Ph.D., foi baseada em uma pesquisa conduzida pelo Dr. Mildred Seeling, que estudou a relação entre o magnésio e as doenças cardiovasculares por mais de 40 anos. Mildred escreveu:

“Esses vários estudos revelam que a deficiência de magnésio está associada a todos os fatores de risco cardiovasculares conhecidos atualmente, como o colesterol e a pressão alta, acúmulo de placa arterial (aterogênese), enrijecimento das artérias e a calcificação dos tecidos moles.

Isso significa que nós estivemos correndo atrás dos nossos próprios rabos por todos esses anos em que nos concentramos no colesterol e nas dietas ricas em gorduras saturadas, quando o verdadeiro culpado é e sempre foi a deficiência de magnésio."

De acordo com Andrea, em 1957 já estava muito claro que a deficiência de magnésio era “uma forte e convincente causa da aterogênese e da calcificação dos tecidos moles. Mas essa pesquisa foi imediatamente ignorada por todos quando o colesterol e as dietas ricas em gorduras saturadas se tornaram os culpados a serem combatidos”.

Segundo Andrea, essa “medida errada”, tomada pelos cientistas quando a pesquisa estava tão clara, deu um novo rumo à forma pela qual a ciência abordou as doenças cardíacas e outros problemas cardiovasculares. Como resultado, populações inteiras não se preocuparam em equilibrar o consumo de magnésio e cálcio, tornando suas situações ainda piores.

Os estudos continuam a mostrar que, quando o consumo de cálcio e magnésio não está em equilíbrio, os riscos de doenças cardíacas aumentam, afirma Andrea.

As Evidências São "Muito Convincentes Para Serem Ignoradas"

A médica naturopata Dra. Carolyn Dean, membro do Conselho Médico da Associação Nutricional do Magnésio, afirma que é óbvio que o colesterol não é a causa, pois as estatinas são prescritas pelos médicos aos pacientes por duas décadas, mas as doenças cardíacas ainda são a maior causa de mortes nos EUA.

Embora existam muitas outras doenças que podem ser atribuídas à deficiência de magnésio, Carolyn listou as seis mais graves:

Hipertensão (pressão alta)

Diabetes tipo 2

Problemas na otimização dos níveis de colesterol

Arritmia cardíaca

Angina

Ataque cardíaco

A famosa nutricionista Ashley Koff, membro do conselho da revista Prevention, disse que o magnésio tem, justamente, recebido cada vez mais atenção como um nutriente muito importante para a saúde. Além disso, ela acredita que a correção dos níveis de consumo recomendados de magnésio é uma das prioridades para a saúde atualmente.

“Existem vários desafios para conseguir um consumo adequado de magnésio através da alimentação moderna. Dessa forma, considero que devemos tomar suplementos diários do magnésio, e que, tendo em vista este estudo, especificamente, o mineral seja um nutriente essencial muito importante para a prevenção das doenças cardiovasculares."

Em março de 2017, em um estudo, os cientistas descobriram que a hipertensão estava inversamente associada ao magnésio em crianças que viviam em áreas de elevada altitude da Argentina.

Outro estudo duplo-cego randomizado, controlado por placebo, de três meses de duração, revelou que a suplementação com magnésio foi capaz de melhorar o estado metabólico de pacientes obesos e pré-diabéticos com casos leves de doença renal crônica.

Por Que o Magnésio é Tão Importante?

O Dr. Mehmet Oz, apresentador do programa Dr. Oz Show, sindicado nacionalmente e vencedor de um Emmy, além de ser vice-presidente e professor de cirurgia na Universidade de Columbia, disse que o magnésio é essencial para regular o metabolismo, e que ajuda a reduzir a pressão arterial e dilatar as artérias.

Além disso, Mehmet afirma que provavelmente 3 a cada 4 pessoas dos EUA não consomem a quantidade necessária de magnésio, o que resulta em deficiência de magnésio.

Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomende um consumo de 400 a 500 mg de cálcio, a Dra. Carolyn recomenda manter uma proporção de 1 para 1 com o magnésio, sendo que o cálcio deve ser consumido através da alimentação, adicionando doses de vitamina D e vitamina K2, e “além de proteger seu coração, todas essas medidas também protegerão seus ossos”.

A pesquisa de Fudi Wang analisou dados de 40 estudos epidemiológicos realizados entre 1999 e 2016, investigando as associações entre o magnésio dietético e diferentes doenças. Todos os estudos utilizaram questionários de frequência alimentar das últimas 24 horas, preenchidos pelos participantes, para determinar seus níveis de magnésio, e estes variaram muito.

Fatores biológicos, de costumes, de gênero e de local do estudo também foram levados em conta. Posteriormente, explicou Fudi, os pesquisadores fizeram uma análise por doseamento para determinar os efeitos de cada aumento diário de 100 mg no consumo de magnésio.

A conclusão do estudo reforçou a conclusão de que o aumento do consumo de alimentos ricos em magnésio pode ser benéfico para a saúde de forma geral. Em um comunicado à imprensa, Fudi disse:

“O magnésio é vital para a saúde humana e para as funções biológicas normais, incluindo a metabolização da glicose, produção de proteínas e síntese de ácidos nucleicos, como o DNA. A alimentação é a principal fonte de magnésio, pois o mineral pode ser encontrado em alimentos como especiarias, nozes, feijões, cacau... e vegetais folhosos.”

Alimentos Ricos em Magnésio: Como Combater Naturalmente as Doenças Relacionadas ao Coração

O magnésio é o quarto mineral mais abundante no corpo, e mais de 300 enzimas dependem dele para realizar funções musculares e nervosas relacionadas à energia, relaxamento dos vasos sanguíneos, boas condições dentárias e ósseas, e regulagem dos níveis de insulina e glicemia.

O magnésio ajuda seu corpo a se desintoxicar e também ajuda a sintetizar a glutationa. Ele também é muito importante para o desempenho mitocondrial do seu corpo e para aumentar seus níveis de energia. Outro aspecto muito positivo do mineral é que, após seu corpo receber a quantidade adequada, ele simplesmente elimina a quantidade restante.

Em seu livro, chamado “The Magnesium Miracle” (O Milagre do Magnésio), Carolyn recomenda o consumo de 200 mg por dia do mineral, divididos em duas ou três doses, pois ele pode ter um efeito laxante. Outros cientistas recomendam consumir quase o dobro dessa quantidade, mas é bom considerar outros fatores como a idade e o sexo. Alguns alimentos que contêm magnésio são:

Espinafre

Couve

Acelga

Folhas de nabos

Folhas de beterraba

Brócolis

Couve de Bruxelas

Couve-galega

Bok choy

Alface romana

Cacau puro

Abacates

Nozes e sementes

Frutas (incluindo frutas silvestres)

Abóbora

Peixes gordurosos (salmão selvagem do Alasca), sementes, incluindo sementes de abóbora e de girassol, nozes, incluindo castanha de caju, amêndoas e castanha-do-pará, e ervas e temperos, incluindo cebolinha, coentro, cominho, salsinha, sementes de mostarda, funcho, manjericão e cravos, também são ricos em magnésio, de forma que, como você pode perceber, é bem fácil de consumir o mineral através da alimentação.