Esqueça antibióticos, esteroides e medicamentos - Elimine os mofos do seu corpo matando-os de fome

Por Dr. Mercola

As doenças causadas pela exposição ao mofo são um problema crescente que poucas pessoas conhecem, incluindo a maioria dos profissionais de saúde primária.

Especialistas em saúde ambiental estão observando um número crescente de indivíduos com uma miríade complexa de sintomas diretamente relacionados à exposição a fungos.

Isso resultou na proposta de um novo termo para descrever essa síndrome: Micotoxicose Mista.

Informações corretas podem facilitar o seu caminho para a recuperação

Infelizmente, não existe uma fórmula precisa para restaurar a saúde perfeita se você for afetado por fungos ou suas toxinas. Nenhum conjunto de intervenções funcionará para todos. O tratamento depende de muitos fatores - o tipo de mofo ao qual você foi exposto, a duração da exposição, sua saúde geral, medicamentos, alergias, genética e vários outros fatores.

A melhor abordagem seria encontrar um médico bem informado, com experiência em medicina ambiental. Juntos, vocês podem elaborar um plano de tratamento apropriado, com base na sua própria fisiologia e situação.

Dito isto, há muito a ser aprendido com aqueles que estão do outro lado do que você está passando. Ao encontrar bons recursos e armar-se com as melhores informações, você diminuirá a quantidade de "tentativas e erros" ao longo do caminho para a recuperação.

Um excelente recurso é o livro Mold: The War Within ("Mofos: A guerra interior", em tradução livre) por Kurt e Lee Ann Billings. Os Billings aprenderam da maneira mais difícil os efeitos nocivos dos mofos - e o nível de ignorância sobre os seus efeitos pela profissão médica como um todo.

Médicos são muito rápidos para prescrever remédios

Nos estágios iniciais do seu caminho para a recuperação, os Billings passaram por muitos médicos que não acreditavam que os mofos estivessem por trás do sofrimento, ou cujos tratamentos eram pouco mais do que tiros no escuro.

Quando acabaram encontrando médicos que concordaram que seus problemas estavam relacionados à intoxicação por mofos, eles ofereceram pouca ajuda além de prescrever antifúngicos perigosos e outros medicamentos que não contribuíram em nada para a recuperação.

Levou anos para que eles encontrassem a ajuda de que precisavam. Suspeito que essa experiência provavelmente não seja exclusiva da família Billings, pois o tratamento de doenças induzidas por mofo é uma área para a qual a maioria dos médicos simplesmente está mal preparada. Com muita frequência são prescritos medicamentos que não atacam o problema subjacente ou têm efeitos colaterais que comprometem ainda mais a resposta imunológica, prejudicando ainda mais a capacidade natural do corpo de se curar.

Por exemplo, considere quatro das abordagens mais comuns para o tratamento de infecções fúngicas (das quais o mofo é apenas um tipo): corticosteroides nasais, antibióticos, antidepressivos e medicamentos antifúngicos.

Inaladores de esteroides nasais e Cortisona

Inaladores de esteroides nasais se tornaram uma prescrição comum para sinusite crônica. Como as pessoas geralmente experimentam alívio dos sintomas a curto prazo, é comum que pensem que esse tratamento está funcionando - pelo menos inicialmente.

O esteroide pode diminuir temporariamente a inflamação, o que pode fazer você se sentir um pouco melhor por um curto período. No entanto, os esteroides suprimem sua resposta imunológica. Se sua resposta imunológica estiver comprometida, a infecção na verdade será encorajada, o que perpetua o problema subjacente.

O fato de os esteroides suprimirem seu sistema imunológico não é nenhum segredo. Basta ler a bula ou a ficha de informações para o paciente de qualquer medicamento esteroide - ele alertará que a exposição a patógenos como catapora ou sarampo durante a utilização do medicamento pode resultar em complicações sérias, até mesmo em morte, devido à imunossupressão.

O alergista pediátrico e especialista médico ambiental certificado pela Board, Doris Rapp, afirma que a cortisona (um medicamento esteroide) tende a permitir que infecções que normalmente seriam confinadas a uma determinada área do seu corpo se espalhem para outras partes. A preocupação de Rapp é que isso possa ter implicações sérias para crianças asmáticas.

Uso terrivelmente inapropriado de antibióticos

Antibióticos criam um ambiente intestinal favorável aos fungos. Além de matar as bactérias ruins, elas matam as bactérias e leveduras boas que naturalmente manteriam os fungos patológicos afastados. Sem essas bactérias boas, fungos como mofo podem se espalhar livremente.

Os antibióticos (direcionados a bactérias) não matam mofos nas cavidades dos seios nasais. Portanto, se mais de 90% das infecções respiratórias superiores são fúngicas e os médicos estão utilizando antibióticos, isso aponta para um número enorme de infecções que estão tratadas incorretamente.

Junte a isso um inalador nasal esteroidal que suprime sua resposta imunológica, e você tem uma receita para uma infecção fúngica desenfreada que pode se espalhar para o resto do seu corpo e possivelmente progredir para uma micotoxicose (toxicose por fungos), deixando-o MUITO doente.

Antidepressivos: "Está tudo na sua cabeça"

As toxinas fúngicas podem afetar seu cérebro e acabar alterando seu estado emocional. Os sintomas neurológicos são comumente observados junto às intoxicações por fungos.

Esse fenômeno, combinado com o fato de a exposição ao mofo estar frequentemente associada a desastres ambientais psicologicamente traumáticos, como furacões e inundações, cria um quadro clínico complexo que pode aparecer superficialmente para um clínico mal instruído como depressão, ansiedade ou Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

Portanto, não é incomum as pessoas que sofrem de problemas crônicos de saúde relacionados ao mofo receberem medicamentos antidepressivos, como se o problema estivesse todo "na cabeça" e não tivesse nenhuma causa fisiológica.

Se seus sintomas psicológicos são causados por exposição a fungos ou produtos químicos, um antidepressivo não fará NADA para neutralizar as toxinas que causam seus sintomas psicológicos, muito menos seus sintomas físicos!

Antidepressivos podem causar mais danos do que benefícios e possuem uma série de efeitos colaterais potencialmente graves, sem falar que não abordam as causas subjacentes.

Drogas antifúngicas… adeus fígado

De forma geral, os antifúngicos são bastante tóxicos, especialmente para o fígado. Por exemplo, o medicamento Lamisil (terbinafina), usado no tratamento de fungos nas unhas, é tão tóxico que seu fabricante Novartis alerta no folheto do produto que o Lamisil pode resultar em insuficiência hepática, necessidade de transplantes de fígado e morte.

O Lamisil também pode causar perda de paladar ou olfato, depressão, supressão de células sanguíneas, reações cutâneas e desenvolvimento de lúpus eritematoso (uma doença autoimune). No entanto, ele é comumente prescrito para fundos nas unhas, pois se concentra nos tecidos das unhas.

A nistatina é outro antifúngico usado tanto por via oral quanto tópica para surtos de Cândida. No entanto, a nistatina é pouco absorvida pelo trato gastrointestinal, e não se destina a tratar infecções por fungos ou doenças fúngicas sistêmicas.

O motivo pelo qual a maioria dos medicamentos antifúngicos é tão tóxica tem a ver com a semelhança entre as membranas celulares do corpo e as membranas celulares dos fungos. Os antifúngicos atacam as membranas celulares dos fungos e, quando o fazem, também acabam danificando as membranas celulares humanas.

Estas são algumas das drogas mais perigosas do mercado, e devem ser evitadas sempre que possível. Claramente, medicamentos não são a resposta ideal se você está com intoxicação por mofos.

Cortando o suprimento de alimentos dos fungos

Não me surpreende a intervenção mais efetiva que Kurt e Lee Ann Billings encontraram para a sua recuperação tenha sido uma mudança radical na dieta. O que eles fizeram foi cortar todos os alimentos que favorecem o crescimento de fungos - ou seja, açúcares, grãos e alimentos à base de grãos e carboidratos simples.

Ao eliminar leite, pães, bolachas, massas, cereais, quase todas as frutas e qualquer coisa feita com farinha branca refinada, eles basicamente mataram os mofos de fome.

Esta não é uma informação nova. Dietas de baixo açúcar foram popularizadas na batalha contra o crescimento excessivo de Candida (dieta anti-levedura, dieta da Candida etc.), e os mofos se proliferam em condições semelhantes às leveduras. Faz todo o sentido que pessoas com infecções fúngicas comecem a recuperar sua saúde ao eliminarem o suprimento de alimentos dos fungos.

Os 10 principais alimentos a serem evitados se você tiver sensibilidade aos mofos

Existem vários tipos de alimentos que devem ser evitados se você for sensível aos mofos, pois estão sujeitos à contaminação:

Muitas vezes, existem componentes fúngicos usados na fabricação de alimentos que não estão necessariamente listados no rótulo. O molho de soja, por exemplo. Molhos de soja autênticos são fermentados por um fungo, que é o que dá ao molho o seu sabor característico.

Se o seu sistema imunológico é excessivamente reativo e sensibilizado, algo desse tipo pode desencadear uma recorrência da doença, pois seu corpo interpreta isso como um invasor estrangeiro e você volta ao ciclo antígeno-anticorpo que causa os sintomas.

Os Billings escreveram que também reagiam negativamente ao vinagre, feijão e tomate enlatados.

Basicamente, quanto mais você se aproxima de uma dieta básica composta de vegetais orgânicos frescos, carnes magras e frescas, e água pura durante a recuperação, menor risco você terá de exposição e reações adicionais aos mofos. É aconselhável evitar comer fora, pois é impossível controlar o que é colocado na sua comida, a menos você mesmo a prepare.

Você pode querer fazer alguns sucos de vegetais para acelerar a sua cura. Os sucos ajudam a alcalinizar o seu corpo e muitos fungos não conseguem se proliferar em ambientes alcalinos. Os sucos também são assimilados muito rapidamente pelo seu sistema, exigindo muito pouco esforço ou energia do sistema digestivo.

Probióticos: o pior pesadelo dos fungos

Provavelmente, o complemento mais importante para se recuperar de uma doença induzida por fungos é um bom probiótico. Seu trato gastrointestinal é sua primeira linha de defesa contra fungos e suas toxinas, e tê-lo preenchido com microbiota benéfica é crucial para a função imunológica ideal. Os probióticos ajudam a repovoar seu trato gastrointestinal com essas bactérias benéficas.

As bactérias "boas" ajudam a manter as bactérias "ruins" (e outros organismos como mofos e leveduras) sob controle.

Sem a microbiota adequada, os fungos e suas toxinas podem atravessar as paredes do trato intestinal e entrar na corrente sanguínea. Quando seu intestino se torna tóxico, o resto do seu corpo também fica logo a seguir. Sentindo essa toxicidade, seu sistema imunológico reage, tentando desesperadamente superar o que ele percebe como um ataque, resultando em inflamação sistêmica.

E quando seu sangue está cheio de toxinas, seus órgãos responsáveis pela limpeza do corpo (fígado, rins, pele, linfa) ficam sobrecarregados e podem ocorrer problemas de saúde em vários sistemas - que é o que muitas pessoas experimentam após a intoxicação por mofos.

Seu sistema imunológico produz anticorpos para o fungo (o antígeno). Se a sobrecarga for grave demais, você pode apresentar uma "doença do soro", que pode aparecer como uma síndrome grave e implacável com sintomas similares aos da gripe.

É importante lembrar que o catalisador de toda a doença é uma perturbação da microbiota intestinal saudável. É por isso que observar a sua saúde gastrointestinal é de vital importância, e um probiótico de alta qualidade é extremamente útil. Eu simplesmente não consigo enfatizar isso o suficiente.

O "Quarteto Mágico" dos Billings

Em sua busca por intervenções eficazes, os Billings procuraram assistência médica de diferentes origens, e tiveram várias tentativas falhas, tentando terapias que acabavam não funcionando. Se você estiver interessado nos detalhes específicos, pode ler o livro deles, mas é muita coisa para incluir aqui.

Eventualmente, eles encontraram o "quarteto mágico" a seguir, e os creditaram por finalmente avançarem na sua recuperação:

Outra erva que eles descobriram ser terapêutica é o Milefólio, ou erva-de-carpinteiro, que eles usavam topicamente fazendo uma infusão na água do banho para aliviar erupções cutâneas, urticária e outras irritações da pele.