Otimizar os níveis de cromo pode ajudar a regular a glicemia

Para funcionar como deve, o corpo precisa de uma ampla variedade de minerais, seja ao desencadear determinados processos ou para apoiar os sistemas de órgãos. O cromo é um desses minerais. Trata-se de um oligoelemento essencial do qual o corpo necessita em quantidades consideradas mínimas. Tem particular utilidade no equilíbrio da glicemia através da regulação da produção de insulina. Embora sejam necessários mais estudos para comprovar tais benefícios, o cromo também pode ser benéfico para a saúde cardíaca e a depressão.

Não existem dúvidas da importância do cromo para a conservação da saúde humana, mas quando é preciso suplementar? Este artigo visa explicar o quanto o cromo é essencial, como sua deficiência pode interferir na saúde e como manter níveis saudáveis desse mineral o tempo inteiro.

O que é o cromo?

Ninguém pode culpar você se é a primeira vez que está ouvindo falar do suplemento de cromo. Um dos possíveis motivos para o cromo não ter a mesma estima do ferro, cálcio e outros minerais essenciais talvez seja porque é um oligoelemento de difícil deficiência.

No entanto, vem ganhando força no mundo médico, com vários estudos comprovando a importância do cromo para a saúde do coração, a pressão e a glicemia. No corpo, há cerca de 4 a 6 miligramas de cromo armazenados nos rins, fígado, músculos, baço, coração e ossos.

É normal que a capacidade que o corpo possui de armazenar e absorver esse mineral diminua com a idade, o que deixa os idosos mais suscetíveis à sua deficiência. Atletas também podem correr um elevado risco, visto que o aumento dos exercícios ou atividade física pode levar à mobilização de cromo no sangue, que acaba sendo excretado através do trato urinário.

A maioria das pessoas recorre à suplementação de cromo para tratar sua deficiência, agora que sua disponibilidade é ampla no mercado. Esse suplemento apresenta duas formas mais populares: o picolinato de cromo e o polinicotinato de cromo. A diferença se dá mais no tipo de ácido ao qual o cromo se liga.

O picolinato de cromo, que é o tipo sintético, liga-se ao ácido picolínico, já o polinicotinato de cromo liga-se à niacina ou ao ácido nicotínico. Nos dias de hoje, o polinicotinato de cromo é tido como uma alternativa mais favorável, visto que o picolinato de cromo está relacionado a diversos problemas de saúde, tais como danos ao DNA em seu uso de longo prazo.

Embora seja fácil adquirir suplementos de cromo, isso não significa que, ao suspeitar de uma deficiência, você possa se prescrever essa suplementação. Você pode acabar se expondo a inúmeros efeitos colaterais e complicações, em especial se usar determinados medicamentos.

Será que você corre risco de ter uma deficiência de cromo?

O cromo é mineral essencial cuja deficiência pode ser difícil. Muitos podem nem perceber que sua alimentação contém cromo suficiente para auxiliar os sistemas do organismo. Embora raro, ainda é possível haver uma deficiência. Tudo depende da idade, do nível de atividade e das possíveis condições subjacentes da pessoa. Se você pertence a alguma das categorias abaixo, considere incluir mais alimentos ricos em cromo na sua alimentação:

• Idosos
• Diabéticos
• Atletas
• Grávidas

A deficiência de cromo tem como característica níveis elevados de insulina, colesterol, triglicerídeos e glicemia em jejum. A longo prazo, sua deficiência pode levar a complicações sérias, incluindo diabetes tipo 2. Também tem relação com a síndrome metabólica por semelhanças nos sintomas, mas ainda estão sendo conduzidos estudos que comprovem essa afirmação.

De onde obter cromo?

Um estudo de 1989 revela que cerca de 50% da população norte-americana tem uma alimentação deficiente em cromo, mas isso não quer dizer que esse percentual reflete a parcela da população que tem deficiência de cromo. Ter as reservas de cromo muito baixas é bem difícil.

Mas isso também não significa que você não precisa considerar a necessidade de comer alimentos que sejam ricos em cromo. Continua sendo importante ter uma fonte regular desse nutriente. A boa notícia é que o cromo está presente em diversos alimentos de origem vegetal e animal. Acrescente os seguintes alimentos nas suas refeições diárias e com a maior frequência que conseguir, para otimizar seus níveis de cromo:

Caso desconfie de que não está ingerindo cromo suficiente, existe a opção dos suplementos de cromo para reforçar o suprimento desse mineral essencial no seu organismo. Procure um profissional de saúde antes de dar início à suplementação.

Melhore seu teor de cromo para obter estes benefícios

Ter bons níveis de cromo pode melhorar diversos processos no organismo, em especial o gasto de energia e a regulação hormonal. Entre os benefícios dos níveis saudáveis de cromo, temos:

• Melhor glicemia — o cromo pode reduzir a glicemia e regular os níveis de insulina no sangue, melhorando o metabolismo do açúcar. Isso pode beneficiar os pacientes obesos ou que sofrem de diabetes tipo 2.
• Menor pressão arterial — alguns estudos envolvendo animais apontam que a suplementação de cromo pode regular a pressão arterial, reduzir o LDL e elevar HDL no organismo.
• Menor perda óssea em mulheres — o cromo pode manter a resistência óssea, em especial de mulheres que apresentam tendência à osteoporose ou deterioração gradual dos ossos com o avançar da idade. O cromo o consegue, pois evita a perda de cálcio.
• Redução dos sintomas de depressão — pacientes que sofrem de depressão costumam precisar de uma maior ingestão de alimentos e mais horas de sono. A suplementação de cromo é capaz de reduzir os sintomas de depressão através do aumento d transporte de triptofano ao cérebro, que é um precursor da serotonina, a substância química da felicidade.

Os estudos científicos conduzidos sobre o cromo

Há diversos estudos sobre os suplementos de cromo no intuito de determinar seus benefícios e possíveis complicações para a saúde. São mais de 25 estudos desde 1960 sobre o efeito do cromo na glicose sanguínea. 60 pacientes com diabetes tipo 2 de um estudo conduzido em Taiwan em 2006 ingeriram, num período de três meses, leite contendo cromo ou um placebo. O grupo que não ingeriu placebo apresentou níveis mais baixos de glicemia e insulina em jejum, em especial pacientes do sexo masculino.

Embora alguns estudos aleguem que o cromo tem o potencial de regular a glicemia, também há estudos que não mostram qualquer alteração aparente na sensibilidade à insulina. Um estudo de 2011 revela que a suplementação de cromo não produziu melhoras na sensibilidade à insulina, fazendo desta uma terapia ineficaz à prevenção do diabetes.

Existe outro estudo de 2013 que revela a capacidade do suplemento de picolinato de cromo promover a perda de peso em pessoas obesas ou com sobrepeso, elevando a atividade da insulina e o metabolismo da glicose. Porém, esse estudo permanece inconclusivo, embora mostre que o cromo pode ajudar. São necessários mais estudos para comprovar com clareza essa função do cromo.

A relação entre a síndrome metabólica e a deficiência de cromo é discutida em diversos estudos, ainda mais pela semelhança de seus sintomas. Pesquisadores de estudo de 2015 descobriram que manter níveis elevados de cromo no início da vida reduz de modo considerável o risco de desenvolvimento de uma síndrome metabólica em idades avançadas. Isso pode se dar pela ação positiva do cromo na regulação da glicemia e dos perfis lipídicos.

Cuidado com os seguintes efeitos colaterais do cromo

Embora o cromo esteja presente em diversos produtos, a suplementação pode ter seus efeitos colaterais, em especial quando em dosagens elevadas. Dentre os efeitos colaterais que você pode experimentar estão:

• Vermelhidão, inchaço e descamação da pele — pessoas que sofrem de alergia ao contato de couro devem evitar os suplementos de cromo, devido a possíveis iritações na pele.
• Glicemia baixa — o cromo pode, em alguns casos, reduzir a glicemia quando ingerido com determinados medicamentos para diabetes.
• Danos aos rins — há relatos de casos de pacientes que tiveram danos renais com a ingestão de picolinato de cromo. Melhor evitar ao máximo os suplementos de cromo por pacientes com problemas preexistentes dos rins.
• Doença de fígado — possíveis complicações do fígado são outro efeito colateral do picolinato de cromo. Existem pelo menos três casos relatados nesse sentido.
• Condições psiquiátricas — indivíduos que apresentam doenças psiquiátricas podem experimentar uma exacerbação de seus sintomas, pois o suplemento de cromo pode interferir na química cerebral.

Grávidas ou lactantes devem evitar esses suplementos porque não há estudos suficientes para comprovar que sua ingestão é segura. Assim, você e seu bebê evitam exposição a qualquer complicação possível que poderiam decorrer da suplementação de cromo.

O cromo é tão importante quanto outros minerais

Pode ser que você não saiba que o cromo tem uma função específica no organismo, mas a boa notícias é que informações sobre sua importância, e como ele melhora ou conserva a saúde, se tornam cada vez mais propagadas.

Se você planeja recorrer à suplementação de cromo, faça com responsabilidade para evitar complicações. Embora os suplementos de cromo pareçam promissores, é preciso entender que eles não farão milagres com seus problemas de saúde se você não tiver disposição para deixar certos hábitos que não são saudáveis, em particular com relação à alimentação. O cromo pode até ajudar, mas o seu trajeto rumo à boa saúde não acaba aqui.

Perguntas frequentes sobre o cromo