Afinal, Linus Pauling estava certo sobre os efeitos de cura da vitamina C?

Por Dr. Mercola

A vitamina C é um dos antioxidantes tradicionais mais bem estabelecidos que conhecemos e seus benefícios para a saúde foram demonstrados ao longo do tempo, até para a prevenção e tratamento de doenças infecciosas.

Um exemplo perfeito do poder de cura dessa vitamina antioxidante pode ser visto no caso de Allan Smith, que contraiu um caso grave de gripe suína e evitou a morte através de uma combinação de vitamina C intravenosa e oral.

Embora a maioria dos animais consiga produzir vitamina C, três espécies não podem. As cobaias, primatas e humanos devem obter vitamina C através de uma dieta.

A vitamina C tem inúmeras funções no corpo humano, incluindo sua atuação como um cofator essencial nas reações enzimáticas.

Dessa forma, ela desempenha um papel na produção de colágeno pelo corpo (incluindo o colágeno encontrado na córnea ocular), carnitina (que ajuda o corpo a transformar gordura em energia) e catecolaminas (hormônios produzidos por suas glândulas supra-renais).

A vitamina C também é usada pelo corpo na cicatrização de feridas, reparo e manutenção d a saúde dos ossos e dentes, e desempenha um papel importante para ajudar o corpo na absorção do ferro.

Um poderoso antioxidante, a vitamina C também ajuda a prevenir os danos causados pelos radicais livres. Com o tempo, os danos dos radicais livres podem acelerar o envelhecimento e contribuir para o desenvolvimento de doenças cardíacas, entre outras condições de saúde.

Por conta de sua ação antioxidante, acredita-se que a vitamina C tem um papel importante na saúde do coração.

Linus Pauling - 'O Homem da Vitamina C'

Um dos precursores mais famosos do tratamento com alta dosagem de vitamina C para resfriados e outras doenças foi Linus Carl Pauling(1901-1994) (1901-1994), um físico químico e ativista pela paz que ganhou dois prêmios Nobel; um em química em 1954, seguido por um Prêmio Nobel da Paz em 1962.

A revista New Scientist o classificou como um dos 20 maiores cientistas de todos os tempos. Ele quase ganhou um terceiro Nobel, mas Watson e Crick conseguiram vencer por pouco na descoberta da estrutura do DNA.

Apesar de ser um cientista respeitado, suas opiniões sobre a vitamina C foram muito rejeitadas pela comunidade médica.

Ele detalhou suas descobertas em uma série de livros, começando com: Vitamina C e resfriado comum em 1970, seguido por Vitamina C, resfriado comum e gripe (1976), Vitamina C e Câncer (1979), e Como se sentir melhor e viver mais (1986).

Apesar disso, muitos achavam que ele estava muito longe de seu campo de especialização com suas pesquisas em nutrição, sua defesa da vitamina C foi ignorada ou ridicularizada pela medicina e pela ciência nutricional.

Afinal, Pauling estava certo sobre a vitamina C?

Embora a dose diária recomendada (RDA) de vitamina C tenha sido estabelecida em 40 a 60 mg por dia — uma quantidade mais do que suficiente para prevenir o escorbuto — Pauling defendeu quantidades de 1.000 mg ou até mais.

O próprio Pauling teria tomado 12.000 mg por dia. Ele observou que os veterinários recomendavam doses muito mais altas de vitamina C para os primatas do para as pessoas.

Então, ele de início extrapolou as dosagens dos macacos e determinou que os humanos precisam de um mínimo de seis gramas por dia — 200 vezes mais do que a RDA.

Pauling morreu de câncer de próstata em 1994, aos 93 anos. No entanto, o interesse pela vitamina C sem dúvida não morreu com ele.

Ao contrário, ocorreram muitas pesquisas sobre as propriedades da vitamina C, evidências mais recentes sugerem que pode haver algo nas afirmações de Pauling afinal. Na verdade, grande parte da literatura científica publicada sobre a vitamina C nas duas décadas desde a morte de Pauling apoia suas afirmações.

A vitamina C mostrou ser citotóxica para as células cancerosas

Cinco anos atrás, entrevistei o Dr. Ronald Hunninghake sobre sua experiência em tratamentos com altas doses de vitamina C. O Dr. Ronald Hunninghake, especialista reconhecido em todo o mundo pelo estudo da vitamina C, supervisionou mais de 60.000 administrações por via intravenosa (IV).

Ele começou neste campo por volta de 27 anos, quando se juntou ao Dr. Hugh Riordan, que conduziu pesquisas sobre vitamina C intravenosa (I.V.) para pacientes com câncer. Dr. Riordan descobriu que a maioria dos pacientes com câncer é deficiente em vitamina C, sobretudo aqueles em estágios mais avançados de câncer.

Dr. Riordan realizou um projeto de pesquisa de 15 anos, chamado RECNAC (câncer escrito ao contrário). Sua pesquisa inovadora a respeito de células, mostrou que a vitamina C era citotóxica contra as células cancerosas. O mecanismo para isso está resumido em um artigo do Dr. Hunninghake na Orthomolecular.org:

"As células cancerosas estavam absorvendo a vitamina C de uma forma que esgotou as reservas teciduais da vitamina. PETs (Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons) são solicitados por oncologistas para avaliar seus pacientes com câncer quanto a metástases (o câncer se espalhou para outros órgãos).

O que de fato é injetado no paciente no início do exame, é a glicose radioativa. Células cancerosas... Dependem da glicose como sua fonte primária de combustível metabólico ... [and]Utilizar mecanismos de transporte chamados transportadores de glicose, para puxar a glicose de maneira ativa.

Na grande maioria dos animais, a vitamina C é sintetizada a partir da glicose, em apenas quatro etapas metabólicas. Por consequência, a forma molecular da vitamina C é semelhante à da glicose. As células cancerosas transportarão para dentro de si a vitamina C, possivelmente porque são confundidas com glicose. Outra explicação razoável é que eles estão usando a vitamina C como antioxidante. Independente disso, a vitamina C se acumula nas células cancerosas.

Se excessivas quantidades de vitamina C forem apresentadas às células cancerosas, grandes quantidades serão absorvidas. Nessas grandes concentrações, o antioxidante vitamina C começará a se comportar como um pró-oxidante à medida que interage com o cobre e o ferro intracelular. Essa interação química produz pequenas quantidades de peróxido de hidrogênio.

Como a quantidade de células cancerosas são de certo modo baixas em uma enzima antioxidante intracelular chamada catalase, a indução de peróxido de vitamina C em alta dose continuará a se acumular até que ocorra a dissolução da célula cancerosa de dentro para fora! Isso torna a IVC de alta dose um agente quimioterápico não tóxico, que pode ser administrado em conjunto com os tratamentos convencionais de câncer.

Com base no trabalho de vários precursores da vitamina C antes dele, o Dr. Riordan conseguiu provar que a vitamina C era tóxica para as células cancerosas, se administrada por via intravenosa. Esta pesquisa foi reproduzida e publicada pelo Dr. Mark Levine no National Institutes of Health."

Vitamina C como fator essencial na terapia do câncer

Pesquisadores do Lewis Cantley da Weill Cornell Medicine em Nova York publicaram um artigo 8 mostrando que altas doses de vitamina C ajudam a matar e eliminar células cancerosas colorretais, com certas mutações genéticas. De acordo com o International Business Times:

"Visto que mais da metade dos casos de câncer colorretal em humanos estão ligados a mutações nos genes KRAS e BRAF, os pesquisadores acreditam que os resultados do estudo exigem mais pesquisas sobre o uso terapêutico da vitamina C para casos de câncer colorretal."

Segundo o National Cancer Institute, outros estudos mostraram que a vitamina C em altas doses pode ajudar a desacelerar o crescimento das células cancerosas em regiões como: próstata, pâncreas, fígado e cólon. O instituto também reconhece estudos realizados em humanos que mostram que a vitamina C IV pode ajudar a melhorar os sintomas associados ao câncer e em seu tratamento, como fadiga, náuseas, vômitos, dor e perda de apetite.

Apesar de todos esses benefícios, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA não aprovou a vitamina C em altas doses para o tratamento de câncer ou qualquer outra doença.

Um tratamento mais potente e fundamental para o câncer

O tratamento de câncer, doenças neurodegenerativas como Alzheimer, ALS, Parkinson e anti-idade se tornaram uma de minhas novas paixões. Por quê? Porque todos eles compartilham o mesmo defeito metabólico primário - mitocôndrias disfuncionais. O Dr. Otto Warburg foi um M.D., Ph.D. e além disso, a maioria dos especialistas o considera o bioquímico mais brilhante do século XX.

Ele recebeu seu Prêmio Nobel em 1931 por descobrir que quase todas as células cancerosas não utilizam oxigênio para criar energia e sim fermenta a glicose para fornecer toda a sua energia.

De modo curioso, esse uso de glicose pode contribuir para uma deficiência relativa de vitamina C, visto que é produzida a partir da glicose e pode explicar alguns de seus benefícios no tratamento do câncer. No entanto, estou muito convencido de que a vitamina C não trata o defeito primário responsável pela maioria dos cânceres, que é a disfunção mitocondrial.

A melhor maneira que conheço de lidar com esse dano mitocondrial é através de uma dieta cetogênica. Isso é conseguido através de uma dieta com menos calorias e carboidratos, que limita todos os açúcares, grãos e a maioria das frutas. No momento, estou no processo de entrar em contato com os maiores especialistas do mundo sobre isso e irei expandir muito essas notícias empolgantes em um futuro próximo.

A vitamina C desempenha muitas funções que melhoram a saúde

A vitamina C tem duas funções principais que ajudam a explicar seus potentes benefícios para a saúde. Primeiro, ela atua como um poderoso antioxidante. Também atua como um cofator para os processos enzimáticos. Além disso, a vitamina C é um "agente redutor", o que significa que doa elétrons para outras moléculas, reduzindo assim a oxidação. O Linus Pauling explica:

"A vitamina C é o principal antioxidante não enzimático, solúvel em água, plasma e tecidos. Mesmo em pequenas quantidades, a vitamina C pode proteger moléculas indispensáveis ​​no corpo, como proteínas, lipídios (gorduras), carboidratos e ácidos nucléicos (DNA e RNA), de danos por radicais livres e espécies reativas de oxigênio (ROS) que são geradas durante o metabolismo normal, por células imunes ativas e também por meio da exposição a toxinas e poluentes ..."

A vitamina C também ajuda a regenerar a vitamina E de sua forma oxidada e está envolvida no metabolismo do colesterol em ácidos biliares, o qual pode ajudar na redução do colesterol e cálculos biliares. A vitamina C também aumenta a capacidade do corpo de absorver o ferro de alimentos que você consome, além de desempenhar um papel na desintoxicação, pois ajuda a neutralizar e eliminar uma série de toxinas do corpo.

Sinais e sintomas de deficiência de vitamina C

Nos Estados Unidos, são raros os casos de deficiência de vitamina C. Apesar disso, várias pessoas mantêm níveis baixos da vitamina no corpo. Idosos, por exemplo, podem precisar tomar mais vitamina C, já que o envelhecimento inibe a absorção. Fumantes também estão em maior necessidade por conta do estresse oxidativo causado pelo cigarro. Sinais de que você pode precisar tomar mais vitamina C incluem:

Qual a melhor maneira de otimizar seu nível de vitamina C?

A maneira ideal de otimizar suas reservas de vitamina C é comer uma grande variedade de alimentos orgânicos inteiros e frescos, em sua maioria vegetais e frutas. Muitas pessoas, sobretudo com a perspectiva naturopática, acreditam que, para ser de fato eficaz, o ácido ascórbico sozinho não é suficiente. Eles acreditam ser a ação sinérgica do ácido ascórbico em combinação com seus micronutrientes associados, como os bioflavonóides e outros componentes, que produzem toda a gama de benefícios.

Comer uma dieta mais colorida (ou seja, muitos vegetais) ajuda a garantir que você esteja obtendo de forma natural o sinergismo de fitonutrientes necessário. Alimentos ricos em vitamina C que podem ser vistos na lista a seguir. Uma das maneiras mais fáceis de garantir que você está recebendo vegetais suficientes em sua dieta é fazendo com que eles sejam espremidos e transformados em suco.