Benefícios do Ginseng Siberiano

Ginseng siberiano

Resumo da matéria -

  • Durante séculos, os benefícios terapêuticos do ginseng siberiano foram utilizados no aumento da imunidade, longevidade e resistência, além de ajudar a aliviar a fadiga, na prevenção e no tratamento de resfriados/gripes
  • O ginseng siberiano, de nome botânico Eleutherococcus senticosus, é um adaptógeno, o que significa que com o uso, o organismo pode se adaptar melhor ao estresse físico, ambiental e emocional
  • Embora os cientistas possam discordar sobre os benefícios dessa raiz, às vezes chamada de eleuthero, diversos estudos revelam que ela possui propriedades antioxidantes, antibacterianas, de proteção contra radiação e de redução de insulina
  • Os ginseng americanos e asiáticos (coreanos) têm referências botânicas de Panax em seus nomes, e os produtos químicos vegetais que eles contêm não são iguais ao ginseng siberiano

Por Dr. Mercola

O ginseng siberiano pode ser o termo comum para a raiz versátil reconhecida como um poderoso medicamento nas antigas culturas orientais, porém o termo botânico, ou pelo menos parte dele, é eleuthero. Toda a designação científica é Eleutherococcus senticosus, tendo sido utilizada por milhares de anos para longevidade geral, resistência e no aumento da imunidade.

Esses e muitos outros benefícios, fizeram com que a raiz se tornasse uma mercadoria de alto custo no mundo todo. Está atrás do gingko como o suplemento de ervas mais famosas, porém muitas vezes é confundido com outras raízes com "ginseng" no rótulo.

É conhecido por outros nomes ao redor do mundo como: ginseng russo, arbusto do diabo, não me toque, pimenta selvagem e shigoka. Um arbusto espinhoso que pode atingir até 3 metros de altura, o ginseng siberiano possui flores amarelas ou violetas, que se desenvolvem em cachos em forma de guarda-chuva e, posteriormente, bagas pretas redondas. Porém, é sua raiz enrugada e retorcida que atraí a atenção. Seus ingredientes ativos são fitoquímicos, conhecidos como polissacarídeos.

Durante séculos, curandeiros da Rússia (onde a mesma se originou), da Ásia e de outros países, o utilizaram na cura de resfriados e gripes. Um dos aspectos mais eficazes do ginseng siberiano é que ele é um adaptógeno, fazendo com que seu organismo seja capaz de se adaptar melhor a fatores estressantes, sejam físicos, mentais ou emocionais. Vários estudos sobre E. senticosus indicam que a raiz é eficaz para diversos tipos de doenças e distúrbios, muitas vezes rivalizando com os medicamentos prescritos pelos médicos.

Pesquisa sobre Ginseng Siberiano: E. senticosus

Embora os cientistas não tenham certeza de como funciona, o Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSKCC) afirma que compostos do ginseng siberiano estimulam as células imunológicas e protegem o sistema nervoso. Ele também observa, “o extrato de ginseng siberiano demonstrou inibir de maneira moderada a resistência ao câncer de mama.”

O site do MSKCC afirma que as alegações de que o ginseng siberiano pode aumentar a força e a resistência, além de reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia não possuem científico, ou que "mais pesquisas são necessárias". Medicamentos patenteados com componentes do ginseng, entretanto, receberam muito mais crédito. Nota de reconhecimento de produtos químicos vegetais com ingredientes ativos:

“Estudos in vitro indicam que eleuthero contém substâncias químicas que se ligam aos receptores de estrogênio, progesterona, mineralocorticóide e glicocorticóide. Em macrófagos, um extrato de ginseng siberiano anulou a expressão de iNOS induzida por LPS, portanto, a produção de óxido nítrico, provavelmente impedindo a atividade do fator nuclear kappa B ou sinalização de Akt e JNK, e impediu a produção de espécies reativas de oxigênio.

Eleuterosídeo B, eleuterosídeo E e isofraxidina — constituintes ativos do ginseng siberiano mostraram efeitos protetores contra atrofias induzidas por Aβ(25-35) de axônios e dendritos em neurônios corticais observados em ratos. A isofraxidina também impediu a invasão celular e a expressão da metaloproteinase-7 da matriz pelas linhas celulares de hepatoma humano HuH-7 e Hep G-2, possivelmente através da inibição da fosforilação de ERK1 / 2.”

Em um estudo duplo-cego randomizado de 2004, 20 participantes idosos hipertensos em tratamento com digitálicos que relataram se sentir fracos, cansados ​​e sem energia, receberam ginseng siberiano ou um placebo. No final do estudo de quatro semanas, os indivíduos foram testados, apresentando pontuações mais altas em funcionamento social e saúde mental, perceptíveis após quatro semanas de terapia e não foi observado “eventos adversos” em qualquer um dos pacientes.

Dos pacientes, 70% que passaram pela suplementação de ginseng disseram que receberam “terapia ativa”, em comparação com 20% no grupo do placebo. O mesmo estudo observou que a definição de “adaptógeno” foi referenciada pela primeira vez no final dos anos 1950. A pesquisa subsequente observou resultados farmacológicos em culturas de células, animais e seres humanos, listando melhorias em várias áreas em relação a:

Atividade antioxidante

Funções antitumorais

Estímulo do sistema imunológico

Níveis reduzidos de insulina

Proteção Radiológica

Redução da inflamação

Redução de febre

Atividade antibacteriana

Estudos revelam benefícios do ginseng siberiano para a saúde

O efeito envolve as glândulas supra-renais e apoia sua função, com os hormônios do estresse, como o cortisol. Bulletproof destaca diversos estudos que exploraram diferentes maneiras pelas quais o ginseng siberiano pode ser benéfico seja ajudando, tratando e prevenindo doenças e condições de modos diferentes:

  • Ele produziu um efeito de reforço imunológico em pacientes com câncer e controles saudáveis, segundo um estudo, resultando em “resistência inespecífica e vigor imunológico no curso do tratamento citostático e de radiação para o câncer de mama.”
  • Segundo a Europe PMC, o ginseng demonstrou potencial para manter os linfócitos T4 saudáveis, as células imunológicas específicas que ficam enfraquecidas pacientes com HIV e AIDS.
  • Aspectos neuroprotetores foram aperfeiçoados via sinalização de células hipocampais e microgliais; um exemplo é sua eficácia na prevenção da função motora lenta e às vezes associada ao Parkinson.
  • A capacidade antiviral do ginseng foi avaliada e inibiu a replicação de "todos os estudos de vírus de RNA até o momento", que incluíram rinovírus humano (HRV), vírus sincicial respiratório (RSV) e influenzavírus A em culturas de células.
  • O ginseng siberiano também pode ter efeitos antidepressivos, podendo ajudar na insônia, a aliviar problemas comportamentais e de memória, segundo um estudo realizado em animais.

Um estudo mostrou que o ginseng siberiano melhorou a resistência, iniciada através de uma melhor utilização do oxigênio. Além disso, pode proteger o DNA e melhorar a função cardiovascular, e as culturas bacterianas tratadas com compostos de ginseng eram resistentes à radiação e até mesmo protegiam os indivíduos do estudo da exposição à radiação ionizante. A pesquisa também sugere que o ginseng siberiano possui um efeito positivo e significativo em vários tipos de culturas de células cancerosas, incluindo câncer de mama, estômago, pulmão e cólon.

História e tipos de Ginseng: siberiano, coreano e americano

Existe algo conhecido como ginseng coreano ou asiático, que também possui propriedades curativas, porém apresenta um exemplo perfeito da frase "a palavra não é a coisa". Em outras palavras, só porque tem a palavra ginseng em seu nome, não significa que seja sinônimo de ginseng siberiano (que não é considerado um ginseng "verdadeiro"). SFGate observa:

“O ginseng coreano e o siberiano, apesar de ambos serem chamados ginseng, eles não são da mesma família. O ginseng siberiano não pertence à família Panax, por isso não é considerado um ginseng 'verdadeiro' ... Ele contém polissacarídeos, que estão associados a níveis mais baixos de açúcar no sangue, e eleuterosídeos é seu ingrediente ativo.

Eles também estão associados ao aumento da capacidade mental e de concentração, além de níveis mais elevados de resistência. Ambos também estão associados com o potencial de ajudar na redução dos níveis de triglicerídeos e pressão arterial, podendo ser úteis no tratamento e na prevenção de complicações cardiovasculares.”

Existe também o ginseng americano (Panax quinquefolius), uma raiz quase em extinção, de crescimento selvagem, que desenvolve em áreas sombreadas. Enquanto o ginseng coreano ou asiático é tratado na medicina chinesa como um estimulante “quente” ou suave, a variedade americana é “fria” ou calmante, muito útil na melhora de memória, do humor e, possivelmente, na redução dos níveis de açúcar no sangue.

Todos têm ginsenosídeos, porém em níveis variados, afirma Smithsonian.com. O tipo americano encontrado nas regiões das montanhas Apalaches, foi utilizado pelos nativos americanos e até mesmo propagado pela tribo Cherokee como forma de medicamento. Amostras e carregamentos das raízes foram enviados da Carolina do Norte, Minnesota, Wisconsin e Canadá para os mercados chineses, já no início do século XVIII.

Precauções em relação ao ginseng siberiano

Embora adaptógenos como o ginseng siberiano sejam de certo modo benéficos para a maioria das pessoas, de modo geral não causam reações alérgicas, podendo ser consumido por longos períodos, é recomendado um cuidado com o ginseng siberiano e coreano. Caso esteja usando medicamentos, lembre-se de que eles podem interferir em vários deles, incluindo supressores do sistema imunológico, anticoagulantes, medicamentos para o coração e qualquer outro tipo de sedativo ou estimulante.

Devem ser tomadas precauções devido a uma série de efeitos colaterais potenciais, incluindo batimento cardíaco acelerado, insônia, alterações de humor, mudanças repentinas na pressão arterial e sensação de tontura e/ou nervosismo. Qualquer pessoa com apneia do sono, narcolepsia, doença cardíaca, doença mental, como a esquizofrenia, doenças autoimunes, como doença de crohn ou artrite reumatoide também devem evitar o uso.

É importante evidenciar que as crianças não devem consumir ginseng. O Centro Médico da Universidade de Maryland (UMMC) observa que mulheres grávidas ou em processo de amamentação, bem como aquelas que apresentam câncer de mama sensível ao estrogênio, devem evitar o ginseng, pois o mesmo pode ter um efeito semelhante ao do estrogênio; mulheres com histórico de miomas uterinos também podem ser vulneráveis.

É fundamental que você verifique suas fontes ao comprar ginseng, seja na forma de suplemento ou raiz, já que um laboratório relatou que apenas 9 das 22 amostras atenderam aos critérios de qualidade e pureza ideal. Ao mesmo tempo, métodos de colheita, técnicas de manuseio e processamento de alta temperatura, podem danificar os compostos terapêuticos. Livestrong observa:

“Os suplementos estão disponíveis em extratos líquidos e sólidos, em forma de pó, de cápsulas, comprimidos e chá. Até 25% dos suplementos de ginseng siberiano vendidos nos Estados Unidos não contêm a erva, podendo causar efeitos colaterais. Por essas razões, é recomendado uma orientação de um farmacêutico ou algum médico.”

Lembre-se de que nem todo ginseng é desenvolvido da mesma forma

O ginseng se tornou um dos aditivos mais famosos em multivitamínicos, bebidas energéticas, chás, gomas de mascar e lanches, alegando fornecer diversos benefícios. Porém, deve-se observar que a maioria dos americanos não possui o conhecimento de que existe diferenças entre as variedades de ginseng. Por exemplo, Smithsonian.com observa:

“O que é mais impressionante a respeito do ginseng é a quantidade de informações falsas vistas nos anúncios e nas embalagens’, diz o nutricionista David Schardt do Centro de Ciência para o Interesse Público (CSPI). ‘Panax ginseng, o tipo mais conhecido, não aumenta os níveis de energia, humor ou memória, além de não reduzir o estresse.’

Após revisar estudos nas últimas duas décadas, o CSPI pediu à Food and Drug Administration três anos atrás, para suspender as alegações falsas. Durante os últimos dois anos, o FDA enviou cartas para cerca de meia dúzia de fabricantes, ordenando-lhes que limitassem as alegações relacionada a saúde que o produto poderia promover, devido à falta de evidências para apoiá-los.”

Para qualquer doença, a prevenção é uma coisa maravilhosa, porém não se beneficie do ginseng siberiano, assumindo que os compostos que estimulam sua resposta imunológica pode compensar uma vida irresponsável. Bulletproof observa:

“Vale a pena explorar os adaptógenos, porém não os utilize para compensar uma alimentação e um estilo de vida ruim. Certifique-se de consumir alimentos saudáveis, sair de casa, dormir bem, cuidar de si mesmo. Esses são fatores mais eficazes para o estresse, energia e longevidade do que qualquer erva. Acompanhe os adaptógenos e os principais suplementos, porém não se esqueça do básico.”