Celulares podem causar tumores cerebrais e desencadear doenças crônicas

cabos telefônicos de eletricidade

Resumo da matéria -

  • A exposição à radiação de telefones celulares pode ou não aumentar o risco de formação de tumores cerebrais, mas esse é um risco muito pequeno comparado ao dano causado pelos radicais livres gerados pelos peroxinitritos, que prejudicam radicalmente a função mitocondrial
  • A ciência fez a ligação entre a exposição a peroxinitritos da radiação de de baixa frequência emitida dos telefones celulares e redes Wi-Fi e as doenças crônicas como problemas cardíacos, obesidade e doenças inflamatórias intestinais
  • Você pode reduzir sua exposição desligando o Wi-Fi à noite, mantendo os celulares no modo avião, a menos que estejam sendo utilizados, usando o viva-voz e um bastão de selfie durante ligações

Por Dr. Mercola

Pense em todas as pessoas que carregam e usam celulares o dia todo. De acordo com as Nações Unidas, há mais pessoas no mundo com acesso a celulares do que a banheiros.

Apesar de virtualmente todo mundo usar celular nos últimos dez anos, quase não se ouve falar de pessoas com tumores cerebrais. A cada ano, aproximadamente 80.000 homens, mulheres e crianças dos EUA são diagnosticadas com um tumor no cérebro. Em comparação, 787.000 pessoas morrem todos os anos no país de doenças cardíacas.

A relativa raridade do câncer no cérebro pode nos levar a acreditar que usar celulares é seguro. Afinal de contas, se 91% dos americanos adultos usa celular e menos de 0,02% desenvolve um tumor cerebral, essa não parece uma ameaça realmente digna de nota.

Porém, o principal perigo do celular não está relacionado especificamente a tumores cerebrais ou mesmo ao câncer. Na verdade, o verdadeiro perigo está nos danos causados pelos peroxinitritos das espécies reativas de nitrogênio. O aumento de peroxinitritos pela exposição ao celular danifica as mitocôndrias.

A classificação SAR não é sinônimo de segurança

As empresas de telefonia celular, por outro lado, parecem acreditar que há algum perigo, alertando os usuários a manter o telefone a pelo menos 2,5 cm do corpo e a minimizar a quantidade de tempo que gasto com o celular no ouvido. Este aviso geralmente é encontrado em letras miúdas no manual ou no final da sessão de avisos legais do aparelho.

A realidade biológica, no entanto, é muito pior. Manter o telefone a 2,5 cm de distância do seu crânio gera uma redução ínfima na exposição. Para diminuir o risco em até 90%, é preciso usar o celular a cerca de um metro de distância.

A FCC desenvolveu taxas de absorção específicas (SAR) que estabelecem limites de exposição "seguros" para a radiação emitida pelos telefones celulares. O máximo, determinado por testes laboratoriais há 20 anos, com base em um homem de 90 quilos, é 1,6 watts por quilograma.

As informações da SAR são divulgadas no site do fabricante do celular ou no banco de dados da FCC, utilizando um número de identificação da SAR. A Academia Americana de Pediatria adverte que essas diretrizes não levam em consideração o padrão de uso exclusivo e a fragilidade do desenvolvimento das crianças. Portanto, as normas precisam ser reavaliadas.

Perceba que as informações da SAR são praticamente inúteis, pois procuram medir danos térmicos (calor) e essa não é a fonte do problema. O problema é o dano às mitocôndrias pelo peroxinitrito e outros fatores.

Médicos de Yale e Harvard também alertam que gestantes devem limitar sua exposição celulares para reduzir o impacto que a radiação RF têm no sistema neurológico em desenvolvimento dos bebês.

Nem toda radiação é criada da mesma forma

Há duas categorias gerais de Radiação EMF - nativa (natural) e não nativa (artificial). A radiação nativa vem de fontes naturais, como o sol, e é saudável para seres humanos. A radiação artificial ou não-nativa pode ser dividida em quatro categorias diferentes, uma das quais é importante para os usuários de celulares.

A primeira é a magnética, que envolve a interação de uma carga com um campo magnético. A segunda é a interferência eletromagnética (EMI, comumente chamada em termos leigos como "eletricidade suja"). Aparentemente, a EMI tem a capacidade de aumentar os danos dos radicais livres mitocondriais e contribuir para a disfunção mitocondrial.

A terceira é a luz artificial, como a de LED ou fluorescente, que contribui para uma diminuição da melatonina durante a noite, afetando o sono e as mitocôndrias. O tipo de EMF seu telefone celular, bem como a emissão de microondas e o Wi-Fi, estão abaixo de 10 gigahertz. O forno de microondas não é um fator significativo, pois sua exposição é geralmente intermitente e distante do corpo.

Outros dispositivos, no entanto, radiação constante de microondas em níveis que danificam as mitocôndrias. Esses dispositivos incluem seu celular, telefone fixo, torres de celular, roteador e modem Wi-Fi. A radiação é classificada em um espectro de alta e baixa frequência. Raios-X ou raios gama se enquadram na categoria de alta frequência, também conhecida como radiação ionizante.

Isso significa que eles têm energia não nativa suficiente para causar a produção de espécies reativas de nitrogênio, como o peroxinitrito, que removem um elétron e danificam o DNA no interior das mitocôndrias e no núcleo das células. O aumento da geração de peroxinitrito também foi associada a maiores níveis de inflamação sistêmica, desencadeando surtos de citocinas, disfunção hormonal autonômica e, é claro, o mais importante, a disfunção mitocondrial.

Lembre-se de que a exposição à radiação de microondas não rompe diretamente as ligações covalentes e danifica seu DNA o mesma da que a radiação ionizante dos raios X ou gama. Releia novamente os três parágrafos anteriores, pois praticamente nenhum profissional de saúde entende ou ensina isso. Posso garantir que essas são informações vitais que, se aplicadas adequadamente, terão enormes impactos positivos na sua saúde.

Ao não integrá-las ao programa de saúde, você prejudica seriamente a capacidade do seu corpo de remover toxinas e afeta significativamente sua imunidade para lidar com a grande variedade de ataques infecciosos patogênicos do dia-a-dia, incluindo parasitas.

Quem está usando telefones celulares?

McCormick acredita que o resultado dos danos causados pela radiação do celular pode não ser totalmente percebido por mais 10 ou 15 anos, já que grande parte da população usa essa tecnologia há apenas 15 anos. Embora pareça muito tempo, pode demorar ainda até que os danos sejam reconhecidos.

O maior perigo para a população está nas crianças que usam seus aparelhos com mais frequência e por períodos mais longos todos os dias do que os adultos. A idade média na qual as crianças ganham seu primeiro celular é 10 anos, sendo que metade das crianças dessa idade já têm um aparelho.

O peroxinitrito está no coração de todos os celulares

O peroxinitrito é um íon estrutural instável produzido em seu corpo após a exposição do óxido nítrico ao superóxido. Esse complexo processo químico começa com a exposição a radiação de microondas de baixa frequência das torres de seu celular, Wi-Fi e celular.

O processo começa quando a radiação de microondas de baixa frequência ativa os canais de cálcio dependentes de voltagem (VGCC), produzindo cálcio dentro de suas células e mitocôndrias. O Óxido nítico precisa estar na presença de cálcio para ser ativado. Com a presença adicional de cálcio, o óxido nítrico é ativado nas células.

O óxido nítrico é uma substância presente em todos os vertebrados e ajuda a controlar o fluxo sanguíneo, a atividade neural e a coagulação. Embora tenha muitos benefícios à saúde, ele pode tornar-se destrutivo quando as moléculas de superóxido, moléculas de oxigênio ionizado, são liberadas durante alterações patológicas como um derrame ou lesão muscular.

Essa reação entre o óxido nítrico e o superóxido produz peroxinitritos, que pode causar muitas das doenças crônicas dos dias de hoje. O óxido nítrico é a única molécula produzida em concentrações suficientemente altas para superar outras moléculas por superóxido e é um precursor do peroxinitrito.

O peroxinitrito e o seu corpo

Uma vez formado, o peroxinitrito reage de forma relativamente lenta com as moléculas biológicas, tornando-o um oxidante seletivo. No interior do corpo, os peroxinitritos modificam as moléculas de tirosina nas proteínas para criar uma nova substância, a nitrotirosina, e a nitração de uma proteína estrutural.

Essas alterações da nitração são visíveis nas biópsias humanas de aterosclerose, isquemia miocárdica, doença inflamatória intestinal, esclerose lateral amiotrófica e doença pulmonar séptica. O significativo estresse oxidativo dos peroxinitrito pode resultar na quebra de DNA.

Embora as principais ameaças à saúde continuem sendo doenças cardiovasculares, câncer e infecções, deve-se observar que a seguinte lista de condições geralmente cria desafios significativos na vida da população. Algumas dessas doenças sequer eram de conhecimento público antes da década de oitenta:

Doença ou desordem Aumento desde 1990

Síndrome da fadiga crônica

11,027%

Transtorno bipolar na juventude

10,833%

Fibromialgia

7.727%

Autismo

2,094 por cento

Doença celíaca

1.111%

TDAH

819%

Lúpus

787%

Hipotireoidismo

702%

Osteoartrite

449%

Apnéia do sono

430%

Diabetes

305%

Mal de Alzheimer

299%

Depressão

280%

Proteja a si mesmo e à sua família de problemas à saúde a longo prazo

Embora o uso de celulares seja onipresente e já não haja como voltar atrás nisso, existem estratégias que você pode usar para se proteger da radiação de RF emitida por esses dispositivos. Lembre-se de que seu telefone celular, roteador Wi-Fi e modem são os principais dispositivos da sua casa em emissão constante radiação de microondas.

Para proteger a si mesmo e sua família, use as seguintes estratégias regularmente. O dano celular aumenta com o tempo. Pode parecer seguro usar seus dispositivos eletrônicos, já que você não sofre os danos imediatamente, mas isso realmente não é verdade.

Mantenha o telefone longe da cabeça — Considere afastar seu celular da cabeça quando estiver em uma ligação, usando o Wi-Fi, dados ou Bluetooth. Você pode fazer isso usando um bastão de selfie, o viva-voz ou fones de ouvido. Conversas curtas e mensagens de texto também reduzem sua exposição.

Aumente sua distância dos dispositivos emissores de RF — Quanto mais próximo o dispositivo, mais radiação você absorve. Encontre uma outra forma de transportar seu telefone além do bolso da calça ou do sutiã e evite manter o telefone e os tablets no quarto enquanto dorme.

Desligue roteadores Wi-Fi — Quando não utilizando, desligue o Wi-Fi, o modem e o celular. Muitos roteadores podem ser conectados a um controle remoto, facilitando o processo.

Temperos podem reduzir os danos — Pesquisadores descobriram que certas especiarias podem ajudar a prevenir ou reparar os danos causados pelos peroxinitritos. Temperos ricos em fenólicos, especificamente o cravo, alecrim, açafrão, canela e raiz de gengibre, exibiram algum poder protetor contra danos induzidos pelo peroxinitrito.

No entanto, embora essas sejam boas notícias, não é motivo para ignorar estratégias que reduzam sua exposição à radiação eletromagnética, pois sua casa não é o único lugar onde você está em risco. Qualquer local público com Wi-Fi ou uma torre de celular nas proximidades aumenta sua exposição à radiação de microondas.

Ainda não posso relatar algumas possíveis estratégias de remediação dos campos eletromagnéticos, como o dossel de Faraday, pois ainda estou no processo de avaliação dessas mesmas estratégias. Assim que concluir minha análise, apresentarei um relatório. Porém, de uma coisa eu já tenho certeza: das centenas de dispositivos que você pode colocar no seu celular, nenhuma ajuda a reduzir a exposição à radiação. Todas falham miseravelmente ao tentar bloquear essa energia.

Eles podem ter algum benefício biológico na mediação da forma como essa energia interage com seu corpo, mas eu não me iludiria em acreditar que isso é suficiente para deixar de adotar as medidas de proteção proativas descritas acima.