Principais alimentos e nutrientes para fortalecer sua saúde hepática

fortaleça sua saúde hepática

Resumo da matéria -

  • O fígado é responsável por cerca de 500 tarefas necessárias para a saúde do corpo, incluindo a desintoxicação do sangue, quebra de gordura e armazenamento de vitaminas e minerais vitais
  • A esteatose hepática, ou o acúmulo excessivo de gorduras no fígado, afeta cerca de 100 milhões de adultos apenas nos EUA, tornando-o um dos problemas hepáticos mais prevalentes atualmente
  • A esteatose hepática está associada à ingestão excessiva de frutose, exacerbada pelo aumento constante do uso de xarope de milho com alto teor de frutose em alimentos processados

O fígado é um dos órgãos responsáveis pela desintoxicação geral do corpo humano, além de outras 500 tarefas essenciais que são cruciais para manter a saúde ideal. Por um lado, é responsável pelo processamento e purificação do sangue proveniente da artéria hepática e da veia porta hepática.

A veia porta transporta sangue que contém nutrientes, medicamentos e substâncias tóxicas provenientes do sistema digestivo. Esses componentes são então processados, filtrados e desintoxicados para serem armazenados, devolvidos ao sangue ou eliminados pelo intestino. Além do mais, o fígado pode ajudar a:

  • Eliminar o álcool e subprodutos tóxicos de medicamentos que, de outro modo, seriam prejudiciais ao corpo humano.
  • Regular os níveis de muitos compostos do organismo e a excreção de bile, que o intestino utiliza para a quebra da gordura — O fígado produz até 1.000 mililitros de bile por dia para ajudar a facilitar a quebra de gordura, absorção e produção de energia.
  • Armazenar e liberar vitaminas e minerais vitais, como ferro e cobre — O fígado produz colesterol, armazena e libera glicose, conforme necessário, e regula a coagulação do sangue através da vitamina K.

É também o único órgão do seu corpo capaz de se regenerar. Na hepatectomia parcial, o fígado é capaz de restaurar completamente sua massa perdida e ajustar sua função durante a regeneração. É um dos processos mais bem orquestrados do corpo, pois não sacrifica sua funcionalidade enquanto recupera a parte perdida.

Mas, embora o fígado possa parecer resistente, ele ainda precisa do devido suporte nutricional para manter sua funcionalidade. Caso contrário, você pode ser vítima de doenças como a esteatose hepática.

O que é esteatose hepática?

Um dos problemas hepáticos mais prevalentes na população norte-americana hoje, a esteatose hepática afeta cerca de 100 milhões de adultos apenas nos Estados Unidos. Ainda mais alarmante é que essa doença não afeta apenas os adultos, mas também pode se desenvolver em crianças e adolescentes — cerca de 10% a 20% da população pediátrica que sofre da doença.

A esteatose hepática não alcoólica acontece quando existe um acúmulo excessivo de gordura no fígado, impedindo as funções importantes que esse órgão tem de desempenhar. Em termos de disfunção hepática, a esteatose hepática pode ser considerada o estágio mais leve. É quando os hepatócitos ainda não apresentam inflamação ou lesão. A doença pode eventualmente progredir para esteato-hepatite não alcoólica, com presença de inflamação e danos.

O problema é que, se a esteatose hepática não for prontamente diagnosticada e tratada, poderá levar à necrose hepática, fibrose, cirrose e, eventualmente, predispor você ao câncer de fígado. Globalmente, o carcinoma hepatocelular (CHC) é responsável por 75% a 85% de todos os cânceres de fígado na população em geral e é a segunda principal causa de morte em pacientes com câncer no leste da Ásia e na África.

Estes fatores podem desencadear o desenvolvimento de esteatose hepática

O acúmulo de gordura, que é a principal causa dessa condição, é desencadeado por várias razões, uma das quais é o estresse oxidativo que causa inflamação e a superprodução de colágeno. No entanto, outros fatores também podem desencadeá-lo, incluindo:

O uso de certos medicamentos (por exemplo, tamoxifeno, amiodarona e metotrexato)

Disfunção metabólica

Consumo de álcool

Diabetes tipo 2

Síndrome metabólica

Obesidade

Colesterol alto

Síndrome dos ovários policísticos

O consumo excessivo de frutose também está associado ao desenvolvimento de esteatose hepática. Em um estudo de 2018, os pesquisadores observaram que a ingestão de frutose cresceu consideravelmente nos últimos cem anos, com o aumento do uso de xarope de milho com alto teor de frutose. Já na década de 1960, os pesquisadores observaram que a frutose causou um aumento mais significativo nos triglicerídeos e na gordura do fígado em comparação à glicose. Funciona aumentando a lipogênese, interrompendo a oxidação de ácidos graxos e causando inflamação.

A deficiência de colina e folato aumentam o risco de danos ao fígado

A deficiência de colina é um possível fator de risco, com pacientes cuja alimentação tem baixo teor de colina apresentando maior probabilidade de danos ao fígado. Esse nutriente é responsável por facilitar o transporte da lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) para fora do fígado, inibindo com eficácia o acúmulo de gordura. Do ponto de vista epigenético, a colina também é um importante marcador no DNA e nas histonas.

Mas a função da colina não se limita à saúde do fígado, pois ela desempenha papéis importantes em outros órgãos e sistemas do corpo. O metabólito da colina constitui 40% a 50% das membranas celulares no corpo e cerca de 70% a 95% dos fosfolipídios, responsáveis pela permeabilidade celular.

Infelizmente, cerca de 90% da população dos EUA tem deficiência de colina, em parte por causa da alimentação pobre nesse nutriente e porque o corpo não é capaz de o produzir. De fato, para destacar a importância da colina no organismo, várias agências e organizações de saúde divulgaram recomendações e valores de referência para ajudar a população a ingerir níveis adequados. Em 2018, a Academia Americana de Pediatria deixou de recomendar “boas dietas” para promover um melhor acesso aos nutrientes para crianças pequenas e mulheres grávidas, com um desses nutrientes sendo a colina.

Se você suspeita que não está ingerindo colina suficiente ou se decidiu reforçar seus níveis de colina, adicione estes alimentos à sua alimentação diária:

  • Fígado de boi terminado a pasto
  • Ovos caipiras orgânicos
  • Salmão selvagem do Alasca
  • Brócolis
  • Leite de vaca cru

Observe que o leite materno é a única fonte de colina para bebês que apenas mamam no peito. Os recém-nascidos necessitam de altos níveis de colina para promover seu crescimento e desenvolvimento.

Outro nutriente que influencia a saúde hepática é o folato. Em um estudo de 2018 do periódico Nutrients, baixos níveis de B12 e folato foram associados a maior atividade da esteato-hepatite e grau de fibrose. O folato é um componente importante para o ciclo da metionina, com a deficiência de folato interferindo no metabolismo da metionina e causando danos ao DNA.

Você pode aumentar facilmente sua ingestão de folato adicionando estes alimentos à sua dieta:

  • Vegetais folhosos escuros
  • Laranjas e limões
  • Bananas
  • Melões
  • Morangos

No entanto, evite suplementos de ácido fólico. Embora esses suplementos possam oferecer alguns benefícios, alguns de seus fatores de risco os superam. Segundo um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition em 2008, em idosos com baixos níveis de vitamina B-12, o folato elevado estava associado à anemia e ao comprometimento cognitivo. Os bebês em gestação também apresentaram um risco maior de resistência à insulina e obesidade.

Estes alimentos e nutrientes podem auxiliar sua função hepática

Viver um estilo de vida saudável é um dos primeiros passos para reforçar sua saúde hepática. Isso inclui melhorar os alimentos e os nutrientes que você consome diariamente. Alguns dos alimentos que afetam positivamente a saúde do fígado incluem:

Café — Como uma das bebidas mais consumidas no mundo, você ficaria satisfeito em saber que o café oferece inúmeros benefícios à saúde cardiovascular, neurológica e metabólica. E ele pode desempenhar um papel importante na preservação da saúde do fígado. Em um estudo de 2014 do Journal of Clinical Gastroenterology, descobriu-se que o consumo de café melhora a esteatose hepática, fibrose e cirrose. Os apreciadores de café também tiveram um risco menor de desenvolver carcinoma hepatocelular.

Observe que a melhor maneira de tomar café é sem adoçantes ou cremes. Se o gosto amargo não lhe agrada, tente adicionar ingredientes naturais, como estévia, mas nunca adoçantes processados ou sintéticos.

Vegetais folhosos e crucíferos — Elescontêm numerosos compostos nutricionais que desempenham papéis importantes na preservação da saúde do fígado. A flavonoide saporanina, responsável pela cor verde típica das verduras, oferece fortes efeitos antioxidantes no fígado. Isso evita a inflamação e os danos oxidativos. Além disso, os vegetais crucíferos, como brócolis, couve, couve-flor e agrião também mostraram resultados favoráveis para a diminuição do risco de câncer.

Um estudo de 2017 do World Journal of Gastroenterology discute a possível abordagem alimentar à esteatose hepática, com certas frutas e legumes adquirindo papel central. Os compostos bioativos que eles contêm oferecem uma abordagem terapêutica ao regular a homeostase lipolítica e o metabolismo, o que pode reverter a esteatose hepática.

N-acetilcisteína (NAC) — A acetilcisteína é bastante conhecida por seu papel na prevenção de danos ao fígado durante a overdose de acetaminofeno. Em um estudo de 2010 do Hepatitis Monthly, descobriu-se que a N-acetilcisteína melhora a função hepática em pacientes com esteatose hepática. Ela age diminuindo a alanina aminotransferase sérica e a extensão do baço. A NAC é frequentemente administrada por via oral ou intravenosa, sem qualquer variação em sua eficácia.

Outras dicas para promover a saúde hepática

Se você não deseja sofrer dos diferentes tipos de doença hepática, existem várias maneiras de promover a saúde do fígado. Isso implica principalmente otimizar os nutrientes de que o fígado precisa e minimizar a exposição a toxinas para reduzir parte do fardo exercido sobre o órgão. Aqui estão algumas dicas que você pode seguir:

  • Otimize sua proporção de ômega 3 para ômega 6 — É importante que você mantenha uma proporção de 3 para 1 de ômega-3 e ômega-6 em sua alimentação. O ácido graxo ômega-3 pode ser encontrado em salmões selvagens do Alasca e anchovas. Porém, devido à grande quantidade de alimentos processados na dieta padrão, isso se tornou mais um desafio. Manter essa proporção ajudará a regular a inflamação no corpo. Ela se mostrou benéfica para a artrite reumatoide, aterosclerose, dislipidemia e obesidade.
  • Exercite-se — Foi comprovado que o exercício físico reduz a gordura hepática, melhorando a resistência à insulina, o metabolismo dos ácidos graxos no fígado e a função mitocondrial do fígado.
  • Doe sangue — O fígado é responsável pelo armazenamento de ferro, removendo com eficácia seu excesso em outros órgãos. No entanto, foi comprovado que níveis cronicamente altos de ferro causam danos ao fígado, o que pode levar à esteato-hepatite e cirrose. Uma das maneiras de diminuir o excesso de ferro é doando sangue.
  • Evite o uso frequente de medicamentos — O fígado é responsável pelo metabolismo de drogas e medicamentos, como esteroides e anticoncepcionais. De fato, muitos dos medicamentos disponíveis no mercado são metabolizados por uma única enzima produzida nesse órgão. Estes incluem remédios para resfriado e dor, estatinas, bloqueadores de ácido e antifúngicos. O problema é que esses medicamentos estão associados a danos no fígado, com o acetaminofeno sendo o mais prevalente.
  • Evite álcool se você tiver esteatose hepática ou esteato-hepatite — O álcool pode causar a destruição de hepatócitos, aumentando consideravelmente o risco de cirrose e outras condições causadas por danos no fígado.

O cardo de leite também pode reforçar sua saúde hepática

O cardo de leite, ou Silybum marianum, é uma erva que tem sido amplamente utilizada no tratamento de várias condições do fígado e da vesícula biliar, além de proteger contra várias toxinas. Suas propriedades de apoio ao fígado se devem à silimarina, uma combinação de flavonolignanos e silimarina.

As propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e anti-fibróticas do cardo de leite são três das supostas razões para sua eficácia contra a esteatose hepática. Aqui estão algumas das vias que o cardo de leite é capaz de ativar e que podem beneficiar sua saúde hepática:

  • A silimarina inibe a cascata de transdução responsável pela ativação do processo pró-inflamatório
  • A silibina reduz o conteúdo do fígado e do plasma e aumenta a IL-10, que regula a resposta inflamatória no fígado
  • As propriedades antioxidantes do cardo de leite combatem os radicais livres, minimizando o estresse oxidativo dos hepatócitos, que poderia levar ao acúmulo de gorduras no fígado

A boa notícia é que o cardo de leite é fácil de usar e está disponível em forma de cápsula, comprimido ou extrato líquido. Observe que algumas pessoas podem sofrer de gastroenterite, diarreia ou dor de cabeça ao tomar esse suplemento. Consulte um profissional de saúde para saber se é recomendado ou não para você.

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