Como a vitamina C e o magnésio ajudam a reverter e tratar infeções virais

Fatos verificados
benefícios do magnésio à saúde

Resumo da matéria -

  • Seu sistema imunológico é a sua principal defesa contra doenças infecciosas, então uma das melhores medidas que você pode tomar é aprender como fortalecê-lo. A vitamina C é uma opção excelente, pois ela estimula e maximiza a potência do seu sistema imunológico
  • O magnésio é um bloqueador natural dos canais de cálcio, o que o torna útil em um grande número de casos envolvendo estresse oxidativo
  • O cloreto de magnésio parece ter os efeitos antimicrobianos mais potentes, capazes de suprimir infecções, ao passo que o sulfato de magnésio parece ser menos eficiente

Por Dr. Mercola

Neste artigo, o Dr. Thomas Levy, um cardiologista muito conhecido por seu trabalho com a vitamina C, discute sobre seu livro mais recente, "Magnesium: Reversing Disease (Magnésio: Revertendo Doenças)". À luz da atual pandemia do COVID-19, que estava em seu ápice na época desta entrevista, no dia 24 de março de 2020, nossa discussão também inclui algumas estratégias que você pode utilizar para prevenir e tratar esta e outras doenças respiratórias.

Pessoalmente, acredito que a possibilidade de o medo da pandemia e do colapso da economia levarem à depressão e ao aumento no número de suicídios seja mais perigosa do que a própria doença, considerando que atualmente acredita-se que sua taxa de mortalidade seja similar à da gripe, que gira em torno de 0,1%.

Dito isso, se esta pandemia nos ensina alguma coisa, é que seu sistema imunológico é a sua principal defesa contra doenças infecciosas, então uma das melhores medidas que você pode tomar é aprender como fortalecê-lo. O mesmo vale quando enfrentamos outras doenças graves, pois existem varias maneiras de fortalecer seu sistema imunológico, até mesmo de formas rápidas.

A vitamina C é um antiviral poderoso

Como observado por Thomas, a Vitamina C é uma excelente opção. "Eu acredito, com base em pesquisas e na literatura, que a vitamina C é o principal agente que estimula e maximiza a potência do sistema imunológico. Então eu não acho que ela deve ser subestimada", disse ele. Para tanto, Thomas recomenda o consumo de 2 a 3 gramas, de três a quatro vezes por dia.

Eu concordo com essa dosagem para tratar doenças graves, mas não como um suplemento diário. Ninguém precisa de 12 gramas de vitamina C todo santo dia. No entanto, muitas pessoas se beneficiariam de uma dose de vitamina C diária. De acordo com Thomas:

"Epidemiologicamente falando, não há dúvidas — se a população inteira simplesmente tomasse 1 ou 2 gramas por dia, acredito que o impacto na saúde pública e nos incidentes de doenças infecciosas seria enorme."

Quanto à minha objeção a dosagens tão altas, Thomas respondeu:

"Existe uma diferença entre prevenir e tratar uma doença. Uma maior quantidade de vitamina C em sua circulação sanguínea lhe dará maior resistência contra certas cargas de patógenos do que quantidades menores, mesmo se a quantidade menor estiver dentro dos 'níveis normais'."

A vitamina C também pode ser administrada de forma intravenosa. Thomas, que já realizou vários procedimentos de vitamina C intravenosa, normalmente utiliza uma solução de pH balanceado de ascorbato de sódio dissolvido em água e tamponada com bicarbonato de sódio. Dessa forma, 12 gramas de vitamina C podem ser inseridos em apenas cinco minutos sem irritar o revestimento dos seus vasos sanguíneos.

Pessoalmente, prefiro a vitamina C lipossomal administrada oralmente, que ainda permite alcançar os níveis sanguíneos que normalmente só são alcançáveis através de um procedimento intravenoso. Thomas contou sobre um pequeno ensaio que fez recentemente na Riordan Clinic, que mensurou níveis intracelulares da vitamina C. Neste ensaio, a vitamina C lipossomal oral resultou em níveis intracelulares de vitamina C substancialmente maiores do que os vistos com a vitamina C oral não-encapsulada.

Contraindicações para o tratamento com vitamina C intravenosa em alta dosagem

A única contraindicação ao tratamento com altas dosagens de vitamina C é quando o paciente tem deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), que é um distúrbio genético. O G6PD é necessário para que seu corpo produza NADPH, que é essencial para transferir o potencial redutor de manter os antioxidantes, como a vitamina C.

Como os glóbulos vermelhos não contêm mitocôndrias, a única maneira de reduzir a glutationa é através do NADPH, e como a deficiência do G6PD elimina a maior fonte de NADPH, ela causa a ruptura dos glóbulos vermelhos devido à incapacidade de compensar o estresse oxidativo com a glutationa.

Felizmente, a deficiência de G6PD é relativamente incomum e pode ser identificada em exames. Pessoas ascendência mediterrânea e africana correm maior risco de deficiência de G6PD. Em todo o mundo, acredita-se que a deficiência de G6PD afete 400 milhões de indivíduos e, nos EUA, estima-se que 1 em cada 10 homens afro-americanos a tenha.

Outros reforços imunológicos importantes

Thomas disse mais:

"Também é muito importante tomar Vitamina D. Provavelmente por volta de 10.000 a 15.000 unidades por dia, pelo menos, durante a época da epidemia... Um bom preparo de zinco também ajuda a fortalecer o sistema imunológico. A suplementação de forma geral também deve sempre incluir a vitamina K, e o magnésio, do qual iremos falar.

Eu considero vitamina C, magnésio, vitamina D e vitamina K2 os quatro melhores suplementos para alcançar e manter uma boa saúde, principalmente porque são os principais antagonistas do acúmulo de cálcio, e considero que o excesso de cálcio dentro das células... seja a principal fisiopatologia de todas as doenças."

Por que o magnésio ajuda a reverter as doenças

Como mencionado, Thomas acredita que o excesso de cálcio dentro das células seja a principal contribuição para a maioria das doenças, e o magnésio é um bloqueador natural dos canais de cálcio. Isso o torna útil para um grande número de casos envolvendo estresse oxidativo.

Também é por isso que eu recomendo o magnésio como uma contra-medida para a exposição a campos eletromagnéticos (CEM). Para saber mais sobre os efeitos adversos à saúde causados pelo excesso de cálcio, escute a entrevista inteira, pois nela Thomas entra em mais detalhes do que os resumidos aqui:

"O livro 'Magnesium: Reversing Disease (Magnésio: Revertendo Doenças)' veio como uma sequência do livro que publiquei em 2013, 'Death by Calcium (Morte pelo Cálcio)'. Quando eu estava pesquisando para escrever este último, eu não fazia ideia... de como os dados eram claros. Mas o principal é que — e é por isso que o magnésio, vitamina C, vitamina D e vitamina K são tão bons — todos eles são antagonistas naturais do cálcio.

Todos ajudam a dissolver calcificações preexistentes, e todos ajudam a normalizar os níveis de cálcio do corpo. Cada um, individualmente, é capaz de reduzir a mortalidade por todas as causas — reduz suas chances de morrer por qualquer motivo — o que significa que eles afetam positivamente todas as células do corpo.

Conforme eu revisava mais e mais estudos, tornou-se aparente para mim (e ainda não encontrei nenhuma exceção para tal) que todas as células 'doentes' possuem níveis elevados de cálcio em seus interiores. E quanto maiores os níveis ficarem, se a célula não morrer, você passa a sofrer transformações malignas. Os níveis mais altos de cálcio também resultam em cânceres.

Também estava muito claro, até mesmo antes de eu começar a escrever meu livro sobre o magnésio, que o magnésio é o melhor antagonista do cálcio e inibidor das funções metabólicas do cálcio. São os dois lados da mesma moeda. Mais cálcio aumenta suas chances de morrer por todas as causas, menos cálcio reduz essas chances. Mais magnésio também reduz as chances, e menos magnésio as aumenta...

O magnésio está envolvido diretamente, de um jeito ou de outro, em 80% de todas as reações químicas do corpo. Então ele é muito importante para o corpo inteiro. Conforme você passa pelas doenças, fica claro que a deficiência de magnésio, por si só, causa várias delas. Mas o que é ainda mais importante é que talvez a deficiência de magnésio, caso não esteja causando as doença, as torne piores.

Pois, mais uma vez, quanto mais cálcio houver dentro da célula, maior será o estresse oxidativo, menos enzimas e outras biomoléculas funcionarão normalmente, e quanto mais reduzimos o nível de cálcio presente no micro ambiente intracelular, mais normalmente as coisas começam a funcionar..."

O magnésio também é antimicrobiano

Thomas também aponta que algumas formas do magnésio também são antimicrobianas. Em 1939, Dr. Frederick Klenner curou 60 de 60 casos de poliomielite em crianças e bebês utilizando vitamina C oral e injetável. De acordo com Thomas, um pesquisador Francês fez o mesmo na década de 40, mas utilizando uma solução oral de cloreto de magnésio.

Esses dois acontecimentos históricos estão destacados no livro de Thomas. De acordo com ele, embora o magnésio não seja um antioxidante, ele exerce, através de outros mecanismos, um efeito antioxidante profundo dentro das células — largamente por deslocar o cálcio permitindo que a vitamina C se acumule, e também por otimizar a síntese de glutationa.

Eu também revisei esse mesmo mecanismo em meu último livro, "EMF*D". A concentração intracelular de cálcio é cerca de 50.000 vezes menor do que a extracelular. Mas quando há um excesso de cálcio nas células, há um aumento nos níveis de óxido nítrico e superóxido.

Essas duas moléculas, quando formadas, instantaneamente geram uma molécula maligna chamada peroxinitrito, uma espécie reativa de nitrogênio (ERN), que dura cerca de 9 milhões de vezes mais do que os radicai livres da hidroxila.

Essa longevidade permite que ela viaje pela célula, causando danos gigantescos às células-tronco, membranas celulares, proteínas, mitocôndrias e DNA. Essencialmente, a exposição aos CEM causa um aumento nos níveis intracelulares de cálcio, ou seja, causa estresse oxidativo, e o magnésio é uma solução distanta para reduzir tais efeitos. A maioria das pessoas tem deficiência de magnésio, de forma que a suplementação é uma boa ideia.

O cloreto de magnésio parece ter o potencial antimicrobiano mais poderoso. Thomas cita uma pesquisa que mostra que o sulfato de magnésio e o cloreto de magnésio causam efeitos opostos sobre os patógenos. Em um estudo in vitro, o sulfato incentivou a infecção, enquanto o cloreto a suprimiu.

Outra fonte excelente de magnésio são as cápsulas de hidrogênio molecular. Cada uma fornece 80 mg de magnésio iônico elementar. As cápsulas, que devem ser dissolvidas em água, fornecem magnésio iônico elementar puro altamente absorvível, e não causam efeitos laxantes.

Os efeitos colaterais do excesso de magnésio

Quanto à dosagem, é praticamente impossível ter uma overdose oral de magnésio, pois ele conta com um mecanismo nativo que previne sua toxicidade. Assim como a vitamina C, o excesso de magnésio oral simplesmente será eliminado pelas diarreia. É assim que você descobre se extrapolou na dosagem.

Uma exceção à regra da atoxicidade acontece com pessoas idosas com constipação que recebem altas doses de citrato de magnésio. Se o preparo de magnésio não funcionar, ele pode se alojar no intestino, fazendo com que seja absorvido em quantidades acima do normal.

O magnésio para a enxaqueca

O magnésio reduz a sua pressão sanguínea porque é um vasodilatador: ele alarga seus vasos sanguíneos. E, se você injetá-lo com rapidez, sua temperatura se elevará, às vezes até o ponto de produzir suor. É importante saber que, para pessoas que sofrem de enxaquecas, o magnésio intravenoso normalmente é capaz de curar uma enxaqueca rapidamente.

"Sobre minha revisão sobre enxaquecas, digamos que minha humilde opinião é que a enxaqueca é uma doença causada completa e totalmente pela deficiência de magnésio", disse Thomas. "Isso mostra como o magnésio é importante para a fisiologia da enxaqueca."

Os 3 tóxicos: cálcio, ferro e cobre

Em seu livro, Thomas revisa por que não se deve ter níveis elevados de cálcio, ferro ou cobre. Todos os três podem ter muito tóxicos e causar problemas consideráveis à saúde.

"Eles são o que eu chamo de os três nutrientes tóxicos", disse Thomas. "Eles certamente são, sem qualquer qualificação, essenciais para o metabolismo normal, quando em pequenas doses. O cálcio é importante para praticamente tudo — até mesmo as contrações do seu coração. O ferro é essencial para a produção de sangue. O cobre tem um papel similar, porém menor, que o ferro em várias de suas funções.

Mas ainda não encontrei nenhuma pessoa que eu considero legitimamente deficiente de cobre. De qualquer forma, o ferro é mais importante. O ferro, na minha opinião, nunca deve ser suplementado, a não ser que você tenha uma deficiência anêmica de ferro — anemia hipocrômica, ou microcítica — pois mesmo com todas as funções desempenhadas pelo ferro, apenas uma pequena quantidade do mineral é necessária...

O corpo precisa de uma quantidade enorme de ferro para a produção normal de sangue. Então, se você produz sangue o suficiente, provavelmente já possui ferro o bastante para todas as outras funções. Dito isso... você vai ficar pasmo de saber o que a indústria vem inserindo em nossos alimentos enriquecidos pelos últimos 70 anos. A verdade que tenho pra você é que — e eu não estou maluco — eles inserem preenchimentos metálicos de ferro.

Agora, onde eles acham que isso é nutritivo eu não sei, mas mesmo se eles inserissem uma forma legítima de suplemento de ferro, ainda assim, quanto mais ferro você acumula, maior será o estresse oxidativo do seu corpo. E estresse oxidativo em excesso é exatamente o que queremos evitar."