Frutas reduzem a pressão arterial e o risco de diabetes

Fatos verificados
Frutas abaixam a pressão

Resumo da matéria -

  • A Avocatina B é um composto bioativo encontrado nos abacates que ajuda a reduzir o ganho de peso e melhorar a sensibilidade à insulina
  • A diferença na pressão arterial entre pessoas com dietas mais ricas em flavonoides como os encontrados em maçãs e frutas vermelhas, em comparação com aqueles que têm níveis mais baixos dos nutrientes, gira entre 2 e 4 mmHg
  • Consumir pequenas quantidades de frutas pode ser uma excelente maneira de aumentar a ingestão de antioxidantes, vitaminas e minerais, mas a moderação é fundamental, especialmente se você tem síndrome metabólica, hipertensão e/ou diabetes tipo 2
  • Como a fruta contém frutose, pode aumentar o risco de resistência à insulina se você comer grandes quantidades; exemplos de frutas com baixo teor de frutose que são benéficas para a maioria das pessoas incluem: abacate, frutas vermelhas, kiwi e frutas cítricas

Por Dr. Mercola

Comer frutas como abacates, maçãs e frutas vermelhas pode melhorar sua saúde metabólica, reduzindo o risco de diabetes tipo 2 e ajudá-lo a manter uma pressão arterial saudável.

No cerne da doença, o diabetes tipo 2 é uma função da resistência à insulina, que, por sua vez, é uma condição induzida pela dieta. A obesidade, pressão alta e açúcar elevado no sangue também são sinais de síndrome metabólica, um grupo de fatores de risco que aumenta o risco de diabetes.

Alimentos processados carregados com açúcares, grãos processados e óleos vegetais industrializados ômega-6 são os principais culpados pela resistência à insulina, diabetes tipo 2 e obesidade. Embora cortar alimentos tóxicos como estes seja essencial, adicionar alimentos saudáveis como certas frutas pode trazer grandes benefícios.

Otimizar sua nutrição pode ajudar a diminuir o de insulina, estabilizar o nível de glicose e melhorar sua energia geral. Felizmente, pequenas mudanças positivas na dieta, incluindo comer mais frutas saudáveis, pode ajudar a reduzir o risco de diabetes e a pressão alta.

O abacate ajuda a reduzir o açúcar no sangue

Diz a lenda que o primeiro nome para abacates, “pera de jacaré”, veio de uma pronúncia incorreta do inglês. O nome pode ter sido adotado porque a casca tem uma aparência vagamente reptiliana e a fruta tem o formato de uma pera. Mas não importa o nome ou a aparência, os abacates são superalimentos que também podem ajudar a diminuir o açúcar no sangue.

Paul Spagnuolo, Ph.D, e uma equipe da Universidade de Guelph em Ontário, Canadá, revelaram que um composto chamado avocatina B, encontrado apenas em abacates, pode alterar beneficamente os processos celulares que aumentam o risco de diabetes. No Canadá, 25% dos cidadãos são obesos. Esta é uma condição que aumenta o risco de diabetes tipo 2. Para termos de comparação, obesidade nos EUA atingiu 42,4% da população em 2018.

A equipe começou o estudo alimentando ratos com uma dieta rica em gordura por oito semanas, o que desencadeou obesidade e resistência à insulina. Nas cinco semanas seguintes, os ratos foram separados em dois grupos. Um grupo continuou a dieta rica em gordura e o outro recebeu suplementos com avocatina B.

No final das cinco semanas, os pesquisadores descobriram que os ratos que foram tratados com avocatina B ganharam significativamente menos peso do que o grupo de controle e, mais importante, tinham uma maior sensibilidade à insulina.

A equipe então passou a fazer testes clínicos em humanos, que receberam avocatina B como suplemento nutricional. Os participantes ingeriram uma dieta ocidental típica. Houve redução de peso nos indivíduos e nenhum efeito negativo do suplemento sobre os rins, fígado ou músculos. Ao falar com a Nutrition Insight, Spagnolo alertou:

“Queremos ressaltar que o benefício dessa molécula está na capacidade de ajudar a regular a glicemia. As reduções de peso são provavelmente um efeito secundário. Percebemos que esta é uma característica desejável para a maioria, no entanto, recomendamos cautela para perda de peso como única indicação.”

Spagnuolo também falou com um repórter do Yahoo! sobre o ingrediente bioativo avocatina B. Ele acredita que o abacate é um complemento saudável à alimentação de pessoas com diabetes e pré-diabetes, explicando:

“Quando falamos sobre bioativos, pense nos nutrientes que ingerimos de outros alimentos, por exemplo, ômega-3 dos peixes e vitamina C das laranjas. AvoB é um ingrediente bioativo do abacate, que pode ser uma importante escolha dietética para diabéticos e pré-diabéticos.

Quando seu metabolismo está funcionando, tudo está em equilíbrio. Você tem níveis ideais de açúcar no sangue, colesterol bom, pressão arterial, etc. … A ciência nos diz que os desequilíbrios de açúcar no sangue podem ter um impacto profundo e negativo em nossa saúde.

Eles podem afetar nossos níveis de energia, concentração, humor e muito mais. E para os diabéticos, um desequilíbrio no açúcar no sangue pode causar complicações de saúde ainda mais sérias, como ataque cardíaco e derrame."

Embora o abacate seja um dos alimentos mais saudáveis, ricos em gordura monoinsaturada, fibras, magnésio, potássio, vitamina K e carotenoides, também possui uma desvantagem. Cada abacate requer 70 litros de água para ser produzido, o que significa que a fruta pode ser ambientalmente destrutiva.

Uma dieta rica em flavanol pode baixar a pressão arterial

Pessoas com síndrome metabólica também têm dificuldade em regular a pressão arterial. No que os pesquisadores chamaram de estudo pioneiro no Reino Unido, os cientistas usaram medidas objetivas para a ingestão alimentar em milhares de moradores, usando dados de 25.618 pessoas em Norfolk, no Reino Unido, e compararam os dados com suas medições de pressão arterial.

A maioria dos outros estudos analisa as ligações entre nutrição e saúde, mas depende dos dados relatados pelos próprios participantes do estudo. Nesta análise, os pesquisadores mediram a ingestão de flavanol dos participantes usando biomarcadores nutricionais presentes no sangue. Depois, eles compararam esses marcadores com a pressão arterial.

Os dados revelaram diferenças na medição da pressão arterial entre as pessoas com dez por cento a mais ou a menos flavonoides que a média, encontrando uma variação que gira entre 2 e 4 mmHg. Os pesquisadores escreveram que isso era comparável à diferença percebida quando uma pessoa começa a seguir uma dieta mediterrânea ou voltada para conter a hipertensão.

O nutricionista Gunter Kuhnle, da University of Reading, conduziu o estudo. Ele falou sobre a importância da forma como os dados foram coletados e as implicações para a ingestão consistente de alimentos com flavonoides, dizendo:

“Estudos anteriores de grandes populações sempre se basearam em dados auto-relatados para tirar conclusões, mas este é o primeiro estudo epidemiológico desta escala a investigar objetivamente a associação entre um composto bioativo específico e a saúde. Estamos muito satisfeitos em ver que, em nosso estudo, também houve uma associação significativa entre o consumo de flavanol e a redução da pressão arterial.

O que este estudo nos dá é um achado objetivo sobre a associação entre os flavonoides, encontrados no chá e algumas frutas, e a pressão arterial. Esta pesquisa confirma os resultados de estudos de intervenção dietética anteriores e mostra que os mesmos resultados podem ser alcançados com uma dieta habitual rica em flavonoides. Na dieta britânica, as principais fontes são o chá, cacau, maçãs e frutas vermelhas.”

A subclasse de flavonoides aferidos no estudo foram os flavan-3-ols, comumente encontrados em chá, frutas vermelhas, maçãs e produtos à base de cacau. Esses mesmos flavonoides demonstraram benefícios em outros estudos.

Os pesquisadores descobriram que aqueles que tomam chá com frequência têm um risco menor de mortalidade por todas as causas e estão livres de doenças cardiovasculares ateroscleróticas por 1,41 anos a mais do que aqueles que não tomam chá. Dos chás testados, o chá verde foi o mais saudável.

Abordando a disfunção mitocondrial e a sensibilidade à insulina

No centro da patologia por trás do diabetes está a disfunção mitocondrial. Uma dieta rica em carboidratos, que banha suas mitocôndrias em glicose, pode suprimir o metabolismo mitocondrial.

Como escrevi antes, suas mitocôndrias são produtoras de energia que atuam no interior da maioria das células e são as fontes primárias da energia usada para manter o funcionamento do corpo. A disfunção mitocondrial está no centro de várias patologias, incluindo doenças cardiovasculares e disfunção neurológica.

Embora não haja uma resposta fácil, acredito que o primeiro passo fundamental para abordar os problemas metabólicos responsáveis pela disfunção mitocondrial, diabetes tipo 2 e obesidade é fazer escolhas alimentares que aumentem a saúde mitocondrial. Eu discuti isso detalhadamente em meu livro Fat for Fuel.

Ainda em meu livro, discuti a importância da flexibilidade metabólica e da sensibilidade à insulina. Conseguir isso por meio da cetose nutricional ajuda a manter a saúde mitocondrial. Para reverter o diabetes tipo 2, você precisa recuperar as sensibilidades à insulina e leptina.

Quanto ao consumo de frutas, consumir pequenas quantidades pode ser uma excelente forma de aumentar a ingestão de antioxidantes, vitaminas e minerais benéficos. Mas a moderação é fundamental, especialmente se você tem síndrome metabólica, pressão alta e/ou diabetes tipo 2.

Como frutas contêm frutose, elas podem aumentar o risco de resistência à insulina quando consumidas em grandes quantidades. Exemplos de frutas com baixa frutose que são benéficas para a maioria das pessoas incluem: abacates, frutas vermelhas, kiwi e frutas cítricas.