Por Dr. Mercola
Todos nós, em algum momento, experimentamos falhas na nossa memória, mas não seria útil ter a capacidade de lembrar informações de modo instantâneo sempre que fosse necessário? Diversas coisas se tornariam passado, como esquecer os nomes de colegas ou velhos amigos, as chaves perdidas e aquele item da sua lista de compras que você esqueceu na loja...
Você com certeza pode intensificar a função cerebral para melhorar sua memória, habilidades cognitivas e muito mais, mesmo que seja quase impossível eliminar por completo essas falhas da sua vida.
Seu cérebro é um órgão muito plástico, com uma notável capacidade de criar novas conexões, reorganizar caminhos e até mesmo criar novos neurônios ao longo da sua vida.
Muito dessa capacidade vem de escolhas do estilo de vida, como os alimentos que você ingere, sua atividade diária e exercícios. No entanto, parte disso é impulsionado por suas atividades mentais (como aprender e se socializar). Você pode até aumentar sua capacidade de lembrar informações agora e no futuro, usando estes truques simples compilados pela TIME.
Aumente sua capacidade de pensar melhor agora... e no futuro
1. Ouça música clássica — A teoria de que a música pode aumentar sua capacidade cerebral já é antiga; é provável que você já tenha ouvido falar sobre o "Efeito Mozart", que sugere que ouvir música clássica pode ajudar a ser mais inteligente.
As pessoas que ouviam a música clássica de Mozart apresentaram um aumento na atividade das ondas cerebrais ligadas à memória, compreensão e resolução de problemas, de acordo com uma pesquisa recente. De modo irônico, a música composta por Beethoven não mostrou esse efeito.
2. Inalação com óleo de alecrim — De acordo com uma pesquisa apresentada na Conferência Anual de 2013 da British Psychological Society, pessoas que fizeram inalações com óleo essencial de alecrim tiveram um desempenho melhor em tarefas de memória do que aquelas que não fizeram isso. O pesquisador Dr. Mark Moss disse ao Science Daily:
“Queríamos desenvolver nossa pesquisa anterior que indicava que o aroma de alecrim melhorava a aritmética mental e a memória de longo prazo. Nessa pesquisa, nos concentramos na memória prospectiva, que envolve a capacidade de lembrar eventos que ocorrerão no futuro e lembrar de completar tarefas em momentos específicos...
[I]sso é fundamental para o funcionamento diário. Por exemplo, quando alguém precisa se lembrar de postar um cartão de aniversário ou de tomar medicamentos em um determinado momento."
Foi demonstrado que o aroma de menta melhora a memória e aumenta a atenção. De fato, pesquisas demonstram que os odores são de especial eficácia como lembretes de experiências passadas, bem mais que os sinais recebidos por outros sentidos, como a visão e a audição.
Um motivo para isso pode ser a maneira como seu cérebro processa odores e memórias.
Os cheiros são transportados através do seu bulbo olfatório, que é a região do seu cérebro responsável por analisar odores. Essa região tem íntima relação com sua amídala e seu hipocampo, regiões do cérebro que lidam com memórias e emoções.
3. Rir — De acordo com uma pesquisa apresentada em um encontro de Biologia Experimental de 2014, os níveis do hormônio do estresse, o cortisol, caíram, quando idosos assistiram a um vídeo engraçado de 20 minutos, e eles apresentaram uma pontuação bem melhor em testes de memória. O co-autor da pesquisa, Dr. Lee Berk, disse à Science Daily:
"É simples, sua memória será melhor, quanto menos estressado você estiver. O bom humor reduz a pressão arterial, aumenta o fluxo sanguíneo e o estado de humor, e reduz os hormônios prejudiciais do estresse como o cortisol, que diminui a memória dos neurônios do hipocampo.
O ato de rir, ou apenas aproveitar um pouco de humor, aumenta a liberação de endorfinas e dopamina no cérebro, o que gera uma sensação de prazer e recompensa. Por sua vez, essas mudanças neuroquímicas positivas e benéficas fazem o sistema imunológico funcionar melhor.
Existem mudanças na atividade das ondas cerebrais em direção ao que é chamado de "frequência de banda de onda gama", que também amplia a memória e a recordação. Então, o riso tem se mostrado não apenas um bom remédio, mas também um intensificador da memória, que aumenta a nossa qualidade de vida, na verdade."
4. Aprender outro idioma ou ter hobbies criativos — Aprender outro idioma proporciona um treino benéfico para o cérebro. Quando falantes de inglês estudavam chinês por seis semanas, eles tinham uma rede cerebral mais conectada, em especial quando eram bem-sucedidos em aprender o novo vocabulário, de acordo com pesquisadores.
Essa rede mais integrada pode levar a um cérebro mais flexível e eficiente, o que facilita aprender novas línguas. Outros hobbies e atividades de aprendizagem também podem melhorar sua memória.
Por exemplo, pessoas que se engajaram em atividades artísticas, artesanais e sociais e que usaram um computador na meia-idade e durante a terceira idade tiveram um risco menor de comprometimento cognitivo leve (CCL), em uma pesquisa realizada com pessoas com 85 anos ou mais.
Além disso, atividades artesanais, como quilting e tricô, foram associadas à diminuição da probabilidade de apresentar comprometimento cognitivo leve de acordo com uma pesquisa.
5. Meditar — A meditação é outra ferramenta pouco utilizada para otimizar a saúde mental. Além de poder alterar as estruturas do cérebro para melhor, a meditação é útil para aliviar o estresse e obter maior autoconsciência (se não uma perspectiva mais espiritual dos altos e baixos da vida). Conforme relatado pela Forbes:
"Desde mudanças no volume da massa cinzenta e a redução da atividade nos centros do "eu" do cérebro até melhorar a conectividade entre as regiões do cérebro, essa prática parece ter uma variedade incrível de benefícios neurológicos...
Os céticos podem perguntar: Para que servem algumas mudanças cerebrais se os efeitos psicológicos não estão sendo ilustrados simultaneamente?
Pesquisas que relatam que a meditação ajuda a aliviar nossos níveis subjetivos de ansiedade e depressão, e melhorar a atenção, concentração e bem-estar psicológico geral, são boas evidências para eles também."
6. Desligar a TV — De acordo com uma pesquisa apresentada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer de 2015, em Washington, assistir a mais de quatro horas de televisão por dia está associado a taxas mais baixas de desempenho cognitivo na meia-idade.
O risco de Alzheimer aumentou 1,3 vez com cada hora adicionada de televisão por dia entre aqueles com idade entre 40 e 59 anos em pesquisas anteriores. Como as pessoas que assistem a muita TV tendem a ser mais sedentárias no geral, parte dessa conexão pode estar relacionada ao efeito da TV em seus níveis de atividade.
7. Exercitar-se e movimentar-se todos os dias — De acordo com John J. Ratey, o psiquiatra que escreveu o livro Spark: A Nova Ciência Revolucionária do Exercício e do Cérebro, há evidências contundentes de que o exercício produz grandes ganhos cognitivos e ajuda a combater a demência. Pessoas que se exercitam têm um volume maior de massa cinzenta na região do hipocampo do cérebro, que é muito importante para a memória, de acordo com pesquisas anteriores.
Aumente sua memória com Rhodiola
A planta perene Rhodiola Rosea é conhecida como um "adaptógenos" e é usada por muitos atletas para melhorar o desempenho esportivo e encurtar o tempo de recuperação entre os treinos, além de ajudar seu corpo a se adaptar ao estresse físico, químico e ambiental. A rhodiola também tem benefícios energéticos e pode fornecer grandes benefícios para a saúde do cérebro. Como relatado pela Epoch Times:
“A rhodiola também tem a reputação de tratar a mente. Ela eleva os níveis de neurotransmissores no cérebro, de acordo com pesquisas. A rhodiola pode ser usada como tratamento individual ou para potencializar os efeitos das drogas psicotrópicas, quando nas mãos de um profissional experiente. A Dr. Patricia Gerbarg, professora clínica adjunta de psiquiatria na New York Medical College e autora de A revolução da Rhodiola e como usar ervas, nutrientes e ioga nos cuidados para saúde mental... prescreve a rhodiola para seus pacientes para tratar a depressão e problemas de memória.
Seja por envelhecimento ou lesão cerebral, ela é muito útil para condições em que houve comprometimento da função cognitiva ou da memória”, afirma.
A Dr. Gerbarg fala por experiência própria, não apenas como cientista e psiquiatra. Ela acredita que a planta salvou sua vida quando a usou para superar o comprometimento cognitivo e a perda de memória associados a um caso grave de doença de Lyme... E relatou que, 10 dias após tomá-la, a planta começou a melhorar sua memória. A Dra. Gerbarg e seu marido, Dr. Richard Brown, professor clínico adjunto de Psiquiatria na Universidade de Columbia, conseguiram descobrir pesquisas realizadas com a planta por cientistas soviéticos durante a Guerra Fria.
A rhodiola era o principal componente de uma fórmula à base de três plantas, que foi desenvolvida porque procuraram um produto para melhorar o desempenho militar. Ela também foi usada por cosmonautas russos e atletas olímpicos, não apenas por soldados soviéticos. De acordo com o Dr. Gerbarg:
“Como ela reduz a fadiga física e também a mental, ela foi usada para melhorar o desempenho intelectual de seus cientistas, para que eles conseguissem trabalhar por muitas horas com precisão.”
Acredita-se que ela melhore a função e o reparo celular, o que seria benéfico para quem está sob estresse crônico; esse pode ser o motivo pelo qual a rhodiola parece funcionar tão bem. A rhodiola tem a capacidade de fortalecer e desintoxicar as células, que a Dra. Gerbarg acredita ter permitido que seu próprio cérebro se curasse.
Você está priorizando seu sono? Isso é essencial para ter uma memória rápida
O sono é conhecido por favorecer a memória e ajuda a "praticar" e melhorar seu desempenho em habilidades desafiadoras. Uma só noite de quatro a seis horas dormidas pode impactar sua capacidade de pensar com clareza no dia seguinte.
Acredita-se que a neuroplasticidade, ou o processo de crescimento do cérebro, seja a base da capacidade do nosso cérebro de controlar o comportamento, incluindo o aprendizado e a memória. A plasticidade ocorre quando eventos ou informações do ambiente estimulam os neurônios. No entanto, o sono e a perda dele modificam a expressão de diversos genes e produtos gênicos que podem ser importantes para a plasticidade sináptica.
Além disso, acredita-se que as conexões sinápticas são fortalecidas enquanto dormimos, o que pode ser uma forma de potencializar, a longo prazo, um processo neural associado ao estabelecimento de aprendizado e memória, que podem ser eliciados durante o sono. Foi descoberto que uma soneca do meio-dia pode aumentar e restaurar de modo drástico a capacidade intelectual em adultos.
Não é apenas um fator, mas diversos fatores que criam ou destroem um cérebro saudável, como acontece com a maioria das áreas da saúde. Sua saúde mental, assim como sua saúde física, se beneficiará de um estilo de vida saudável e equilibrado, com alimentação correta, exercícios, tratamento do estresse, estímulo da mente e, por último, mas não menos importante, dormir bem. Para esse último, você pode encontrar 33 dicas para ter o sono de que precisa aqui.