Uma forma simples de diminuir o estresse

1. Alívio do estresse — Existe um estudo com 30 pessoas que avaliou os efeitos da jardinagem para o alívio do estresse e foi publicado no Journal of Health Psychology. Primeiro, elas fizeram uma tarefa estressante, depois tiveram de praticar 30 minutos de jardinagem ao ar livre ou 30 minutos de leitura em ambiente interno.

Os pesquisadores aferiram os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e coletaram dos participantes o relato de seu humor.

Apesar de tanto a jardinagem quanto a leitura terem levado à redução do cortisol, estas foram mais significativas no grupo que praticou jardinagem. Além disso, "houve um restauro completo do humor após a jardinagem, mas uma piora durante a leitura", sugerindo que a jardinagem leva ao alívio do estresse agudo.

2. Redução dos sintomas da "fadiga de atenção" — Tudo leva a crer que as pessoas apresentam uma capacidade limitada de direcionamento da atenção (como para enviar e-mail, realizar chamadas, etc.). Com o esgotamento dessa capacidade, instala-se a fadiga de atenção, podendo levar à irritação, distração e estresse.

Os sintomas da fadiga de atenção se assemelham aos de pessoas que sofrem de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), com a diferença de que a fadiga de atenção se trata de uma condição temporária que melhora com descanso suficiente.

Quando se integra à natureza, até por meio da jardinagem, você dá um tempo na atenção direcionada e se dedica à atenção "involuntária" ou "sem esforço".

Isso promove o alívio da fadiga de atenção e se relaciona com uma melhor atenção. Andrea Faber Taylor, Ph.D. e pesquisadora do Landscape and Human Health Laboratory da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, falou à CNN:

"O vento sopra, tudo se enche de orvalho, tudo floresce; os sons, os aromas... Tudo atrai essa forma de atenção."

3. Melhora da saúde mental e o bem-estar — Segundo uma pesquisa feita pela revista Gardeners' World, 80% das pessoas que praticam jardinagem relatam "felicidade" e satisfação com suas vidas, em comparação com 67% daquelas que não praticam tal atividade. Talvez não seja coincidência a maior felicidade dos que praticam jardinagem.

Mycobacterium vaccae é uma espécie de bactéria presente no solo. O curioso é que essa bactéria "espelha o efeito que medicamentos como Prozac exercem sobre os neurônios". Ajuda a estimular a produção de serotonina para que você se sinta mais feliz e relaxado.

Não é surpresa que tantas pessoas descrevam seu jardim como um "lugar de felicidade". Os camundongos de um estudo que ingeriram Mycobacterium vaccae apresentaram uma redução da ansiedade e melhora da aprendizagem.

4. Auxilia a saúde cerebral — Uma revisão sistemática analisou o impacto dos jardins e espaços ao ar livre sobre o bem-estar mental e físico de indivíduos que sofriam de demência.

A pesquisa aponta que o contato com jardins, seja regando plantas, fazendo caminhadas ou apenas apreciando a vista, promoveu a redução dos níveis de agitação ou ansiedade entre os pacientes.

E passar algum tempo em jardins pode diminuir o risco de uma pessoa desenvolver demência. Como relatado pela CNN:

"Dois estudos distintos que acompanharam pessoas entre 60 e 70 anos no decorrer de até 16 anos chegaram às respectivas conclusões: aqueles que praticavam jardinagem com regularidade apresentavam um risco 36% e 47% menor de desenvolverem demência do que aqueles que não tinham tal prática, mesmo quando diversos outros fatores de saúde eram considerados.

É difícil que tais descobertas sejam definitivas, mas elas indicam que a combinação entre atividade física e mental na prática da jardinagem pode afetar a mente de uma maneira positiva."

5. Exercício — Praticar jardinagem é uma forma de se movimentar, trazendo benefícios em vários níveis. Dependendo das tarefas realizadas, a jardinagem pode até ser considerada um treino de alta ou média intensidade.

Segundo uma pesquisa publicada na HortTechnology, mexer na terra é um treino de alta intensidade, enquanto as seguintes tarefas de jardinagem se assemelham ao treino de intensidade moderada:

Além disso, parte do fascínio pela jardinagem é o fato de ela servir como treino funcional. Movimentos como empurrar, puxar, levantar e cavar trabalham diversos grupos musculares em simultâneo, mantendo você em forma para todos os tipos de movimento necessários ao funcionamento diário.

Além disso, melhora o equilíbrio, a flexibilidade e a percepção sensorial.

6. Melhor nutrição — Segundo estimativas da National Garden Association (NGA), uma família norte-americana comum gasta US$ 70 por ano para cultivar uma horta, sendo que produz cerca de US$ 600, ou seja, um retorno de US$ 530 sobre o investimento.

Além disso, os nutrientes extras que você ganha ao ingerir as frutas e vegetais frescos que plantou são incomensuráveis quanto aos benefícios para a saúde. Sem mencionar que as pessoas que praticam jardinagem tendem a consumir mais alimentos in natura no geral.

Um estudo publicado no American Journal of Public Health revela que 56% dos indivíduos que plantavam numa horta comunitária consumiam frutas e vegetais pelo menos cinco vezes por dia, em comparação com 25% daqueles que não plantavam.

7. Significado existencial — Pesquisas apontam que a jardinagem vai muito além de sua finalidade prática, que é cultivar plantas para alimentação. Um estudo publicado no Journal of Aging Research chega a sugerir seu impacto benéfico no processo de envelhecimento ao promover nas pessoas uma conexão íntima com a própria vida. Os pesquisadores explicaram:

“… Podemos dizer que os jardins e a prática de jardinagem representam fenômenos multidimensionais na vida de muitos idosos, indo muito além de uma atividade física num local em que o tempo e a energia são despendidos para o cultivo de frutas e vegetais.

Os jardins e a jardinagem também podem representar uma conexão íntima com a própria vida através do cuidado e da administração de organismos vivos, os quais retribuem com nutrição, estética e significado existencial no contexto da senescência.

… A dimensão adicional da conexão ambiental e da consciência na experiência do processo de envelhecimento pode servir de modelo para uma nova "cultura anciã" e um futuro sustentável."