Como os flavonoides combatem doenças do envelhecimento

Por Dr. Mercola

Os Flavonoides são um grupo de fitonutrientes encontrados na maioria das frutas e vegetais. Existem mais de 6.000 flavonoides distintos, cada um com seu papel a desempenhar na saúde.

Os flavonoides são conhecidos por seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, mas eles também são úteis para promover a desintoxicação e reduzir o risco de diversas doenças crônicas. Uma pesquisa recente até mesmo sugere que eles podem ajudar a combater o ganho de peso que tende a ocorrer com a idade.

Os flavonoides podem ajudá-lo a combater a "expansão da meia-idade"

Muitas pessoas ganham peso à medida que envelhecem, mas essa "expansão da meia-idade" não é uma parte inevitável do envelhecimento. Uma maneira simples de minimizar esse ganho de peso é comer mais vegetais e, até certo ponto, frutas, e um dos motivos pelos quais isso é eficaz é porque esses alimentos são ricos em flavonoides.

Um estudo com mais de 124.000 pessoas revelou que os indivíduos com maior ingestão de flavonoides tiveram o menor ganho de peso com a idade. Certos tipos de flavonoides foram mais eficazes para a manutenção do peso do que outros, ainda mais depois que os pesquisadores contabilizaram a ingestão de fibras.

As antocianinas (encontradas em mirtilos), proantocianidinas e polímeros de flavonoides totais (encontrados no chá e em maçãs) mostraram os efeitos mais significativos após o ajuste para o consumo de fibras.

No geral, para cada desvio padrão acima da média no consumo de flavonoides, os participantes do estudo ganharam de 50 a 300 gramas a menos em quatro anos. Isso pode não parecer muito, mas você pode considerar isto como a cereja do bolo, pois é apenas um dos muitos benefícios dos flavonoides.

Alimentos ricos em flavonoides podem reduzir o risco de diabetes, doenças cardíacas e disfunção erétil

Os flavonoides são compostos bioativos poderosos que parecem trazer benefícios contra várias doenças. Pesquisas indicam que as mulheres com a maior ingestão de antocianinas e flavonas tinham os níveis mais baixos de resistência à insulina e inflamação.

O autor do estudo, Aedin Cassidy, Ph.D. na Escola de Medicina de Norwich, University of East Anglia, disse à Reuters:

"Mostramos em estudos de base populacional que a maior ingestão habitual de uma classe de flavonoides chamados antocianinas, compostos responsáveis pela cor vermelha / azul de algumas frutas e vegetais, pode melhorar a maneira como lidamos com glicose e insulina e reduzir a inflamação - um fator de risco para doenças cardíacas e diabetes."

O estudo mostrou que comer uma única porção de frutas ricas em flavonoides por dia estava associado a um melhor controle dos níveis de açúcar no sangue e da pressão arterial, de acordo com Cassidy.

Além disso, uma pesquisa publicada no British Journal of Nutrition - uma revisão sistemática de 14 estudos - também descobriu que a ingestão de seis classes de flavonoides: flavonóis, antocianidinas, proantocianidinas, flavonas, flavanonas e flavan-3-ois, diminuiu muito o risco de doenças cardíacas.

Os pesquisadores ficaram intrigados sobre como os flavonoides ajudam a prevenir doenças cardíacas, mas um estudo recente sugere que o metabolismo dos flavonoides aumenta seus benefícios vasculares.

Em particular, eles parecem aumentar a bioatividade nas células endoteliais, que formam o revestimento dos vasos sanguíneos. A disfunção erétil, que costuma ser é um sinal de doença cardíaca subjacente, também está inversamente associada à ingestão de flavonoides.

Um estudo de 20 anos conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard descobriu que homens que costumavam comer alimentos ricos em flavonoides três vezes por semana tinham uma incidência reduzida de disfunção erétil à medida que envelheciam.

Flavonoides para fortalecer o cérebro

A apigenina é um flavonoide encontrado em muitas ervas, incluindo salsa, tomilho e camomila, e alguns outros alimentos vegetais como salsão, repolho chinês, Pimentão, alho e goiaba.

Quando os pesquisadores aplicaram apigenina às células-tronco humanas em uma placa de Petri, algo incrível aconteceu - 25 dias depois, as células-tronco se transformaram em neurônios (um efeito que não ocorre sem a apigenina).

As sinapses, ou conexões entre neurônios, também eram "fortes e mais sofisticadas", o que é crucial para a consolidação da memória, o aprendizado e o funcionamento geral do cérebro.

Os pesquisadores notaram que a apigenina se liga aos receptores de estrogênio, que afetam o desenvolvimento, maturação, função e plasticidade do sistema nervoso. Segundo a Universidade de Stanford, antioxidantes como os flavonoides promovem a neurogênese não apenas em uma placa de Petri, mas também em cérebros de roedores.

Os flavonoides, em particular, aumentam a neurogênese no hipocampo de ratos estressados, aumentando o fluxo sanguíneo para o cérebro e / ou aumentando os níveis de Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF, da sigla em inglês). O BDNF é um rejuvenescedor notável em vários aspectos.

No seu cérebro, o BDNF não apenas preserva as células cerebrais existentes, mas também ativa as células-tronco do cérebro para se convertam em novos neurônios e aumenta o seu cérebro.

Outras pesquisas também descobriram que a apigenina inibe a sinalização de cálcio induzida pelo glutamato em neurônios do hipocampo de ratos em cultura, o que sugere que seja um agente neuroprotetor.

O flavonoide apigenina pode combater o câncer

A saúde do cérebro não é a única razão para incluir mais alimentos ricos em apigenina em sua dieta; ela também parece ser um potente aliado no combate contra o câncer. Quando camundongos que foram implantados com células de um câncer de mama humano mortal e de crescimento rápido foram tratados com apigenina, o crescimento do câncer foi retardado e os tumores encolheram.

A apigenina pode até mesmo ser a razão pela qual tomar chá de camomila pode reduzir os riscos de câncer da tireoide em até 80%. O interessante é que foi descoberto que a apigenina também se prende a 160 proteínas no corpo humano, sugerindo que ela pode ter vastos efeitos benéficos para a saúde. Os pesquisadores explicaram:

"... em contraste a fármacos de moléculas pequenas, projetados para alvos definidos, os fitoquímicos alimentares afetam um grande número de alvos celulares com várias afinidades que, quando combinadas, resultam em seus conhecidos benefícios à saúde."

Até mesmo o chocolate contém flavonoides que estimulam o cérebro

Os flavonoides representam até 20 por cento dos compostos presentes nos grãos do cacau, tornando o consumo moderado de chocolate escuro de alta qualidade (rico em cacau, baixo teor de açúcar e orgânico) um hábito bastante saudável.

Em um estudo recente, indivíduos que comeram chocolate pelo menos uma vez por semana tiveram melhor desempenho mental do que aqueles que não o faziam. A autora do estudo, Georgie Crichton, do Sansom Institute for Health da University of South Australia, disse à Reuters:

"Flavanóis do chocolate e do cacau têm sido associados a melhorias em uma série de problemas de saúde que datam dos tempos antigos, e possuem benefícios cardiovasculares bem conhecidos, mas menos se sabe sobre os efeitos do chocolate na neurocognição e no comportamento."

Pesquisas anteriores descobriram, no entanto, que um flavonoide presente no chocolate amargo, chamado epicatequina, pode proteger seu cérebro após um derrame, aumentando os sinais celulares que protegem as células nervosas de danos.

Além disso, quando pacientes diabéticos receberam por um mês uma bebida especial a base de cacau com alto teor de flavonóis, isso fez com que a função de seus vasos sanguíneos fosse de muito prejudicada para normal. A melhora foi tão grande quanto aquela observada com exercícios e alguns medicamentos comuns para diabetes.

Cebola e alho: superalimentos ricos em flavonoides e que combatem o câncer

As Cebolas e o alho são ricos em flavonoides, incluindo aqueles que podem ajudar a combater o câncer. Conforme observado pelo Epoch Times:

"Flavonoides, como a quercetina, podem contribuir para evitar que as células danificadas avancem para o câncer, e também têm efeitos anti-inflamatórios que podem contribuir para a prevenção do câncer."

A quercetina é um poderoso antioxidante com propriedades anti-inflamatórias que pode ajudar a combater doenças crônicas, como doenças cardíacas e câncer. Em estudos de laboratório, a quercetina demonstrou prevenir a liberação de histamina (histaminas são os produtos químicos que causam reações alérgicas.

Embora as maçãs e o chá também contenham quercetina, as cebolas parecem ser uma fonte muito rica. Uma pesquisa da Universidade Agrícola de Wageningen, na Holanda, mostrou que a absorção de quercetina das cebolas é o dobro do chá, e três vezes a das maçãs. O flavonoide Quercetina tem muitas propriedades benéficas; podendo:

A ingestão de flavonoides aumenta a saúde óssea

Embora as propriedades antioxidantes dos flavonoides tenham sido apontadas como principal fator para os seus benefícios para a saúde, os pesquisadores estão olhando além de sua capacidade antioxidante quando se trata da saúde óssea. Na verdade, foi dito que os compostos têm "o maior potencial dos componentes dietéticos para a promoção de ossos saudáveis, além do cálcio e da vitamina D."

E a pesquisa sugere que eles têm uma associação mais forte com a saúde óssea do que até mesmo o consumo geral de frutas e vegetais. Conforme observado pelo Journal of Nutrition in Gerontology and Geriatrics:

“Flavonoides bioativos estão sendo estudados a respeito de propriedades além da sua capacidade antioxidante química, incluindo ações anti-inflamatórias. Foi relatado que alguns aumentam a formação óssea e inibem a reabsorção óssea por meio de sua ação nas vias de sinalização celular que influenciam a diferenciação dos osteoblastos e osteoclastos.

… Os flavonoides, como uma classe de fitoquímicos, são promissores na proteção contra a perda óssea, relacionada em parte às suas propriedades anti-inflamatórias."

Pesquisas publicadas no Current Osteoporosis Reports revelaram, de forma semelhante, que os flavonoides têm um efeito favorável sobre os ossos. Eles referenciaram dois estudos humanos em mulheres, que encontraram associações positivas entre a ingestão total de flavonoides na dieta e a densidade mineral óssea.

Quais são as principais fontes de flavonoides na nossa dieta?

Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revelaram as principais fontes de flavonoides na dieta dos americanos. Os pesquisadores usaram dados do National Health and Nutrition Examination Survey para determinar a ingestão de cinco classes de flavonoides: antocianidinas, flavanonas, flavonóis, flavonas e flavan-3-ois. As principais fontes incluem:

De acordo com o estudo:

“Embora as bananas contenham menos antocianidinas do que qualquer fruta vermelha, o consumo de bananas nos Estados Unidos é muito maior do que o dessas frutas. A ingestão diária per capita de flavonoides nos EUA usando esses dados foi: antocianidinas, 5 mg; flavanonas, 4 mg; flavonas, 1 mg; flavonóis, 10 mg; e flavan-3-óis, 112 mg."

Se você deseja obter o máximo retorno do seu investimento em termos de concentração de flavonoides, frutas vermelhas, cebolas, salsinha, chá, cacau e até mesmo café são fontes bastante ricas. No entanto, é uma boa ideia consumir uma grande variedade de flavonoides, o que significa consumir uma variedade de alimentos saudáveis diferentes. Para aumentar de forma natural os flavonoides na sua dieta, considere comer mais dos alimentos listados na tabela abaixo: