Caso você seja um leitor de longa data do meu site, provavelmente sabe o quanto eu considero ingerir ômega-3 o suficiente importante para sua dieta.
Uma das minhas formas favoritas de suplementação de ômega-3 é o óleo de krill de alta qualidade. Neste artigo, você descobrirá a riqueza de benefícios do óleo de krill e por que ele é cem vezes melhor que o óleo de peixe comum.
O que é o óleo de Krill e de onde ele vem?
O óleo de Krill é um óleo marinho de origem animal, que possui ômega-3, antioxidantes e substâncias conhecidas como fosfolipídios (este último item é particularmente importante, pois desempenha um papel importante papel significativo na absorção desses nutrientes). O óleo é extraído do krill (Euphausia superba), um pequeno crustáceo semelhante ao camarão.
O pequeno krill mede apenas cerca de 2,4 polegadas de comprimento. Ele é um componente crucial da cadeia alimentar global, pois serve como o combustível que mantém os ecossistemas marinhos da Terra em constante funcionamento.
Existem 85 espécies conhecidas de krill. Na Antártica, sua biomassa é estimada em cerca de 379 milhões de toneladas. O Krill também é encontrado nos oceanos que banham o Japão e Canadá.
Além de ser altamente sustentável, o krill também é conhecido por sua longevidade (ele podem viver de cinco a 10 anos, o que é incrível, considerando o quanto é caçado). Isso faz com que o óleo de krill da antártico seja uma escolha boa e ecológica para um suplemento de ômega-3.
Óleo de Krill e óleo de peixe: Qual é o melhor?
Ao contrário do óleo de krill, o óleo de peixe é extraído de peixes gordurosos e de água fria, principalmente do fígado desses animais. Exemplos comuns de fontes de óleo de peixe são o arenque, o alabote, a cavala, o salmão, o atum albacora e o bacalhau, que podem ser criados em águas profundas ou capturados na natureza. Em alguns casos, o óleo de peixe é extraído da gordura de foca ou de baleia.
Embora haja semelhanças entre os dois tipos de óleo, existem diferenças notáveis entre eles e basta examinar minuciosamente para perceber que o óleo de krill é superior. Aqui estão alguns motivos pelos quais o óleo de krill é melhor do que o óleo de peixe:
Potência superior — O óleo de krill não só tem 48 vezes mais antioxidantes do que o óleo de peixe, mas também possui uma potência maior em seus efeitos metabólicos, o que significa que você precisa de muito menos consumo para receber os benefícios. Um estudo publicado na revista Lipids confirma isso. Nela, indivíduos que tomavam óleo de krill exigiam apenas 63% da quantidade que aqueles que tomavam óleo de peixe precisavam consumir para receber os mesmos benefícios de saúde. |
Livre de contaminantes — O peixe do qual o óleo de peixe é extraído é frequentemente contaminado com metais pesados e mercúrio. O Krill não incorre no mesmo risco devido ao seu tamanho reduzido e ao fato de estar no final da cadeia alimentar. |
Contém Fosfolipídios — Como mencionado, o fosfolipídeo desempenha um papel significativo na forma como o óleo de krill é absorvido pelo seu corpo. O ômega-3 é sulúvel em água, mas não pode ser transportado pelo sangue em sua forma livre. Assim, ele precisa dos fosfolipídios, algo que o óleo de krill tem e o óleo de peixe não. |
Contém Fosfatidilcolina — Composta parcialmente pela colina, um precursor da acetilcolina que envia sinais nervosos para o cérebro, e pela trimetilglicina, capaz de proteger o fígado, a fosfatidilcolina é necessária para uma melhor absorção do ômega-3.
Caso opte pelo óleo de peixe, seu fígado ainda precisará encontrá-lo e anexá-lo à fosfatidilcolina para que possa ser melhor utilizado. Mas como o óleo de krill já possui fosfatidilcolina, ele se torna superior em termos de biodisponibilidade. |
Menor propensão à oxidação — O óleo de krill possui astaxantina, o que o torna mais estável e menos propenso a oxidar em seu corpo. O óleo de peixe, que não possui astaxantina, é mais suscetível à oxidação, promovendo a formação de radicais livres e aumentando a necessidade de antioxidantes. |
Mais sustentável para o ambiente — A pesca de krill é um processo rigorosamente monitorado e, embora haja alegações de que os suplementos de óleo de krill estejam esgotando o suprimento do oceano, o fato é que apenas uma pequena porcentagem da biomassa global de krill é pescada por ano. A Commission for the Conservation of Antarctic Marine Living Resources (CCAMLR) observa que "a captura anual real é de cerca de 0,3% da biomassa não explorada do krill". |
Outra pesquisa também descobriu que o krill é superior ao óleo de peixe em termos de influência na expressão genética e no metabolismo.
Um estudo de 2011 publicado na revista Frontiers in Genetics examinou o fígado de ratos de laboratório que ingeriram óleo de krill e comparou com aqueles que receberam óleo de peixe. Os pesquisadores descobriram que o óleo de krill melhora o metabolismo da glicose no fígado, promove o metabolismo lipídico e ajuda a regular a cadeia respiratória mitocondrial, efeitos que não foram observados no grupo do óleo de peixe.
Além disso, o óleo de krill diminui a síntese de colesterol, enquanto o óleo de peixe a aumenta. Isso significa que o óleo de krill ajuda a diminuir os níveis de colesterol e triglicerídeos e a aumentar a produção de energia, enquanto o óleo de peixe não oferece nenhum desses benefícios.
Outra preocupação pertinente é a forma pela qual o óleo de peixe é processado. Isso é profundamente problemático, pois o produto final processado é muito, muito diferente dos óleos naturais extraídos do peixe. Leia mais sobre isso no meu artigo "A maioria dos óleos de peixe são sintéticos?"
Como seu corpo usa o ômega-3 do óleo de Krill?
O ômega-3 está por trás das muitas vantagens do óleo de krill. O ômega-3 é um ácido graxo poliinsaturado (PUFAs) usados pelo corpo para várias funções, como digestão, coagulação sanguínea, atividade muscular, memória, função cognitiva, acuidade visual e muito mais.
Ele também é particularmente importante para a divisão celular adequada e se liga aos receptores celulares para ajudar a regular a função genética.
No entanto, seu corpo não pode produzir ômega-3, portanto, ele precisa ser ingerido através da dieta. A maioria das pessoas diz que o ômega-3 também pode ser derivado de fontes vegetais, como a chia, cânhamo e linhaça, mas o ômega-3 do óleo de krill e do peixe são muito mais benéficos.
Isso ocorre porque o ômega-3 presente nos alimentos vegetais estão na forma de ácido alfa-linolênico (ALA). Os ALAs são PUFAs de cadeia curta que precisam de uma enzima específica para serem convertidos em ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) (PUFAs de cadeia longa que são mais biodisponíveis e benéficos para a saúde).
O cientista norueguês Nils Hoem, PhD., Especialista em fosfolipídios ômega-3, explica melhor o assunto. Segundo ele, os ácidos graxos de cadeia curta são simplesmente alimentos que oferecem uma fonte de energia para o corpo.
Enquanto isso, os PUFAs de cadeia longa como EPA e DHA são elementos estruturais muito importante para as células. Essa é a diferença mais significativa entre esses dois tipos de ômega-3. Você pode ler mais sobre minha entrevista com Hoem nesse artigo.
O EPA e o DHA são conhecidos por seus inúmeros efeitos biológicos, particularmente por seus benefícios anti-inflamatórios. Além disso, eles possuem um papel importante na comunicação interna e externa das células. O DHA, em particular, é muito essencial, pois é um componente de todas as células do corpo e é crucial para a saúde do cérebro.
Por favor, entenda que eu não estou vilanizando o ômega-3 de origem vegetal. ALA é uma gordura muito saudável e tem sua própria utilidade. Seu corpo precisa dele, mas não em quantidades excessivas e não tão crucialmente quanto do EPA e DHA, que vêm do krill e de outras fontes marinhas.
Os do óleo de Krill para a saúde
Doença cardiovascular e hiperlipidemia — O óleo de Krill pode ajudar a baixar a pressão sanguínea, os níveis de triglicerídeos e os níveis de colesterol LDL (ruim) enquanto aumenta os níveis de colesterol HDL (bom) |
Disfunção neurológica/cognitiva (Isso inclui envelhecimento cerebral, perda de memória e distúrbios de aprendizagem). O ômega-3 no óleo de krill também pode ser útil para tratar TDAH, dislexia e autismo, além do mal de Parkinson |
Inflamação — Ele tmbém ajuda a reduzir a proteína C-reativa |
Estresse oxidativo |
Osteoartrite e artrite reumatóide (AR) |
Síndrome metabólica, que inclui obesidade, Diabetes tipo 2 e gordura no fígado |
Doença de Crohn e outros problemas inflamatórios intestinais |
Dismenorreia e síndrome pré-menstrual (TPM) |
Doenças renais |
Cancer colorretal |
Prevene o parto prematuro e promove o desenvolvimento do cérebro de bebês |
Doenças auto-imunes como nefropatia e lúpus |
Obviamente, caso você inclua o ômega-3 na equação, essa lista se expandirá bastante. Particularmente, o ômega-3 ajuda a:
- Melhorar a função endotelial (que ajuda a promover o crescimento de novos vasos sanguíneos)
- Melhorar o humor
- Reduzir o risco do mal de Alzheimer
- Manter uma boa saúde óssea
- Reduzir o risco de morte por todas as causas
Estudos sobre o óleo de Krill confirmam sua importância
- Redução dos níveis de colesterol — Um estudo em animais publicado no Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition descobriu que ratos que receberam suplementos de óleo de krill por seis semanas reduziram seus níveis de colesterol em 33%. Em um estudo separado, realizado em pacientes que ingeriram estatinas, óleo de krill e uma dieta pobre pouca gordura reduziram os níveis de colesterol em 20%.
- Alívio para pacientes com osteoartrite e AR — Um estudo realizado em pacientes com essas doenças constatou que aqueles que tomavam 300 miligramas de óleo de krill diariamente tiveram uma redução na dor, na inflamação, na rigidez e o comprometimento funcional após apenas sete dias. Benefícios ainda maiores foram observados após 14 dias.
- Síndrome metabólica — Um estudo com ratos de laboratório analisou os fatores de risco associados à síndrome metabólica, particularmente os endocanabinóides, que estimulam seus receptores canabinóides e produzem uma variedade de processos fisiológicos. Os pesquisadores descobriram que os ratos que aumentaram os níveis de endocanabinóides (após serem alimentados com uma dieta não saudável) tiveram uma redução significativa após de tomar o óleo de krill.
Os efeitos colaterais do óleo de krill
Uma das queixas mais comuns contra o óleo de peixe é que ele deixa um sabor residual na boca e causa arrotos com cheiro de peixe. No entanto, esse efeito é reduzido significativamente pelo óleo de krill, desde que você compre uma marca de alta qualidade. Mesmo assim, observe que algumas marcas de óleo de krill (principalmente as de baixa qualidade) também podem causar efeitos colaterais como azia, dor de estômago, mal hálito náusea e fezes soltas.
Embora o óleo de krill seja seguro para a maioria das pessoas, ainda é importante consultar seu médico caso estiver sofrendo de alguma doença ou tomando algum medicamento para só depois iniciar a ingestão. Caso seja gestante ou lactante, consulte seu médico antes de tomar óleo de krill.
Se você estiver tomando anticoagulantes como varfarina ou tiver um distúrbio de coagulação sanguínea, não tome óleo de krill, pois ele pode diminuir a coagulação do sangue. O óleo também pode ser perigoso para pessoas alérgicas a frutos do mar.
As melhores fontes de óleo de Krill: saiba o que procurar ao comprar um suplemento
Ao procurar um suplemento de óleo de krill, recomendo que você compre apenas um que tenha sido certificado pelo Marine Stewardship Council (MSC). Esta organização sem fins lucrativos tem como objetivo transformar o mercado de frutos do mar em uma base sustentável e faz isso reconhecendo e recompensando as pesqueiras que seguem práticas de pesca sustentáveis.
Quando o óleo de krill é certificado pela MSC, significa que todas as partes do processo de fabricação, desde a pesca do krill até sua fabricação, passaram por um alto padrão global, garantindo que o produto seja realmente sustentável. O MSC também possui um programa de rastreabilidade da cadeia de custódia, que os fornecedores de frutos do mar podem renovar anualmente. Além disso, fique atento aos seguintes fatores:
- O óleo de krill deve ser produzido usando o krill antártico, que é o mais abundante.
- Não deve conter metais pesados, dioxinas, PCBs e outros contaminantes.
- Deve ser processado a frio, o que preserva seus benefícios biológicos. Evite produtos de krill que usam hexano como método de extração do óleo. Infelizmente, muitas marcas populares de óleo de krill usam esse perigoso agente químico.
- O óleo de krill deve ser colocado em cápsulas duras, não nas de gel. O gél permite a passagem de oxigêncio, que promove a oxidação. Embora o óleo de krill contenha astaxantina, que pode reduzir a oxidação, as cápsulas adicionam outra camada protetora, proporcionando um produto ideal, fresco e eficiente.
O Krill é a melhor fonte de ômega-3, mas há outras que você pode experimentar
Uma das melhores fontes é o salmão selvagem do Alasca. Peixes pequenos como anchovas e sardinha também são opções maravilhosas e altamente recomendadas para quem realmente precisa aumentar seus níveis de ômega-3.