Por Dr. Mercola
De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos, aproximadamente 30% dos norte-americanos têm pressão alta, ou hipertensão, e apenas metade deles tem a pressão arterial sob controle. No entanto, de acordo com novas diretrizes controversas que foram divulgadas em novembro de 2017, recomendando que a pressão fosse considerada alta a partir de 130/80 em vez de 140/90, quase 50% dos norte-americanos tecnicamente estariam sofrendo de pressão alta.
Quando a pressão não é controlada, isso pode levar a outras condições de saúde, como declínio cognitivo, doença cardíaca, derrame e doença renal. Numa escala global, mais de 1 bilhão de pessoas sofrem de hipertensão, e esse número quase dobrou nas últimas quatro décadas. Quase 13% de todas as mortes no mundo são atribuídas à hipertensão.
O crescente número de pessoas que sofrem de hipertensão não passou despercebido pela indústria farmacêutica. Um número também crescente de medicamentos foi desenvolvido na última década para controle da pressão, o problema é que eles vêm com uma série de efeitos colaterais e problemas para a saúde.
Em vez de se render a esses medicamentos, considere as diversas opções naturais, que incluem cortar os hábitos que desencadeiam a hipertensão e escolher tratamentos alternativos para reduzir a pressão. Um dos tratamentos mais fáceis e cheirosos consiste no uso dos óleos essenciais.
Compreendendo a pressão arterial
Para entender completamente por que suas escolhas aumentam ou diminuem sua pressão, é preciso compreender como ela é medida e afeta seu corpo.
O método tradicional de medição da pressão foi desenvolvido em 1881 e aperfeiçoado em 1905, quando o cirurgião russo Dr. Nikolai Korotkoff descobriu a diferença entre as medidas da pressão sistólica e diastólica. Hoje, os esfigmomanômetros medem a diferença entre o aparecimento e o desaparecimento dos sons nas suas artérias, chamados sons de Korotkoff.
O aparecimento do som é o número sistólico, que representa a pressão mais alta através da qual o sangue é bombeado, enquanto o desaparecimento do som, ou número diastólico, é a menor pressão necessária ao seu coração para empurrar o sangue através das artérias. Em muitos casos, a medição de sua pressão pode não ser precisa, devido à posição do seu corpo, o tamanho do manguito, o nível de atividade e o consumo de cafeína, nicotina ou álcool.
A hipertensão é considerada um "assassino silencioso", pois pode causar poucos ou nenhum sintoma enquanto danificar discretamente seus vasos sanguíneos e órgãos por vários anos, sem o seu conhecimento. A pressão adicional necessária para que seu coração consiga bombear o sangue pelos vasos sanguíneos aumenta o risco de insuficiência cardíaca congestiva. A doença arterial coronariana e o aumento do coração são outras duas doenças cardíacas que podem resultar da hipertensão crônica.
A pressão alta também danifica as células que revestem as artérias, o que pode resultar no estreitamento e na perde de elasticidade das paredes arteriais. Essa alteração aumenta ainda mais a pressão e reduz o fluxo sanguíneo para os órgãos, aumentando o risco de danos aos olhos, rins e cérebro. A redução do fluxo sanguíneo para o cérebro pode levar a ataques isquêmicos transitórios (mini-derrame), acidente vascular cerebral, comprometimento cognitivo ou demência.
O que leva alguém a desenvolver pressão alta?
Não existe um hábito que, sozinho, leve à hipertensão. É uma combinação de várias escolhas reversíveis que pode colocar você em risco. A hipertensão que não tem uma causa aparente, como uma condição médica ou medicamento, é chamada de hipertensão essencial ou primária.
Estima-se que até 95% dos casos de hipertensão sejam de hipertensão essencial. No entanto, só porque uma condição médica ou medicamento não é responsável para a hipertensão, isso não significa que ela não tenha causa. Diversos fatores podem contribuir para essa condição, incluindo, entre outros:
- Resistência à leptina e insulina, que provoca o aumento da pressão.
- Excesso de ácido úrico, que está associado ao aumento da pressão. Qualquer tratamento adotado para conter a hipertensão também precisa normalizar seus níveis de ácido úrico.
- Má-nutrição na infância, que demonstrou aumentar o risco de pressão alta na idade adulta. O consumo excessivo de açúcar também está associado à pressão alta.
- Exposição ao chumbo, que foi associada a doenças cardiovasculares e hipertensão.
- Poluição atmosférica e sonora, que afeta a pressão. A poluição do ar desencadeia uma resposta inflamatória, enquanto a poluição sonora tem um efeito adverso no sistema nervoso e hormonal.
Ao usar opções naturais para tratar a hipertensão e qualquer condição médica subjacente, é possível reduzir sua dependência dos medicamentos. As escolhas de vida conhecidas por aumentar a pressão incluem tabagismo e consumo de álcool. A obesidade também contribui.
No entanto, embora muitos acreditem que a pressão arterial aumente com a idade, devido à diminuição da elasticidade arterial que ocorre com o avançar da idade, a verdade é que essa redução na elasticidade costuma estar associada à resistência à insulina, ao aumento da glicose e da inflamação. E essas condições estão associada a uma alimentação rica em carboidratos líquidos e açúcares refinados.
A medicação não é a resposta
É muito provável que, se a sua pressão estiver alta, seu médico prescreva algum medicamento. Embora milhões tenham se deixado fascinar pela facilidade de "tomar um comprimido" para combater a hipertensão, o uso de medicamentos vem com uma série de possíveis efeitos colaterais e alertas. O Comitê Nacional Conjunto de Prevenção, Detecção, Avaliação e Tratamento da Hipertensão, em 2014, enfatizou a importância do controle do peso e do exercício físico regular, mas não acredito que foi longe o suficiente.
Em minha experiência, a hipertensão nos estágios 1 e 2 pode ser tratada com intervenções no estilo de vida, o que torna os medicamentos desnecessários. Se você está tomando remédios para hipertensão, não interrompa o uso deles. Em vez disso, converse com seu médico sobre a possibilidade de adotar algumas mudanças de hábito enquanto monitora sua pressão arterial. Então você e seu médico podem reduzir lentamente os medicamentos, mantendo a pressão arterial sob controle. Os problemas associados aos medicamentos anti-hipertensivos incluem:
Tosse |
Diarreia |
Constipação |
Tontura ou vertigem |
Disfunção sexual |
Dore de cabeça |
Fadiga |
Náusea |
Vômito |
Erupções cutâneas |
Perda de peso |
Hipocalemia |
Disfunção muscular (incluindo disfunção cardíaca) |
Oscilações da glicose |
Aumento das mamas em homens |
Gota |
Desidratação |
Câncer de pele |
Desmaio |
Falta de ar |
Dor no peito |
Redução da função renal |
Inchaço do tornozelo |
Ruborização |
Azia |
Hipotensão |
Aumento da frequência cardíaca |
Boca seca |
Sonolência |
Pesadelos |
Nariz entupido |
Depressão |
Incapacidade de adormecer |
Os óleos essenciais são simples, fáceis e eficazes
O óleo essencial é um óleo altamente concentrado que é extraído de plantas, geralmente por destilação. Alguns óleos são produzidos a partir da planta inteira, enquanto outros utilizam partes específicas, como folhas, casca ou raízes. Esses óleos são usados mundialmente na aromaterapia para reduzir o estresse e melhorar a saúde. Pesquisadores também se interessaram pelo efeito que os óleos essenciais podem ter na redução da pressão, na saúde cardiovascular e na secreção de cortisol.
Em um estudo do European Journal of Preventive Cardiology, cientistas descobriram que a exposição a óleos essenciais por uma hora reduziu o estresse com eficiência, como comprovado pela redução da pressão sanguínea e frequência cardíaca dos participantes. No entanto, após a exposição por períodos mais longos, tanto a frequência cardíaca quanto a pressão arterial foram elevadas.
Em outro estudo semelhante, a inalação de uma mistura de óleos essenciais foi associada à redução da pressão e da secreção do cortisol, que geralmente se eleva durante episódios de estresse. Os pesquisadores usaram uma mistura de óleos essenciais de lavanda, ylang-ylang, flor de laranjeira e manjerona. Existem vários óleos essenciais que afetam a pressão arterial e ajudam a reduzir o estresse. Como esses óleos provocam um efeito no corpo, não deixe o tratamento por inalação passar de uma hora, para reduzir o potencial de qualquer efeito negativo da superexposição.
Bergamota — Esse óleo refrescante costuma ser usado em cosméticos devido ao seu aroma, mas a pesquisa constata que ele também ajuda a reduzir a pressão e pode diminuir a ansiedade e melhorar o humor. |
Sálvia — Esse óleo mostrou reduzir as medições sistólica e diastólica, a frequência respiratória e os sintomas de estresse e depressão. |
Rosa — O perfume da rosa vermelha tem um efeito calmante no cérebro e demonstrou um efeito ansiolítico e antidepressivo, ambos os quais afetam a pressão arterial. |
Olíbano — Desde o Egito antigo, o olíbano é usado medicinalmente para reduzir o estresse e promover a paz de espírito. |
Alecrim — Esse óleo retarda o enrijecimento das artérias, que aumenta a pressão sanguínea. Também ajuda a regular o sistema cardiovascular. |
Ylang-Ylang — Esse óleo vem de uma pequena árvore, conhecida por seu uso em casos de trauma e choque, para reduzir a respiração e os batimentos cardíacos. É antidepressivo, alivia a ansiedade e ajuda a controlar a pressão arterial. |
Erva-cidreira — Baixas dosagens de seu extrato podem reduzir lesões isquêmicas no coração, mas dosagens mais altas aumentaram esse risco em teste com animais. Mais pesquisas são necessárias para determinar o efeito protetor num evento cardíaco. No entanto, a inalação pode proteger contra palpitações e ataques cardíacos, além de reduzir a pressão arterial. |
Lavanda — A lavanda pode ser eficaz no tratamento de distúrbios neurológicos, incluindo ansiedade, e atua como um estabilizador do humor e sedativo, os quais têm um efeito positivo na pressão arterial. |