Ameixas secas podem reduzir o risco de câncer no cólon

Ameixas secas

Resumo da matéria -

  • Ratos alimentados com ameixas secas tiveram aumentos significativos no número de bactérias intestinais conhecidas como Bacteroidetes e Firmicutes
  • Os ratos nesta dieta de ameixas secas também apresentaram um número reduzido de criptas aberrantes, que são sinais de lesões pré-cancerosas e podem ser um indicador para o desenvolvimento futuro de câncer de cólon
  • Se alimentar principalmente de alimentos integrais, como as ameixas secas, também pode ajudar a reduzir o risco de câncer de cólon

Por Dr. Mercola

O câncer colorretal, que inclui os cânceres de cólon e reto, é o terceiro câncer mais comum nos Estados Unidos (sem incluir os cânceres de pele). Em 2015, estima-se que haverá mais de 93.000 novos casos de câncer no cólon diagnosticados nos EUA (e quase 40.000 casos de câncer no reto).

Como é o caso para a maioria dos cânceres, acredita-se que a dieta desempenhe um papel importante no seu risco de câncer de cólon. Sabe-se, por exemplo, que uma dieta rica em carnes processadas, como salsichas e certos frios, aumenta o risco, enquanto uma dieta rica em alimentos integrais, como vegetais e frutas, o diminui.

Uma nova pesquisa realizada por pesquisadores da Texas A&M, apresentada na conferência de Biologia Experimental de 2015 em Boston, MA, descobriu que o consumo regular de ameixas secas pode desempenhar um papel na redução do risco de câncer de cólon.

Caso você esteja se perguntando, as ameixas secas também são chamadas de ameixas passas. De acordo com o California Dried Plum Board (99 por cento do suprimento dos EUA de ameixas secas é cultivado na Califórnia), o público-alvo (principalmente mulheres de 25 a 54 anos) respondeu mais favoravelmente ao nome "ameixas secas" do que a "passas", e o nome foi alterado. Em outras partes do mundo, no entanto, muitas pessoas ainda as chamam de ameixas passas.

Outro fato interessante é que, embora todas as ameixas passas sejam ameixas, nem todas as ameixas não podem ser transformadas em passas. As variedades de ameixa usadas para fazer ameixas passas têm um teor de açúcar mais elevado, o que, de acordo com o California Dried Plum Board, permite “que elas sequem sem fermentar enquanto ainda contém os caroços.”

Ameixas secas podem reduzir o risco de câncer no cólon, pois ajudam a fortalecer as bactérias intestinais.

Ameixas secas são ricas em potássio, fibras e fitoquímicos, incluindo antioxidantes, que podem ajudar a diminuir o risco de doenças crônicas. No entanto, é a influência das ameixas secas sobre as bactérias do cólon talvez seja o seu efeito mais impressionante.

Em um estudo com animais, os pesquisadores alimentaram um grupo de ratos com uma dieta contendo ameixas secas e outro com uma dieta de controle (igual à primeira, mas sem as ameixas). Os ratos alimentados com ameixas secas tiveram aumentos significativos no número de bactérias intestinais conhecidas como Bacteroidetes e Firmicutes.

Os ratos nesta dieta de ameixas secas também apresentaram um número reduzido de criptas aberrantes, que são sinais de lesões pré-cancerosas e podem ser um indicador para o desenvolvimento futuro de câncer de cólon.

Um estudo de 2005 revelou, de forma semelhante, que as ameixas secas "alteraram favoravelmente... os fatores de risco de câncer de cólon" em ratos, possivelmente devido ao alto teor de fibra alimentar e polifenólicos.

Existem muitas razões para se comer ameixas secas... Com Moderação

As ameixas desidratadas talvez sejam mais conhecidas por auxiliar na digestão (incluindo um leve efeito laxante). Elas ajudam com isso não apenas porque contêm fibras solúveis e insolúveis, mas também devido ao seu alto teor de sorbitol.

O Sorbitol, um açúcar não fermentável frequentemente descrito como prebiótico, é considerado "um bom meio para a produção de microrganismos intestinais desejáveis", e foi sugerido como a razão para o efeito laxante das ameixas secas.

Além disso, apesar de serem ricas em açúcar, as ameixas secas não levam a um aumento rápido na concentração de açúcar no sangue, possivelmente devido ao seu alto teor de fibras e sorbitol.

As ameixas secas podem ser benéficas para obesidade, diabetes, doenças cardíacas e muito mais

Novamente em 2013, uma pesquisa publicada em Avaliações críticas em ciência alimentar e nutrição falou sobre o papel benéfico das ameixas secas na saúde. Esta revisão incluiu menções do papel potencial das ameixas secas na redução não só do câncer de cólon, mas também de outras doenças crônicas que atualmente assolam o mundo desenvolvido.

Como regra geral, eu recomendo limitar a ingestão de frutose a um máximo de 15 gramas de frutose por dia de TODAS as fontes, incluindo frutas integrais.

Se você não possui resistência à insulina/leptina (têm peso normal, sem diabetes, hipertensão ou colesterol alto), sugiro limitar a ingestão de frutose a 25 gramas por dia (ou menos) de todas as fontes.

Quanto aos conservantes e agentes sulfatantes, que são uma preocupação se você consome muitos tipos de frutas secas, essa não precisa ser uma grande preocupação ao consumir a maioria das ameixas secas.

De acordo com o California Dried Plum Board, apenas o sorbato de potássio, que é considerado um conservante natural, é usado no processamento de ameixas secas. E, como elas já são de cor escura, não há necessidade de usar agentes sulfatantes (que normalmente são usados para evitar o escurecimento).

Coma alimentos de verdade para prevenir o câncer de cólon

Os alimentos que você ingere podem desempenhar um papel importante no risco de câncer, e isso inclui o câncer de cólon. Conforme mencionado, as carnes processadas - aquelas conservadas por defumação, cura, salga ou adição de conservantes químicos - são reconhecidamente um importante fator de risco.

Isso inclui bacon, presunto, pastrami, salame, pepperoni, salsichas, algumas linguiças e hambúrgueres (se tiverem sido preservados com sal ou aditivos químicos), entre outros. Os nitratos adicionados a essas carnes como conservantes, corantes e aromatizantes são particularmente problemáticos.

Os nitratos encontrados em carnes processadas são frequentemente convertidos em nitrosaminas, que estão claramente associadas ao aumento do risco de certos tipos de câncer. Alimentos reais, como os descritos no meu plano de nutrição, por outro lado, podem ajudá-lo a diminuir o risco de câncer.

Legumes, por exemplo, contêm diversos antioxidantes e outros compostos capazes de evitar doenças, que podem ser muito difíceis de obter de outras fontes – como o magnésio. Resultados de uma meta-análise indicaram que, para cada aumento de 100 miligramas na ingestão de magnésio, o risco de tumor colorretal diminuiu 13%, enquanto o risco de câncer colorretal foi reduzido em 12%.

Os pesquisadores observaram que os efeitos anticâncer do magnésio podem estar relacionados à sua capacidade de reduzir a resistência à insulina, o que pode afetar positivamente o desenvolvimento de tumores. Eles observaram: “O consumo de alimentos ricos em magnésio pode ser um novo caminho a ser explorado na busca por estratégias de prevenção do câncer.”

Verduras escuras são uma excelente fonte de magnésio, assim como alguns feijões, oleaginosas, sementes de abóbora, sementes de girassol e sementes de gergelim. Os abacates também são uma boa fonte.

Além do magnésio, os fitoterápicos ou fitoquímicos (compostos químicos encontrados nas plantas) podem reduzir a inflamação e ajudar a eliminar os carcinógenos, enquanto outros regulam a taxa de reprodução celular, eliminam as células velhas e regeneram o DNA. Os vegetais também são uma das melhores formas de fibra alimentar. Estudos têm mostrado repetidamente que pessoas com maior ingestão de vegetais têm menores taxas de câncer.

Um estudo descobriu que pessoas que comeram sete ou mais porções de vegetais e frutas por dia tiveram um risco 42% menor de morrer por qualquer causa em comparação com aqueles que comeram menos de uma porção. Eles também tiveram um risco 31% menor de doenças cardíacas e um risco 25% menor de câncer.

Bactérias intestinais podem revelar câncer de cólon

Seu microbioma pode revelar até mesmo o risco de, ou a presença de, câncer de cólon. Um total de 90 pessoas participaram de um estudo publicado no Cancer Prevention Research. Trinta dos participantes eram saudáveis, 30 tinham pólipos intestinais pré-cancerosos e 30 tinham sido diagnosticados com câncer retal ou de cólon avançado.

Depois de avaliar a composição do microbioma de cada pessoa, ficou claro que a análise do microbioma (através de um exame de fezes) pode ser uma maneira viável de detectar pólipos pré-cancerosos e câncer colorretal.

De acordo com os resultados, a adição da análise de microbioma a outros fatores de risco conhecidos para pólipos pré-cancerosos resultou em uma previsão 4,5 vezes melhor para a condição. Adicionar a análise do microbioma aos fatores de risco para câncer colorretal invasivo resultou em uma melhora de cinco vezes em sua capacidade de prever o câncer.

A melhor maneira de otimizar seu microbioma é por meio da dieta. Um bom lugar para começar é reduzindo drasticamente a quantidade de grãos e açúcares, e evitar ingredientes geneticamente modificados, alimentos processados e água de torneira clorada. Uma dieta saudável para o intestino deve ser rica em alimentos integrais, não processados e sem açúcar, e contar com alimentos tradicionalmente fermentados.

As principais dicas para prevenção do câncer

Eu acredito que é possível virtualmente eliminar o seu risco de câncer e doenças crônicas, ou melhorar radicalmente suas chances de se recuperar do câncer se já o tiver, aderindo às seguintes estratégias.

Compre alimentos orgânicos integrais, e cozinhe do zero. Isso reduzirá automaticamente o seu consumo de açúcar. Existem evidências muito claras de que, se você deseja evitar o câncer, ou se tem câncer atualmente, você DEVE evitar todas as formas de açúcar, especialmente a frutose, que alimenta as células cancerígenas e promove seu crescimento.

Opte por carnes orgânicas alimentadas com capim para evitar ingredientes geneticamente modificados, pesticidas, hormônios, antibióticos e outras drogas. Também pode ser uma boa ideia considerar a redução do consumo de proteínas para um grama por quilograma de peso corporal magro, uma vez que o excesso de proteínas (especialmente as provenientes de carnes tratadas com hormônios e antibióticos) pode promover o crescimento de tumores.

Opte por embalagens e recipientes de vidro para evitar produtos químicos desreguladores do sistema endócrino.

Reconsidere como você prepara e cozinha a sua comida — Eu recomendo que pelo menos um terço dos alimentos sejam comidos crus. Evite frituras. Em vez disso, cozinhe em água ou no vapor. Considere adicionar alimentos integrais, ervas, especiarias e suplementos que ajudam a combater o câncer à sua, como brócolis, curcumina e resveratrol.

Jejum intermitente é uma excelente estratégia se você for resistente à insulina/leptina, se tiver diabetes, pressão alta, doenças cardíacas ou se tiver problemas com o peso. O jejum intermitente não é necessariamente um programa alimentar permanente; assim que sua resistência à insulina melhorar e você estiver com peso normal, você pode começar a comer mais e com mais frequência, pois terá restabelecido a capacidade do seu corpo de queimar gordura como combustível.

Normalize a proporção de gorduras ômega-3 para ômega-6 fazendo uso de um óleo de krill de alta qualidade e reduzindo a ingestão de óleos vegetais processados, como o de milho, soja ou canola.

Otimize sua flora intestinal para reduzir a inflamação e fortalecer sua resposta imunológica. Pesquisadores descobriram um mecanismo dependente de micro-organismos através do qual alguns tipos de câncer apresentam uma resposta inflamatória que promove seu desenvolvimento e crescimento.

Exercícios — o exercício reduz os níveis de insulina, criando um ambiente de pouco açúcar que desfavorece o crescimento e a disseminação das células cancerígenas. Em um estudo de três meses, descobriu-se que o exercício altera as células imunológicas para uma forma mais potente no combate a doenças em sobreviventes de câncer que tinham acabado de encerrar a quimioterapia.

Vitamina D — Há evidências científicas de que é possível diminuir o risco de câncer em mais da metade simplesmente otimizando seus níveis de vitamina D com a devida exposição solar. Seu nível sérico deve se manter estável entre 50 e 70 ng/ml, mas se você estiver tratando de algum tipo de câncer, é aconselhável que o nível esteja estar mais próximo de 80 ou 90 ng/ml para obter o máximo de benefício.

Sono restaurador — durma o suficiente para ter um sono restaurador. A maioria de nós precisa de aproximadamente oito horas, portanto tente ir deitar cama cedo. O sono de baixa qualidade pode interferir na produção de melatonina, o que está associado a um maior risco de resistência à insulina e ganho de peso, os quais contribuem para o risco de câncer.

A melatonina por si só é também um potente antioxidante, com conhecidas propriedades anticâncer, outra razão pela qual dormir bem é tão importante para a prevenção do câncer.

Evite toxinas — reduza sua exposição a toxinas ambientais, como pesticidas, herbicidas, produtos químicos para limpeza doméstica, purificadores de ar sintéticos e cosméticos tóxicos.

Evite exposição à radiação — limite sua exposição e proteja-se da radiação emitida por celulares, torres e estações de Wi-Fi, além de minimizar a sua exposição a exames com radiação, incluindo raios-x dentários, tomografias e mamografias.

Controle o seu estresse — o estresse generalizado é um dos fatores que mais contribuem para doenças. É provável que o estresse e os problemas emocionais não resolvidos possam ser mais importantes do que os físicos. Portanto, cuide do seu estresse. Minha forma favorita de solucionar desafios emocionais são as Emotional Freedom Techniques (EFT), ou Técnicas de Libertação Emocional.